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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE ....., ESTADO DO .....

 
 
 
 
 
O Representante do Ministério Público que a esta subscreve, no uso de suas atribuições legais,
vem respeitosamente perante Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 5º e 19 da Lei 7347, de 24
de julho de 1.985, e artigos 28, 82, 83 e 90 da Lei 8.078, de 1.990, propor
 
AÇÃO CIVIL PUBLICA - AÇÃO CAUTELAR INOMINADA COM PEDIDO DE LIMINAR para
indisponibilidade de bens, em face dos apontados réus : 1)......................., qualificado à fls. 314 dos
autos principais, 2) ............., qualificado à fls. 314 dos autos principais e 3) Espólio
de .........................., representado neste ato pelo inventariante, ...................... (certidão em anexo),
pelos motivos de fato e direito a seguir aduzidos.
 
I - DOS FATOS
............... e ................ são sócios da "............................", conforme se verifica do contrato social
juntado à fls. ......../.........
Novamente ........................, agora com sua ex-esposa ....................., foram sócios, até o
falecimento desta, da empresa ..............., conforme se verifica do contrato social juntado à
fls. .........../..........
Como é bem sabido, referidas empresas foram e são responsáveis pela poluição que há muito se
encontra nas redondezas do Sítio .............., na cidade ............................................, em razão da
deposição de resíduos industriais de forma inadequada na área que se conhece por
"ATERRO ..................".
Por tal motivo, após o devido processo legal, foram condenadas, por sentença transitada em
julgado, na autos da ação principal, ao "pagamento de indenização para a integral e completa
recomposição do complexo ecológico atingido, até que este readquira qualitativa e
quantitativamente os atributos que detinha, antes do início do processo de poluição, valor este
que deverá ser apurado através de liquidação por arbitramento" (fls. 544).
Como é cediço, o feito se encontra em fase de liquidação, a fim de que seja apurado e precisado o
valor da indenização ambiental que deverá ser paga para a completa despoluição do local atingido.
Pois bem.
Recentemente, o sócio majoritário e representante das referidas empresas, .....................,
demonstrou nos autos, por mais de uma vez, que o patrimônio destas não bastará sequer para o
início das obras de despoluição, apontando para um possível estado de insolvência.
Assim, veja-se do petitório de fls. 640/641, onde o procurador constituído da empresas
condenadas assevera que as sobreditas rés "não tem condições financeiras de atender as
determinações de Nobre Juízo", aduzindo ainda que "dado ao estado de insolvência tanto
do ............................................ quanto da CETRIN - Central Técnica de Tratamento e Disposição
Final de Resíduos Sólidos Ltda, não terão estas condições de pagar qualquer valor a título de
indenização".
Tal afirmação foi repetida, de forma ainda mais acentuada, à fls. 660, item "3".
Por fim, foi tomada a oitiva do sócio majoritário das empresas pela 3a Promotoria de Justiça
de ....................., sendo esta juntada aos autos à fls. 805/806. Na
oportunidade, ............................................ declarou e esclareceu, em respeito às empresas
condenadas, que "estão paradas há mais de 17 (dezessete) anos, sendo que o patrimônio delas
praticamente se esvaiu. As empresas possuíam cerca de 10 veículos, entre caminhões e máquinas,
os quais foram consumidos após o fechamento das empresas para a própria manutenção do
aterro".
Ou seja: as empresas condenadas à recuperação do complexo ecológico atingido não possuem
mais ativos, ou mesmo quaisquer outras espécies de bens, que possam ser utilizados para o
pagamento de futura indenização ambiental a ser exigida, após liquidação.
E, justamente visando garantir futuro pagamento dessa quantia a ser apurada, ou seja, no intuito
de assegurar a vindoura execução, é que o Ministério Público propõe a presente medida cautelar, a
fim de que os bens dos sócios das aludidas empresas respondam para com tal obrigação, mediante
a desconsideração da personalidade jurídica destas.
Cabe ainda alertar da urgente necessidade de se garantir a presença desses bens pessoais, por
meio de um decreto judicial de indisponibilidade que ora se pleiteia, na forma ao final deduzida.
 
II - DO DIREITO
1. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Não se ignora que, para os efeitos jurídicos, a sociedade se distingue dos membros que a
compõem (Código Civil, art. 20). A força dessa regra, entretanto, não é absoluta. Por ter uma
função social, o Direito não pode prestigiar a utilização abusiva de seus institutos nem é curial que
estes se prestem como anteparo de fraude ou infração à lei. Bem por isso, quando a pessoa
jurídica for empregada de modo impróprio ou com fins ilícitos, é possível desconsiderar, no caso
concreto, os efeitos da personificação societária, para impedir o advento de um resultado
socialmente indesejável (cf. RUBENS REQUIÃO, "Abuso de Direito e Fraude Através da
Personalidade Jurídica", in "Aspectos Modernos de Direito Comercial", Ed. Saraiva, 1977, págs.
67/84; MARÇAL JUSTEN FILHO, "Desconsideração da Personalidade Societária no Direito
Brasileiro", Ed. Revista dos Tribunais, 1987, especialmente págs. 52/58).
Aliás, a tendência atual na legislação brasileira, reafirmada em normas esparsas, é a de fomentar a
"desconsideração da personalidade jurídica", quando o reconhecimento de autonomia ao objeto
cultural possa prejudicar a satisfação de interesses indisponíveis, que a ele se reputam superiores.
A essa linha pertencem preceitos acolhidos no Código Tributário Nacional (arts. 134, VII, e 135 e
incisos), na Consolidação das Leis do Trabalho (art. 2º, § 2º), no Projeto de Código Civil em
tramitação no Congresso Nacional (art. 50, parágrafo único, do Projeto de Lei do Senado Federal nº
118/84) e, mais recentemente, no Código de Defesa do Consumidor (art. 28, caput e § 5º).
É louvável essa preocupação de consagrar, em textos legais, um critério não escrito, que a
jurisprudência vem sufragando há muitos anos (cf., ad exemplum, Supremo Tribunal Federal, 1ª
Turma, R.E. 94.066/82-RJ, v.u., j. em 1.12.81, Relator o eminente Ministro CLÓVIS RAMALHETE, in
D.J.U., 2.4.82, pág. 2885; tb.: RT 238/394, 511/199, 531/152, 578/85, 614/109, 620/135, 631/197,
634/78; RJTJESP, 109/193, 114/129, 119/293; Julgados do TACivSP, 40/170). Mas, a rigor, nem seria
necessário que o legislador o fizesse. A lei, embora expresse o Direito, não o contém por inteiro. A
inexistência de regra legal específica, longe de estorvar a aplicação da justiça, tão-somente justifica
o emprego da analogia ou o recurso aos princípios gerais do sistema normativo (Lei de Introdução
ao Código Civil, art. 7º). Segue aberta, portanto, a possibilidade, que sempre existiu, para a
"criação pretoriana", fenômeno que, revelando o direito latente, corresponde, não raro, ao da
verdadeira interpretação jurídica.
A regra de que, para os efeitos jurídicos, a sociedade se distingue dos membros que a compõem,
não é absoluta.
Quando a pessoa jurídica for empregada, ou mesmo administrada de modo impróprio, ou com fins
ilícitos, é possível desconsiderar, no caso concreto, os efeitos da personificação societária, para
impedir o advento de um resultado socialmente indesejável (cf. RUBENS REQUIÃO, abuso de
Direito e Fraude Através da Personalidade Jurídica", in "Aspectos Modernos de Direito comercial",
Ed. Saraiva, 1977, págs. 67/84; MARÇAL JUSTEN FILHO, Desconsideração da Personalidade
Societária no Direito Brasileiro", Ed. Revista dos Tribunais, 1987, especialmente págs. 52/58).
Aliás, é de se consignar que a tendência atual da legislação brasileira é a de instituir a
"desconsideração da personalidade jurídica" justamente quando o reconhecimento de autonomia
do patrimônio societário possa prejudicar a satisfação de interesses indisponíveis, que a ele se
reputam superiores.
A essa linha pertencem preceitos acolhidos no Código Tributário Nacional em seus artigos 134, VII
e 135 e incisos, na Consolidação das Leis do Trabalho em seu artigo 2º, § 2º.
No caso em pauta, a viabilidade de se desconsiderar a personalidade jurídica das empresas e
atingir o patrimônio dos sócios decorre do próprio texto legal que possibilitou a ação principal e
que, agora, possibilita a propositura desta demanda.
O artigo 5o da Lei 7347/85 autoriza ao Ministério Público propor ação principal e cautelar para a
defesa dos bens jurídicos nomeados no artigo 1o, dentre os quais, o meio-ambiente.
Doravante, estipula que se aplica à ação civil pública, prevista nesta Lei, o Código de Defesa do
Consumidor, no que for cabível. Este diploma legal, por sua vez, estabelece em seu artigo 83 que
para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este Código, são admissíveis todas as
espécies de ações capazes de propiciar a sua adequada e efetiva tutela.
Estabelece ainda, em seu artigo 2628, que o juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da
sociedade quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa
jurídica provocados por má administração.
(inserir um parágrafo, na sequência, onde melhor se descreva a prática de desvios de finalidade da
empresa a ensejar a má administração, alegando, por exemplo, que, se ela foi criada para dispor
de forma regular e adequada dos resíduos industriais, a fim de evitar danos ambientais, assim não
agiu, aplicando inadequadamente seus recursos econômico-financeiros; que deixou, por longo
período de tempo, de adotar as medidas corretivas e preventivas exigidas pela CETESB, preferindo
aplicar seus recursos financeiros de outra forma; por limitar-se a indicar que os bens da sociedade
foram consumidos, após o fechamento da empresa, para a própria manutenção do aterro, o que
não corresponde à verdade dos fatos demonstrada nos autos do procedimento investigatório, vez
que a CETESB comprova que não foram adotadas quaisquer medidas ......)
Da mesma forma, o artigo 4º da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, estabelece que poderá
ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao
ressarcimento dos prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.
É justamente este o caso que ora se expõe.
Diga-se, primeiramente, que as empresas condenadas não se encontram falidas ou encerradas,
mas somente tiveram suas atividades paralisadas desde a interdição do aterro pela CETESB.
Assim sendo, não poderiam dispor de seu patrimônio do modo como fora narrado pelo sócio
gerente ............................................, máxime porque se encontram processadas desde o ano de
1.988, e condenadas desde o ano de 1.995, e seus sócios possuíam ciência desde os referidos
anos, de que seu patrimônio haveria de garantir futura execução.
Portanto, a narrativa de evasão patrimonial prestada por ............................................ nas
mencionadas declarações dá conta de que as empresas estão inativas e em estado de insolvência
por má administração, o que autoriza a presente medida.
Cabe anotar, porém, que não só em razão dos mencionados diplomas legais poderão ser atingidos
os patrimônios dos sócios.
A jurisprudência há muito firmou o torrencial entendimento de que por má administração da
sociedade, mormente quando esta se vê em meio em meio a uma ação judicial com possibilidade
futura de responder com seus bens em execução, ou mesmo quando não for possível indicar o
destino dos bens da sociedade, irregularmente encerrada ou inativa, respondem os sócios com seu
patrimônio pessoal, na aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica.
Nunca se pode olvidar, em situações como esta, o magistério de Arnold Wald, a saber:
"Diante dos abusos, fraudes e distorções, o Direito, reconhecendo a personalidade própria da
empresa, não permite mais que possa funcionar como uma espécie de biombo ou véu para
garantir a impunidade de diretores ou acionistas. Sucessiva ou simultaneamente, o Direito Penal, o
Direito Fiscal, o Direito Trabalhista e o Direito Falimentar consagram o princípio da transparência
ou da 'desconsideração' da pessoa jurídica, não aceitando que a sociedade anônima possa
encobrir a fraude dos seus diretores e acionistas. Assim sendo, predominam, em ocasiões normais,
os princípios que asseguram a independência entre a empresa e o acionista, mas passam a ser
aplicados, eventual ou excepcionalmente, quando há dano causado a empregados, acionistas
minoritários, credores ou terceiros em geral, as normas que alcançam, atrás ou através da pessoa
jurídica, as pessoas físicas que a manipulavam e cujos atos ilícitos a empresa acobertava" (RT -
500/15).
 
E assim já se decidiu:
 
"Embargos à execução fiscal. Penhora em bens particulares de sócio de sociedade por cotas de
responsabilidade. Art. 135, III, do Código Tributário Nacional. Dissolução irregular da sociedade.
Infração à lei. Desconsideração da pessoa jurídica. Admissibilidade. Responsabilidade pessoal.
Precedentes do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça e desta Corte. Recurso
desprovido. O Juiz, ante o fato de que a pessoa jurídica é utilizada para fins contrários ao direito,
pode, em casos específicos, desconsiderar a personalidade jurídica e equiparar o sócio e a
sociedade, para coibir o abuso de direito. A assertiva de que a sociedade não se confunde com a
pessoa dos sócios é um princípio jurídico, mas não pode ser um tabu, a entravar a própria ação do
Estado, na realização de perfeita e boa justiça, que outra não é a atitude do Juiz procurando
esclarecer os fatos para ajustá-los ao direito". (Darcy Arruda Miranda Júnior, in Dicionário
Jurisprudencial da Sociedade de Responsabilidade Limitada, Saraiva, ............................, 1988, pág.
74)" (Ap. cív. n° 43.191, de Caçador, rel. Des. Paulo Gallotti, DJU n° 9.438, de 14.03.96, pág. 07).
 
EMBARGOS DE TERCEIRO - Sócio de empresa executada que pretende a exclusão de bem particular
da penhora - Inadmissibilidade - Hipótese em que, por não indicar o destino dos bens da
sociedade, irregularmente encerrada, responde com seu patrimônio pessoal - Aplicação da teoria
da desconsideração da personalidade jurídica - Apelo improvido. (Apelação Cível n. 233.906-1 -
Franca - 4ª Câmara Civil de Férias - Relator: G. Pinheiro Franco - 09.08.95 - V.U.)
 
EXECUÇÃO - Sociedade Anônima - Penhora - Incidência sobre bens particulares de sócio -
Admissibilidade - Hipótese em que a pessoa da executada confunde-se com a de seu único
acionista e administrador - Aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica -
Recurso não provido Diante do abuso de direito e da fraude no uso da personalidade jurídica, o juiz
brasileiro tem o direito de indagar, em seu livre convencimento, se há de consagrar a fraude ou o
abuso de direito, ou se deve desprezar a personalidade jurídica, para, penetrando no seu âmago,
alcançar as pessoas e bens que dentro dela se escondem para fins ilícitos e abusivos. (Relator:
Barbosa Pereira - Apelação Cível n. 201.018-1 - Piracicaba - 07.04.94)
 
Por todo exposto, seja pela aplicação dos dispositivos legais mencionados, seja pelo
enquadramento da situação narrada às hipóteses em que a jurisprudência ordinariamente aplica a
teoria da desconsideração da personalidade jurídica, requer o Ministério Público seja
desconsiderada a personalidade jurídica da "........................................................." e do
"............................................", atingindo-se o patrimônio de seus sócios, de forma antecipada,
como medida garantidora de futura execução, conforme abaixo declinado.
 
2. INDISPONIBILIDADE DOS BENS DOS SÓCIOS
Há nos autos sérios indícios de que os sócios, principalmente o sócio gerente das empresas em
tela, ..................., possa estar dilapidando seu patrimônio das mais variadas formas, o que
inviabilizaria futura execução.
É fato que a pedido desta Curadoria, juntou ele aos autos cópia de suas últimas declarações de
renda, conforme se vê de fls. 722/743.
E do que se vê de tais declarações, o patrimônio do mencionado sócio, ao contrário dos
patrimônios das empresas que dilapidou, é enorme.
Em 1.994, possuía diversos lotes de terreno, uma lancha, um trator, um veículo, uma gleba de
terras com 9 alqueires contendo várias benfeitorias e 50% de capital de uma empresa refinadoras,
em um patrimônio estimado em quase 600.000 UFIR (fls. 721).
O mesmo patrimônio permaneceu na declaração em respeito ao ano de 1.996, conforme se vê de
fls. 728, bem como nos anos de 1.997, 1.998 e 1.999, já espelhando um patrimônio de mais de R$
560.000 (quinhentos e sessenta mil reais).
Apesar de tais números, ............................................ vem se endividando cada vez mais, colocando
em risco também seu patrimônio pessoal.
Assim é que declarou ele a este Promotor de Justiça, na presença de seu procurador, o quanto
segue (grifo nosso):
 
"Hoje não possuo mais nenhum veículo em nome das empresas. Sou sócio de outra empresa que
realiza o tratamento de óleo lubrificante. Essa empresa me rende cerca de R$ 600,00 por mês, mas
está cheia de dívidas que não consigo pagar, inclusive com o INSS e com o Fisco Federal. Segundo
meus cálculos, devo R$ 75.000,00 ao INSS, e cerca de R$ 170.000 ao Governo Federal. Quanto aos
imóveis, conforme relação que entreguei ao processo, possuo cinco propriedades, sendo uma de
minha moradia e um sítio de 9 alqueires. Os demais são três terrenos cujos valores estão entre R$
20.000,00 e R$ 30.000,00. Estes três imóveis estão hipotecados em favor da Caixa Econômica
Federal, em razão da uma dívida de R$ 80.000,00"
 
O que se extrai dessas assertivas é que .................................. anda contraindo diversas dívidas e
assim se desfazendo de seu patrimônio.
São atos graves, que ensejam situações cautelares ordinárias como o arresto (artigo 813, inciso II,
alínea "a"), caso fosse ele o devedor e não suas empresas, anotando que tal cautelar específica,
como é sabido, se traduz ao final em penhora antecipada para assegurar futura execução.
Na situação de dilapidação narrada nesta peça, e levando-se em conta o pedido de
desconsideração da personalidade jurídica já perfeito, necessário se faz, agora, cautelar o crédito
que a própria sociedade tem em face dos réus mencionados, justamente para recuperação do
dano ambiental causado.
Pelo que, requer o Ministério Público a decretação de indisponibilidade dos referidos bens, na
forma doravante descrita.
 
III - DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, requer o Ministério Público, com fulcro nos artigos 12 da Lei 7347/85, e
artigo 804 do Código de Processo Civil, 28 do Código de Defesa do Consumidor, e 4º da Lei de
Crimes Contra o Meio Ambiente, que seja deferido liminarmente e sem a oitiva prévia do
interessado:
a) A desconsideração da personalidade jurídica das empresas condenadas à reparação ambiental,
".........................................................", e "............................................", determinando que se atinja
o patrimônio de seus sócios, de forma antecipada, como medida garantidora de futura execução,
b) A decretação da indisponibilidade dos bens pessoais dos sócios mencionados, ora réus,
oficiando-se para tanto aos seguintes órgãos (JUCESP, BANCO CENTRAL, CARTÓRIOS DE REGISTRO
DE IMÓVEIS (indicar as Comarcas), TELESP, DETRAN, ETC... (o que mais poderia colocar?),
determinando o bloqueio de todas as contas bancárias, depósitos, aplicações e investimentos, bem
como impedindo a transferência de bens e valores para terceiros, comunicando-se ao juízo acerca
da existência de bens ou valores em nome dos requeridos..... (que tipo de bloqueio?).
O fumus boni iuris exsurge dos dispositivos legais citados e das referências jurisprudenciais
perfeitas, anotando que a conduta do demandado ............................................ se amolda aos
exemplos citados, em que os Egrégios Tribunais Estaduais têm autorizado a desconsideração e
indisponibilidade ora requeridas.
O periculum in mora está patente na medida em que se demonstrou o estado de insolvência das
empresas condenadas à reparação ambiental, bem como pela recente notícia de possível
desfazimento de patrimônio de um dos sócios, qual seja, .............................................
 
Requer ainda o Ministério Público:
 
1) Citação dos réus, para que contestem o pedido no prazo estabelecido no artigo 802 do CPC,
contados da execução efetiva da medida cautelar imposta;
2) A produção de todas as provas em direito admitidas (recomenda-se indicar quais seriam as
provas);
3) A intimação pessoal do representante do Ministério Público, doravante, para todos os atos do
processo, mediante a entrega dos autos.
(outros)
 
Dá-se à causa o valor de R$ .....
 
Nesses termos, pede e aguarda deferimento.
 
[Local], [dia] de [mês] de [ano].
 
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]

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