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PROJUDI - Processo: 0084949-30.2019.8.16.0014 - Ref. mov. 1.

1 - Assinado digitalmente por Luiz Carlos Schilling


10/12/2019: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA DO
JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO

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METROPOLITANA DE LONDRINA, ESTADO DO PARANÁ

FÁBIO JOSÉ FELICIANO, brasileiro, casado, autônomo, portador da


cédula de identidade de nº. 8.827.359, inscrito no CPF nº 048.431.109-30, residente e domiciliado
sito à Rua Catuaí, nº 365, CEP. 86186-300, na cidade de Cambé, Estado do Paraná, vem, por
intermédio de seu procurador, respeitosamente, à elevada presença de Vossa Excelência, ajuizar

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR ACIDENTE DE TRÂNSITO C/C DANOS


MATERIAIS, MORAIS e LUCROS CESSANTES

em face de ROSEMARA PELLEGATTI, brasileira, solteira, motorista,


portador da cédula de identidade de nº. 507.771-7, inscrita no CPF nº 849.265.629-87 residente e
domiciliado sito à Rua Dos Vigias, nº 55, CEP. 86082-600, Conj. Chefe Newton, na cidade de
Londrina, Estado do Paraná, e AZUL CIA DE SEGUROS GERAIS, pessoa jurídica de direito
privado inscrita no CNPJ nº 33.448.150/0002-00, com endereço sito a Avenida Juscelino
Kubitschek, 1180, Vila Ipiranga, Londrina, CEP 86.020-000, Estado do Paraná, pelos seguintes
fatos e razões de direito a seguir expostas:

I. Intimações e Publicações

Todas as citações, intimações e publicações deverão ser realizadas,


exclusivamente em nome do patrono do Autor, o Dr. LUIZ CARLOS SCHILLING, brasileiro,
solteiro, advogado, inscrito na OAB nº. 55.434/PR, e-mail: luizschilling@hotmail.com, com
escritório profissional à Rua Brasil nº. 1014, sala 1001, na cidade de Londrina/PR, Fone/fax (43)
3325-5453.

II. Preliminarmente
Responsabilidade do Segundo Requerido

A segunda Requerida é proprietária do automóvel conduzido pela


primeira Requerida, sendo que tendo cedido seu veículo a terceiro recebe os efeitos da culpa in
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eligendo, quando deveria atentar-se a quem sede seu automóvel, restando a ele arcar solidariamente
com os prejuízos por este causados.

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Vejamos algumas decisões acertadas dos tribunais:

AGRAVO DE INSTRUMENTO – ACIDENTE DE TRÂNSITO –


ACIONAMENTO SIMULTÂNEO DO PROPRIETÁRIO E DO
CONDUTOR DO VEÍCULO – Preliminar de ilegitimidade passiva do
primeiro (proprietário) basicamente alicerçada em incomprovado
empréstimo financeiro entre as partes supostamente garantido pelo
automotor - ausência de taxativo enquadramento nas figuras descritas
pelo art. 1.521 do código civil brasileiro (atual 932) que resulta
suplantado ante a constatação de que a solidariedade passiva do
proprietário do veículo decorre do critério de escolha da pessoa a
quem confiou o seu uso, ou seja, culpa in eligendo e, quiçá,
também in vigilando - agravo conhecido e desprovido. (TAPR – AI
0279702-0 – (233481) – Curitiba – 19ª C.Cív. – Rel. Juiz Guido Döbeli –
DJPR 01.04.2005) JNCCB.1521. Grifamos.

INDENIZAÇÃO – ACIDENTE DE CIRCULAÇÃO –


PROCEDÊNCIA NA ORIGEM – RECURSO DOS RÉUS –
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA ENTRE O CONDUTOR
DO VEÍCULO E O PROPRIETÁRIO – AUTOMOTOR
SEGURADO PELO MOTORISTA – IRRESPONSABILIDADE
AFASTADA – DANOS EMERGENTES – INCOMPROVAÇÃO –
IMPROVIMENTO – PENSÃO POR INCAPACITAÇÃO
LABORATIVA – DESCABIMENTO – ALEGAÇÃO
INCOMPROVADA – DANOS MORAIS – FIXAÇÃO EXCESSIVA –
MERA ALEGAÇÃO – CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL –
DESNECESSIDADE – IMPROVIMENTO – HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS – CAUSA COMPLEXA – ZELO PROFISSIONAL
DO ADVOGADO – ARBITRAMENTO NO MÁXIMO LEGAL –
SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA – AUSÊNCIA – RECLAMO
DESPROVIDO – RECURSO DA LITISDENUNCIADA –
SEGURADORA – RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA COM OS
RÉUS – AUSÊNCIA – SOLIDARIEDADE PATENTEADA –
DANOS MORAIS – AUSÊNCIA DE COBERTURA – COBERTURA
INCLUÍDA NOS DANOS PESSOAIS – RECLAMO DESPROVIDO
– RECURSO DO AUTOR – MORTE DA ESPOSA – PENSÃO
ALIMENTÍCIA EM FAVOR DO MARIDO – CABIMENTO DA
VERBA – CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA –
FLUÊNCIA – JUROS COMPOSTOS – INAPLICABILIDADE –
RECLAMO PARCIALMENTE PROVIDO – Em indenização por
acidente de trânsito possuem legitimidade passiva ad causam
tanto o motorista que segurou o veículo, quanto o proprietário do
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automotor. Efetivadas despesas médicas e hospitalares com luto, funeral
e remoção do veículo sinistrado, os danos emergentes devem ser

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indenizados. Em caso de incapacidade laborativa permanente e total, a
pensão deve ser vitalícia e corresponder à totalidade dos proventos
auferidos pela vítima ao tempo do acidente. A quantificação dos danos
morais está subordinada à posição econômica do pagador e de quem irá
receber o valor indenizatório, à grave culpa do agente e às múltiplas
repercussões da ofensa, não devendo, no entanto, a indenização
desfigurar a essência moral do direito e tampouco aviltar a importância
do bem juridicamente tutelado. A constituição de capital, prevista no art.
602 do CPC, é regra de ordem pública que objetiva a exeqüibilidade das
sentenças condenatórias, só podendo ser arredada se houver manifesta
solvabilidade do devedor. Sendo a causa complexa e demonstrando o
patrono do vencedor zelo profissional, justifica-se verba honorária de
20% sobre o importe condenatório, excluídas as hipóteses de Assistência
Judiciária Gratuita. Se um litigante decair de parte mínima do pedido, o
outro responderá, por inteiro, pelas despesas e honorários. Admitida a
seguradora no pólo passivo da demanda indenizatória, sua
responsabilidade se transmuda para solidária. Para fins de cobertura
securitária, os danos morais são englobados pelos danos pessoais. É
devida pensão alimentícia em favor do marido, por óbito da mulher, cujo
auxílio na formação de um pecúlio comum é presumido, importando o
estipêndio em 2/3 do salário mínimo vigente à época do evento, da data
do sinistro até o momento em que a vítima completaria 65 anos de idade,
cessando com a morte do pensionado. A correção monetária e os juros
de mora, em se cogitando de ato ilícito, correm da data do evento
danoso (Súmulas 43 e 54 do STJ), com exceção dos danos morais, que
devem ser atualizados a partir do arbitramento. Não são aplicados juros
compostos em indenização decorrente de acidente de trânsito, em que o
agente tenha atuado mediante culpa. (TJSC – AC 03.003281-9 – Rio do
Sul – 2ª CDCiv. – Rel. Des. Monteiro Rocha – J. 25.11.2004) JCPC.602.
Grifamos.

Pelos fatos exposto e pelo direito que se põe em favor do Requerente,


requer seja o proprietário do automóvel, ora 2º Requerido, condenado solidariamente ao
condutor, para o fim de indenizar o Requerente dos prejuízos e danos por este sofridos.

III. Narrativa Fática

Aos 11 dias do mês de julho do ano de 2019, por volta das 15:47 horas, a
primeira Ré, condutora do veículo CHEVROLET AGILE LTZ, de placa HIG2770 - SP, veio a
se envolver em um sinistro com o Autor.
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Trafegando pela Rua Mossoró o Autor foi atingido pelo veículo
conduzido pela Sr. Rosemara que avançou a preferencial no cruzamento com a Rua Santos,

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atingindo a parte lateral frontal de seu veículo Saveiro, o qual utiliza para o trabalho.

Mesmo se esforçando se viu frustrado na tentativa de evitar o sinistro,


pois foi surpreendido com o veículo de propriedade da Segunda Ré avançando sua via
preferencial.

Com o forte impacto do choque na região da roda da frente o veículo do


Autor ficou impossibilitado de trafegar sendo guinchado até uma oficina determinada pelo seu
seguro que teve de ser acionado pela negativa da condutora do veículo Agile.

É evidente que dos fatos narrados nesta peça, bem como da leitura
atenta do boletim de ocorrência, corroborada pelas narrativas constantes das declarações dos
condutores, depreende-se que a ação da condutora, ora Ré, foi a origem dos danos causados ao
Autor.

Os danos causados ao veículo do Autor obrigaram-no a despender o


valor da franquia de seu seguro de veículo utilizado para trabalho, conforme comprova a apólice.
O conserto das partes danificadas, frontal e lateral, conforme orçamento e nota fiscal anexa no
valor de R$ 2.038,50 (dois mil e trinta e oito reais e cinquenta centavos).

De outro lado, importa frisar que o Requerente teve igualmente que


arcar com as taxas de emissão do Boletim de Ocorrência, autenticações e perícia do acidente no
importe de R$ 100,20 (cem reais e trinta e vinte centavos).

Salientando que o Autor exerce atividade autônoma de montador de


móveis, necessitava do veículo para sua locomoção diária de trabalho, levar móveis e ferramentas,
ficando inclusive, neste sentido prejudicado de seus ganhos laborais.

Diante do exposto, fica claro que o acidente aqui narrado somente


ocorreu porque a Ré não respeitou as leis de trânsito e colidiu com o veículo do Autor causando
prejuízos não ressarcidos espontaneamente.

IV. Fundamentos Jurídicos


04.01. Ato Ilícito

Em concordância aos fatos imediatamente supracitados, observa-se que


o comportamento da Ré se deu de uma forma imprudente e negligente, uma vez que este estava
em total discrepância com as condições impostas pela sinalização de trânsito da via.

O comportamento foi imprudente uma vez que este não havia tomado
às devidas precauções necessárias para evitar o ocorrido, e de forma negligente uma vez que foi
omissa aos deveres que as circunstâncias exigiam, podendo até mesmo ser definido como uma
desatenção ou falta de cuidado exigida pelas regras de trânsito.
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Diante do exposto, verifica-se que o acidente de trânsito se deu única e

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exclusivamente por culpa da Ré, oportunidade em que o Autor sequer teve responsabilidade ou
concorreu para o evento, sendo abalroado na lateral dianteira, conforme se verifica do Boletim de
Ocorrência anexo, o qual, por se tratar de documento público possui presunção absoluta de
veracidade dos fatos nele descritos, senão vejamos o entendimento jurisprudencial:

AÇÃO DE COBRANÇA – INDENIZAÇÃO POR PERDAS E


DANOS – ACIDENTE DE TRÂNSITO – CULPA ASSUMIDA
PELO SEGURADO – SEGURADORA ACIONADA PARA
PAGAMENTO DO PREJUÍZO CAUSADO – OBRIGAÇÃO
CONTRATUAL – BOLETIM DE OCORRÊNCIA – PRESUNÇÃO
RELATIVA DE VERACIDADE – Nos termos dos artigos 1.432 e
1.458 do Código Civil de 1.916, aplicável à espécie, tem a seguradora o
dever de pagar ao segurado os prejuízos decorrentes dos riscos
assumidos na apólice de seguros. A interpretação das cláusulas
contratuais deve ser feita da maneira mais favorável ao segurado, pois há
de se presumir que o segurador conheça melhor o conteúdo dos riscos
assumidos pelo contrato e tenha tido inúmeras oportunidades práticas de
verificar o mal resultante da sua redação ou da não existência expressa de
previsão. Tratando-se de responsabilidade civil por acidente de
trânsito, desfruta o Boletim de Ocorrência de presunção juris
tantum de veracidade, ou seja, prevalência do seu conteúdo se
inexistir prova segura e coesa em sentido contrário, por se tratar de
documento público, consoante artigo 364 do Código de Processo
Civil. (TAMG – AP 0409302-3 – (85153) – Belo Horizonte – 3ª C.Cív. –
Relª Juíza Teresa Cristina da Cunha Peixoto – J. 12.11.2003) JCCB.1432
JCPC.364

Ainda, tem-se o Artigo 405 do Código de Processo Civil que dispõe:

Art. 405. O documento público faz prova não só da sua formação, mas
também dos fatos que o escrivão, o chefe de secretaria, o tabelião ou o
servidor declarar que ocorreram em sua presença.

Desta forma, diante do descrito no Boletim de Ocorrência, importante


ressaltar que não existiu por parte do Autor responsabilidade alguma no acidente, justamente por
ter sofrido uma colisão lateral, e mesmo assim foi obrigado a arcar com os prejuízos decorrentes
do acidente, por ato derivado de atitude imprudente da Ré.

O direito do Autor em obter a reparação dos danos materiais causados


pela Ré encontra substrato legal nos artigos 186, "caput", 187 e 927, todos do Código Civil, e
com o rito procedimental prescrito pelo artigo 318 do Código de Processo Civil.

Art. 186. “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou


imprudência, violar direito, e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito."
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Art. 927. “Aquele que por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a

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outrem, fica obrigado a repará-lo."

Conforme ficou devidamente demonstrado, a Ré agiu com imprudência


e negligência, violando o direito do Autor e causando-lhe danos que devem ser reparados.

Assim, salientando a atitude imprudente da Ré, destaca-se também a


aplicabilidade das normas do Código de Trânsito Brasileiro vigentes que são claras, em especial a
do artigo 28, vejamos:

Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu


veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança
do trânsito.

Esta regra é corroborada pelas disposições do Artigo 44, do Código de


Trânsito Brasileiro, que trata que os motoristas devem guardar distância lateral e frontal do seu
veículo e dos demais.

Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o condutor do


veículo deve demonstrar prudência especial, transitando em velocidade
moderada, de forma que possa deter seu veículo com segurança para dar
passagem a pedestre e a veículos que tenham o direito de preferência.

Daí depreende-se que a conduta praticada pela Ré foi extremamente


imprudente, tendo em vista o mesmo não atentar-se para o fato de que o Autor encontrava-se
trafegando regularmente e que este tinha passagem preferencial pela via que trafegava, conforme
já relatado.

Assim, importante se faz conceituar o instituto da imprudência, sendo


este, segundo Silvio de Salvo Venosa em seu livro Direito Civil – Responsabilidade Civil – 5º
Edição, Editora Atlas, pág. 36:

“Na imprudência o agente é intrépido, açodado, precipitado e age sem


prever conseqüências nefastas ou prejudiciais”.

Desta forma, os atos ilícitos são os que promanam direta ou


indiretamente da vontade e ocasionam efeitos jurídicos, mas contrários ao ordenamento jurídico.
Assim, o ato voluntário é, portanto, o primeiro pressuposto da responsabilidade civil.

Na responsabilidade subjetiva, o centro de exame é o ato ilícito, e o


dever de indenizar vai repousar justamente no exame de transgressão ao dever de conduta que
constitui o ato ilícito.

Portanto, primeiramente, deve-se fazer um exame da culpa,


oportunidade em que José Aguiar Dia dispõe:
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“A culpa é falta de diligência na observância da norma de conduta, isto é,

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o desprezo, por parte do agente, do esforço necessário para observá-la,
com resultado não objetivado, mas previsível, desde que o agente se
detivesse na consideração das conseqüências eventuais de sua atitude”.

Conclui Rui Stoco:

“A culpa, genericamente entendida, é, pois, fundo animador do ato


ilícito, da injúria, ofensa ou má conduta imputável. Nessa figura
encontram-se dois elementos: o objetivo, expressado na iliciedade, e o
subjetivo, do mau procedimento imputável”.

Sérgio Cavalieri Filho sintetiza a noção de culpa em sentido estrito:

“Como conduta voluntária, contrária ao dever de cuidado imposto pelo


Direito, com a produção de um evento dano involuntário, porém
previsto ou previsível”.

Neste sentido, a culpa civil em sentido amplo abrange não somente o ato
ou conduta intencional, o dolo, mas também os atos ou condutas eivadas de negligência,
imprudência ou imperícia, qual seja, a culpa em sentido estrito.

Desta forma, tem-se que o ato praticado pela Ré foi de natureza


imprudente, onde percebe-se claramente que este não tomou o devido cuidado imposto pelo
Direito, em especial ao que tange as regras de trânsito, produzindo um dano involuntário, porém
previsto e previsível, causando assim, danos extremamente graves ao Autor.

Importante mencionar ainda que a doutrina tradicional divide a culpa em


três graus, sendo este grave, leve e levíssimo. Da conduta, nexo causal e danos resultados ao
Autor, verifica-se que a modalidade a ser aplicada ao presente caso é a da culpa grave, em que
esta se manifesta de forma grosseira e, como tal, se aproxima do dolo.

Nesta modalidade, inclui-se também a chamada culpa consciente,


quando o agente assume o risco ao evento danoso e previsível não ocorrerá.

Isso é exatamente o que ocorre no caso em tela, posto que a Ré assumiu


o risco de causar o evento danoso, quando nas condições previsíveis deveria parar no cruzamento
sinalizado (PARE) e o respeito às demais regras do CTB, era totalmente previsível e não poderia
ter resultado diferente, assumindo, portanto, o risco de produzi-lo.

Por conseguinte, fica claro que ao desrespeitar a lei de trânsito esta não
só comete ato ilícito para com o terceiro, como também infração de trânsito, sendo assim, não é
necessário, nem sequer ventilar em relação à responsabilidade da Ré, haja vista que fica
evidenciado que este cometeu ato ilícito, dando assim causa ao descrito evento danoso.
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04.02. Aplicação da Teoria da Causalidade Imediata

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Ao se deparar com a presente demanda, e tema em foco, far-se-á uma
ressalva a Teoria da Causalidade Imediata, adotada pelo ordenamento jurídico pátrio, que se
explanada de forma breve, chega ao ponto crucial de que o responsável pela reparação dos danos,
é aquele que lhe deu essencial causa.

Aplicando-se ao tema em questão, o abalroamento só ocorre pela atitude


imprudente e negligente da Ré, a qual não conseguiu evitar o sinistro, colidindo com o veículo
que cruzava a sua frente em via preferencial devidamente sinalizada, e tendo por fim o veículo do
Autor.

“Diga-se que a teoria adotada pelo Código Civil, em seu artigo 403, é da
Causalidade Direta e Imediata ou da Interrupção do Nexo Causal ou da
Causa Estranha (desenvolvida no Brasil pelo professor Agostinho Alvim
em sua obra “Da Inexecução das Obrigações e suas Consequências) –
dentre as várias circunstâncias a que se reporta como causa é aquela
necessária e mais próxima à ocorrência do resultado, em juízo de
razoabilidade. Na doutrina, segundo Agostinho Alvim e Carlos Roberto
Gonçalves e na jurisprudência (STJ Resp. 719738/RS).”

Neste mesmo sentido, independente da forma como agiu a Ré, este ao


não trafegar diante dos padrões permitidos pela via automaticamente se coloca em uma situação
em que fica obrigada a reparar os danos causados por si, seja de forma dolosa ou culposa, se agiu
com negligência ou imprudência, fica obrigado a reparar por aqueles atos que cometeu outrora.

Não obstante ter em mãos uma prova inequívoca como a do Boletim de


Ocorrência este lavrado e elaborado por agente da autoridade, gozando assim da presunção de
veracidade, não sendo absoluta, porém, relativa.

Neste sentido de se ter uma presunção da culpa, cumpre a Ré o ônus de


elidi-la, produzindo provas em sentido contrário, até que seja provado o contrário, a presunção
prevalece.

Desta forma, diante do descrito no Boletim de Ocorrência, importante


ressaltar que não existiu por parte do Autor, responsabilidade alguma no acidente, justamente por
ter sofrido o choque foi lesado com os prejuízos decorrentes, por ato derivado de atitude
imprudente da Ré.

A jurisprudência tem decidido que em caso de cruzamento da via


preferencial aquele que infringiu a regra deve ressarcir o prejuízo:

Ainda neste sentido, necessário se faz mais uma ressalva, mesmo que
culposa o dever de reparar fica por aquele que comete o ato que enseja reparação, sendo assim a
corrente jurisprudencial tem decidido:
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Diante da análise do caso em apreço, bem como do Boletim de
Ocorrência anexo, fica cristalino que a culpa por parte da Ré é presumida, ante a presunção de

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veracidade dos fatos narrados, não podendo questionar assim o dever de reparar os atos
cometidos.

04.03. Indenização por Danos Materiais

Atestam os documentos trazidos em anexo os danos provocados pelo


evento danoso gerado pela Ré no veículo do Autor.

Ad cautelam e para comprovar a extensão dos danos, o Autor junta o


orçamento da Seguradora, sendo que o Autor pagou a franquia conforme recibo anexo, no valor
de R$ 2.038,50 (dois mil e trinta e oito reais e cinquenta centavos). Somando-se a mais um
procedimento pago a parte para uniformização da pintura, no valor de R$ 200,00 (duzentos
reais), por meio de polimento, pois a cobertura do seguro é somente para a área afetada.

De outro lado, importa frisar que o Requerente teve igualmente que


arcar com as taxas de emissão do Boletim de Ocorrência, autenticações e perícia do acidente no
importe de R$ 100,20 (cem reais e trinta e vinte centavos).

Neste sentido, as Rés devem ser compelidas a proceder ao pagamento


dos valores despendidos para com o concerto e demais gastos dele decorrentes, valores estes que
somam um montante de R$ 2.338,70 (dois mil trezentos e trinta e oito reais e setenta centavos),
devem ser devidamente atualizados até a data do efetivo pagamento.

04.04. Indenização por Danos Morais

No que tange ao dano moral, este também mostra-se patente, haja vista
que o acidente ocorreu sem culpa do Autor que por conta do evento ficou por vários dias
impossibilitado de trabalhar, pois o seu veículo é a sua ferramenta de trabalho, sendo seu labor de
montador de móveis e a necessidade de locomoção e o carregar de ferramentas e móveis,
imprime a necessidade do veículo, sobretudo por ser autônomo.

O dano é reconhecido pela Constituição Federal, assegurando a Carta o


direito à indenização em caso de sua violação, conforme se infere do cristalino comando
normativo insculpido no artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal, ao dispor que:

"São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das


pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação".

Mas antes de tudo impende salientar a cumulabilidade dos danos material


e moral, consoante jurisprudência sumulada do Colendo Superior Tribunal de Justiça, in verbis:
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SÚMULA Nº 37 STJ: São cumuláveis as indenizações por dano
material e dano moral oriundos do mesmo fato.

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Este entendimento já era esposado por majoritária doutrina, bastando
para demonstração, reproduzir as lições do professor Carlos Alberto Bittar, em incensurável
monografia sobre responsabilidade civil, in verbis:

"Também são cumuláveis os pedidos de indenização por danos patrimoniais e morais,


observadas as regras próprias para o respectivo cálculo em concreto, cumprindo-se frisar
que os primeiros se revestem de caráter ressarcitório, e os segundos, reparatórios, de
sorte que insistimos na necessidade de, quanto a estes, na respectiva fixação, adotar-
se fórmulas que venham a inibir novas práticas atentatórias à
personalidade humana, para cuja defesa se erigiu a teoria do dano
moral, que vem sendo aplicada, ora com tranqüilidade, nos
tribunais do país." ("Responsabilidade Civil, Teoria e Prática", Rio, Forense
Universitária, 1989, p. 90).

Já SAVATIER entende por dano moral todo sofrimento que não é


causado por uma perda pecuniária. Pode ser sofrimento físico, sendo a indenização aqui
denominada pretium doloris. É, mais frequentemente, uma dor moral de variegada origem,
assim o agravo à reputação, à autoridade legítima, à sua segurança e sua tranquilidade, ao seu
amor próprio estético, à integridade de sua inteligência, etc. (Traité de la Responsabilité Civile.
II, 1939, números 525 e 532).

Ademais, a sensibilidade humana, sociopsicológica, não sofre somente o


lucrum cessans e o damnum emergens, em que prepondera o caráter material, mensurável e suscetível
de avaliação mais ou menos exata. No cômputo das suas substâncias positivas é dúplice a
felicidade humana: bens materiais e bens espirituais (tranquilidade, honra, consideração
social, renome). Daí o surgir do princípio da reparabilidade do dano moral.

A jurisprudência é uníssona em estabelecer tal direito, vejamos:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO


POR DANOSMATERIAIS E MORAISDECORRENTES DE ACIDE
NTE DE TRÂNSITO. DANO MATERIALCONFIGURADO. DAN
OS MORAIS. REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO
ANTE AS CIRCUNSTÂNCIAS DA CAUSA. PROVIMENTO
PARCIAL DO APELO. DECISÃO UNÂNIME. 1. O apelado foi
vítima acidente automobilístico, por culpa exclusiva do apelante, tendo
sofrido diversos traumatismos, advindo impossibilidade desempenhar
suas atividades laborais. 2. O contexto probatório, sobretudo o laudo
pericial e as informações colhidas em audiência, atesta a ocorrência
de dano. Assim, ante a comprovação fática da responsabilidade civil do
apelante, decorre a obrigação de indenizar. 3. Manutenção da
condenação pelos danos materiais. 4. Valor da indenização
por danos morais redimensionado, para atender aos padrões de
razoabilidade e proporcionalidade. 5. À unanimidade de votos, deu-se
provimento parcial ao recurso de apelação, no efeito de reduzir o valor
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10/12/2019: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial

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da condenação por danos morais para a quantia de R$15.000,00 (quinze
mil reais). (Apelação APL 33272920058170001 PE 0003327-

Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJSUA JKL5Y VLKVL BRM2R


29.2005.8.17.0001 (TJ-PE))

CIVIL PROCESSO CIVIL AÇÃO DE


INDENIZAÇÃOPOR DANOS MATERIAIS E MORAIS
DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRÂNSITO NULIDADES
NA SENTENÇA NÃO EVIDENCIADAS FUNDAMENTAÇÃO
SUSCINTA, MAS SUFICIENTE CULPA EXCLUSIVA DO
REQUERIDO ACERTADAMENTE RECONHECIDA MUDANÇA
DE PISTA SEM AS CAUTELAS NECESSÁRIAS MOTOCICLISTA
QUE ESTAVA NA FAIXA DA DIREITA E FOI INTERCEPTADO
PELO VEÍCULO DO RÉU QUE PRETENDIA REALIZAR
CONTORNO INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS QUE
COMPORTA REDUÇÃO RECURSO DE APELAÇÃO
PARCIALMENTE PROVIDO. Quem muda de faixa repentinamente
sem as devidas cautelas e corta a frente de outro veículo, causando-
lhe danos, é considerado responsável pelo acidente ocorrido. (TJ-PR -
6191513 PR 619151-3 (Acórdão) (TJ-PR))

Com a fixação de indenização a título de dano moral não se pretende


desfazer a dor e a tristeza, o aborrecimento desmedido, porquanto inestimável o sofrimento a que
se vê submetido.

A indenização consiste, isto sim, numa compensação, numa tentativa de


substituir o sofrimento por uma satisfação, além do aspecto retributivo e verdadeiramente
punitivo no tocante ao causador do dano, certamente refletirá melhor antes de sequer por em
risco outras pessoas.

Por todas as razões doutrinárias e jurisprudenciais, impõe-se a


condenação das Rés quanto ao dano moral no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), única forma
de minorar as consequências da hedionda imprudência que deu causa ao sinistro.

04.05. Lucros Cessantes

Conforme já abordado, o acidente que gerou a necessidade de reparo do


veículo junto a Fast Car, oficina autorizada da seguradora do Autor (HDI) tornou impossível a
realização normal da atividade econômica do Autor que, por sua vez, deixou de auferir o
rendimento proporcional aos 40 (quarenta) dias que ficou forçadamente paralisado.

Além de devida a indenização por danos materiais e morais, expostas nos


itens anteriores, depreende-se que os lucros cessantes são também exigíveis. É o que determina o
Código Civil:

Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e


danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais
regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
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Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e
danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente

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perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.

Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e


danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito
dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.
Grifos nossos.

Entende-se por lucros cessantes “aquilo que o credor razoavelmente


deixou de lucrar, ou seja, a diminuição potencial de seu patrimônio, causada pelo
inadimplemento da contraparte” 1

O STJ defende o mesmo ponto de vista e acrescenta: “o lucro cessante


não se presume, nem pode ser imaginário. A perda indenizável é aquela que
razoavelmente se deixou de ganhar. A prova de existência do dano efetivo constitui
pressuposto ao acolhimento da ação indenizatória”2

Provados estão os lucros cessantes na presente demanda, como se


confere nos documentos anexados à inicial e no exposto na parte fática. O lucro esperado pelo
Autor em seu trabalho deixou de ser obtido.

Logo, conclui-se que os lucros cessantes correspondem ao que o Autor


efetivamente deixou de auferir em virtude da conduta das Rés.

A jurisprudência pátria compartilha o mesmo entendimento:

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO.


AÇÃO INDENIZATÓRIA POR PERDAS E DANOS E LUCROS
CESSANTES. CONTRATO DE FRANQUIA. DISTRATO. PACTO
QUE NÃO TRAZ EM SI CONDIÇÃO. EVENTUAL
DESCUMPRIMENTO DE CLÁUSULA DO DISTRATO DEVE SER
OBJETO DE EXECUÇÃO, NÃO REDUNDANDO EM
RESTAURAÇÃO DO CONTRATO DE FRANQUIA ORIGINAL.
INDENIZAÇÃO. DANOS MORAIS E MATERIAIS. (...) (TJ-RS -
AC: 70055345185 RS , Relator: Pedro Celso Dal Pra, Data de
Julgamento: 22/08/2013, Décima Oitava Câmara Cível, Data de
Publicação: Diário da Justiça do dia 26/08/2013)

CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RESCISÃO CONTRATUAL C/C


INDENIZAÇÃO. DANOS MATERIAIS. CONTRATO DE
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. CONFECÇÃO.
DESCUMPRIMENTO. MULTA CONTRATUAL. DANOS
EMERGENTES. NOTAS FISCAIS. PROVA ACOLHIDA. LUCROS

1
MARTINS-COSTA, Judith. Comentários ao Novo Código Civil, v. V, t. II, Ed. Forense, 2003 (g.n.). O mesmo
entendimento é adotado por Paulo Nader, em seu Curso de Direito Civil – Obrigações, p. 545
2
STJ – 4ª T. – Resp. 107.426 – Rel. Barros Monteiro – j. 20.02.2000 – DJU 30.04.2001 e RSTJ 153/298.
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CESSANTES. CONDENAÇÃO. CUSTAS E HONORÁRIOS. 1.
Amplamente examinados os fatos e provas referentes à demanda,

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revelam os autos o efetivo descumprimento do contrato. 2.
Rescindida a avença, deverá a autora ser ressarcida pela ré com o
pagamento da multa contratual, dos lucros cessantes e dos danos
emergentes. (...) (TJ-DF - APC: 20140111022082 , Relator: MARIO-
ZAM BELMIRO, Data de Julgamento: 05/08/2015, 2ª Turma Cível,
Data de Publicação: Publicado no DJE : 20/08/2015 . Pág.: 114)
Grifos nossos.

O prejuízo totaliza o montante como demonstra a tabela:

MÊS FATURAMENTO MENSAL

Abril de 2019 R$ 4.462,00


Maio de 2019 R$ 5.079,00
Junho de 2019 R$ 3.415,00

TOTAL R$ 12.956,00

Média Mensal R$ 4.318,66

Média diária R$ 143,95

MÉDIA PROPORCIONAL A 40 DIAS R$ 5.758,00

Dessa forma, percebe-se que se o Requerente estivesse no desempenho


normal de seu trabalho, teria faturado, nos 40 (quarenta) dias que ficou obrigado a paralisar suas
funções, R$ 5.758,00 (cinco mil setecentos e cinquenta e oito reais).

Ademais, além do montante que deixou de auferir, faz-se necessária,


ainda, a atualização deste valor até a data do efetivo pagamento.

V. Pedidos

Face todo o exposto requer digne-se Vossa Excelência:

a) Seja julgado procedente o pedido preliminar condenando as Rés de forma solidária a


adimplir com os débitos decorrentes do sinistro provocado pelo primeiro Requerido;

b) Seja julgada totalmente procedente a presente demanda, condenando as Rés ao pagamento dos
danos materiais na quantia de R$ 2.338,70 (dois mil trezentos e trinta e oito reais e setenta
centavos) referente a franquia, gasto extra e taxas do Detran, acrescido de juros e correção
monetária contados a partir do evento danoso;
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c) A condenação das Rés ao pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$
2.000,00 (dois mil reais) ou outro valor a ser arbitrado por Vossa Excelência, acrescido de juros e

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correção monetária, contados a partir do evento danoso;

d) julgue procedente a presente ação, condenando as Rés no pagamento do valor de 5.758,00


(cinco mil setecentos e cinquenta e oito reais) a título de reparação por lucros cessantes,
acrescidos de juros e correções monetárias;

e) A citação das Rés para, querendo, ofertar contestação bem como outras medidas previstas Lei
no prazo legal, sob pena de incorrer nos efeitos da revelia e confissão;

f) A condenação das Rés ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios;

g) A produção de todas as provas em direito admitidas, especialmente prova documental e


depoimento pessoal das Rés, oitiva de testemunhas e tudo mais que o contraditório exigir.

h) Requer, ainda, a concessão dos benefícios da justiça gratuita, nos termos da Lei 1.060/50, bem
como nos termos do artigo 98 e seguintes do CPC, por não ter condições de arcar com as custas
processuais sem prejuízo de seu sustento ou de sua família.

Atribuí-se a causa o valor de R$ 10.096,70 (dez mil e noventa e seis reais


e setenta centavos), para fins de direito.

NESTES TERMOS,
PEDE DEFERIMENTO.
Londrina, 10 de dezembro de 2019.

Luiz Carlos Schilling


OAB/PR 55.434

Marlos Luiz Bertoni


OAB/PR 44.933

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