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PROJUDI - Processo: 0023492-94.2019.8.16.0014 - Ref. mov. 1.

1 - Assinado digitalmente por Angelica Terezinha Menk Ferreira


22/04/2019: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Comprovante de reparação/impossibilidade de reparação do dano

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJ6BL NGSUA BJCRG SWW2U
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO
ESPECIAL CIVEL DA COMARCA DE LONDRINA PARANA.

WILLIAM MOURA ODA, Brasileiro, Solteiro,


Motorista de Uber, Inscrito no CPF/MF sob Nº
053.041.839.83, Residente e Domiciliado a Rua Rosa Siqueira
Nº 123 em Londrina Paraná, por seus Advogados ao final
firmados com Escritório Profissional a Avenida Higienópolis
nº 174,7º Andar, Conjunto 701 em Londrina Paraná, onde
recebem avisos e intimações, vem a presença de VOSSA
EXCELENCIA, propor AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E
MORAIS face a CESAR PEREIRA DOS SANTOS, Brasileiro,
Portador da Cédula de Identidade RG: 3817304 SESP-SC ,
Inscrito no CPF: 006.297.499-81, com endereço residencial a
Rua Jaime Tavares dos Santos Nº 573, Jardim Paris Cep:
86082-078 em Londrina Paraná, pelos fatos e fundamentos a
seguir expostos:
PROJUDI - Processo: 0023492-94.2019.8.16.0014 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Angelica Terezinha Menk Ferreira
22/04/2019: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Comprovante de reparação/impossibilidade de reparação do dano

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1. DOS FATOS

O Autor é proprietário de veiculo Chevrolet


Onix, Placa BCH 2042, sendo mencionado veiculo ferramenta
de trabalho visto que o Autor é Motorista de Uber.

Nesse sentido cumpre esclarecer que na data


de 05/09/2018, durante uma corrida com chamado inicial as
17:23 na Rua Minas Gerais Nº 291 com destino a Avenida Jose
Gabriel de Oliveira Nº 915, por volta das 17:45 Horas, o
Autor aguardava no cruzamento entre a Avenida Jose Gabriel
de Oliveira e Avenida Garibaldi Deliberador, quando seu
veiculo foi atingido na lateral esquerda por Fiat Palio
Wekend, Placa DCA 2661, conduzido pelo Réu.

Após a colisão as Partes desceram do veiculo


para verificar possíveis avarias e lesões nos envolvidos,
quando o Réu alegou que a colisão deu-se por falta de
atenção a sinalização da via.

Ato continuo, o Autor encaminhou-se para a


Delegacia de Acidente de Transito onde foi lavrado Boletim
de Ocorrência nos termos acima.

Após a lavratura da ocorrência, o Autor


contatou o Réu que se comprometeu a arcar com os prejuízos
decorrentes do evento danoso.

Deste modo, o veiculo do Autor deu entrada


junto a Oficina Metronorte para reparos de funilaria e
pintura devido à avaria na porta dianteira e traseira do
lado esquerdo em 10/09/2018, sendo entregue em 27/09/2018.

Nesse sentido cumpre esclarecer que o Réu


arcou com os danos materiais emergentes, qual seja, reparos
de funilaria e pintura, entretanto se omitiu em arcar com
os lucros cessantes visto que o Autor ficou impossibilitado
de exercer suas atividades profissionais por 21 dias.

Assim, não obtendo outro meio, o Autor


ajuizou a presente ação para solução do litígio.
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2. DO DIREITO:

2.1 DOS DANOS:

Em principio cabe salientar que não a óbice


para a cumulação de danos morais e materiais.

Nesse sentido reza a Jurisprudência Pátria;


INDENIZAÇÃO - Danos morais - Cumulatividade com a
indenização por danos materiais. A indenização por
dano patrimonial não exclui aquela devida por danos
morais, sendo ainda indiscutível, à luz dos incisos V
e X do artigo 5º da Constituição Federal, o direito
de a vítima ver-se indenizada por danos material e
moral, cumulativamente (v. Súmula 37 do Egrégio
Superior Tribunal de Justiça). (TJ/SP - Apelação
Cível n. 70.286-4 - São Paulo - 6ª Câmara de Direito
Privado - Relator: Antonio Carlos Marcato).

No mas, a culpa pelo evento danoso é


atribuída ao Réu pela inobservância de um dever que devia
conhecer e observar.

Está assegurado na Constituição Federal de


1988 o direito relativo à reparação de danos materiais:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem


distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:

X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a


honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito
à indenização por dano material ou moral decorrente
de sua violação.

Sobre a responsabilidade de reparar o dano


causado a outrem, Luis Chacon diz que:

(...) o dever jurídico de reparar o dano é


proveniente da força legal, da lei. Esse dever
jurídico tem origem, historicamente, na idéia de
culpa, no respondere do direito romano, tornando
possível que a vítima de ato danoso culposo
praticado por alguém pudesse exigir desse a
reparação dos prejuízos sofridos. Obviamente que se
a reparação não for espontaneamente prática será
possível o exercício do direito de crédito,
reconhecido por sentença em processo de
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conhecimento, através da coação estatal que
atingirá o patrimônio do devedor causador dos
danos. (CHACON, Luis Fernando Rabelo. São Paulo :
Saraiva, 2009)

Conforme os artigos 186 e 927, “caput” do


atual Código Civil Brasileiro:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão


voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e


187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-
lo.

No caso, é patente a responsabilidade civil


do Réu , pois pelo que foi até aqui exposto, verifica-se
que houve, por parte do mesmo culpa no delito cometido.

Em se tratando de acidente de trânsito, a


culpa deve ser aferida levando-se em conta a ação
voluntária do motorista que viola as normas de conduta
previstas no Código de Trânsito Brasileiro, bem como o
comportamento imprudente suficiente para colocar em risco
os usuários da via.

O ordenamento jurídico, ao estipular


expressamente o modelo de conduta a ser seguido no
trânsito, ordena que, na realização de toda ação que possa
ter como conseqüência a lesão de um bem jurídico, seja
observado “o cuidado necessário no tráfego” para evitar
essa conseqüência.

Destarte, todo aquele que age em desacordo


com essas normas de conduta cria um “risco não permitido”,
devendo arcar pelos prejuízos decorrentes dessa
inobservância.

A norma de conduta mais básica no trânsito


diz respeito à atenção e cuidados indispensáveis que todo
motorista deve ter na condução de veículos automotores,
para garantida de segurança no trânsito.

Neste sentido o artigo 34 do CTB dispõe que:

“Art. 34 – O condutor que queira executar uma manobra


deverá certificar-se de que pode executá-la sem
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perigo para os demais usuários da via que o seguem,
precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua
posição, sua direção e sua velocidade.”

E os artigos 28 e 29, II, do mesmo diploma


legal, estabelecem claramente que é dever do condutor ter o
domínio de seu veiculo, dirigindo-o com atenção e cuidado
indispensáveis à segurança no transito, guardando sempre a
distancia frontal necessária em relação aos outros veículos
de acordo com a velocidade de tráfego, in verbis:

“Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter


domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e
cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.

Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres


abertas à circulação obedecerá às seguintes normas:

(...)

II - o condutor deverá guardar distância de segurança


lateral e frontal entre o seu e os demais veículos,
bem como em relação ao bordo da pista, considerando-
se, no momento, a velocidade e as condições do local,
da circulação, do veículo e as condições climáticas;”
Nesse sentindo:

DIREITO CIVIL. RESSARCIMENTO. ACIDENTE DE TRÂNSITO.


COLISÃO. VEÍCULO QUE ADENTRA REPENTINAMENTE NA VIA
PREFERENCIAL. CULPA CARACTERIZADA. IMPRUDÊNCIA. DANOS
A SEREM REPARADOS. FUGA DO MOTORISTA. ART. 305 DO
CNT. APURAÇÃO AFASTADA. ORÇAMENTOS VÁLIDOS. DEVER DE
INDENIZAR OS DANOS MATERIAIS CAUSADOS. RECURSO
PROVIDO EM PARTE.1. CONFIGURADO O ATO ILÍCITO,
CORRETA A SENTENÇA QUE FIXOU A INDENIZAÇÃO POR DANOS
MATERIAIS, OBSERVANDO-SE OS ORÇAMENTOS LANÇADOS NOS
AUTOS.CONHECER DO RECURSO, REJEITAR A PRELIMINAR, DAR
PARCIAL PROVIMENTO, SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA,
POR UNANIMIDADE.Indexação ProcessoACJ 20070410089378
DF Orgão Julgador Segunda Turma Recursal dos uizados
Especiais Cíveis e Criminais do D.F. Publicação DJU
05/08/2008 Pág. : 216 Julgamento 3 de Junho de 2008
Relator ROBSON BARBOSA DE AZEVEDO

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INDENIZAÇÃO - DANOS MATERIAIS -RESPONSABILIDADE CIVIL


- TRANSPORTADORA - VEÍCULO SEM FREIO - OCORRÊNCIA DO
DANO - CULPA - NEXO CAUSAL - COMPROVAÇÃO.Diante do
ato culposo do agente, da lesão causada à vítima e do
nexo entre os dois primeiros elementos, o lesado se
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legitima à pretensão reparatória, podendo ser
ressarcido pelos danos materiais demonstrados.
Havendo nos autos prova que o acidente ocorreu em
razão de que o freio do veículo de propriedade não
funcionou, patente é a sua responsabilidade, uma vez
que incumbia à mesma adotar as diligências
necessárias na manutenção dos veículos de sua
propriedade. Processo 106860412700140011 MG
1.0686.04.127001-4/001(1)Publicação 10/11/2007
Julgamento 31 de Outubro de 2007 RelatorFERNANDO
CALDEIRA BRANT

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- Acidente de veículo - Colisão pela traseira -


Presunção de culpa - Veículo sem freios -
Responsabilidade reconhecida - Orçamentos estimados
dos prejuízos - Validade - Ação procedente - Recurso
improvido. . SR 1000785002 SP Orgão Julgador 35ª
Câmara de Direito Privado Publicação 13/08/2008
Julgamento 11 de Agosto de 2008 Relator Melo Bueno

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APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL EM ACIDENTE DE


TRÂNSITO. AGRAVO RETIDO. CONTRADITA DE TESTEMUNHA.
COLISÃO DE CAMINHÃO EM POSTO DE COMBUSTÍVEIS.
PROBLEMA NOS FREIOS. SENTENÇA MANTIDA.AGRAVO RETIDO:
Ausente prova de que a testemunha tenha interesse no
resultado da lide e, não demonstrado qualquer
prejuízo com sua oitiva, deve ser mantida a decisão
do Magistrado de origem, que não acolheu a contradita
da testemunha. DEVER DE INDENIZAR: Para que se
caracterize dano passível de indenização é necessário
o ato ilícito, o dano e o nexo causal. No caso
concreto, é incontroverso o fato, não tendo sido
comprovado que terceiro deixou o veículo sem freios.
AGRAVO RETIDO E APELO DESPROVIDOS. UNÂNIME. (Apelação
Cível Nº 70035389295, Décima Segunda Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Elaine Maria
Canto da Fonseca, Julgado em 15/12/2015).

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APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL EM ACIDENTE DE


TRÂNSITO. AGRAVO RETIDO. CONTRADITA DE TESTEMUNHA.
COLISÃO DE CAMINHÃO EM POSTO DE COMBUSTÍVEIS.
PROBLEMA NOS FREIOS. SENTENÇA MANTIDA.AGRAVO RETIDO:
Ausente prova de que a testemunha tenha interesse no
resultado da lide e, não demonstrado qualquer
prejuízo com sua oitiva, deve ser mantida a decisão
do Magistrado de origem, que não acolheu a contradita
da testemunha. DEVER DE INDENIZAR: Para que se
caracterize dano passível de indenização é necessário
o ato ilícito, o dano e o nexo causal. No caso
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concreto, é incontroverso o fato, não tendo sido
comprovado que terceiro deixou o veículo sem freios.
AGRAVO RETIDO E APELO DESPROVIDOS. UNÂNIME. (Apelação
Cível Nº 70035389295, Décima Segunda Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Elaine Maria
Canto da Fonseca, Julgado em 15/12/2015).

...

ACIDENTE DE TRÂNSITO – Pretensão indenizatória


julgada procedente – Causa do acidente atribuída pelo
réu, em contestação, a uma súbita perda dos freios do
veículo que conduzia – Falha mecânica – Fortuito
interno que não afasta o dever de indenizar –
Precedentes desta Corte – Inteligência do artigo 393,
parágrafo único, do Código Civil – Dano material
satisfatoriamente demonstrado e dimensionado –
Preliminar de inadmissibilidade do recurso afastada –
Recurso conhecido e não provido. Processo APL
00015792820138260648 SP 0001579-28.2013.8.26.0648
Orgão Julgador 33ª Câmara de Direito Privado
Publicação 12/05/2015 Julgamento 11 de Maio de 2015
Relator Sá Duarte

Deste modo, requer sejam cumulados os danos


morais e materiais relativos ao lucros cessantes a seguir
mencionados.

2.2 DOS DANOS MATERIAIS:

O dano patrimonial/material é aquele


suscetível de avaliação pecuniária.

Em outras palavras, é aquele que incide


sobre interesses de natureza material ou econômica e,
portanto, reflete-se no patrimônio do lesado.

Podemos afirmar, então, que nos danos


patrimoniais, também chamados de danos materiais, o fato
danoso representa a lesão de interesses de ordem material.
Todavia, o dano deve ser certo, não se justificando a
reparação do dano hipotético.

Os danos materiais geralmente são divididos


em duas espécies: os danos emergentes e os lucros
cessantes.

Aliás, essa foi à posição do Código Civil de


2002 que contou com a aprovação da doutrina.
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Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas
em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem,
além do que ele efetivamente perdeu, o que
razoavelmente deixou de lucrar.

O dano emergente é representado pela


diminuição patrimonial, seja porque se depreciou o ativo,
seja porque aumentou o passivo.

Em outros dizeres, o dano emergente


compreende a perda ou diminuição de valores já existentes
no patrimônio do lesado. Ele é de fácil constatação
bastando confrontar a diferença do valor do patrimônio da
vítima não fosse à ocorrência do dano.

O Réu entretanto arcou com o dano emergente,


omitindo-se apenas no lucro cessante.

O lucro cessante, por sua vez, é a


frustração da expectativa de ganho, ou seja, refere-se aos
benefícios que o lesado deixou de obter em conseqüência da
lesão, isto é, ao acréscimo patrimonial frustrado.
Podemos dizer, portanto, que o lucro cessante pressupõe que
o lesado tinha no momento da lesão a titularidade de uma
situação jurídica que, mantendo-se, lhe daria direito a um
ganho.

Sérgio Cavalieri Filho explica com clareza:

’Consiste, portanto, o lucro cessante na perda do


ganho esperável, na frustração da expectativa de
lucro, na diminuição potencial do patrimônio da
vítima.’

É preciso alertar, entretanto, o cuidado do


juiz no momento de caracterizar o citado dano. Não se pode
confundir lucro cessante com lucro imaginário, simplesmente
hipotético, odioso para o direito.

Com efeito, trata-se de um juízo de


probabilidade objetiva e não de mera possibilidade, isto é,
é necessário que do curso normal das coisas e
circunstâncias do caso concreto o ofendido provavelmente
teria um ganho não fosse o dano causado. Dessa forma, se vê
desde logo, a necessidade de levar em conta não somente o
desfalque, mas aquilo que não entrou ou não entrará para
esse patrimônio, em virtude de certo fato danoso.
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Nessa seara, importante salientar que o Réu
é motorista de uber, sendo seu veículo, sua principal
ferramenta de trabalho.

Ocorre que, após a colisão do veiculo, o


Autor ficou impossibilitado de realizar suas atividades
laborativas visto a falta do veiculo que ficou paralisado
para reparos por um período de 21 dias.

Nesse sentido, levando-se em conta o


faturamento mensal do Autor nos meses antecedentes e ao
evento danoso, (30/04-05/08) verificou-se que houve um
lucro cessante referente ao período de inatividade no valor
médio de R$ 3.282,30 (referente há 21 dias).

Nesse sentido:

RECURSO INOMINADO ? AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS


MATERIAIS E LUCROS CESSANTES ? ACIDENTE DE TRÂNSITO ?
SEGURADORA QUE PAGOU O CONSERTO DO VEÍCULO, PORÉM NÃO
RESSARCIU A PARTE PELOS DANOS MATERIAIS SUPORTADOS ?
CAMINHÃO PARADO POR DIVERSOS DIAS PARA CONSERTO ?
IMPOSSIBILIDADE DO RECLAMANTE DE AUFERIR RENDA ? DANO
MATERIAL COMPROVADO ? RESTITUIÇÃO DEVIDA A TÍTULO DE
LUCROS CESSANTES ? SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS
FUNDAMENTOS. Recurso conhecido e desprovido , esta
Turma Recursal resolve, por unanimidade de votos,
conhecer e negar provimento ao recurso interposto,
nos exatos termos deste vot (TJPR - 1ª Turma Recursal
- 0004331-89.2010.8.16.0119/0 - Nova Esperança -
Rel.: Aldemar Sternadt - - J. 02.02.2016)(TJ-PR - RI:
000433189201081601190 PR 0004331-89.2010.8.16.0119/0
(Acórdão), Relator: Aldemar Sternadt, Data de
Julgamento: 02/02/2016, 1ª Turma Recursal, Data de
Publicação: 15/02/2016)

...

APELAÇÕES CÍVEIS. SEGUROS. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR


DANOS MATERIAIS E MORAIS. SEGURO DE VEÍCULO. DEMORA
INJUSTIFICADA NO CONSERTO DE VEÍCULO. IMPEDIMENTO DO
EXERCÍCIO DA ATIVIDADE PROFISSIONAL E PESSOAL. LUCROS
CESSANTES. DANOS MORAIS, INDENIZAÇÃO DEVIDA. 1. A
seguradora responde objetivamente pelos eventuais
danos e prejuízos causados ao cliente, em razão de
falha na prestação de serviço. Na espécie, a demora
injustificada de muito tempo no conserto do veículo
pela oficina credenciada à seguradora acarreta
responsabilidade da demandada pelos danos advindos à
empresa autora. 2. Lucros cessantes. Apuração por
meio de liquidação de sentença, atentando os
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critérios definidos com base nas provas vertidas aos
autos. Prova do lucro médio obtido e descontado
percentual em vista dos custos médios operacionais do
caminhão. 3. Danos morais. A demora no conserto do
automóvel, consideradas as peculiaridades do caso,
extrapolou o mero dissabor e justifica a condenação
ao pagamento de indenização por danos morais. Quantum
fixado, considerado o grau de ofensa, as condições
financeiras das partes e a culpa do ofensor.
Manutenção. 4. Verba honorária fixada conforme aos
critérios do art. 85, §§ 2º e 8º do CPC e tendo em
vista que o feito não mereceu produção de prova em
audiência ou técnica... e a matéria não encontra
maior complexidade. Majoração em vista da sucumbência
recursal. APELAÇÕES DESPROVIDAS. (Apelação Cível Nº
70076889419, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça
do RS, Relator: Isabel Dias Almeida, Julgado em
28/03/2018).(TJ-RS - AC: 70076889419 RS, Relator:
Isabel Dias Almeida, Data de Julgamento: 28/03/2018,
Quinta Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da
Justiça do dia 04/04/2018)

...

APELAÇÕES CÍVEIS. AGRAVO RETIDO. SEGURO DE VEÍCULO.


DEMORA INJUSTIFICADA NO CONSERTO DE VEÍCULO.
IMPEDIMENTO DO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE PROFISSIONAL.
LUCROS CESSANTES. INDENIZAÇÃO DEVIDA. VALOR MANTIDO.
1. Agravo retido. Expedição de ofício à Receita
Federal. Desnecessidade. O juiz é o destinatário das
provas, podendo indeferir a produção de provas que
considerar inúteis ou protelatórias, a teor do
disposto no art. 130 do CPC. 2. A ré é responsável
pelos danos decorrentes da demora injustificada no
conserto de caminhão em oficina de sua indicação.
Lucros cessantes satisfatoriamente comprovados pela
parte autora. 3. Manutenção do valor fixado na
sentença, condizente com o comprovado o rendimento
líquido que a parte demandante teria no prazo que
ficou privada do uso do caminhão. Sentença mantida
inclusive em relação ao período e valores. 4.
Correção monetária devida desde 06-06-2013 e juros
moratórios a partir da citação. 5. Honorários
advocatícios fixados em percentual sobre valor da
condenação, nos moldes do art. 20, § 3º do CPC.
Recurso provido, no ponto. 6. Distribuição da
sucumbência mantida. AGRAVO RETIDO E APELO DA RÉ
DESPROVIDOS. APELO DO AUTOR PARCIALMENTE PROVIDO.
(Apelação e Reexame Necessário Nº 70061471736, Quinta
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Isabel Dias Almeida, Julgado em 29/10/2014).(TJ-RS -
REEX: 70061471736 RS, Relator: Isabel Dias Almeida,
Data de Julgamento: 29/10/2014, Quinta Câmara Cível,
Data de Publicação: Diário da Justiça do dia
04/11/2014)
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22/04/2019: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Comprovante de reparação/impossibilidade de reparação do dano

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“APELAÇÃO CÍVEL E RECURSO ADESIVO. RESPONSABILIDADE


CIVIL EM ACIDENTE DE TRÂNSITO. COLISÃO NA TRASEIRA EM
RODOVIA. Tratando-se de caminhão de carga de
transportadora, a paralisação faz presumir os lucros
cessantes. A apuração dos lucros cessantes deve
ocorrer em sede de liquidação de sentença, com base
no faturamento dos três meses que antecederam o do
acidente, descontados os custos operacionais do
veículo, adotando-se o percentual da legislação do
imposto de renda (40%, conforme INSRF 156/01) . Dano
moral não configurado, eis que do acidente advieram
apenas transtornos, incapazes de gerar abalo
extrapatrimonial. Ônus da sucumbência readequado.
APELAÇÃO DO AUTOR IMPROVIDA. RECURSO ADESIVO DA RÉ
PARCIALMENTE PROVIDO.” (Apelação Cível Nº
70058422809, Décima Primeira Câmara Cível, Tribunal
de Justiça do RS, Relator: Luiz Roberto Imperatore de
Assis Brasil, Julgado em 04/06/2014). (grifou-se).

....

RECURSO INOMINADO ? AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS


MATERIAIS E MORAIS C/C LUCROS CESSANTES, DECORRENTES
DE ACIDENTE DE TRÂNSITO ? PRINCÍPIO DA ORALIDADE E
DO LIVRE CONVENCIMENTO DO JUIZ ? DANO MORAL E
MATERIAL COMPROVADOS ? LUCRO CESSANTE DEVIDO ?
SENTENÇA MANTIDA PELOS SEUS PRÓPRIOS
FUNDAMENTOS.Recurso conhecido e desprovido. ,
decidem os Juízes integrantes da Primeira Turma
Recursal do Estado do Paraná, por unanimidade de
votos, conhecer e negar provimento ao recurso, nos
exatos termos deste vot (TJPR - 1ª Turma Recursal -
0022236-78.2013.8.16.0030/0 - Foz do Iguaçu - Rel.:
FERNANDA DE QUADROS JORGENSEN GERONASSO - - J.
10.11.2014)

...

AÇÃO DE COBRANÇA. LUCROS CESSANTES DECORRENTES DE


ACIDENTE DE TRÂNSITO ENVOLVENDO CAMINHÃO DO AUTOR
QUE SE ENCONTRAVA PARADO EM ESTACIONAMENTO
DESCARREGANDO MERCADORIAS. VEÍCULO PARADO PARA
CONSERTO PELO PERÍODO DE 47 DIAS. DEVER DE CONFERIR
OS LUCROS CESSANTES, NO PERÍODO EM QUE DEIXOU DE
LABORAR. PROVAS SUFICIENTES A DEMONSTRAR QUE O AUTOR
FAZ JUS A INDENIZAÇÃO.1. Lucros cessantes devidos.
Comprovação documental suficiente nos autos, de
molde a demonstrar o prejuízo na atividade laboral
que o autor desenvolve, com o sinistro havido.
Processo 71003277340 RS Orgão Julgador Terceira
Turma Recursal Cível Publicação Diário da Justiça do
dia 22/05/2012 Julgamento 17 de Maio de 2012 Relator
Eduardo Kraemer Processo 71003277340 RS Orgão
Julgador Terceira Turma Recursal Cível Publicação
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Diário da Justiça do dia 22/05/2012 Julgamento 17 de
Maio de 2012 Relator Eduardo Kraemer

...

DANOS MATERIAIS. ACIDENTE DE TRÂNSITO. SEMÁFORO


FECHADO. PROVA TESTEMUNHAL. CULPA COMPROVADA. DANOS
MATERIAIS PROVADOS POR ORÇAMENTOS. LUCROS CESSANTES.
ÔNUS DA PROVA. INDENIZAÇÃO DEVIDA. SENTENÇA MANTIDA.
Responde pelo danos materiais e lucros cessantes
decorrentes de acidente de trânsito o agente que não
para em cruzamento sinalizado, passando por semáforo
fechado para si, colidindo com o veículo do autor
que tinha preferencia de passagem, pois o semáforo
estava aberto para este como como atestado pela
melhor prova testemunhal. O autor provou os danos
sofridos. O recorrente não trouxe aos autos qualquer
contraprova de que os orçamentos estavam
superfaturados ou os danos não eram no montante
pleiteados, não cumprindo, portanto, com seu ônus
probatório – art. 333, II do CPC. Correto, portanto,
o parâmetro utilizado na sentença. Processo RI
00006662920108229001 RO 0000666-29.2010.822.9001
Orgão Julgador Turma Recursal - Porto Velho
Publicação Processo publicado no Diário Oficial em
20/12/2010. Julgamento 10 de Dezembro de 2010
Relator Juiz Marcelo Tramontin

...

Ação de reparação de danos materiais e lucros


cessantes decorrentes de acidente de trânsito de
grave proporção. Colisão entre caminhão e automóvel.
Ultrapassagem em local proibido. Culpa exclusiva da
condutora do veículo da ré. Procedência que se
mantém. Cuida-se de ação de reparação de danos
materiais e lucros cessantes decorrente de acidente
de trânsito de grave proporção ocorrido em via
pública. No caso em lide, narra a parte autora que
seguia em via pública, quando o veículo da ré, que
seguia em sentido contrário de deslocamento,
conduzido de forma negligente e irresponsável, ao
efetuar ultrapassagem em local proibido, causou o
sinistro. Da análise do boletim de acidente de
trânsito, indubitável a culpa exclusiva da condutora
do veículo da ré, uma vez que desrespeitou a
sinalização local de não ultrapassagem em via com
duplo sentido de direção e pista única, situação
prevista no art. 32 do CTB. Outrossim, a realização
da manobra que desencadeou o sinistro, justificada
pela necessidade de desviar de objetos que caíam
sobre o pára-brisa de seu veículo, além de não ter
sido comprovada, em momento algum é negada pelas
requeridas, o que por si só enseja veracidade às
assertivas pleiteadas pela parte autora. Ademais,
também não foram produzidas provas em relação ao
PROJUDI - Processo: 0023492-94.2019.8.16.0014 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Angelica Terezinha Menk Ferreira
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excesso de velocidade do veículo guiado pelo
demandante. Quantum indenizatório é entendido como
verossímil ante a comprovação de gastos com a
reparação do veículo (R$ 16.100,00). SENTENÇA MANTIDA
PELOS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. RECURSO DESPROVIDO.
(Recurso Cível Nº 71003994852, Primeira Turma
Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Carlos
Francisco Gross, Julgado em 06/08/2013)

Sendo assim, o lucro cessante devido é de R$


3.282,30.

Logo, requer a VOSSA EXCELENCIA, a


condenação do Réu em Danos Materiais no valor de R$
3.282,30 (três mil duzentos e oitenta e dois reais e trinta
centavos) corrigidos e atualizados monetariamente da data
do evento danoso, nos molde da sumula 43 STJ.

2.3 DOS DANOS MORAIS:

Ainda e nesse sentido nada impede a


cumulação do pedido de indenização pelo dano material
suportado com o pedido de indenização por eventuais danos
morais ou à imagem que derivaram do mesmo fato gerador.

A obrigação de indenizar se origina na


ofensa à integridade moral do cidadão e ao descabido
cerceamento de sua já escassa capacidade de consumo.

A moral é reconhecida como bem jurídico


valioso, recebendo dos mais diversos diplomas legais a
devida proteção, inclusive, estando amparada pelo art. 5º,
inc. V da Carta Magna/88:

“Art. 5º [...]:

V – é assegurado o direito de resposta, proporcional


ao agravo, além da indenização por dano material,
moral ou à imagem;”

Outrossim, o art. 186 e art. 927 do Código


Civil de 2002 assim estabelecem:

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão


voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e


187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-
lo.”
PROJUDI - Processo: 0023492-94.2019.8.16.0014 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Angelica Terezinha Menk Ferreira
22/04/2019: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Comprovante de reparação/impossibilidade de reparação do dano

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Ocorre que o dano moral, como sabido,
origina-se de uma dor íntima, uma comoção interna, um
constrangimento gerado naquele que o sofreu e que
repercutiria de igual forma em uma outra pessoa nas mesmas
circunstâncias.

Nos dizeres do docente paranaense Clayton


Reis, é adequado a indenização por:

“lesão que atinge valores físicos e espirituais, a


honra, nossa ideologia, a paz íntima, a vida nos seus
múltiplos aspectos, a personalidade da pessoa, enfim,
aquela que afeta de forma profunda não os bens
patrimoniais, mas que causa fissuras no âmago do ser,
perturbando-lhe a paz de que todos nos necessitamos
para nos conduzir de forma equilibrada nos tortuosos
caminhos da existência.” (Avaliação do Dano Moral,
1998, ed. Forense).

Ora Excelência, no caso em Epigrafe, o Autor


teve sua Honra e sua Moral atingidas, visto o descaso do
Réu em assumir os danos causados.

Não fosse apenas isso, o Réu colocou a vida


de todos os envolvidos no acidente em risco, visto sua
conduta.

No mais, o Autor tentou por diversas maneiras


transigir o litígio de forma consensual, todavia sem êxito
(áudios em anexo).

2.3.1 DO VALOR DO DANO MORAL:

Por derradeiro, insta salientar a


quantificação da indenização que proporcione ao Autor
satisfação capaz de mitigar sua dor moral e pedagogicamente
desmotive o Réu a praticar semelhantes atentados.

Quando se pleiteia uma ação visando uma


indenização pelos danos morais sofridos, não se busca um
valor pecuniário pela dor sofrida, mais sim um lenitivo que
atenue, em parte, as conseqüências do prejuízo sofrido.
Visa-se, da mesma forma, com a reparação pecuniária de um
dano moral imposta ao responsável, uma sanção justa para o
causador do dano moral.

A ilustre civilista Maria Helena Diniz


(Curso de Direito Civil Brasileiro. 13ª edição. Ed.
PROJUDI - Processo: 0023492-94.2019.8.16.0014 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Angelica Terezinha Menk Ferreira
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Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
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Saraiva, 1999, v.7), com a precisão que lhe é peculiar,
assim se tem manifestado sobre a existência dos danos
morais:

"Não se trata, como vimos, de uma indenização de sua


dor, da perda sua tranqüilidade ou prazer de viver,
mas de uma compensação pelo dano e injustiça que
sofreu, suscetível de proporcionar uma vantagem ao
ofendido, pois ele poderá, com a soma de dinheiro
recebida, procurar atender às satisfações materiais
ou ideais que repute convenientes, atenuando assim,
em parte seu sofrimento".

"A reparação do dano moral cumpre, portanto, uma


função de justiça corretiva ou sinalagmática, por
conjugar, de uma só vez, a natureza satisfatória da
indenização do dano moral para o lesado, tendo em
vista o bem jurídico danificado, sua posição social,
a repercussão do agravo em sua vida privada e social
e a natureza penal da reparação para o causador do
dano, atendendo a sua situação econômica, a sua
intenção de lesar, a sua imputabilidade etc."

Corroborando com o pensamento doutrinário da


civilista alhures, assim se tem manifestado Guilherme Couto
de Castro (A responsabilidade Civil Objetiva no Direito
Brasileiro, Ed. Forense, 1997):

"Diante da impossibilidade de dar preço infligida ao


lesado, há de se tangenciar os verdadeiros valores
protegidos e para isso há de se ter como paradigma
elementos objetivos consubstanciados basicamente num
duplo caráter, compensatório e punitivo. Sua fixação
tem como fim, sob o primeiro ângulo, trazer benefício
apto a, de certo modo, permitir um alívio à vítima,
ajudando-a a liberar-se do sofrimento, ou
reconfortando-a , através do percebimento pecuniário.
Não se trata de pagar a dor já sentida, admitindo-se,
isto sim, que o valor estipulado ao trazer benesse
para quem padeceu sentimentalmente, implique uma
compensação justa, já sob o aspecto punitivo o
montante deve ser fixado de modo a não admitir que o
agente saia lucrando ou plenamente satisfeito com a
ilegal conduta".

A fixação desse quantum por sua vez não é


dever fácil. Enquanto o dano material diz respeito ao
prejuízo monetário sofrido, que facilmente se calcula e se
repõe, no dano moral, o bem maior de uma pessoa que é a sua
honra, o que fora abalado, nem sempre torna fácil à fixação
de um valor que realmente corresponda à finalidade
almejada.
PROJUDI - Processo: 0023492-94.2019.8.16.0014 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Angelica Terezinha Menk Ferreira
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Ao Magistrado, capitaneador processual, cabe
a incumbência de aferir o valor ressarcitório.

Com relação ao valor dos danos morais,


cumpre ressaltar as palavras de CLAYTON REIS:

“enquanto no caso dos danos materiais a reparação tem


como finalidade repôs as coisas lesionadas ao seu
status quo ante ou possibilitar à vítima a aquisição
de outro bem semelhante ao destruído, o mesmo não
ocorre, no entanto, com relação ao dano eminentemente
moral. Neste é impossível repor as coisas ao seu
estado anterior. A reparação, em tais casos, reside
no pagamento de uma soma pecuniária, arbitrada pelo
consenso do juiz, que possibilite ao lesado uma
satisfação compensatória da sua dor íntima.” (in
“DANO MORAL”, pg. 4)(destacou-se)

Logo, na situação em comento, fixar uma


indenização irrisória, seria coadjuvar com a atitude do
Réu, que causou grandes aborrecimentos ao Autor.

É sabido que a verba indenizatória não deve


constituir a verba compensatória meio de locupletamento
indevido do lesado e, assim, deve ser arbitrada com
moderação e prudência pelo julgador. Por outro lado, não
deve ser insignificante, eis que não pode constituir
estímulo à manutenção de práticas que agridam e violem
direitos a terceiros.

Neste sentido confiram os seguintes


julgados:

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS CAUSADOS


EM ACIDENTE DE TRÂNSITO -CASO FORTUITO NÃO
CONFIGURADO - CUMULAÇÃO DE DANOS MORAIS E ESTÉTICOS -
MANUTENÇÃO DOS VALORES - RECURSOS DESPROVIDOS O caso
fortuito cinge-se às situações absolutamente
imprevisíveis e conseqüências inesperadas. A falta de
freio em um veículo é um risco previsível na
atividade automobilística, pelo qual é responsável o
proprietário e usuário da máquina. Os danos morais,
que atingem o patrimônio anímico de um sujeito, sua
intimidade, não têm relação alguma com os valores
despendidos para a correção na aparência que foi
desfigurada em qualquer tipo de sinistro. A
indenização por danos morais não pode de um lado,
servir ao enriquecimento material do lesado, e de
outro, levar a completa ruína o lesante. O valor deve
ser tal, que amenize o sofrimento psíquico causado e
sirva também de desestímulo a reiteração do ato.
PROJUDI - Processo: 0023492-94.2019.8.16.0014 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Angelica Terezinha Menk Ferreira
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Processo AC 230548 SC 2003.023054-8 Orgão Julgador
Terceira Câmara de Direito Civil Partes Apte/RdoAd:
Eliseu Voltolini e outro, Apdo/RteAd: Manoel Luiz
Martins e outro, Interessada: Sul América Bandeirante
Seguros S/A Publicação Apelação cível n. 03.023054-8
de Ascurra. Julgamento 21 de Maio de 2004 Relator
José Volpato de Souza Andamento do Processo.

...

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS


E MORAIS - ACIDENTE DE TRÂNSITO - COLISÃO LATERAL -
INVASÃO DE PREFERENCIAL - CULPA DEMONSTRADA - DANO
MORAL PURO - QUANTUM INDENIZATÓRIO - REDUÇÃO -
DESCABIMENTO. 1. Age com culpa quem adentra via
preferencial sem as devidas cautelas, causando
colisão entre seu veículo e motocicleta que trafegava
regularmente pela pista preferencial, demonstrando
imprudência na realização inadvertida da manobra. 2.
O dano moral puro independe de prova, por atingir o
interior da personalidade. Comprovado o nexo de
causalidade entre o fato e o dano, obrigado está o
causador de repará-lo. 3. Configurando as
especificidades do caso, o valor do dano moral deve
ser majorado, a fim de que a resposta do Poder
Judiciário seja efetiva e justa, em consonância com a
premissa de que o montante da condenação nas
reparações deve corresponder a dois elementos:
amenizar o sofrimento em decorrência do acidente e,
para o infrator, prevenção de novos ilícitos. (TJPR -
9ª C.Cível - AC 19025- Foro Central da Região
Metropolitana de Curitiba - Rel.: Des. Rosana Amara
Girardi Fachin - Unânime - J. 05/11/2009).

...

RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL - ACIDENTE


AUTOMOBILÍSTICO - COLISÃO PARTE LATERAL FRONTAL -
CULPA - VERIFICAÇÃO - DEPOIMENTOS TESTEMUNHAIS E
DEMAIS ELEMENTOS INTEGRANTES DO CADERNO PROCESSUAL,
SUFICIENTES PARA IDENTIFICAÇÃO CLARA DOS FATOS E
CONSTATAÇÃO DA NEGLIGÊNCIA E IMPRUDÊNCIA DA PARTE RÉ
NO EVENTO DANOSO - VERSÃO DA PARTE AUTORA ACOLHIDA -
FATOS CONSTITUTIVOS DO DIREITO DEMONSTRADOS (ARTIGO
333, I DO CPC) - DANOS MATERIAIS CORRETAMENTE
ABORDADOS NA SENTENÇA - DANOS MORAIS RAZOABILIDADE E
PROPORCIONALIDADE SENTENÇA REFORMADA. RECURSO DE
APELAÇÃO 1 CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. RECURSO
DE APELAÇÃO 2 CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. 1.
Para se ter a obrigação de restar indene, deve-se
praticar uma conduta que gere um dano, e por fim,
necessário o nexo de causalidade entre a conduta e
dano. Também se acha irrefutável a presença da culpa,
ou seja, a conduta tem que ser culposa (dolo/culpa).
Nestes termos, ordinariamente, para que a vítima
obtenha a indenização, deverá provar entre outras
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coisas que o agente causador do dano agiu
culposamente1. 2. O senso comum entra em jogo,
principalmente, em todo o âmbito da interpretação e
aplicação das normas que constituem o fundamento
jurídico da decisão. Por um lado, basta considerar
que é o senso comum quem fornece o material semântico
e Standards de individualização das acepções dos
enunciados normativos, não apenas quando estes estão
expressos por meio da linguagem ordinária, mas também
quando as normas são formuladas integralmente em
linguagem técnico jurídica (além do fato de que a
distinção entre a linguagem comum e linguagem
jurídica costuma ser vaga e indeterminável, e por
isso variável e contingente). O exemplo mais claro
disso é quando o juiz deve preencher ou concretizar
cláusulas gerais como a boa-fé ou má-fé, a normal
prudência ou a gravidade do dano, mas o recurso ao
senso comum ocorre também quando se trata de
interpretar as normas formuladas de modo
relativamente mais específico. Por outro lado, é útil
observar que muitas vezes o senso comum representa o
ponto de partida para Vorverstandnis, no qual segundo
a hermenêutica, tem início a interpretação. Nesse
sentido, poder-se - ia, entender que isso que
consideramos como senso comum equivalha
substancialmente ao que constitui a tradição na
teoria de Gadamer, ou seja, o conjunto de noções,
conhecimentos, lugares comuns, componentes ou
condutas culturais que integram o substrato ou
fundamento inicial do intérprete no momento em que se
põe de frente ao texto a interpretar. (STJ - 4º
Turma. Resp. 530.744 - RO, Relator Ministro Sálvio de
Figueiredo.)

Dessa maneira, requer a condenação do Réu na


indenização por danos morais causados ao Autor, pelo Abalo
a sua Moral e a Sua Honra, no Valor de R$ 6.718,00 (Seis
Mil, Setecentos e Dezoito Reais).

Alternativamente, não sendo esse


entendimento de VOSSA EXCELENCIA, Requer a Condenação do
Réu em valor que desestimule a repetir o ocorrido contra
outros membros da coletividade.

3. DO PEDIDO:

Ante o exposto, requer a VOSSA EXCELENCIA:

A condenação do Ré em danos materiais (lucro


cessante), no valor de R$ 3.282,30 corrigidos
PROJUDI - Processo: 0023492-94.2019.8.16.0014 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Angelica Terezinha Menk Ferreira
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monetariamente e acrescidos dos juros legais desde a data
do acidente até a data do efetivo pagamento.

A indenização por danos morais causados ao


Autor, pelo Abalo a sua Moral e a Sua Honra, no Valor de R$
6.718,00 (Seis Mil Setecentos e Dezoito Reais).

Alternativamente, não sendo esse


entendimento de VOSSA EXCELENCIA, Requer a Condenação da
Empresa Ré em valor que desestimule a repetir o ocorrido
contra outros membros da coletividade.

A Citação do Réu no endereço mencionado


acima para contestar, no prazo legal, sob pena de confissão
e revelia.

Protesta por todos os tipos de provas, em


especial depoimento pessoal, oitiva de testemunhas e
juntada de documentos.

Dá-se à causa o valor de R$ 10.000,00

Nestes termos,
Pede deferimento.

Londrina, 22 de Abril de 2019.

ABEL FERREIRA-ADVOGADO
OAB/PR 13490

ANGELICA T. MENK FERREIRA-ADVOGADA


OAB/PR 45215

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