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03- Na realidade, o 2º réu transitava com o veículo pela faixa central da Av. Severino
Balesteros Rodrigues, quando após verificar no retrovisor e sinalizar com a seta, mudou
normalmente com veículo para a faixa da esquerda.
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04- Quando já transitava na faixa da esquerda, alguns metros à frente, ao fazer a
conversão à esquerda na Av. João Gomes Cardoso, se viu obrigado a reduzir a
velocidade/parar o veículo em razão de um pequeno congestionamento de veículos
ocasionado pelo semáforo (vermelho), quando então foi abalroado na sua traseira
esquerda pelo veículo conduzido pelo autor, o qual também seguia para a Av. João
Gomes Cardoso logo atrás do veículo dos réus.
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- Eis a foto real da saída da Av. Severino Balesteros Rodrigues para a Av. João
Gomes Cardoso:
Obs: Local que em certos horários causa congestionamento de veículos que estão virando à
esquerda por conta do semáforo e grande volume de veículos em circulação.
07- Na realidade, em se tratando de colisão na traseira, foi o autor que não guardou a
distância necessária para a segura circulação dos veículos e não efetuou a parada do seu
veículo quando necessário no congestionamento, por total falta de atenção.
08- Consoante se infere das fotos dos veículos já anexadas aos autos, veja que o
veículo do 2º réu foi atingido e teve danos na traseira esquerda, enquanto o veículo do
autor teve dano na frente direita, o que corrobora exatamente a dinâmica do acidente
acima explicitada na ilustração.
09- Cumpre salientar também que se fosse verídica a alegação do autor de que ele
seguiria reto, por obvio ele não teria colidido com o lado direito da sua frente do seu
veículo e sim com o lado esquerdo ou centro, conforme ilustração do acidente acima,
sendo certo que, mesmo nesta absurda hipótese, o acidente também teria ocorrido por
culpa do autor, que não observou o veículo a sua frente, não reduziu a velocidade e
acertou a traseira esquerda do veículo dos réus.
10- A própria foto de fl.29 juntada pelo autor evidencia que ele já estava fora da Av.
Severino Balesteros Rodrigues, ou seja, não seguia reto e já havia convergido no
cruzamento para a Av. João Gomes Cardoso quando acertou o veículo do réu que seguia à
sua frente.
11- Ademais, cumpre destacar que quem sofreu danos materiais em razão da
conduta ilícita culposa cometida pelo autor foram os réus, que tiveram o seu veículo
totalmente danificado na parte traseira esquerda, consoante fotos e orçamentos
anexos, devendo o autor ser condenado a indenizar os danos por ele ocasionados no
veículo conduzido pelo 2º réu, de propriedade do 1º réu.
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Logo, não há dúvidas que o acidente de trânsito em epígrafe ocorreu por culpa
exclusiva do autor, o que leva a improcedência dos pedidos da inicial e à procedência do
pedido contraposto formulado pelos réus.
13- A douta jurista Maria Helena Diniz (Curso de Direito Civil Brasileiro –
Responsabilidade Civil – vol. 7, Ed. Saraiva, p. 37) ensina que:
14- Neste caso, inexiste qualquer ato ilícito doloso ou culposo cometido pelos réus
e/ou nexo causal, razão pela qual, não há que se falar em responsabilidade civil dos réus
pelo ocorrido, afastando por completo o dever de indenizar.
15- In casu, o acidente ocorreu por culpa exclusiva do autor na condução do seu
veículo, já que acertou e danificou a traseira esquerda do veículo dos réus, consoante
já explicitado.
17- Logo, restando evidenciado nos autos que o acidente de trânsito em epígrafe
ocorreu por culpa exclusiva do autor, o que leva a total improcedência dos seus pedidos
indenizatórios da inicial e acarreta e procedência do pedido contraposto formulado pelos
réus de indenização por danos materiais, consoante adiante explicitado.
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Portanto, deverão ser julgados improcedentes os pedidos formulados pelo autor na
inicial e julgado procedente o pedido contraposto formulado pelos réus, consoante adiante
explicitado.
18- Alega o autor fazer jus ao pagamento da quantia de R$1.800,00 para reparação das
avarias do seu veículo.
Data venia, razão não assiste ao autor, restando impugnadas as suas alegações e
pleitos da inicial.
19- Inicialmente, cumpre destacar novamente que inexiste no caso dos autos qualquer
culpa dos réus pelo acidente ocorrido, razão pela qual, não há que se falar no pagamento
de indenização por danos materiais a qualquer título, consoante já salientado nos tópicos
anteriores.
21- Consoante se infere do orçamento utilizado pelo autor para requerer a quantia
acima (fl.43), em relação aos serviços de pintura, lanternagem no importe R$800,00,
verifica-se que tal valor está de acordo com o mercado, porém, o mesmo NÃO ocorre
com o valor das peças indicadas no referido orçamento.
Veja que os valores apresentados pelo autor estão muito superiores ao valor
médio de mercado, já que o “farol de milha direito” custa na realidade R$70,00
(entrega inclusa), o “farol principal direito” custa R$271,00 (entrega inclusa), e a
“grade farol de milha” custa R$50,00 (entrega inclusa), consoante orçamentos
anexos.
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ITEM VALOR REAL
Mão de obra – R$ 800,00 (valor indicado no
lanternagem e pintura próprio orçamento autor)
Farol de milha direito R$ 70,00 (orçamento anexo)
Farol principal direito R$ 271,00 (orçamento anexo)
Grade farol de milha R$ 50,00 (orçamento anexo)
Grade central Não danificada no acidente –
vide foto fl.29
23- Por fim, no mínimo, também deve ser observada a culpa concorrente do autor na
fixação de eventual indenização, nos termos do art. 945 do CC, reduzindo o valor pela
metade.
II – Lucros Cessantes
24- Alega o autor fazer jus a indenização total de R$1.332,00 referente a 03 (três)
diárias de seu serviço como motorista de aplicativo (R$444,00 cada dia), já que
supostamente o conserto do veículo demorará 03 dias.
Data venia, razão não assiste ao autor, restando impugnadas as suas alegações e
pleitos da inicial.
25- Inicialmente, cumpre destacar novamente que inexiste no caso dos autos qualquer
culpa dos réus pelo acidente ocorrido, razão pela qual, não há que se falar no pagamento
de indenização por danos materiais a qualquer título, consoante já salientado nos tópicos
anteriores.
26- De qualquer forma, também não há que se falar em indenização por lucros
cessantes como requerido na inicial, haja vista o autor ainda não sofreu o prejuízo, já que
sequer deixou o veículo para o conserto.
27- Nos termos do art.402 do Código Civil, os lucros cessantes consistem apenas
no que a parte “deixou de lucrar”:
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29- Ademais, também resta impugnada a alegação do autor de que irá perder 03 (três)
dias de trabalho como motorista de aplicativo para consertar o veículo, bem como o valor
de prejuízo alegado de R$444,00 por dia.
30- Isso porque, o dano do veículo do autor demonstrado nas fotos anexadas aos
autos se resume à substituição de peças e uma pequena lanternagem/pintura, o que
demandaria no máximo um 01 (um) dia de serviço, restando impugnado o tempo de
serviço descrito nos orçamentos juntados, posto que não fazem parte do documento
original e notoriamente FORAM INSERIDOS À MÃO PELO PRÓPRIO AUTOR
(veja que a letra de quem escreveu o tempo de serviço é idêntica em todos os
orçamentos).
31- Outrossim, verifica-se também que o autor juntou aos autos apenas o resumo
de ganhos como motorista de aplicativo relativos aos dias que ele obtém valores
maiores (quinta, sexta e sábado), sendo obvio que ele não vai deixar o veículo para
conserto nestes dias, mas sim nos dias de movimento muito menor, como segunda,
terça ou quarta-feira.
32- Se isso já não bastasse, é obvio também que do valor faturado, não é apenas
20% (R$100,00) que corresponde ao gasto com combustível como inveridicamente
alegado pelo autor, mas sim 50% do valor total recebido com corridas, consoante se
infere de simples consultas em pesquisas e matérias jornalísticas já publicadas
(https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2022/03/11/internas_economia,13519
34/amp.html ).
33- Desta forma, eventual dano material sofrido pelo autor ao perder 01 (um) dia
de corrida para conserto do veículo, deve considerar o lucro de R$125,00 (R$250,00
– 50% com gastos de combustível).
34- Por fim, no mínimo, também deve ser observada a culpa concorrente do autor na
fixação de eventual indenização, nos termos do art. 945 do CC, reduzindo o valor pela
metade.
35- Alega a autora fazer jus ao pagamento de indenização por danos morais no
importe de R$3.000,00, sob o fundamento de que “experimentou o amargo sabor de ter
seu bem deteriorado, aborrecimentos sem causa”, “deixou o autor na expectativa de
solucionar o problema amigavelmente”.
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Os réus impugnam expressamente as alegações e o pleito do autor.
36- Inicialmente, cumpre destacar novamente que inexiste no caso dos autos qualquer
culpa dos réus pelo acidente ocorrido, razão pela qual, não há que se falar no pagamento
de indenização por danos morais, consoante já salientado nos tópicos anteriores.
37- Além disso, NÃO ficou comprovado nos autos qualquer dano de natureza
moral sofrido pelo autor, haja vista que do acidente narrado não houve qualquer
dano físico, constrangimento, abalo à sua moral, ou mesmo qualquer prejuízo à sua
imagem.
38- Verifica-se que o autor sequer narra qualquer tipo de situação que tenha lhe
causado dano moral, limitando-se a dizer que “experimentou o amargo sabor de ter seu
bem deteriorado, aborrecimentos sem causa”, “deixou o autor na expectativa de
solucionar o problema amigavelmente”, o que por obvio não se trata de dano moral
indenizável.
39- Cumpre salientar também que desde o ocorrido o próprio autor já tinha ciência que
o acidente ocorreu por sua culpa, inexistindo qualquer promessa dos réus de resolver
qualquer situação. Pelo contrário, foi exigido do autor a solução dos danos materiais que
ele ocasionou aos réus, o que não foi por ele cumprido posteriormente.
40- Além disso, verifica-se que o autor vem utilizando normalmente o seu veículo
desde o ocorrido, não trazendo qualquer prejuízo à sua rotina ou trabalho, tanto que narra
na inicial que terá que parar o veículo por poucos dias para realizar reparos estéticos no
veículo, que não impedem o seu normal funcionamento/deslocamento.
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Portanto, não há obrigação de indenizar o autor por supostos danos morais
sofridos, devendo ser julgado improcedente o pedido.
43- Entretanto, caso V. Exa. entenda devida a indenização a título de dano moral, o
que se admite apenas por argumentar, a mesma deverá ser arbitrada com prudência e
moderação, restando impugnado o absurdo valor de R$3.000,00 arbitrados na inicial.
44- A fixação do dano moral deve evitar sempre o enriquecimento sem causa, da parte
que o requer, conforme entendimento jurisprudencial pátrio já pacificado.
45- No presente caso, deve ser levado em conta que o 1º réu é um empresa pequena
que passa por dificuldades financeiras gravíssimas por conta da pandemia, bem como o 2º
réu é um trabalhador assalariado, que ocupa o cargo operacional, e seus rendimentos não
são capazes de arcar com qualquer pagamento sem prejudicar o sustento da sua família.
46- Além disso, neste caso também deverá ser observado, no mínimo, a culpa
concorrente do autor na fixação de eventual indenização, nos termos do art. 945 do CC,
de forma a reduzir drasticamente valor.
47- O Código Civil prevê que a indenização deverá ser arbitrada moderadamente, de
acordo com a extensão do dano e com a culpa, a fim de não se converter em fonte de
enriquecimento ilícito, como se vê:
IMPUGNAÇÃO AO PEDIDO DE
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
49- Isso porque, a autora não comprovou nos autos a alegada hipossuficiência, de
forma a demonstrar que faz jus ao referido benefício.
50- Além disso, o próprio autor narrou na inicial que aufere R$444,00 por dia de
trabalho, o que evidencia que o seu ganho mensal ultrapassa os R$10.000,00, razão
pela qual, inexiste a miserabilidade alegada, podendo ele arcar com todas as
despesas processuais.
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51- Ora Exa, o instituto da assistência gratuita deve ser concedido apenas para os mais
necessitados, o que manifestamente não é o caso do autor.
PEDIDO CONTRAPOSTO
52- Consoante explicitado nos tópicos anteriores, o autor foi o culpado pelo acidente
de transito, devendo este arcar com os danos ocasionados ao veículo dos réus (Fiat/Palio -
Placa: HDN-6F19), nos termos do art.186 e 927 do Código Civil.
53- Conforme orçamentos anexos, o veículo sofreu danos na sua parte traseira
esquerda, sendo necessário a compra de nova peça lateral traseira esquerda, bem
como serviços de mão de obra de recuperação da caixa de roda traseira esquerda,
troca da lateral traseira, recuperação do para-choque traseiro, pintura da lateral e
para-choque, no valor total de R$2.928,00 (dois mil, novecentos e vinte e oito reais),
correspondente ao orçamento de menor valor.
54- O veículo dos réus se encontra atualmente parado aguardando o autor arcar com o
pagamento do conserto, o que não ocorreu até o presente momento.
- seja intimado o autor sob as penas do art.400 do CPC ou seja oficiado a UBER
(Rua Professor Moraes, 216 - Savassi, Belo Horizonte - MG, 30112-020) e/ou a 99 POP
(Rua Gentios, 274 - Térreo - Coracao de Jesus, Belo Horizonte - MG, 30380-472), para
que traga aos autos os extratos com os valores diários recebidos pelo autor, nos meses de
janeiro/2022 à maio/2022.
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Nestes termos,
Pede deferimento.
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