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AO JUÍZO DA 8ª VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO

Processo nº XXXXXXXXXXXXXX

MARCOS ALVES DE OLIVEIRA, devidamente qualificado nos autos, vem, respeitosamente, por
intermédio de seu advogado infra-assinado, nos autos da AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS
POR ACIDENTE DE TRÂNSITO que lhe move JULIA ARAGÃO DO SANTOS, também
qualificada, apresentar a sua CONTESTAÇÃO com RECONVENÇÃO, com fulcro no art. 335 e
seguintes do Código de Processo Civil, o que faz, articuladamente, nos seguintes e melhores
termos de direito.

I – DA TEMPESTIVIDADE

A presente peça processual é tempestiva. O prazo para contestar é de 15


(quinze) dias úteis a partir da juntada do AR, ou seja/portanto, o final seria 25/02/2019.

II - PRELIMINARMENTE
DA INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA

As ações indenizatórias devem ter por valor da causa a finalidade do que se


pretende com o processo, conforme artigo 292, CPC. A parte autora atribuiu o valor de R$
1.000,00 (mil reais) como valor da causa. Portanto, o referido valor não corresponde os
ditames legais.

Ademais, o montante pleiteado pela parte autora é de R$ 40.000,00 (quarenta


mil reais), valor este que, segundo a autora foi utilizado no conserto veículo. Sendo assim, o
valor deveria ser de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), devendo ocorrer assim, a
complementação das custas processuais, nos termos do art. 337, III, CPC.
III - DOS FATOS

A parte autora declara que dirigia seu veículo na Rua 001, na cidade do Rio de
Janeiro, quando se envolveu em um acidente de trânsito com o veículo do réu. Em
consequências do acidente, sofreu danos materiais no valor de R$ 40.000,00 (quarenta mil reis),
valor que foi utilizado para consertar o veículo.

Além disso, afirmou que o acidente foi provocado por culpa do réu, pois estaria
dirigindo acima da velocidade permitida. Pleiteando, no mérito, a indenização pelos danos
materiais sofridos.

Ora excelência, não existe qualquer direito a ser reparado à autora. Conforme se
verá, a autora, além de ter avançado o sinal vermelho, estava, inclusive, embriagada.

IV - DO MÉRITO

Diferentemente do que foi narrado, o Contestante tomou todas as medidas cabíveis


para tentar evitar o acidente.

O réu não pode ser culpado de uma conduta que ele não contribuiu para o deslinde
dos fatos, uma vez que a parte autora foi a única responsável pelo resultado, não sendo
imputável ao Réu a culpa pelo ocorrido, conforme clara disposição do Código Civil:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Ou seja, o ato ilícito indenizável só pode ser decorrência de um ato, omissão


voluntária, negligência ou imperícia, o que neste caso são imputáveis ao Autor.

Se aplica, por analogia, a responsabilização do art. 13 do Código Penal:

"Art. 13. O resultado, (...), somente é imputável a quem lhe deu causa.
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não
teria ocorrido."

A responsabilidade civil decorre do ato ilícito. O réu em nenhum momento


praticou ação voluntária com negligencia ou imprudência que causasse danos a parte autora e,
consequentemente, gerasse o dever de indenizar. Não ocorreu, portanto, afronta aos art. 186,
925 do Código Civil.

Diverso disso, a responsabilidade ocorreu por culpa da autora que, conforme


mencionado estava completamente embriagada no momento do acidente, avançando sinal
vermelho.
Caso não seja o entendimento de V. Excelência, é necessário imputar a
responsabilidade concorrente entre as partes.

O Código Civil permite que: “Se a vítima tiver concorrido culposamente para o
evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em
confronto com a do autor do dano”.

Embora o réu tenha excedido o limite de velocidade em 5%, esse valor é irrisório,
não sendo motivo preponderante para o acontecimento da acidente. Pelos motivos aduzidos,
improcedente os pleitos da autora.

Caso seja configurada a responsabilidade civil, é necessário implicar para que


seja concorrente.

V - DA RECONVENÇÃO

O ato danoso do Autor consistiu em ato ilícito e comissivo, verificado no momento


em que infringiu o Código de Trânsito Nacional, que estabelece que:

Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu


veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à
segurança do trânsito.

Segundo narra o Boletim de Ocorrência, o acidente ocorreu quando a parte Autora


ultrapassou o sinal vermelho, dirigindo embriagada, em clara inobservância ao que estabelece a
Lei de Trânsito.

Decorrente do mesmo fato, pleiteia o réu, ora reconvinte, indenização pelos


danos materiais sofridos no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), importe utilizado para o
conserto do veículo ocasionado pelo acidente.

Ficando claro o dever indenizatório do reconvindo, ante a prática de ato ilícito


pela sua negligência ao dirigir embriagada, atravessando sinais vermelhos, tudo nos termos do
art. 944 do Código Civil.

Atribui-se ao valor da causa o importe de R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

VI – DOS PEDIDOS
a) Deve ser acolhida a preliminar, intimando a parte autora à complementar as custas.
b) No mérito, pelas razões de direito aduzidas nesta contestação, deve o pedido da presente
ação ser jugado improcedente em todos os seus termos.
c) Subsidiariamente, requer a procedência parcial em razão da responsabilidade concorrente.
d) Quanto a reconvenção, requer que seja julgada procedente, para condenação da autora
reconvinda ao pagamento da indenização no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais).
e) Por fim, requer a condenação da parte autora em custas processuais e honorários
advocatícios.

Protesta por todos os meios de prova admitidos em direito.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Rio de Janeiro-RJ, 25/02/2019

OAB nºXXXXXX, Assinatura...

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