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AO JUÍZO DE DIREITO DA 8ª VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO

DO RIO DE JANEIRO

N° DO PROCESSO: 11111111111

MARCOS, devidamente qualificado nos autos em epígrafe, por meio de seu advogado
constituído (procuração em anexo), com endereço profissional na Rua xxxx, bairro, xxxx,
CEP: XXXX/, cidade de xxxx/RJ, e endereço eletrônico xxxx, vem à presença de Vossa
Excelência, com amparo nos artigos 335, 336 e 341 do NCPC (Novo Código de Processo
Civil), apresentar:

CONTESTAÇÃO COM RECONVENÇÃO

aos fatos e eventuais direitos apresentados por JÚLIA, igualmente qualificada nos autos do
presente processo.
1 - DA TEMPESTIVIDADE
O prazo para apresentação da contestação é de 15 dias úteis (art. 335, do NCPC) a partir da
juntada do AR (Aviso de Recebimento) relativo à carta de citação (art. 231, inciso I, do
NCPC). Isto posto, depreende-se que o prazo final para a prática do ato em questão seria o dia
19 de fevereiro de 2023, restando a peça tempestiva.

2 - DO RECOLHIMENTO DAS CUSTAS DO PEDIDO RECONVENCIONAL


Na oportunidade, o réu-reconvinte junta a GRERJ de nº xxxx referente às custas processuais e
a taxa judiciária alinhadas à reconvenção, cumprindo o disposto no art. 292, inciso V, do
NCPC.

3 - PRELIMINARMENTE
3.1 - DA INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA
A parte autora apresenta a quantia de R$ 1.000,00 (mil reais) como valor da causa. Por outro
lado, o montante pleiteado pela Autora em razão de eventuais danos materiais é de R$
40.000,00 (quarenta mil reais) – valor que, segundo aduz, fora empregado no conserto do
veículo.
Sabe-se que o valor das ações indenizatórias deve ter por valor da causa a quantia que se
pretende, em observância ao art. 292, § 3º, do NCPC. Flagrante a contradição, alegamos a
incorreção do valor da causa, com base no art. 337, inciso III, do NCPC.

Art. 337.  Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 


III – incorreção do valor da causa; 
Art. 292.  O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e
será:
§3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando
verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao
proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao
recolhimento das custas correspondentes.

4 - DOS FATOS
A autora informa que dirigia seu veículo na Rua 001, na cidade do Rio de Janeiro, quando se
chocou contra o veículo do réu. Em razão do acidente, arcou com danos materiais na ordem
de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), valor utilizado para eventuais reparos do veículo.
Informa ainda que a colisão foi provocada por culpa do réu, pois, segundo a autora, o mesmo
estaria dirigindo acima da velocidade permitida. Razão pela qual pleiteia a indenização por
danos materiais.
A Autora recusou audiência de conciliação. Segundo ela, tentou acordo extrajudicial, porém,
não chegaram a um consenso.

5 - DO DIREITO
O réu não praticou ação voluntária com negligência ou imprudência que causasse danos a
parte autora; tampouco, se mostrou imperito no trânsito a ponto de causar um acidente. Logo,
afastadas as condutas descritas no art. 186, do CC (Código Civil), corolário lógico, afasta-se
igualmente o dever de indenizar previsto no art. 927, do CC.

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.

Diante da leitura do registro de ocorrência, vemos que Julia dirigia embriagada, bem como
avançava nos sinais vermelhos, pondo em risco pedestres, ciclistas e demais motoristas. Em
razão de tais atos ilícitos, já era previsível que causasse um acidente; e foi o que aconteceu
quando colidiu violentamente contra o veículo do réu que, impossibilitado de reagir em
tempo, não evitou o acidente.
Isto posto, nota-se que a conduta da Autora coaduna com os atos ilícitos outrora descritos,
cabendo-lhe exclusivamente a responsabilização civil pelos danos materiais causados no carro
do réu e em seu próprio carro.
Pelos motivos ora aduzidos, requeiro total improcedência dos pedidos da autora.

6 - DA RECONVENÇÃO
Ao réu é lícito (e de pleno interesse) propor RECONVENÇÃO, manifestando pretensão
própria, se conexa com a ação principal ou com fundamento de defesa, nos termos do artigo
343, do NCPC:
Art. 343.  Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar
pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da
defesa.
Em razão dos fatos apresentados, pleiteia o réu, ora RECONVINTE, indenização pelos danos
materiais sofridos no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), montante utilizado para o
conserto do veículo danificado em razão do acidente provocado pela Autora.
Resta evidente o dever indenizatório do RECONVINDO, imprudente ao dirigir embriagada e
atravessar sinais vermelhos, cometeu atos ilícitos que convergem com as condutas ilícitas
descritas nos artigo 186, do Código Civil; consequentemente, deverá indenizar o
RECONVINTE em observância ao disposto no art. 927, do CC.
Atribui-se à causa o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

7 - DOS PEDIDOS
Requer o acolhimento da preliminar arguida, intimando a parte autora à complementar as
custas.
No mérito, requer a total improcedência dos pleitos autorais.
Quanto à RECONVENÇÃO, requer a procedência do pedido reconvencional, para
condenação da autora-reconvinda ao pagamento da indenização do valor de R$30.000,00.
Requer a condenação da parte autora em custas e honorários advocatícios.
Pleiteia provar o alegado por todos os meios em direito admitido, em especial com a juntada
de notas fiscais e comprovantes de pagamento dos R$ 30.000,00 (trinta mil reais) referentes
ao conserto do veículo, juntando também o registro de ocorrência.

XXXX, xx de fevereiro de 2023.

XXXX, OAB de nº xxxx.

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