Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Prof. Silvana Guimarães Ferreira minarmente, para discussões e estudos técnicos, citam-se: 1)
Bacharel em Direito Especialização em Gestão Empresarial demonstração das informações contábeis; 2) demonstração
e Gestão de Projetos; Consultora Empresarial e Coordenado- do fluxo de caixa; 3) superávit ou déficit líquido do exercí-
ra de Projetos Empresária; Palestrante (área Desenvolvimento cio, erros substanciais e mudanças nas políticas contábeis; 4)
Pessoal / Atendimento e Vendas / Relações Comportamentais) efeitos das variações da taxa de câmbio; 5) custos de endi-
vidamento; 6) demonstrações contábeis consolidadas e tra-
tamento contábil das entidades controladas; 7) tratamento
1 PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE SOB contábil dos investimentos em associadas; 8) apresentação
A PERSPECTIVA DO SETOR PÚBLICO. das demonstrações contábeis das participações em associa-
ção de participação ( joint ventures); 9) receitas provenientes
de transações de troca; 10) apresentação de demonstrações
contábeis em uma economia hiperinflacionária; 11) contra-
Princípios e normas contábeis aplicáveis à Contabilidade tos de construção; 12) existências; 13) contratos de arrenda-
Pública mento; 14) eventos subsequentes; 15) títulos de contas de
natureza financeira; 16) imóveis mantidos como investimen-
Nos termos de algumas Resoluções do Conselho Fede- tos (financeiro); 17) bens de uso.
ral de Contabilidade - CFC, entre elas as de n. 530/81, 560/86,
750/93, 751/94, 830/96, 875/00 e 900/01, combinadas com a 3.2 - Princípios fundamentais de contabilidade29
Lei Federal n. 4.320, e ainda pela Lei Complementar n. 101/00,
aplicam-se, no que couber, à Contabilidade Pública os seguin- a) Da entidade
tes princípios e normas, adiante transcritas. Segundo o art. 4º da Resolução n. 750/93, a contabi-
Para fins técnicos, consideram-se princípios a causa da lidade deve reconhecer o patrimônio da entidade como
qual algo procede. É a origem, o começo de um fenômeno ou objeto da contabilidade e na autonomia patrimonial da ad-
de uma série de fenômenos. Os princípios quando entendidos ministração; não se confunde, em momento algum, com o
como preceitos básicos e fundamentais de uma doutrina, são
dos administradores públicos.
imutáveis, quaisquer que sejam as circunstâncias de tempo e
lugar em que a doutrina é estudada e tais princípios são apli-
b) Da continuidade
cados. 25 Enquanto os princípios inspiram e fundamentam
Pela redação do art. 5º da Resolução n. 750/93 do CFC,
a ação, o comportamento, as normas, sob a luz dos princí-
a vida da entidade é continuada; como as demonstrações
pios, dirigem a ação; são proposições com carga de ordem e
contábeis são estáticas, não podem ser desvinculadas dos
comando, leis que, se não forem obedecidas, levam risco ao
comportamento.26 períodos anteriores e subsequentes. Ocorrendo a descon-
A Resolução do Conselho Federal de Contabilidade - CFC tinuidade, o fato deve ser divulgado (art. 34 da Lei Federal
n. 750/93, de 29 de dezembro de 1993, estabelece que os n. 4.320/64).
princípios estão revestidos de universalidade e generalidade,
elementos que caracterizam o conhecimento científico, justa- c) Da oportunidade
mente com a clareza, o método e a busca das causas primeiras. Por força do disposto no art. 6º da Resolução CFC
Corrigiu-se sua indevida inclusão entre as Normas Brasileiras 750/93, o princípio da oportunidade refere-se, simulta-
de Contabilidade, uma vez que as normas deles emanam e neamente, à tempestividade e à integridade do registro do
podem ser mutáveis, o que não ocorre com os princípios. patrimônio e das suas mutações, determinando que este
As normas estabelecem regras de conduta profissional e seja feito de imediato e com a extensão correta, indepen-
procedimentos técnicos a serem observados quando da reali- dentemente das causas que as originaram. As mudanças
zação dos trabalhos previstos na Resolução CFC n. 560/83, de nos ativos, passivos e na expressão contábil do patrimônio
28/10/1983, em consonância com os princípios fundamentais líquido devem reconhecer-se formalmente nos registros
de contabilidade. contábeis logo que ocorrerem, ainda que os seus valores
Neste trabalho, procuramos enfocar, paralelamente, os sejam razoavelmente estimados e as provas documentais
princípios e as normas das Ciências Contábeis aplicáveis, es- posteriormente complementadas. Assim, os fatos deverão
pecificamente, à Contabilidade Pública, situando, quando pos- ser registrados integralmente no momento certo, a fim de
sível, a legislação correlata. Trata-se, na verdade, da tentativa refletir com precisão as mudanças na estrutura patrimonial
de se fazer um estudo comparado cujo objetivo principal é da administração.
o de aprimorar e adequar as informações produzidas pelos
profissionais que trabalham com a Contabilidade Pública para d) Do registro pelo valor original
fins de atendimento da gestão fiscal responsável e melhoria na Conforme disposto no art. 7.º da Resolução CFC 750/93,
produção documental e contábil. os componentes do patrimônio devem ser registrados pe-
Existem atualmente discussões para a implantação de los valores originais com o mundo exterior, expressos em
Normas Internacionais de Contabilidade para o Setor Público, valor presente na moeda do país, que serão mantidos na
NICP, cujos estudos preliminares foram recentemente aborda- avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive
dos em Brasília, no mês de setembro de 2002, incluindo repre- quando configurarem agregações ou decomposições no
sentantes do Brasil e alguns países sul-americanos, das quais interior da entidade.
participamos. Entre as normas internacionais propostas, preli-
1
CONTABILIDADE PÚBLICA
As transações da administração deverão ser registra- A lei orçamentária não consignará dotação para investi-
das com o valor da data de sua realização. A Lei Federal n. mento com duração superior a um exercício financeiro que
4.320/64 em seu art. 106 define os critérios a serem adota- não esteja previsto no plano plurianual ou em lei que auto-
dos para a avaliação dos elementos patrimoniais. rize a sua inclusão, conforme disposto no § 1º do art. 167 da
Constituição.
e) Da atualização monetária30
Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda Conforme o disposto no art. 42 da Lei de Responsabili-
nacional31 devem ser reconhecidos nos registros contá- dade Fiscal,
beis através do ajustamento da expressão formal dos va-
lores dos componentes patrimoniais, conforme o art. 8º da É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art.
Resolução CFC 750/93. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair
obrigação de despesa que não possa ser cumprida integral-
A perda do valor aquisitivo da moeda deve ser reco- mente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no
nhecida em valores que integram as demonstrações contá- exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade
beis (arts. 104, 106 e seu § 3º da Lei Federal n. 4.320/64; art. de caixa para este efeito.
40, incs. XI, XIV, c da Lei Federal n. 8.666/93.) Na determinação de citadas disponibilidades, é exigên-
cia, ainda, que se leve em conta os encargos e despesas
Segundo o § 3.º do art. 5.º da LRF, compromissadas a pagar até o final do exercício.
Podemos citar, ainda, a vedação de realização de despe-
A atualização monetária do principal da dívida mobiliá- sa sem prévio empenho, contida no art. 60 da Lei n. 4.320/64.
ria refinanciada não poderá superar a variação do índice de
preços previstos na lei de diretrizes orçamentárias, ou em A Súmula 08934, do Tribunal de Contas de Minas Gerais,
legislação específica. estabelece que
f) Da competência
Quem ordenar despesa pública sem a observância do
Segundo a Resolução CFC 750/93, as receitas e as des-
prévio processo licitatório, quando este for exigível, poderá
pesas devem ser incluídas na apuração do resultado primá-
ser responsabilizado civil, penal e administrativamente, sem
rio em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se
prejuízo da multa pecuniária a que se referem os artigos 71,
correlacionarem.
inciso VIII, da Constituição Federal e 76, inciso XIII, da Carta
Na Contabilidade Pública pertencem ao exercício fi-
Estadual.
nanceiro as receitas nele arrecadadas e as despesas nele
legalmente empenhadas.
As despesas devem ser reconhecidas, independente-
mente do seu pagamento, e as receitas somente quando 2 SISTEMA DE CONTABILIDADE FEDERAL.
de sua realização (arts. 34, 35 e 36, Lei Federal n. 4.320/64;
art. 50, II, da Lei de Responsabilidade Fiscal).
O exercício financeiro é o espaço de tempo destinado
à execução do orçamento e durante o qual se verificam DECRETO Nº 6.976, DE 7 DE OUTUBRO DE 2009.
as operações de ordem financeira, orçamentária, contábil, Dispõe sobre o Sistema de Contabilidade Fede-
operacional e patrimonial. Atualmente o nosso regime ad- ral e dá outras providências.
ministrativo contempla o exercício financeiro coincidente
com o ano civil, começando em 1.º de janeiro e encerrando O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribui-
em 31 de dezembro de cada ano. No entanto, no Brasil ção que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea “a”, da
já foi adotado o período adicional ao ano financeiro32, e Constituição, e tendo em vista o disposto no § 3o do art. 165
empregado na liquidação e encerramento das operações da Constituição, na Lei no 10.180, de 6 de fevereiro de 2001,
do exercício, tendo sido extinto pela Lei n. 869, de 16 de e nos arts. 48, parágrafo único, inciso III, 50, § 2o, 51, 52, 53,
outubro de 1949.33 54, 55, 64 e 67 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio
de 2000,
g) Da prudência
O princípio da prudência, por força do art. 10 da Reso- DECRETA:
lução CFC 750/93, determina a adoção do menor valor para Art. 1oO Sistema de Contabilidade Federal tem suas fina-
os componentes do ativo e o de maior para os do passivo, lidades, atividades, organização e competências regulamen-
sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas tadas neste Decreto.
para a quantificação das mutações patrimoniais que alte-
rem o patrimônio líquido. CAPÍTULO I
O critério do menor preço para itens do ativo e da DAS FINALIDADES
receita e o de maior valor para os itens de passivo e da
despesa, com os efeitos correspondentes no patrimônio lí- Art. 2oO Sistema de Contabilidade Federal visa a evi-
quido, serão adotados para registro, diante de opções, na denciar a situação orçamentária, financeira e patrimonial da
escolha de valores. Segundo o § 5º do art. 5º da LRF, União.
2
CONTABILIDADE PÚBLICA
3
CONTABILIDADE PÚBLICA
4
CONTABILIDADE PÚBLICA
V - realizar a conformidade contábil dos atos e fatos da Art. 11.A Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da
gestão orçamentária, financeira e patrimonial praticados pe- Fazenda expedirá os normativos complementares que se fize-
los ordenadores de despesa e responsáveis por bens públicos, rem necessários à implantação e ao funcionamento do Siste-
à vista dos princípios e normas contábeis aplicadas ao setor ma de Contabilidade Federal.
público, da tabela de eventos, do plano de contas aplicado ao
setor público e da conformidade dos registros de gestão da Art. 12. Este Decreto entra em vigor na data de sua pu-
unidade gestora; blicação.
VI - realizar tomadas de contas dos ordenadores de des-
pesa e demais responsáveis por bens e valores públicos e de Art. 13. Revoga-se o Decreto no 3.589, de 6 de setembro
todo aquele que der causa a perda, extravio ou outra irregu- de 2000.
laridade de que resulte dano ao erário;
VII - efetuar, nas unidades jurisdicionadas, quando neces- Brasília, 7 de outubro de 2009; 188o da Independência e
sário, registros contábeis; 121 da República.
o
VIII - promover mensalmente a integração dos dados dos LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
órgãos não-integrantes do SIAFI; Guido Mantega
IX - garantir, em conjunto com a Unidade Setorial Orça-
mentária, a fidedignidade dos dados do Orçamento Geral da
União publicado no Diário Oficial da União com os registros 3 CONCEITUAÇÃO, OBJETO
contábeis ocorridos no SIAFI, realizado em todas as unidades
E CAMPO E APLICAÇÃO.
orçamentárias dos órgãos da administração pública federal
direta e dos seus órgãos e entidades vinculados; e
X - apoiar o órgão central do Sistema na gestão do SIAFI.
§ 1oA conformidade dos registros de gestão consiste na Existe conceito de Contabilidade como um todo. “Conta-
certificação dos registros dos atos e fatos de execução orça- bilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orien-
mentária, financeira e patrimonial incluídos no SIAFI e da exis- tação e controle relativas aos atos e fatos da administração
tência de documentos hábeis que comprovem as operações. econômica”. Existem ramos da Contabilidade, sendo um deles
§ 2oAs atribuições do Sistema de Contabilidade Federal o da Contabilidade Pública.
quanto à realização de tomadas de contas descrita no inciso
VI do caput limitam-se às seguintes atividades: Conceito de contabilidade pública
I - efetuar o registro contábil dos responsáveis pelo dé-
bito apurado; Contabilidade Pública é uma especialização da ciência
II - verificar o cálculo do débito; e contábil, que se aplica às aziendas públicas, de acordo com as
III - efetuar a baixa contábil, pelo recebimento ou cance- regras estabelecidas pelas Normas Gerais do Direito Financeiro.
lamento do débito. Contabilidade Pública é um ramo da Contabilidade que es-
tuda e pratica as funções de orientação e controle relativas aos
Art. 9oAs competências de órgão setorial de contabili- atos e fatos da administração econômica das aziendas públicas.
dade, previstas no art. 8o, poderão ser delegadas a órgão ou A Contabilidade Pública exerce a função de prever, escri-
unidade que comprove ter condições de assumir as obriga- turar, controlar, analisar e interpretar os atos e fatos da gestão
ções pertinentes, de acordo com normas emitidas pelo órgão pública.
central do Sistema de Contabilidade Federal. O controle sobre a ação do governo é exercido através do
Parágrafo único.As Setoriais de Contabilidade delegadas, orçamento, da escrituração, do inventário, das demonstrações
consideradas, para os fins deste Decreto, Órgãos Seccionais contábeis e da auditoria financeira e orçamentária. O objeto da
de Contabilidade, ficarão subordinadas, tecnicamente, às Contabilidade Pública é, pois, “estudar os fenômenos aziendais
setoriais de contabilidade delegantes, que deverão prestar, do setor público, enquanto tenham expressão quantitativa”.
complementarmente, toda a assistência, orientação e apoio Só os fenômenos que envolvem expressão monetária in-
técnico quanto aos procedimentos e aspectos contábeis a teressam à Contabilidade.
serem observados, principalmente quando da realização da Todo o conjunto patrimonial heterogêneo (qualitativo)
conformidade contábil. pode ser expresso como um fundo de valores homogêneos
(quantitativo) através de um denominador comum monetário.
CAPÍTULO V Para o controle e análise dos fatos da administração pú-
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS blica, a Contabilidade Pública se utiliza de contas estruturadas
nos sistemas orçamentário, patrimonial, de resultados e de
Art. 10.As competências de órgão setorial de contabilida- compensação.
de, previstas no art. 9o, serão exercidas pela unidade respon- O sistema orçamentário não se comunica com os demais
sável pela atividade de finanças dos Ministérios, da Advoca- sistemas e contempla operações que envolvem somente, con-
cia-Geral da União, do Poder Legislativo, do Poder Judiciário tas orçamentárias da receita (Receita Orçada, Previsão da Re-
e do Ministério Público da União e dos órgãos da Presidência ceita, Receita Lançada e Execução da Receita) e da despesa
da República, observadas a definição discriminada no § 2o do (Despesa Fixada, Dotações Disponíveis, Despesa Empenhada
art. 6o e a delegação prevista no art. 9o, na forma de regimento e Execução da Despesa). As operações típicas do sistema se
interno aprovado no âmbito de cada órgão setorial. anulam entre si.
5
CONTABILIDADE PÚBLICA
6
CONTABILIDADE PÚBLICA
7
CONTABILIDADE PÚBLICA
8
CONTABILIDADE PÚBLICA
Exemplo: a despesa referente ao exercício de 2003, que não foi paga naquele ano deverá ser inscrita em restos a pagar
em 31/12/03 para ser paga em 2004. Se até 31/12/04 essa despesa ainda não tiver sido paga, será cancelada (isso no Siste-
ma Integrado de Administração Financeira – SIAFI), entretanto, ainda permanece o direito do credor.
A partir de 01/01/2005, se essa despesa for reclamada pelo credor, a administração pública irá pagá-lo com a rubrica
“despesas de exercícios anteriores”. Esse pagamento será considerado uma despesa normal do orçamento vigente (2005). Essa
é mais uma das exceções ao princípio da competência. Ou seja, deveria ser despesa de 2003 e não do orçamento de 2005.
Antes, poderíamos perguntar! Em que momento o governo federal considera arrecadada a receita?
A receita é considerada disponível após a arrecadação, momento em que o contribuinte cumpre com sua obrigação
junto a uma instituição financeira. Geralmente as instituições financeiras recolhem os recursos arrecadados para o caixa
único do Tesouro Nacional em um dia após a arrecadação.
CAMPO DE APLICAÇÃO.
O campo de aplicação da Contabilidade é restrito à administração, nos seus três níveis de governo: Federal, Estadual,
DF, Municipal, bem como suas Autarquias, Fundações e Empresas Públicas.
O campo de atuação da Contabilidade Aplicada à Administração Pública Federal, após o advento do SIAFI em 23 de
dezembro de 1986, em 1987, começou a expandir-se e, hoje, já alcança as empresas públicas e algumas de economia mista
que participam do Orçamento Fiscal e de Seguridade.
ADMINISTRAÇÃO DIRETA
• PODER EXECUTNO
Presidência da República e suas secretarias e Ministérios Civis e o Ministério da Defesa.
• PODER JUDICIÁRIO
Todos os seus Tribunais.
• PODER LEGISLATIVO
Câmara dos Deputados e Senado Federal.
9
CONTABILIDADE PÚBLICA
1) Bem comum: o Estado existe para realizar o bem d) Sociedades de economia mista: É uma sociedade
comum, é um instrumento, meio necessário, para que os na qual há colaboração do estado e particulares, ambos reu-
indivíduos evoluam e aperfeiçoem-se, criando condições nidos para realização de uma finalidade, sempre de objetivo
indispensáveis para que todos os seus membros, no limite econômico. É pessoa jurídica de direito privado, mais da me-
do possível, atinjam livre e espontaneamente sua felicidade tade de suas ações com direito a voto devem pertencer ao es-
na terra. tado (ou seja 51% no mínimo). É também uma S.A (Sociedade
Anônima) e seus funcionários são regidos pelo regime de CLT,
Estrutura da Administração Pública tem suas ações negociadas na Bolsa de Valores. Ex: Banco do
Brasil, Petrobrás, Eletrobrás.
Conceito: A administração pública é todo o aparelha-
mento do estado, ordenado a realização de seus serviços, • Administração Delegada: É quando o governo
visando a satisfação das necessidades coletivas, tendo com repassa por ato ou contrato para um Órgão de sua escolha
sua função social oferecer serviços ao cidadão como: a sua apenas a execução de uma atividade que seria da sua respon-
defesa, aplicação da justiça interna, serviços de saúde, edu- sabilidade, esses órgãos não tem autonomia para ditar as re-
cação, transportes, entre outros; gras, eles devem seguir todas as diretrizes estabelecidas pela
Administração Pública.
10
CONTABILIDADE PÚBLICA
11
CONTABILIDADE PÚBLICA
12
CONTABILIDADE PÚBLICA
Índice Item
DISPOSIÇÕES GERAIS 1
DEFINIÇÕES 2
PATRIMÔNIO PÚBLICO 3
CLASSIFICAÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO SOB O ENFOQUE CONTÁBIL 4–9
SISTEMA CONTÁBIL 10
ESTRUTURA DO SISTEMA CONTÁBIL 11 – 13
DISPOSIÇÕES GERAIS
1. Esta Norma estabelece o conceito de patrimônio público, sua classificação sob o enfoque contábil, o conceito e a
estrutura do sistema de informação contábil.
DEFINIÇÕES
13
CONTABILIDADE PÚBLICA
3. Patrimônio Público é o conjunto de direitos e bens, 11. A Contabilidade Aplicada ao Setor Público é orga-
tangíveis ou intangíveis, onerados ou não, adquiridos, for- nizada na forma de sistema de informações, cujos subsis-
mados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas temas, conquanto possam oferecer produtos diferentes em
entidades do setor público, que seja portador ou represente razão da respectiva especificidade, convergem para o pro-
um fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à pres- duto final, que é a informação sobre o patrimônio público.
tação de serviços públicos ou à exploração econômica por
entidades do setor público e suas obrigações. 12. O sistema contábil está estruturado nos seguintes
subsistemas de informações:
CLASSIFICAÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO SOB O (a) Orçamentário – registra, processa e evidencia os
ENFOQUE CONTÁBIL atos e os fatos relacionados ao planejamento e à execução
orçamentária;
4. O patrimônio público é estruturado em três grupos: (c) Patrimonial – registra, processa e evidencia os fatos
(a) Ativos são recursos controlados pela entidade como financeiros e não financeiros relacionados com as variações
resultado de eventos passados e do qual se espera que re- qualitativas e quantitativas do patrimônio público; (Reda-
sultem para a entidade benefícios econômicos futuros ou ção dada pela Resolução CFC n.º 1.268/09)
potencial de serviços; (d) Custos – registra, processa e evidencia os custos
(b) Passivos são obrigações presentes da entidade, de- dos bens e serviços, produzidos e ofertados à sociedade
rivadas de eventos passados, cujos pagamentos se esperam pela entidade pública, consoante a NBC T 16.11; (Redação
que resultem para a entidade saídas de recursos capazes de dada pela Resolução CFC n.º 1.437/13)
gerar benefícios econômicos ou potencial de serviços; (e) Compensação – registra, processa e evidencia os
(c) Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da atos de gestão cujos efeitos possam produzir modificações
entidade depois de deduzidos todos seus passivos. (Reda- no patrimônio da entidade do setor público, bem como
ção dada pela Resolução CFC n.º 1.268/09)
aqueles com funções específicas de controle.
5. A classificação dos elementos patrimoniais consi-
13. Os subsistemas contábeis devem ser integrados
dera a segregação em “circulante” e “não circulante”, com
entre si e a outros subsistemas de informações de modo a
base em seus atributos de conversibilidade e exigibilidade.
subsidiar a administração pública sobre:
(a) desempenho da unidade contábil no cumprimen-
6. Os ativos devem ser classificados como circulante
quando satisfizerem a um dos seguintes critérios: to da sua missão;
(a) estarem disponíveis para realização imediata; (b) avaliação dos resultados obtidos na execução das
(b) tiverem a expectativa de realização até doze meses ações do setor público com relação à economicidade, à efi-
da data das demonstrações contábeis. (Redação dada pela ciência, à eficácia e à efetividade; (Redação dada pela Reso-
Resolução CFC n.º 1.437/13) lução CFC n.º 1.437/13)
(c) avaliação das metas estabelecidas pelo planeja-
7. Os demais ativos devem ser classificados como não mento;
circulante. (d) avaliação dos riscos e das contingências;
(e) conhecimento da composição e movimentação pa-
8. Os passivos devem ser classificados como circulan- trimonial. (Incluída pela Resolução CFC n.º 1.437/13)
te quando satisfizerem a um dos seguintes critérios:
(a) corresponderem a valores exigíveis até doze meses RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.130/08
da data das demonstrações contábeis; (Redação dada pela
Resolução CFC n.º 1.437/13) Aprova a NBC T 16.3 – Planejamento e seus Instrumen-
(c) sejam pagos durante o ciclo operacional normal da tos sob o Enfoque Contábil.
entidade; (Incluída pela Resolução CFC n.º 1.437/13)
(d) sejam mantidos essencialmente para fins de nego- O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercí-
ciação. (Incluída pela Resolução CFC n.º 1.437/13) cio de suas atribuições legais e regimentais,
9. Os demais passivos devem ser classificados como CONSIDERANDO a internacionalização das normas
não circulante. contábeis, que vem levando diversos países ao processo
de convergência;
SISTEMA CONTÁBIL
CONSIDERANDO o que dispõe a Portaria nº. 184/08,
10. O sistema contábil representa a estrutura de infor- editada pelo Ministério da Fazenda, que dispõe sobre as
mações sobre identificação, mensuração, registro, controle, diretrizes a serem observadas no setor público quanto aos
evidenciação e avaliação dos atos e dos fatos da gestão do procedimentos, práticas, elaboração e divulgação das de-
patrimônio público, com o objetivo de orientar e suprir o monstrações contábeis, de forma a torná-las convergentes
processo de decisão, a prestação de contas e a instrumenta- com as Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas
lização do controle social. ao Setor Público;
14
CONTABILIDADE PÚBLICA
CONSIDERANDO a criação do Comitê Gestor da Convergência no Brasil, que está desenvolvendo ações para promover
a convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, às normas internacionais, até 2012;
RESOLVE:
Art. 1º Aprovar a NBC T 16. 3 – Planejamento e seus Instrumentos sob o Enfoque Contábil.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data da sua publicação, com adoção de forma facultativa, a partir dessa data,
e de forma obrigatória para os fatos ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2010.
5 VARIAÇÕES PATRIMONIAIS.
5.1 QUALITATIVAS.
5.2 QUANTITATIVAS: RECEITA E DESPESA SOB
O ENFOQUE PATRIMONIAL.
5.3 REALIZAÇÃO DA VARIAÇÃO PATRIMONIAL.
5.4 RESULTADO PATRIMONIAL.
Índice Item
DISPOSIÇÕES GERAIS 1
DEFINIÇÕES 2
NATUREZA DAS TRANSAÇÕES NO SETOR PÚBLICO E SEUS REFLEXOS NO
3
PATRIMÔNIO PÚBLICO
VARIAÇÕES PATRIMONIAIS 4–9
TRANSAÇÕES QUE ENVOLVEM VALORES DE TERCEIROS 10 – 11
DISPOSIÇÕES GERAIS
1. Esta Norma estabelece conceitos, natureza e tipicidades das transações no setor público.
DEFINIÇÕES
15
CONTABILIDADE PÚBLICA
4. As variações patrimoniais são transações que pro- CONSIDERANDO a criação do Comitê Gestor da Con-
movem alterações nos elementos patrimoniais da entidade vergência no Brasil, que está desenvolvendo ações para
do setor público, mesmo em caráter compensatório, afe- promover a convergência das Normas Brasileiras de Conta-
tando, ou não, o seu resultado. bilidade Aplicadas ao Setor Público, às normas internacio-
nais, até 2012;
5. As variações patrimoniais que afetem o patrimô-
nio líquido devem manter correlação com as respectivas RESOLVE:
contas patrimoniais.
Art. 1º Aprovar a NBC T 16.5 – Registro Contábil.
6. Entende-se por correlação a vinculação entre as
contas de resultado e as patrimoniais, de forma a permitir Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data da sua
a identificação dos efeitos nas contas patrimoniais produ- publicação, com adoção de forma facultativa, a partir dessa
zidos pela movimentação das contas de resultado. data, e de forma obrigatória para os fatos ocorridos a partir
de 1º de janeiro de 2010.
7. As variações patrimoniais classificam-se em quan-
titativas e qualitativas.
Brasília, 21 de novembro de 2008.
8. Entende-se como variações quantitativas aquelas Contadora Maria Clara Cavalcante Bugarim
decorrentes de transações no setor público que aumentam Presidente
ou diminuem o patrimônio líquido.
Ata CFC n.º 919
9. Entende-se como variações qualitativas aquelas
decorrentes de transações no setor público que alteram a
composição dos elementos patrimoniais sem afetar o pa-
trimônio líquido.
16
CONTABILIDADE PÚBLICA
6 MENSURAÇÃO DE ATIVOS.
6.1 ATIVO IMOBILIZADO.
6.2 ATIVO INTANGÍVEL.
6.3 REAVALIAÇÃO E REDUÇÃO
AO VALOR RECUPERÁVEL.
6.4 DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO
E EXAUSTÃO.
Índice Item
DISPOSIÇÕES GERAIS 1
DEFINIÇÕES 2
AVALIAÇÃO E MENSURAÇÃO 3
DISPONIBILIDADES 4–6
CRÉDITOS E DÍVIDAS 7 – 12
ESTOQUES 13 – 20
INVESTIMENTOS PERMANENTES 21 – 23
IMOBILIZADO 24 – 31
INTANGÍVEL 32 – 34
DIFERIDO 35
MENSURAÇÃO APÓS O RECONHECIMENTO INICIAL 35A – 35E
REAVALIAÇÃO E REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL 36 – 40
PROCEDIMENTOS DE ADOÇÃO INICIAL 41 – 42
DISPOSIÇÕES GERAIS
1. Esta Norma estabelece critérios e procedimentos para a avaliação e a mensuração de ativos e passivos integrantes
do patrimônio de entidades do setor público.
DEFINIÇÕES
17
CONTABILIDADE PÚBLICA
Perda por desvalorização é o montante pelo qual o va- 9. Os direitos, os títulos de crédito e as obrigações
lor contábil de um ativo ou de unidade geradora de caixa prefixados são ajustados a valor presente.
excede seu valor recuperável. (Incluída pela Resolução CFC
n.º 1.437/13) 10. Os direitos, os títulos de crédito e as obrigações
Valor de aquisição: a soma do preço de compra de pós-fixadas são ajustados considerando-se todos os encar-
um bem com os gastos suportados direta ou indiretamente gos incorridos até a data de encerramento do balanço.
para colocá-lo em condição de uso.
Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de 11. As provisões são constituídas com base em esti-
um ativo ou que seria pago pela transferência de um pas- mativas pelos prováveis valores de realização para os ativos
sivo em uma transação não forçada entre participantes do
e de reconhecimento para os passivos.
mercado na data de mensuração. (Incluída pela Resolução
CFC n.º 1.437/13)
12. As atualizações e os ajustes apurados são contabi-
Valor bruto contábil: o valor do bem registrado na
lizados em contas de resultado.
contabilidade, em uma determinada data, sem a dedução
da correspondente depreciação, amortização ou exaustão
acumulada. ESTOQUES
Valor líquido contábil: o valor do bem registrado
na contabilidade, em determinada data, deduzido da cor- 13. Os estoques são mensurados ou avaliados com
respondente depreciação, amortização ou exaustão acu- base no valor de aquisição ou no valor de produção ou de
mulada. construção.
Valor realizável líquido: a quantia que a entidade
do setor público espera obter com a alienação ou a utili- 14. Os gastos de distribuição, de administração geral
zação de itens de inventário quando deduzidos os gastos e financeiros são considerados como despesas do período
estimados para seu acabamento, alienação ou utilização. em que ocorrerem.
Valor recuperável: o valor de mercado de um ativo
menos o custo para a sua alienação, ou o valor que a en- 15. Se o valor de aquisição, de produção ou de cons-
tidade do setor público espera recuperar pelo uso futuro trução for superior ao valor de mercado, deve ser adotado
desse ativo nas suas operações, o que for maior. o valor de mercado.
AVALIAÇÃO E MENSURAÇÃO 16. O método para mensuração e avaliação das saí-
das do almoxarifado é o custo médio ponderado. (Redação
3. A avaliação e a mensuração dos elementos patri- dada pela Resolução CFC n.º 1.437/13)
moniais nas entidades do setor público obedecem aos cri-
térios relacionados nos itens 4 a 35 desta Norma. 16A. Quando não for viável a identificação de custos
específicos dos estoques, deve ser utilizado o custo médio
DISPONIBILIDADES ponderado. (Incluído pela Resolução CFC n.º 1.437/13)
4. As disponibilidades são mensuradas ou avaliadas
17. Quando houver deterioração física parcial, obso-
pelo valor original, feita a conversão, quando em moeda
lescência, bem como outros fatores análogos, deve ser uti-
estrangeira, à taxa de câmbio vigente na data do Balanço
lizado o valor de mercado.
Patrimonial.
5. As aplicações financeiras de liquidez imediata são 18. Os resíduos e os refugos devem ser mensurados,
mensuradas ou avaliadas pelo valor original, atualizadas na falta de critério mais adequado, pelo valor realizável lí-
até a data do Balanço Patrimonial. quido.
6. As atualizações apuradas são contabilizadas em 19. Relativamente às situações previstas nos itens 13 a
contas de resultado. 18 desta Norma, as diferenças de valor de estoques devem
ser refletidas em contas de resultado.
CRÉDITOS E DÍVIDAS
20. Os estoques de animais e de produtos agrícolas e
7. Os direitos, os títulos de créditos e as obrigações extrativos devem ser mensurados ao valor justo menos a
são mensurados ou avaliados pelo valor original, feita a despesa de venda no momento do reconhecimento inicial
conversão, quando em moeda estrangeira, à taxa de câm- e no final de cada período de competência (na data das de-
bio vigente na data do Balanço Patrimonial. monstrações contábeis), exceto quando o valor justo não
puder ser mensurado de forma confiável. (Redação dada
8. Os riscos de recebimento de dívidas são reconhe- pela Resolução CFC n.º 1.437/13)
cidos em conta de ajuste, a qual será reduzida ou anulada
quando deixarem de existir os motivos que a originaram.
18
CONTABILIDADE PÚBLICA
21. As participações em empresas sobre cuja adminis- 32. Os direitos que tenham por objeto bens incor-
tração se tenha influência significativa devem ser mensura- póreos destinados à manutenção da atividade pública ou
das ou avaliadas pelo método da equivalência patrimonial. exercidos com essa finalidade são mensurados ou avalia-
(Redação dada pela Resolução CFC n.º 1.437/13) dos com base no valor de aquisição ou de produção.
22. As demais participações podem ser mensuradas
ou avaliadas de acordo com o custo de aquisição. 33. O critério de mensuração ou avaliação dos ativos
intangíveis obtidos a título gratuito e a eventual impossibi-
23. Os ajustes apurados são contabilizados em contas lidade de sua valoração devem ser evidenciados em notas
de resultado. explicativas.
31. A mensuração dos bens de uso comum será efe- 35E. Se um item do ativo imobilizado for reavaliado,
tuada, sempre que possível, ao valor de aquisição ou ao toda a classe do ativo imobilizado à qual pertence esse
valor de produção e construção. ativo deve ser reavaliado. (Incluído pela Resolução CFC n.º
1.437/13)
19
CONTABILIDADE PÚBLICA
REAVALIAÇÃO E REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁ- Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua
VEL publicação, aplicando-se aos exercícios iniciados a partir
de 1º de janeiro de 2012. A entidade que esteja sujeita a
36. As reavaliações devem ser feitas utilizando-se o legislação que estabeleça prazo distinto para início da sua
valor justo ou o valor de mercado na data de encerramento adoção pode adotar esta Norma a partir do prazo estabe-
do Balanço Patrimonial, pelo menos: lecido por aquela legislação.
(a) anualmente, para as contas ou grupo de contas
cujos valores de mercado variarem significativamente em Brasília, 25 de novembro de 2011.
relação aos valores anteriormente registrados;
(b) a cada quatro anos, para as demais contas ou gru-
pos de contas. Contador Juarez Domingues Carneiro
Presidente
37. Na impossibilidade de se estabelecer o valor de
mercado, o valor do ativo pode ser definido com base em
parâmetros de referência que considerem características,
7 MENSURAÇÃO DE PASSIVOS.
circunstâncias e localizações assemelhadas.
7.1 PROVISÕES.
38. Em caso de bens imóveis específicos, o valor justo 7.2 PASSIVOS CONTINGENTES.
pode ser estimado utilizando-se o valor de reposição do
ativo devidamente depreciado.
Este conteúdo já está descrito no item anterior.
39. O valor de reposição de um ativo depreciado pode
ser estabelecido por referência ao preço de compra ou
construção de um ativo semelhante com similar potencial
de serviço. 8 TRATAMENTO CONTÁBIL APLICÁVEL
AOS IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES.
40. Os acréscimos ou os decréscimos do valor do ativo
em decorrência, respectivamente, de reavaliação ou redu-
ção ao valor recuperável (impairment) devem ser registra- IBRACON NPC nº 25 - CONTABILIZAÇÃO DO IM-
dos em contas de resultado. POSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS APLICÁVEIS
PROCEDIMENTOS DE ADOÇÃO INICIAL (Incluído
pela Resolução CFC n.º 1.437/13) 1. Este pronunciamento tem por objetivo normatizar o
tratamento contábil do imposto de renda e da contribuição
41. A entidade que adotar as normas aplicadas ao se- social das entidades.
tor público deve reconhecer inicialmente os estoques, imo- Seu aspecto principal é a contabilização das conse-
bilizados e intangíveis pelo custo ou valor justo. (Incluído quências fiscais atuais e futuras decorrentes de:
pela Resolução CFC n.º 1.437/13) a) recuperação ou liquidação futura do valor contábil
de ativos ou passivos reconhecidos no balanço patrimo-
42. A entidade deve reconhecer os efeitos do reco- nial da entidade;
nhecimento inicial dos ativos como ajuste de exercícios an- b) transações e outros eventos do período que são
teriores no período em que é reconhecido pela primeira reconhecidos nas demonstrações contábeis da entidade.
2. A contabilização de um ativo ou passivo enseja que
vez. (Incluído pela Resolução CFC n.º 1.437/13)
a recuperação ou liquidação de seus valores possa produzir
alterações nas futuras apurações de imposto de renda e
RESOLUÇÃO CFC N.º 1.366/11
contribuição social, através da sua dedutibilidade ou tri-
butação. Nessa circunstância, este pronunciamento deter-
Aprova a NBC T 16.11 – Sistema de Informação de mina que a entidade reconheça, com certas exceções, esse
Custos do Setor Público. impacto fiscal através da contabilização de um passivo ou
ativo fiscal diferido, no período em que tais diferenças sur-
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no girem.
exercício de suas atribuições legais e regimentais e com 3. Este pronunciamento determina que a entidade re-
fundamento no disposto na alínea “f” do Art. 6º do Decreto gistre contabilmente os efeitos fiscais de suas transações
-Lei n.º 9.295/46, alterado pela Lei n.º 12.249/10, e outros eventos no mesmo período contábil que regis-
trar essas transações e os outros eventos. Adicionalmente,
RESOLVE: quando as transações e outros eventos forem reconheci-
Art. 1º Aprovar a NBC T 16.11 – Sistema de Informação dos na demonstração do resultado, todos os efeitos fiscais
de Custos do Setor Público. correspondentes também serão reconhecidos na demons-
20
CONTABILIDADE PÚBLICA
tração do resultado. Quando contabilizados diretamente 13. Diferenças Temporárias são as diferenças que im-
no patrimônio líquido, a contabilização dos efeitos fiscais pactam ou podem impactar a apuração do imposto de ren-
também será no patrimônio líquido. Este pronunciamento da e da contribuição social decorrentes de diferenças tem-
trata também do reconhecimento de ativos fiscais diferidos porárias entre a base fiscal de um ativo ou passivo e seu
decorrentes de prejuízos ou créditos fiscais não utilizados, valor contábil no balanço patrimonial. Elas podem ser:
da apresentação do imposto de renda e da contribuição a) tributáveis, ou seja, que resultarão em valores a se-
social nas demonstrações contábeis e da divulgação de in- rem adicionados no cálculo do resultado tributável de pe-
formações sobre tais impostos. ríodos futuros, quando o valor contábil do ativo ou passivo
4. O ativo fiscal diferido decorrente de prejuízos fiscais for recuperado ou liquidado;
de imposto de renda e bases negativas de contribuição so- b) dedutíveis, ou seja, que resultarão em valores a se-
cial deve ser reconhecido, total ou parcialmente, desde que rem deduzidos no cálculo do resultado tributável de perío-
a entidade tenha histórico de rentabilidade, acompanhado dos futuros, quando o valor contábil do ativo ou passivo for
da expectativa fundamentada dessa rentabilidade por pra- recuperado ou liquidado.
zo que considere o limite máximo de compensação permi- 14.Base Fiscal de um ativo ou passivo é o valor atribuí-
tido pela legislação. do a um ativo ou passivo para fins tributários.
5. Para os fins deste pronunciamento, o imposto de
renda compreende tanto o imposto do próprio país como EMBASAMENTO TÉCNICO-CONTÁBIL
os impostos de outros países a que a entidade estiver su- Diferenças Temporárias Tributáveis
jeita, sempre que baseados em resultados tributáveis. O 15. Algumas diferenças temporárias surgem quando se
imposto de renda compreende também os impostos que, inclui receita ou despesa no resultado contábil em um perío-
tal como o imposto retido na fonte, são recolhidos por uma do, e no resultado tributável em período diferente. A seguir,
controlada, coligada ou “joint venture” sobre as distribui- apresentam-se exemplos de diferenças desse tipo que são
ções feitas para a entidade. diferenças temporárias tributáveis e, portanto, resultam em
6. Este pronunciamento não especifica quando ou obrigações fiscais diferidas:
a) a depreciação considerada na determinação do resul-
como a entidade deve contabilizar os efeitos fiscais de di-
tado tributável pode ser diferente daquela que é considera-
videndos. As movimentações no patrimônio líquido para
da na determinação do resultado contábil.
atendimento de procedimentos específicos determinados
por órgãos regulamentadores serão objeto de pronuncia-
Surge, então, uma diferença entre o valor líquido contá-
mentos futuros.
bil do ativo e sua base fiscal, que é o custo do ativo menos as
correspondentes depreciações acumuladas, permitidas pela
DEFINIÇÕES
legislação fiscal. Se essa diferença reverter-se ao longo do
7. Resultado Contábil antes do Imposto de Renda é tempo, teremos uma diferença temporária. Uma aceleração
o lucro líquido ou prejuízo de um período, antes da dedu- da depreciação para fins fiscais resulta em uma obrigação
ção ou acréscimo das despesas ou receitas de imposto de fiscal diferida. Por outro lado, uma aceleração da deprecia-
renda e da contribuição social. ção para fins contábeis resulta em um ativo fiscal diferido;
8. Resultado Tributável é o lucro ou prejuízo de um b) receita contabilizada, mas ainda não recebida, relativa
período, calculado de acordo com as regras estabelecidas a contratos de longo prazo de construção por empreitada
pelas autoridades fiscais, e sobre o qual são devidos ou ou de fornecimento de bens ou serviços, quando celebrados
recuperáveis o imposto de renda e a contribuição social. com o governo ou entidades do governo;
9. Despesas ou Receitas de Imposto de Renda e da c) ganhos de capital registrados contabilmente e decor-
Contribuição é o valor total incluído na determinação do rentes de vendas de bens do ativo imobilizado, cujo recebi-
lucro líquido ou prejuízo do período, no tocante a tal im- mento e tributação dar-se-ão a longo prazo.
posto e contribuição, abrangendo os valores correntes e 16. A reavaliação de ativos é permitida em certas condi-
diferidos. ções, porém não afeta o resultado tributável no período em
10. Imposto de Renda e Contribuição Social Corren- que ocorre; contudo, a base fiscal do ativo não é ajustada. A
tes é o montante do imposto de renda e da contribuição diferença entre o valor contábil de um ativo reavaliado e sua
social a pagar ou recuperar com relação ao resultado tribu- base fiscal constitui uma diferença temporária e dá origem a
tável do período. obrigação fiscal diferida. Assim, mesmo que a entidade não
11. Obrigações Fiscais Diferidas são os valores do pretenda alienar o ativo, o valor contábil reavaliado é o que
imposto de renda e da contribuição social a pagar em pe- será recuperado através da depreciação ou exaustão, geran-
ríodos futuros, com relação a diferenças temporárias tribu- do, portanto, uma receita tributável correspondente ao ex-
táveis. cesso de depreciação contábil em relação àquela permitida
12. Ativos Fiscais Diferidos são os valores do imposto para fins fiscais.
de renda e da contribuição social a recuperar em períodos 17. Nesse caso, o montante dos impostos e contribui-
futuros com relação a: ções relativo à diferença entre o valor contábil e sua corres-
a) diferenças temporárias dedutíveis; pondente base fiscal deve ser, nos termos deste pronuncia-
b) compensação futura de prejuízos fiscais não utili- mento, integralmente provisionado, no momento do regis-
zados. tro da reavaliação, mediante a utilização de conta retificado-
ra da reserva de reavaliação.
21
CONTABILIDADE PÚBLICA
Diferenças Temporárias Dedutíveis b) se é provável que terá lucros tributáveis antes de pres-
18. A seguir são dados exemplos de diferenças temporá- crever o direito à compensação dos prejuízos fiscais;
rias dedutíveis que resultam em ativo fiscal diferido: c)se os prejuízos fiscais resultam de causa identificada que
a) provisão para garantia de produtos, registrada na con- provavelmente não ocorrerá novamente;
tabilidade no período de sua venda, mas dedutível para fins d) se há oportunidade identificada de planejamento tri-
fiscais somente quando realizada; butário, respeitados os princípios fundamentais de contabili-
b) provisão para gastos com manutenção e reparo de dade, que possa gerar lucro tributável no período em que os
equipamentos, deduzida, para fins fiscais, apenas quando es- prejuízos possam ser compensados. Se não for provável que
tes forem efetivamente realizados; haverá lucro tributável para compensar os prejuízos fiscais, o
c) provisão para riscos fiscais e outros passivos contingentes; ativo fiscal diferido não deve ser reconhecido.
d) provisões contabilizadas acima dos limites permitidos
pela legislação fiscal, cujos excessos sejam recuperáveis fiscal- Diferenças Temporárias
mente no futuro, tal como a provisão para créditos duvidosos 22. O imposto de renda e a contribuição social correntes,
ou em liquidação; referentes aos períodos corrente e anteriores, devem ser re-
e) provisão para perdas permanentes em investimentos; conhecidos como obrigação, à medida que são devidos. Se
f) receitas tributadas em determinado período, que so- o montante já pago, referente aos períodos corrente e ante-
mente serão reconhecidas contabilmente em período ou pe- riores, exceder o montante considerado devido, o excedente,
ríodos futuros, para atender ao Princípio da Competência; caso seja recuperável, deve ser reconhecido como ativo.
g) amortização contábil de ágio que somente será dedutí- 23. O imposto de renda e a contribuição social correntes,
vel por ocasião de sua realização por alienação ou baixa; relativos ao exercício que se está reportando, devem ser re-
h) certos ativos podem ser reavaliados, sem que se faça conhecidos pelo valor que, às alíquotas aplicáveis, se espera
um ajuste equivalente para fins tributários. A diferença tempo- pagar ou recuperar.
rária dedutível surge se a base fiscal do ativo exceder seu valor 24. A obrigação fiscal diferida deve ser reconhecida com
contábil ajustado ao valor de mercado (reavaliação negativa), relação a todas as diferenças temporárias tributáveis, exceto se
ou valor de recuperação. decorrente da compra de ativo não dedutível.
25. Um ativo fiscal diferido deve ser reconhecido para
Ativo Fiscal Diferido todas as diferenças temporárias dedutíveis, quando satisfizer
19. Deve-se reconhecer o ativo fiscal diferido com relação uma das seguintes condições:
a prejuízos fiscais à medida que for provável que no futuro a) haja expectativa de geração de lucro tributável no futu-
haverá lucro tributável suficiente para compensar esses prejuí- ro, contra o qual se possa utilizar essas diferenças, demonstra-
zos. A avaliação dessa situação é de responsabilidade da ad- da em planos e projeções da administração; ou
ministração da entidade e requer julgamento das evidências b) exista obrigação fiscal diferida em montante e em pe-
existentes. A ocorrência de prejuízos recorrentes constitui uma ríodo de realização que possibilite a compensação do ativo
dúvida sobre a recuperabilidade do ativo diferido. Precisa ser fiscal diferido.
claramente entendida a vinculação entre o reconhecimento de
ativo fiscal diferido e a avaliação da continuidade operacional Mensuração Inicial
da entidade efetuada para a aplicação de princípios contábeis 26. O ativo e o passivo fiscais diferidos devem ser reco-
aplicáveis a entidades em liquidação. Certamente, a existên- nhecidos às alíquotas aplicáveis ao período em que o ativo
cia de dúvidas quanto à continuidade operacional demonstra será realizado ou o passivo liquidado.
que não é procedente o lançamento contábil dos ativos fiscais 27. Quando se aplicam diferentes alíquotas às diversas fai-
diferidos. Por outro lado, apesar de não existir dúvida sobre xas de lucro tributável, o ativo e o passivo fiscais devem ser
continuidade, poderão existir circunstâncias em que não seja reconhecidos às taxas médias que se espera aplicar ao lucro
procedente o registro do ativo fiscal diferido. tributável ou ao prejuízo fiscal dos períodos em que se prevê a
20. Nesse contexto, os pressupostos utilizados para a ava- reversão das diferenças temporárias.
liação da probabilidade de ocorrência de lucros tributáveis fu- Mensurações Posteriores
turos, que envolvem providências internas da administração, 28. A entidade, periodicamente, deve reanalisar o ativo
são evidências mais concretas ou melhor administráveis do que fiscal diferido não reconhecido e reconhecê-lo à medida que
pressupostos que envolvem terceiros ou uma situação de mer- se tornar provável que no futuro haverá lucro tributável ca-
cado (por exemplo, significativo aumento das vendas ou de- paz de permitir a recuperação desse ativo. Por exemplo, com
pendência de preço de commodities). Também, os pressupostos a melhoria das condições de negócios, pode ter-se tornado
se tomam mais imprecisos na medida em que o período das provável que no futuro a entidade venha a gerar lucro tributá-
projeções aumenta. Ao aumentar esse período, diminui a capa- vel, atendendo assim aos critérios de reconhecimento de ativo
cidade da administração em elaborar suas melhores estimativas. fiscal diferido.
21. A entidade, ao avaliar a probabilidade de lucro tributá- 29. Por outro lado, o valor contábil de um ativo fiscal di-
vel futuro contra o qual possa utilizar os prejuízos fiscais, deve ferido deve, também, ser revisto periodicamente e a entidade
considerar os seguintes critérios: deve reduzi-lo ou extingui-lo à medida que não for provável
a) se existem diferenças temporárias tributáveis suficien- que haverá lucro tributável suficiente para permitir a utiliza-
tes, relativas à mesma autoridade fiscal, que resultem em va- ção total ou parcial do ativo fiscal diferido. Essa redução ou
lores tributáveis contra os quais esses prejuízos fiscais possam extinção deve ser revertida à medida que se torne novamente
ser utilizados antes que prescrevam; provável a disponibilidade de lucro tributável suficiente.
22
CONTABILIDADE PÚBLICA
APRESENTAÇÃO
Ativos e Passivos Fiscais
35. No balanço patrimonial, o ativo e o passivo fiscais devem ser apresentados separadamente de outros ativos e passivos,
e o ativo e o passivo fiscais diferidos devem distinguir-se dos correntes.
36. O passivo fiscal corrente deve ser classificado no passivo circulante. O ativo ou passivo fiscal diferido deve ser classifica-
do destacadamente no realizável ou exigível a longo prazo e transferido para o circulante no momento apropriado, mas sempre
evidenciando tratar-se de item fiscal diferido.
Compensação
37. A entidade só deve compensar ativo e passivo fiscais se, tendo direito legal para tanto, pretender quitá-los em bases
líquidas, ou simultaneamente realizar o ativo e liquidar a obrigação.
Despesa ou Receita de Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Resultado do Exercício
38. A despesa ou receita tributária sobre os resultados das atividades ordinárias do exercício deve ser apresentada na de-
monstração do resultado, em conta destacada após o resultado contábil antes do imposto de renda e da contribuição social, e
antes de apurar o lucro líquido ou prejuízo do exercício.
39. A despesa ou receita tributária sobre resultados extraordinários deve ser apresentada como componente de tais resul-
tados.
Divulgação
40. As demonstrações contábeis e/ou as notas explicativas devem conter, quando relevantes, informações evidenciando:
a) montante dos impostos corrente e diferido registrados no resultado, patrimônio líquido, ativo e passivo;
b) natureza, fundamento e expectativa de prazo para realização de cada ativo e obrigações fiscais diferidas;
c) efeitos no ativo, passivo, resultado e patrimônio líquido decorrentes de ajustes por alteração de alíquotas ou por mudan-
ça na expectativa de realização ou liquidação dos ativos ou passivos diferidos;
d) montante das diferenças temporárias e dos prejuízos fiscais não utilizados para os quais não se reconheceu contabilmen-
te um ativo fiscal diferido, com a indicação do valor dos tributos que não se qualificaram para esse reconhecimento;
e) conciliação entre o valor debitado ou creditado ao resultado de imposto de renda e contribuição social e o produto do
resultado contábil antes do imposto de renda multiplicado pelas alíquotas aplicáveis, divulgando-se também tais alíquotas e
suas bases de cálculo;
f) natureza e montante de ativos cuja base fiscal seja inferior a seu valor contábil.
Data da Vigência
41. Este pronunciamento passa a vigorar para demonstrações contábeis relativas aos períodos iniciados em ou após 1º de
janeiro de 1999, sendo incentivada a sua aplicação antecipada.
Disposições Transitórias
42. Os ajustes decorrentes da implementação deste pronunciamento deverão ser efetuados como ajustes de exercícios
anteriores.
23
CONTABILIDADE PÚBLICA
Disposições Anteriores
43. Este pronunciamento revoga as disposições anteriores em contrário, especialmente o pronunciamento do IBRACON
“XX - Imposto de Renda Diferido”,
NPC N° 25 - Pronunciamento aprovado pela Diretoria Nacional em reunião realizada em Maio de 1998.
(Este pronunciamento foi referendado pela CVM conforme deliberação n° 273 de 20/8/1998)
9 SISTEMA DE CUSTOS.
9.1 ASPECTOS LEGAIS DO SISTEMA DE CUSTOS.
9.2 AMBIENTE DA INFORMAÇÃO DE CUSTOS.
9.3 CARACTERÍSTICAS DA
INFORMAÇÃO DE CUSTOS.
9.4 TERMINOLOGIA DE CUSTOS.
Índice Item
OBJETIVO 1–6
ALCANCE 7–8
DEFINIÇÕES 9
CARACTERÍSTICAS E ATRIBUTOS DA INFORMAÇÃO DE CUSTOS 10 – 12
EVIDENCIAÇÃO DAS INFORMAÇÕES DE CUSTOS 13
REGIME DE COMPETÊNCIA 14
COTA DE DISTRIBUIÇÃO DE CUSTOS INDIRETOS 15 – 17
VARIAÇÃO DA CAPACIDADE PRODUTIVA 18
INTEGRAÇÃO COM OS DEMAIS SISTEMAS ORGANIZACIONAIS 19 – 20
IMPLANTAÇÃO DO SUBSISTEMA DE CUSTOS 21
RESPONSABILIDADE PELA INFORMAÇÃO DE CUSTOS 22 – 24
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ECONÔMICO 25 – 27
Objetivo
1. Esta Norma estabelece a conceituação, o objeto, os objetivos e as regras básicas para mensuração e evidenciação
dos custos no setor público e apresentado, nesta Norma, como Subsistema de Informação de Custos do Setor Público (SI-
CSP). (Redação dada pela Resolução CFC n.º 1.437/13)
2. O SICSP registra, processa e evidencia os custos de bens e serviços e outros objetos de custos, produzidos e ofe-
recidos à sociedade pela entidade pública.
24
CONTABILIDADE PÚBLICA
25
CONTABILIDADE PÚBLICA
Custeio por absorção que consiste na apropriação de Custo operacional é o que ocorre durante o ciclo de
todos os custos de produção aos produtos e serviços. produção dos bens e serviços e outros objetos de custos,
como energia elétrica, salários, etc.
Custeio pleno que consiste na apropriação dos custos
de produção e das despesas aos produtos e serviços. (In- Custo predeterminado é o custo teórico, definido a
cluída pela Resolução CFC n.º 1.437/13) priori para valorização interna de materiais, produtos e ser-
viços prestados.
Custeio por atividade que considera que todas as ati-
vidades desenvolvidas pelas entidades são geradoras de Custo padrão (standard) é o custo ideal de produção de
custos e consomem recursos. Procura estabelecer a relação determinado produto/serviço. (Redação dada pela Resolu-
entre atividades e os objetos de custo por meio de direcio- ção CFC n.º 1.437/13)
nadores de custos que determinam quanto de cada ativi-
dade é consumida por eles.
Custo estimado é o custo projetado para subsidiar o
A escolha do método deve estar apoiada na disponibi-
processo de elaboração dos orçamentos da entidade para
lidade de informações e no volume de recursos necessários
determinado período; pode basear-se em simples estimati-
para obtenção das informações ou dados. As entidades
podem adotar mais de uma metodologia de custeamento, va ou utilizar a ferramenta do custo padrão.
dependendo das características dos objetos de custeio.
Custo controlável utiliza centro de responsabilidade e
Gasto é o dispêndio de um ativo ou criação de um pas- atribui ao gestor apenas os custos que ele pode controlar.
sivo para obtenção de um produto ou serviço.
Hora ocupada é o tempo despendido pela força do tra-
Desembolso é o pagamento resultante da aquisição do balho nos departamentos de serviço destinados a atender
bem ou serviço. às tarefas vinculadas com as áreas de produção de bens ou
serviços. (Redação dada pela Resolução CFC n.º 1.437/13)
Investimento corresponde ao gasto levado para o Ativo
em função de sua vida útil. São todos os bens e direitos Hora máquina corresponde à quantidade de horas que
adquiridos e registrados no ativo. as máquinas devem funcionar para realizar a produção de
Perdas correspondem a reduções do patrimônio que bens e serviços e outros objetos de custos do período. É
não estão associadas a qualquer recebimento compensa- aplicada às unidades de produto ou serviço em função do
tório ou geração de produtos ou serviços, que ocorrem de tempo de sua elaboração.
forma anormal e involuntária. (Redação dada pela Resolu-
ção CFC n.º 1.437/13) Mão de obra direta corresponde ao valor da mão de
obra utilizado para a produção de bens e serviços e outros
Custos são gastos com bens ou serviços utilizados para objetos de custos.
a produção de outros bens ou serviços.
Sobre aplicação é a variação positiva apurada entre os
Custos da prestação de serviços são os custos incorri- custos e metas estimados e os executados.
dos no processo de obtenção de bens e serviços e outros
objetos de custos e que correspondem ao somatório dos Sub aplicação é a variação negativa apurada entre os
elementos de custo, ligados à prestação daquele serviço.
custos e metas estimados e os executados.
Custos reais são os custos históricos apurados a poste-
Custo de oportunidade é o custo objetivamente men-
riori e que realmente foram incorridos.
surável da melhor alternativa desprezada relacionado à es-
Custo direto é todo o custo que é identificado ou asso- colha adotada.
ciado diretamente ao objeto do custo.
Receita econômica é o valor apurado a partir de bene-
Custo indireto é o custo que não pode ser identificado fícios gerados à sociedade pela ação pública, obtido por
diretamente ao objeto do custo, devendo sua apropriação meio da multiplicação da quantidade de serviços presta-
ocorrer por meio da utilização de bases de rateio ou dire- dos, bens ou produtos fornecidos, pelo custo de oportu-
cionadores de custos. nidade, custo estimado, custo padrão, etc. (Incluída pela
Resolução CFC n.º 1.437/13)
Custo fixo é o que não é influenciado pelas atividades
desenvolvidas, mantendo seu valor constante em intervalo Características e atributos da informação de custos
relevante das atividades desenvolvidas pela entidade.
10. Os serviços públicos devem ser identificados, me-
Custo variável é o que tem valor total diretamente pro- didos e relatados em sistema projetado para gerenciamen-
porcional à quantidade produzida/ofertada. (Redação dada to de custos dos serviços públicos.
pela Resolução CFC n.º 1.437/13)
26
CONTABILIDADE PÚBLICA
11. Os serviços públicos possuem características (c) o método de custeio adotado para apuração dos
peculiares tais como: universalidade e obrigação de for- custos para os objetos de custos; os principais critérios
necimento, encaradas na maioria das vezes como direito de mensuração; e as eventuais mudanças de critérios que
social, em muitas situações, têm apenas o estado como possam afetar à análise da comparabilidade da informação.
fornecedor do serviço (monopólio do Estado). O serviço (Redação dada pela Resolução CFC n.º 1.437/13)
público fornecido sem contrapartida ou por custo irrisório
diretamente cobrado ao beneficiário tem (em sua grande Princípio de competência
maioria) o orçamento como principal fonte de alocação de
recursos. 14. Na geração de informação de custo, é obrigatória
a adoção dos princípios de contabilidade em especial o da
12. Os atributos da informação de custos são: competência, devendo ser realizados os ajustes necessários
(a) relevância – entendida como a qualidade que a in- quando algum registro for efetuado de forma diferente.
formação tem de influenciar as decisões de seus usuários
auxiliando na avaliação de eventos passados, presentes e Cota de distribuição de custos indiretos
futuros;
(b) utilidade – deve ser útil à gestão tendo a sua rela- 15. As cotas de distribuição de custos indiretos, quan-
ção custo benefício sempre positiva;
do for o caso, podem ser selecionadas entre as seguintes,
(c) oportunidade – qualidade de a informação estar
de acordo com as características do objeto de custo: área
disponível no momento adequado à tomada de decisão;
ocupada; dotação planejada disponível; volume ocupado
(d) valor social – deve proporcionar maior transparên-
em depósitos; quantidade de ordens de compra emitida
cia e evidenciação do uso dos recursos públicos;
(e) fidedignidade – referente à qualidade que a infor- para fornecedores; consumo de energia elétrica; número
mação tem de estar livre de erros materiais e de juízos pré- de servidores na unidade administrativa responsável, etc.
vios, devendo, para esse efeito, apresentar as operações e
acontecimentos de acordo com sua substância e realidade 16. É necessário e útil que a entidade que deseje evi-
econômica e, não, meramente com a sua forma legal; denciar seus custos unitários, utilizando-se dos vários mé-
(f) especificidade – informações de custos devem ser todos de custeio existentes, o faça respeitando as etapas
elaboradas de acordo com a finalidade específica pretendi- naturais do processo de formação dos custos dentro dos
da pelos usuários; seus respectivos níveis hierárquicos (institucionais e orga-
(g) comparabilidade – entende-se a qualidade que a nizacionais, funcionais e programáticos). (Redação dada
informação deve ter de registrar as operações e aconte- pela Resolução CFC n.º 1.437/13)
cimentos de forma consistente e uniforme, a fim de con-
seguir comparabilidade entre as distintas instituições com 17. A etapa natural pode ser assim identificada: iden-
características similares. É fundamental que o custo seja tificação dos objetos de custos; identificação dos custos
mensurado pelo mesmo critério no tempo e, quando for diretos; alocação dos custos diretos aos objetos de custos;
mudada, esta informação deve constar em nota explicativa; evidenciação dos custos diretos dentro da classe de ob-
(h) adaptabilidade – deve permitir o detalhamento jetos definidos; identificação dos custos indiretos; escolha
das informações em razão das diferentes expectativas e do modelo de alocação dos custos indiretos, observando
necessidades informacionais das diversas unidades organi- sempre a relevância e, principalmente, a relação custo/be-
zacionais e seus respectivos usuários; nefício.
(i) granularidade – sistema que deve ser capaz de
produzir informações em diferentes níveis de detalhamen- Variação da capacidade produtiva
to, mediante a geração de diferentes relatórios, sem perder
o atributo da comparabilidade. 18. As variações da capacidade produtiva podem ser
das seguintes naturezas, entre outras:
Evidenciação das informações de custos (Redação
(a) variação do volume ou capacidade: deve-se a so-
dada pela Resolução CFC n.º 1.437/13)
bre ou subutilização das instalações em comparação com
o nível de operação. Está representada pela diferença entre
13. A entidade pública deve evidenciar ou apresentar,
os custos indiretos fixos orçados e os custos indiretos fixos
em notas explicativas, os objetos de custos definidos pre-
viamente, demonstrando separadamente: alocados à produção de bens e serviços e outros objetos
(a) o montante de custos dos principais objetos, de- de custos;
monstrando: a dimensão programática: programas e ações, (b) variação de quantidade: reflete a variação nos ele-
projetos e atividades; dimensão institucional ou organiza- mentos de custo em relação à quantidade empregada de
cional e funcional; outras dimensões; materiais e outros insumos para produção de produtos ou
(b) os critérios de comparabilidade utilizados, tais serviços.
como: custo padrão; custo de oportunidade; custo estima-
do; custo histórico;
27
CONTABILIDADE PÚBLICA
Integração com os demais sistemas organizacionais 27. A DRE deve ser elaborada considerando sua inter-
ligação com o subsistema de custos e apresentar na forma
19. O SICSP deve capturar informações dos demais dedutiva, pelo menos, a seguinte estrutura:
sistemas de informações das entidades do setor público. (a) receita econômica dos serviços prestados, dos bens
e dos produtos fornecidos;
20. O SICSP deve estar integrado com o processo de (b) custos e despesas identificados com a execução da
planejamento e orçamento, devendo utilizar a mesma base ação pública; e
conceitual se se referirem aos mesmos objetos de custos, (c) resultado econômico apurado. (Incluído pela Reso-
permitindo assim o controle entre o orçado e o executado. lução CFC n.º 1.437/13)
No início do processo de implantação do SICSP, pode ser
que o nível de integração entre planejamento, orçamento
e execução (consequentemente custos) não esteja em nível 10 PLANO DE CONTAS APLICADO
satisfatório. O processo de mensurar e evidenciar custos
AO SETOR PÚBLICO.
deve ser realizado sistematicamente, fazendo da informa-
ção de custos um vetor de alinhamento e aperfeiçoamento
do planejamento e orçamento futuros.
PLANO DE CONTAS
O Plano de Contas da Administração Pública Federal
Implantação do subsistema de custos (Redação é representado por um conjunto de títulos, organizados e
dada pela Resolução CFC n.º 1.437/13) codificados com o propósito de sistematizar e uniformizar
o registro contábil dos atos e fatos de gestão, e permitir a
21. O processo de implantação do SICSP deve ser sis- qualquer momento, com precisão e clareza, a obtenção dos
temático e gradual e levar em consideração os objetivos dados relativos ao patrimônio.
organizacionais pretendidos, os processos decisórios que
usarão as informações de custos segmentados por seus OBJETIVO
diferentes grupos de usuários, bem como os critérios de O plano de contas de uma entidade tem como objeti-
transparência e controle social. vo atender, de maneira uniforme e sistematizada, ao registro
contábil dos atos e fatos praticados pela entidade, de forma
Responsabilidade pela informação de custos a proporcionar maior flexibilidade no gerenciamento e con-
solidação dos dados e a atender às necessidades de informa-
22. A análise, a avaliação e a verificação da consistên- ções dos usuários. O Plano de Contas também é conhecido
cia das informações de custos são de responsabilidade da como Manual de Contas e serve de guia para a escrituração
entidade do setor público, em qualquer nível da sua estru- contábil. É a bússola do contabilista, auxiliando o trabalho de
tura organizacional, a qual se refere às informações, abran- definição do registro contábil dos fenômenos patrimoniais.
gendo todas as instâncias e níveis de responsabilidade.
DIRETRIZES DO GT DE PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS
23. A responsabilidade pela fidedignidade das infor- PARA O PCASP
mações originadas de outros sistemas é do gestor da en- (Plano de Contas Aplicado ao Setor Público)
tidade onde a informação é gerada. (Redação dada pela
Resolução CFC n.º 1.437/13) Adoção de estrutura padronizada de Plano de Contas;
Aplicação nas três esferas de governo (União, Estados e
Municípios);
24. A responsabilidade pela consistência conceitual e
Elaboração de relatórios e demonstrativos previstos na
apresentação das informações contábeis do subsistema de
legislação vigente e nas normas de brasileiras de contabili-
custos é do profissional contábil. (Redação dada pela Reso-
dade;
lução CFC n.º 1.437/13)
Elaboração de relatórios e demonstrativos previstos na
legislação vigente e nas normas de brasileiras de contabili-
Demonstração do resultado econômico (Incluído dade;
pela Resolução CFC n.º 1.437/13) Flexibilidade para que os entes detalhem em níveis in-
feriores, a partir do nível de detalhamento definido como
25. As informações de custos descritas nesta Norma mínimo a ser observado, de modo adequado às suas pecu-
podem subsidiar a elaboração de relatórios de custos, in- liaridades;
clusive da Demonstração do Resultado Econômico (DRE). Implantação facultativa em 2010 e obrigatória a partir de
(Incluído pela Resolução CFC n.º 1.437/13) 2012 para a União, Estados e Distrito Federal e 2013 para os
municípios; e
26. A DRE evidencia o resultado econômico de ações Elaboração de Manual do Plano de Contas Aplicado ao
do setor público. (Incluído pela Resolução CFC n.º 1.437/13) Setor Público, descrevendo o elenco das contas, suas funções
e demais procedimentos a serem observados, inclusive pelos
sistemas de dados padronizados.
28
CONTABILIDADE PÚBLICA
Objetivos do PCASP
O objetivo geral do PCASP é estabelecer normas de procedimentos para o registro das operações do setor público e
permitir a consolidação das contas públicas nacionais, tendo ainda, os seguintes objetivos específicos:
I - Atender às necessidades de informação das organizações do setor público.
II - Observar formato compatível com as legislações vigentes (Lei nº 4.320/1964, Lei 6.404/76, Lei Complementar nº
101/2000, etc.), os Princípios de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público - NBC
T SP; e adaptar-se, tanto quanto possível, às exigências dos agentes externos, principalmente às Normas Internacionais de
Contabilidade do Setor Público (NICSP).
Não esquecer: O Plano de Contas Aplicado ao Setor Público segue as diretrizes e objetivos estabelecidos pela Secre-
taria do Tesouro Nacional em conjunto com o Grupo Técnico de Padronização de Procedimentos Contábeis, bem como as
orientações das Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público (NBCASP).
O Plano de Contas da Administração Pública Federal é representado por um conjunto de títulos, organizados e codi-
ficados com o propósito de sistematizar e uniformizar o registro contábil dos atos e fatos de gestão, e permitir a qualquer
momento, com precisão e clareza, a obtenção dos dados relativos ao patrimônio.
A execução contábil relativa aos atos e fatos de gestão financeira, orçamentária e patrimonial, por parte dos Órgãos e
Entidades da Administração Pública Federal obedece ao Plano de Contas elaborado e mantido de acordo com os padrões
estabelecidos, tendo como parte integrante a Relação das Contas, a Tabela de Eventos e o s Indicadores Contábeis.
O Plano de Contas tem o propósito de atender, de maneira uniforme e sistematizada, ao registro contábil dos atos e
fatos relacionados com os recursos colocados à disposição dos Órgãos da Administração Direta e Indireta, de forma a pro-
porcionar maior flexibilidade no gerenciamento e consolidação dos dados e atender às necessidades de informações em
todos os níveis da Administração Pública Federal, objetivando principalmente:
01 - Realçar o estado patrimonial e suas variações, concentrando as contas típicas de controle nos grupos de compen-
sação, de forma a propiciar o conhecimento mais adequado da situação econômico-financeira da gestão administrativa;
02 - Padronizar o nível de informações dos Órgãos da Administração Direta e Indireta com a finalidade de auxiliar o
processo de tomada de decisão, ampliando a quantidade dessas informações e facilitando a elaboração do BGU; e
03 - Permitir, através da relação de contas e tabelas, a manutenção de um sistema integrado de informações orça-
mentárias, financeiras e patrimoniais na Administração Pública Federal, com a extração de relatórios necessários a análise
gerencial, inclusive Balanços e demais Demonstrações Contábeis, capaz de atender aos aspectos legais e fiscais.
ÁREAS ENVOLVIDAS
O Plano de Contas é adotado por todas as UG integrantes do SIAFI, ou que venham a integrá-lo, sob a modalidade
de uso total, sendo a CCONT/STN o órgão responsável por sua administração, a quem compete: criar, extinguir, especifi-
car, desdobrar, detalhar e codificar contas; expedir instruções sobre a utilização do Plano de Contas, compreendendo os
procedimentos contábeis pertinentes; e promover as alterações e ajustes necessários à atualização do Plano de Contas,
observada sua estrutura básica, incluindo a Tabela de Eventos e os Indicadores Contábeis.
29
CONTABILIDADE PÚBLICA
ESTRUTURA
A estrutura básica do Plano de Contas, em nível de classe/grupo, consiste na seguinte disposição:
ESTRUTURA
O PCASP é composto por:
Tabela de atributos da conta contábil
É o conjunto de características próprias que a individualizam, distinguindo-a de outra conta pertencente ao plano de
contas. Os atributos são a identidade da conta, dividindo-se em essenciais e acessórios.
Atributos essenciais são os elementos imprescindíveis para a perfeita compreensão do objeto da conta, e são:
TÍTULO
FUNÇÃO
FUNCIONAMENTO
NATUREZA DO SALDO
CÓDIGO
TÍTULO
Palavra ou designação que identifica o objeto de uma conta, ou seja, a razão para a qual foi aberta e a classe de valores
que registra;
FUNÇÃO
Descrição da natureza dos atos e fatos registráveis na conta, explicando de forma clara e objetiva o papel desempe-
nhado pela conta na escrituração;
30
CONTABILIDADE PÚBLICA
31
CONTABILIDADE PÚBLICA
ESTRUTURA
As contas estão estruturadas por níveis de desdobramento, classificadas e codificadas de modo a facilitar o conhecimento e
a análise da situação orçamentária, financeira e patrimonial, compreendendo sete níveis de desdobramento, da seguinte forma:
1° NÍVEL - CLASSE ..............................................................X
2°. NÍVEL - GRUPO ..............................................................X
3°. NÍVEL - SUBGRUPO .......................................................X
4°. NÍVEL - ELEMENTO.........................................................X
5°. NÍVEL - SUBELEMENTO..................................................X
6°. NÍVEL - ITEM ..................................................................XX
7°. NÍVEL - SUBITEM ...........................................................XX
CONTA-CORRENTE .....................................................CÓDIGO
11 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
APLICADAS AO SETOR PÚBLICO.
11.1 BALANÇO ORÇAMENTÁRIO.
11.2 BALANÇO FINANCEIRO.
11.3 DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES
PATRIMONIAIS. 11.4 BALANÇO PATRIMONIAL.
11.5 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA.
11.6 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO.
11.7 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.
11.8 CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS.
BALANÇO ORÇAMENTÁRIO
CONCEITO
O Balanço Orçamentário, definido pela Lei nº 4.320/1964, demonstra as receitas e despesas previstas em confronto com
as realizadas.
Em sua estrutura, deve evidenciar as receitas e as despesas orçamentárias por categoria econômica, confrontar o orçamen-
to inicial e as suas alterações com a execução, demonstrar o resultado orçamentário e discriminar:
(a) as receitas por fonte (espécie); e
(b) as despesas por grupo de natureza.
O Balanço Orçamentário apresentará as receitas detalhadas por categoria econômica, origem e espécie, especificando a
previsão inicial, a previsão atualizada para o exercício, a receita realizada e o saldo a realizar. Demonstrará também as despesas
por categoria econômica e grupo de natureza da despesa, discriminando a dotação inicial, a dotação atualizada para o exercício,
as despesas empenhadas, as despesas liquidadas, as despesas pagas e o saldo da dotação.
A identificação das receitas e despesas intraorçamentárias, quando necessária, deverá ser apresentada em notas explicativas.
Os valores referentes ao refinanciamento da dívida mobiliária e de outras dívidas deverão constar, destacadamente, nas
receitas de operações de crédito internas e externas e, nesse mesmo nível de agregação, nas despesas com amortização da
dívida de refinanciamento.
No nível de detalhamento em que são apresentadas no modelo (3º nível – Espécie), as receitas deverão ser informadas
pelos valores líquidos das respectivas deduções, tais como restituições, descontos, retificações, deduções para o Fundeb e
repartições de receita entre os entes da Federação, quando registradas como dedução, conforme orientação na Parte I – Pro-
cedimentos Contábeis Orçamentários.
Em decorrência da utilização do superávit financeiro de exercícios anteriores para abertura de créditos adicionais, apurado
no Balanço Patrimonial do exercício anterior ao de referência, o Balanço Orçamentário demonstrará uma situação de desequi-
líbrio entre a previsão atualizada da receita e a dotação atualizada. Essa situação também pode ser causada pela reabertura de
créditos adicionais, especificamente os créditos especiais e extraordinários que tiveram o ato de autorização promulgado nos
últimos quatro meses do ano anterior, caso em que esses créditos serão reabertos nos limites de seus saldos e incorporados ao
orçamento do exercício financeiro em referência.
32
CONTABILIDADE PÚBLICA
Esse desequilíbrio ocorre porque o superávit financeiro de exercícios anteriores, quando utilizado como fonte de recursos
para abertura de créditos adicionais, não pode ser demonstrado como parte da receita orçamentária do Balanço Orçamentário
que integra o cálculo do resultado orçamentário. O superávit financeiro não é receita do exercício de referência, pois já o foi em
exercício anterior, mas constitui disponibilidade para utilização no exercício de referência. Por outro lado, as despesas executa-
das à conta do superávit financeiro são despesas do exercício de referência, por força legal, visto que não foram empenhadas no
exercício anterior. Esse desequilíbrio também ocorre pela reabertura de créditos adicionais porque aumentam a despesa fixada
sem necessidade de nova arrecadação. Tanto o superávit financeiro utilizado quanto a reabertura de créditos adicionais estão
detalhados no campo SALDO DE EXERCÍCIOS ANTERIORES, do Balanço Orçamentário.
Dessa forma, no momento inicial da execução orçamentária, tem-se, via de regra, o equilíbrio entre receita prevista e despe-
sa fixada e constata-se que toda despesa a ser executada está amparada por uma receita prevista a ser arrecadada no exercício.
No entanto, iniciada a execução do orçamento, quando há superávit financeiro de exercícios anteriores, tem-se um recurso
disponível para abertura de créditos para as despesas não fixadas ou não totalmente contempladas pela lei orçamentária.
Dessa forma, o equilíbrio entre receita prevista e despesa fixada no Balanço Orçamentário pode ser verificado (sem influen-
ciar o seu resultado) somando-se os valores da linha TOTAL e da linha SALDOS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES, constantes da
coluna PREVISÃO ATUALIZADA, e confrontando-se esse montante com o total da coluna DOTAÇÃO ATUALIZADA .
Recomenda-se a utilização de notas explicativas para esclarecimentos a respeito da utilização do superávit financeiro e de
reaberturas de créditos especiais e extraordinários, bem como suas influências no resultado orçamentário, de forma a possibi-
litar a correta interpretação das informações.
33
CONTABILIDADE PÚBLICA
O Balanço Orçamentário será elaborado utilizando-se as classes 5, grupo 2 (Orçamento aprovado: previsão da receita
e fixação da despesa) e classe 6, grupo 2 (Execução do orçamento: realização da receita e execução da despesa) do PCASP.
O Balanço Orçamentário será complementado por nota explicativa detalhando as despesas executadas por tipos de
créditos (inicial, suplementar, especial e extraordinário). Será informado, ainda, o montante da movimentação financeira
(transferências financeiras recebidas e concedidas) relacionado à execução do orçamento do exercício, bem como os valo-
res referente a abertura de créditos adicionais e cancelamentos de crédito de forma a evidenciar a diferença entre a dotação
inicial e a atualizada.
Adicionalmente ao Balanço Orçamentário, devem ser incluídos dois quadros demonstrativos de execução de restos a
pagar, um relativo aos restos a pagar não processados, outro relativo aos restos a pagar processados, com o mesmo deta-
lhamento das despesas orçamentárias do balanço, de modo a propiciar uma análise da execução orçamentária do exercício
em conjunto com a execução dos restos a pagar. Seguem os modelos:
Para preenchimento do Anexo 1, Demonstrativo de Execução dos Restos a Pagar não Processados (RPNP), deverão ser
levantados os RPNP inscritos no exercício imediatamente anterior (b) e os inscritos em exercícios anteriores (a). As parcelas
dos RPNP evidenciadas em (a) e (b) e liquidadas no exercício corrente corresponderão ao item (c). De modo semelhante, as
parcelas de RPNP pagas e canceladas no exercício corrente corresponderão, respectivamente, aos itens (d) e (e).
O preenchimento do Anexo 2, Demonstrativo de Execução dos Restos a Pagar Processados (RPP), é bastante seme-
lhante ao preenchimento do quadro anterior. Destaca-se, contudo, que RPNP liquidados em exercícios anteriores mas não
pagos serão evidenciados neste quadro, e não no Anexo anterior. Outro ponto relevante é que não se faz necessária a co-
luna “liquidados”, uma vez que todos os restos a pagar evidenciados neste quadro já passaram pelo estágio da liquidação
na execução orçamentária.
34
CONTABILIDADE PÚBLICA
Para levantamento do Balanço Orçamentário, é necessário Representa a eventual diferença, a menor entre as re-
definir os seguintes conceitos: ceitas realizadas e as despesas empenhadas. Isso equivale à
linha SUBTOTAL COM REFINANCIAMENTO (III) das receitas,
PREVISÃO INICIAL menos a linha SUBTOTAL COM REFINANCIAMENTO (VIII) das
despesas.
Essa coluna identifica os valores da previsão inicial das re- Se as receitas realizadas forem superiores às despesas
ceitas, constantes na Lei Orçamentária Anual (LOA). Os valores empenhadas, essa diferença será lançada na linha SUPERÁVIT
registrados nessa coluna permanecerão inalterados durante (IX). Nesse caso, a linha DÉFICIT (IV) deverá ser preenchida
todo o exercício, pois refletem a posição inicial do orçamento com um traço (-), indicando valor inexistente ou nulo.
constante da LOA. As atualizações monetárias autorizadas por
lei, efetuadas até a data da publicação da LOA, deverão com- TOTAL (V)= (III + IV)
por a coluna, sendo mencionadas em notas explicativas.
Representa a soma da linha SUBTOTAL COM REFINAN-
PREVISÃO ATUALIZADA (a) CIAMENTO (III) com a linha DÉFICIT (IV).
Representa o montante de receita orçamentária que supe- Essa coluna identifica o valor dos créditos iniciais cons-
rou o montante da previsão atualizada. É obtido pela diferença tantes da LOA.
entre as receitas realizadas e a previsão atualizada.
DOTAÇÃO ATUALIZADA (e)
SUBTOTAL DAS RECEITAS (I) Essa coluna identifica o valor da dotação inicial mais os
créditos adicionais abertos ou reabertos durante o exercício,
Representa o total das receitas antes de refinanciamento. deduzidas as anulações/cancelamentos correspondentes.
35
CONTABILIDADE PÚBLICA
36
CONTABILIDADE PÚBLICA
3 - O Quociente de Desempenho da Arrecadação é re- Assim, o Balanço Financeiro é um quadro com duas
sultante da relação entre a Receita Realizada e a Previsão seções: Ingressos (Receitas Orçamentárias e Recebimentos
Inicial da Receita, indicando a existência de excesso ou falta Extraorçamentários) e Dispêndios (Despesa Orçamentária e
de arrecadação para administração dos indicadores fiscais. Pagamentos Extraorçamentários), que se equilibram com a
inclusão do saldo em espécie do exercício anterior na co-
4 - O Quociente de Utilização do Excesso de Arreca- luna dos ingressos e o saldo em espécie para o exercício
dação é resultante da relação entre os Créditos Adicionais seguinte na coluna dos dispêndios.
abertos por meio de excesso de arrecadação e o total do O resultado financeiro do exercício corresponde à dife-
excesso de arrecadação, indicando a parcela do excesso de rença entre o somatório dos ingressos orçamentários com
arrecadação utilizada para abertura de créditos adicionais. os extraorçamentários e dos dispêndios orçamentários e
Adicionalmente, é pertinente que esta análise seja des- extraorçamentários. Se os ingressos forem maiores que os
dobrada por destinação de recursos. dispêndios, ocorrerá um superávit; caso contrário, ocorrerá
um déficit. Este resultado não deve ser entendido como
5 - O Quociente de Utilização do Superávit Financeiro é superávit ou déficit financeiro do exercício, cuja apuração é
resultante da relação entre os Créditos Adicionais Abertos obtida por meio do Balanço Patrimonial. O resultado finan-
por meio de superávit financeiro e o total do superávit fi- ceiro do exercício pode ser também apurado pela diferença
nanceiro apurado no exercício anterior, indicando a parcela entre o saldo em espécie para o exercício seguinte e o sal-
do superávit financeiro utilizada para abertura de créditos do em espécie do exercício anterior.
adicionais.
O Balanço Financeiro evidencia a movimentação finan-
Adicionalmente, é pertinente que esta análise seja des-
ceira das entidades do setor público no período a que se
dobrada por destinação de recursos.
refere, e discrimina:
(a) a receita orçamentária realizada por destinação de
6 - O Quociente de Execução da Despesa é resultante recurso (destinação vinculada e/ou destinação ordinária);
da relação entre a Despesa Executada e Dotação Atualiza- (b) a despesa orçamentária executada por destinação
da, cuja discrepância pode ser ocasionada por ineficiência de recurso (destinação vinculada e/ou destinação ordiná-
no processo planejamento-execução ou a uma economia ria);
de despesa orçamentária. (c) os recebimentos e os pagamentos extraorçamen-
tários;
7 - O Quociente do Resultado Orçamentário é resultan- (d) as transferências financeiras decorrentes, ou não, da
te da relação entre a Receita Realizada e a Despesa Empe- execução orçamentária; e
nhada, indicando a existência de superávit ou déficit. (e) o saldo inicial e o saldo final em espécie.
BALANÇO FINANCEIRO
CONCEITO
37
CONTABILIDADE PÚBLICA
DEFINIÇÕES
Para o levantamento do Balanço Financeiro, é necessário definir os seguintes conceitos:
DESTINAÇÃO ORDINÁRIA
É o processo de alocação livre entre a origem e a aplicação de recursos, para atender a quaisquer finalidades.
DESTINAÇÃO VINCULADA
É o processo de vinculação entre a origem e a aplicação de recursos, em atendimento às finalidades específicas estabelecidas
pela legislação.
A classificação por natureza da receita busca a melhor identificação da origem do recurso segundo seu fato gerador. No en-
tanto, existe a necessidade de classificar a receita conforme a destinação legal dos recursos arrecadados. Assim, foi instituído pelo
Governo Federal um mecanismo denominado “fonte/destinação de recursos”. As fontes/destinações de recursos constituem-se
de determinados agrupamentos de naturezas de receitas, atendendo a uma determinada regra de destinação legal, e servem
para indicar como são financiadas as despesas orçamentárias. Entende-se por fonte de recursos a origem ou a procedência dos
recursos que devem ser gastos com uma determinada finalidade. É necessário, portanto, individualizar esses recursos de modo a
evidenciar sua aplicação segundo a determinação legal.
38
CONTABILIDADE PÚBLICA
39
CONTABILIDADE PÚBLICA
BALANÇO PATRIMONIAL
CONCEITO
O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil que evidencia, qualitativa e quantitativamente, a situação patrimonial
da entidade pública, por meio de contas representativas do patrimônio público, além das contas de compensação, confor-
me as seguintes definições:
a) Ativo - são recursos controlados pela entidade como resultado de eventos passados e dos quais se espera que resul-
tem para a entidade benefícios econômicos futuros ou potencial de serviços.
b) Passivo - são obrigações presentes da entidade, derivadas de eventos passados, cujos pagamentos se esperam que
resultem para a entidade saídas de recursos capazes de gerar benefícios econômicos ou potencial de serviços.
c) Patrimônio Líquido - é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos seus passivos.
d) Contas de Compensação - compreende os atos que possam vir ou não a afetar o patrimônio.
No Patrimônio Líquido, deve ser evidenciado o resultado do período segregado dos resultados acumulados de perío-
dos anteriores, além de outros itens.
A classificação dos elementos patrimoniais considera a segregação em “circulante” e “não circulante”, com base em seus
atributos de conversibilidade e exigibilidade.
Os ativos devem ser classificados como circulantes quando satisfizerem a um dos seguintes critérios:
a) estiverem disponíveis para realização imediata; e
b) tiverem a expectativa de realização até doze meses após a data das demonstrações contábeis.
I - O Ativo Financeiro;
II - O Ativo Permanente;
40
CONTABILIDADE PÚBLICA
ESTRUTURA
41
CONTABILIDADE PÚBLICA
O Balanço Patrimonial será elaborado utilizando-se as classes 1 (ativo) e 2 (passivo e patrimônio líquido) do Plano de Contas
Aplicado ao Setor Público, além da classe 8 (controles credores) para o quadro referente às compensações.
Os ativos e passivos financeiros e permanentes e o saldo patrimonial serão apresentados pelos seus valores totais, podendo
ser detalhados.
No quadro referente às compensações, deverão ser incluídos os atos potenciais do ativo e do passivo que possam, imediata
ou indiretamente, vir a afetar o patrimônio, como por exemplo, direitos e obrigações conveniadas ou contratadas; responsabilida-
de por valores, títulos e bens de terceiros; garantias e contra garantias de valores recebidas e concedidas; e outros atos potenciais
do ativo e do passivo.
Como anexo ao Balanço Patrimonial, deverá ser elaborado o demonstrativo do superávit/déficit financeiro apurado no Balan-
ço Patrimonial do exercício.
O parágrafo único do artigo 8º e o artigo 50 da Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) estabelece:
“Art. 8º Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender
ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.
Art. 50 Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes:
I – a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obri-
gatória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada; (Lei Complementar 101/2000)”
Para atendimento desses mandamentos legais, existe o mecanismo denominado destinação de recursos (DR) ou fonte de
recursos (FR). Ela identifica se os recursos são vinculados ou não e, no caso dos vinculados, indica a sua finalidade, o que poderá
ser verificado por este demonstrativo.
Nesse anexo, podem ser apresentadas algumas fontes com déficit e outras com superávit financeiro, de maneira que o total
seja igual ao superávit financeiro apurado no balanço patrimonial do exercício.
DEFINIÇÕES
Para o levantamento do Balanço Patrimonial, é necessário definir os seguintes conceitos:
ATIVO CIRCULANTE
Compreende os ativos que atendam a qualquer um dos seguintes critérios: sejam caixa ou equivalente de caixa; sejam realizá-
veis ou mantidos para venda ou consumo dentro do ciclo operacional da entidade; sejam mantidos primariamente para negocia-
ção; sejam realizáveis até doze meses após a data das demonstrações contábeis. O ativo circulante é dividido da seguinte maneira:
a) Caixa e Equivalentes de Caixa – Compreende o somatório dos valores em caixa e em bancos, bem como equivalentes, que
representam recursos com livre movimentação para aplicação nas operações da entidade e para os quais não haja restrições para
uso imediato.
b) Créditos a Curto Prazo – Compreende os valores a receber por fornecimento de bens, serviços, créditos tributários, dívida
ativa, transferências e empréstimos e financiamentos concedidos realizáveis no curso do exercício social subsequente.
c) Demais Créditos e Valores a Curto Prazo – Compreende os valores a receber por demais transações realizáveis até o termino
do exercício seguinte.
d) Investimentos e Aplicações Temporárias a Curto Prazo – Compreende as aplicações de recursos em títulos e valores mobi-
liários, não destinadas a negociação e que não façam parte das atividades operacionais da entidade, resgatáveis até o termino do
exercício seguinte, além das aplicações temporárias em metais preciosos.
e) Estoques – Compreende o valor dos bens adquiridos, produzidos ou em processo de elaboração pela entidade com o ob-
jetivo de venda ou utilização própria no curso normal das atividades.
f) Variações Patrimoniais Diminutivas Pagas Antecipadamente – Compreende pagamentos de variações patrimoniais diminu-
tivas (VPD) antecipadas, cujos benefícios ou prestação de serviço a entidade ocorrerão até o termino do exercício seguinte.
42
CONTABILIDADE PÚBLICA
43
CONTABILIDADE PÚBLICA
44
CONTABILIDADE PÚBLICA
CAPÍTULO IV
Dos Balanços
Art. 101. Os resultados gerais do exercício serão demonstrados no Balanço Orçamentário, no Balanço Financeiro, no
Balanço Patrimonial, na Demonstração das Variações Patrimoniais, segundo os Anexos números 12, 13, 14 e 15 e os quadros
demonstrativos constantes dos Anexos números 1, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 16 e 17.
Art. 102. O Balanço Orçamentário demonstrará as receitas e despesas previstas em confronto com as realizadas.
Art. 103. O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa orçamentárias bem como os recebimentos e os pa-
gamentos de natureza extraorçamentárias, conjugados com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior, e os
que se transferem para o exercício seguinte.
Parágrafo único. Os Restos a Pagar do exercício serão computados na receita extraorçamentárias para compensar sua
inclusão na despesa orçamentária.
Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou
independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício.
45
CONTABILIDADE PÚBLICA
CONCEITO
A demonstração dos fluxos de caixa tem o objetivo de contribuir para a transparência da gestão pública, pois permite um
melhor gerenciamento e controle financeiro dos órgãos e entidades do setor público.
As informações dos fluxos de caixa são úteis para proporcionar aos usuários da informação contábil instrumento para ava-
liar a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como suas necessidades de liquidez.
Assim, a Demonstração dos Fluxos de Caixa permite aos usuários projetar cenários de fluxos futuros de caixa e elaborar
análise sobre eventuais mudanças em torno da capacidade de manutenção do regular financiamento dos serviços públicos.
A Demonstração dos Fluxos de Caixa deve ser elaborada pelo método direto e evidenciar as movimentações havidas no
caixa e seus equivalentes, nos seguintes fluxos:
(a) das operações;
(b) dos investimentos; e
(c) dos financiamentos.
O fluxo de caixa das operações compreende os ingressos, inclusive decorrentes de receitas originárias e derivadas, e os de-
sembolsos relacionados com a ação pública e os demais fluxos que não se qualificam como de investimento ou financiamento.
O fluxo de caixa dos investimentos inclui os recursos relacionados à aquisição e à alienação de ativo não circulante, bem
como recebimentos em dinheiro por liquidação de adiantamentos ou amortização de empréstimos concedidos e outras ope-
rações da mesma natureza.
O fluxo de caixa dos financiamentos inclui os recursos relacionados à captação e à amortização de empréstimos e finan-
ciamentos.
ESTRUTURA
A demonstração dos fluxos de caixa deve ser elaborada, preferencialmente, pelo método direto. A seguir é apresentada a
sua estrutura.
46
CONTABILIDADE PÚBLICA
47
CONTABILIDADE PÚBLICA
Para o levantamento da Demonstração dos Fluxos de Compreende o numerário em espécie e depósitos ban-
Caixa, é necessário definir os seguintes conceitos: cários disponíveis, além das aplicações financeiras de curto
prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em
INGRESSOS DAS OPERAÇÕES um montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um
Corresponde à receita arrecadada corrente de ativi- insignificante risco de mudança de valor. Inclui, ainda, a receita
dades operacionais, divididas em derivadas e originárias, orçamentária arrecadada que se encontra em poder da rede
bancária em fase de recolhimento.
evidenciando-se a origem e a espécie, considerando-se
Assim, na Demonstração de Fluxo de Caixa, figurarão como
as respectivas deduções. Inclui, ainda, a remuneração das
ingressos as receitas orçamentárias arrecadadas e como dis-
disponibilidades e as transferências intragovernamentais e
pêndios as despesas orçamentárias e os restos a pagar pagos.
intergovernamentais. As transações de investimento e financiamento que não
envolvem o uso de caixa ou equivalentes de caixa, como aqui-
TRANSFERÊNCIAS INTERGOVERNAMENTAIS sições financiadas de bens e arrendamento financeiro, não
Reflete as movimentações de recursos financeiros que devem ser incluídas na demonstração dos fluxos de caixa.
não representam arrecadação ou aplicação direta. Tais transações devem ser divulgadas nas notas explicativas à
demonstração, de modo que forneçam todas as informações
TRANSFERÊNCIAS INTRAGOVERNAMENTAIS relevantes sobre essas transações.
Reflete as movimentações de recursos financeiros en-
tre órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta. 04 ANÁLISE
Aquelas efetuadas em cumprimento à execução do orça- A Demonstração dos Fluxos de Caixa visa à análise do de-
mento são as cotas, repasses e sub-repasses. Aquelas que sempenho financeiro do setor público, permitindo:
não se relacionam com o orçamento, em geral, decorrem ter uma visão da situação das finanças públicas, possi-
da transferência de recursos relativos aos restos a pagar. bilitando efetuar comparações entre ingressos e desembolsos
Esses valores, quando observados os demonstrativos con- por tipos de atividades (operacionais, de investimento e de
solidados, são compensados. financiamento), e avaliar as decisões de investimento e finan-
ciamento público;
avaliar a situação presente e futura do caixa da entidade,
INGRESSOS DE INVESTIMENTO
permitindo análise de liquidez;
Corresponde à receita orçamentária arrecadada refe-
conhecer a capacidade de expansão das despesas com
rente à alienação de ativo não circulante ou de amortização recursos próprios gerados pelas operações;
de empréstimos concedidos. Inclui, ainda, as transferências a análise imediata da disponibilidade e do impacto da
intragovernamentais e intergovernamentais com a finalida- mesma nas finanças da entidade, quando da inserção de nova
de de atender a dispêndios de investimento. despesa na programação;
avaliar a previsão de quando é possível contrair novas
INGRESSOS DE FINANCIAMENTO despesas sem que isso comprometa as finanças públicas;
Corresponde à receita orçamentária arrecadada de
operações de crédito, refinanciamento da dívida e outras. A DFC é também um importante instrumento de avaliação
da gestão pública, pois permite inferir, em nível macro, quais
DESEMBOLSOS DAS OPERAÇÕES foram as decisões de alocação de recursos na prestação de
Corresponde à despesa orçamentária paga de ativi- serviços públicos, em investimentos e financiamentos, além de
dades operacionais, demonstrando-se os desembolsos de que permitir a verificação de como a administração influenciou
pessoal e outras despesas correntes por função (exceto en- na liquidez da entidade, de forma a prevenir insolvência futura.
cargos especiais), os juros e encargos sobre a dívida e as
transferências, incluindo o pagamento dos restos a pagar. ANÁLISE DOS QUOCIENTES – DEMONSTRAÇÃO DOS
FLUXOS DE CAIXA
1 – O Quociente do fluxo de caixa líquido das atividades
DESEMBOLSOS DE INVESTIMENTO
operacionais em relação ao resultado patrimonial é resultante
Corresponde à despesa orçamentária paga com inves-
da relação entre o Caixa Líquido Gerado nas Operações e o
timentos e inversões financeiras, incluindo o pagamento Resultado Patrimonial. A interpretação desse quociente indica
dos restos a pagar. As concessões de empréstimos e finan- a dispersão entre o fluxo de caixa operacional gerado e o re-
ciamentos figurarão em linha específica neste grupo. sultado patrimonial do exercício.
48
CONTABILIDADE PÚBLICA
3 – O Quociente da Atividade Operacional é resultante da relação entre o Caixa Líquido Gerado das Operações e o Total da
Geração Líquida de Caixa. A interpretação desse quociente indica a parcela da geração líquida de caixa pela entidade atribuída
as atividades operacionais.
CONCEITO
A Demonstração das Mutações no Patrimônio Líquido será obrigatória apenas para as empresas estatais dependentes e para
os entes que as incorporarem no processo de consolidação das contas.
A entidade deve apresentar a demonstração das mutações no patrimônio líquido - DMPL, que objetiva demonstrar:
a) o déficit ou superávit patrimonial do período;
b) cada mutação no patrimônio líquido reconhecida diretamente no mesmo;
c) o efeito decorrente da mudança nos critérios contábeis e os efeitos decorrentes da retificação de erros cometidos em
exercícios anteriores.
d) as contribuições dos proprietários e distribuições recebidas por eles como proprietários;
Alterações no patrimônio líquido de uma entidade entre as datas de duas demonstrações financeiras consecutivas refletem
o aumento ou diminuição da riqueza durante o período.
A demonstração das mutações do patrimônio líquido - DMPL contemplará, no mínimo, os itens contidos na estrutura des-
crita nesta Parte, segregados em colunas, discriminando, por exemplo:
a) Patrimônio Social/Capital Social,
b) Adiantamento para Futuro Aumento de Capital
c) Reservas de Capital,
d) Ajustes de Avaliação Patrimonial,
e) Reservas de Lucros,
f) Demais Reservas
g) Resultados Acumulados.,
h) Ações/Cotas em Tesouraria
A conta “Ajustes de Exercícios Anteriores”, que registra o saldo decorrente de efeitos da mudança de critério contábil ou da
retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes, materiali-
zando os ajustes da administração direta, autarquias, fundações e fundos, integra a conta “Resultados Acumulados”.
ESTRUTURA
49
CONTABILIDADE PÚBLICA
50
CONTABILIDADE PÚBLICA
Em alguns casos excepcionais, pode ser necessário va- c) se a essência da relação entre a entidade que elabora
riar a ordem dos itens específicos, entretanto a ordem sis- as demonstrações e outras entidades indica que essas ou-
temática das notas deve ser mantida tanto quanto possível. tras entidades são controladas pela primeira entidade.
É importante que os usuários estejam informados sobre
EVIDENCIAÇÃO DE POLÍTICAS CONTÁBEIS a base ou bases de mensuração utilizada(s) nas demonstra-
Políticas contábeis são os princípios, as bases, conven- ções contábeis (por exemplo, custo histórico, custo corrente,
ções, regras e os procedimentos específicos aplicados pela valor realizável líquido, valor justo, valor recuperável ou valor
entidade na elaboração e na apresentação de demonstra- de serviço recuperável) porque a base de acordo com a qual
ções contábeis. as demonstrações contábeis são elaboradas afeta significa-
A entidade deve evidenciar no resumo de políticas tivamente a análise dos usuários.
contábeis significativas: Ao decidir se determinada política contábil específica
(a) a base (ou bases) de mensuração utilizada(s) na ela- será ou não evidenciada, a administração deve considerar
boração das demonstrações contábeis; e se sua evidenciação proporcionará aos usuários melhor
(b) outras políticas contábeis utilizadas que sejam rele- compreensão da forma em que as transações, condições e
vantes para a compreensão das demonstrações contábeis. outros eventos, estão refletidos no resultado e da posição
A entidade deve alterar uma política contábil (e nesse patrimonial relatados.
caso evidenciar em nota explicativa) apenas se a mudança: As notas explicativas que proporcionam informação
(a) for exigida pelas normas de contabilidade aplicá- acerca da base para a elaboração das demonstrações contá-
veis; ou beis e as políticas contábeis específicas podem ser apresen-
(b) resultar em informação confiável e mais relevante tadas separadamente.
nas demonstrações contábeis sobre os efeitos das transa-
ções, outros eventos ou condições acerca da posição pa- APRESENTAÇÃO DOS CRITÉRIOS CONTÁBEIS
trimonial, do resultado patrimonial ou dos fluxos de caixa Deve ser informado no sumário dos critérios contábeis
da entidade. significativos:
São exemplos de mudança de política contábil, a mu-
(a) o regime contábil utilizado;
dança do regime de caixa para o de competência (ou vice
(b) a extensão em que é aplicado o procedimento tran-
versa), a mudança de tratamento contábil, reconhecimento
sitório referente à adoção da determinada norma contábil,
ou mensuração de uma transação, evento ou condição de
quando for o caso;
acordo com um regime contábil.
(c) os critérios de mensuração usados nos itens compo-
Porém, não constituem mudanças nas políticas contá-
nentes das demonstrações contábeis, tais como custo histó-
beis:
rico, custo corrente, valor realizável líquido, valor justo, valor
recuperável ou valor de serviço recuperável. Quando mais
(a) a adoção de política contábil para transações, ou-
tros eventos ou condições que sejam diferentes, em essên- de um critério for usado, devem ser indicadas as categorias
cia, daqueles que ocorriam anteriormente; e de ativos e passivos em que cada um é adotado;
(b) a adoção de nova política contábil para transações,
outros eventos ou condições que não ocorriam anterior- (d) os julgamentos para escolha dos critérios contábeis
mente ou eram imateriais. Embora isso não se constitua que têm efeito mais significativo nos valores registrados nas
mudança de política contábil, deve ser evidenciada em demonstrações contábeis; e
notas explicativas, caso a adoção de nova política contábil (e) Outros critérios contábeis relevantes e necessários à
seja material. compreensão das demonstrações contábeis.
A entidade deve evidenciar, no resumo das políticas
contábeis significativas ou em outras notas explicativas, os EVIDENCIAÇÃO DE ESTIMATIVAS
julgamentos realizados, que a administração fez no proces- As notas explicativas devem conter as principais estima-
so de aplicação das políticas contábeis da entidade e que tivas referentes aos períodos futuros (por exemplo, provi-
têm efeito mais significativo nos montantes reconhecidos sões) e as fontes de erro de estimativa, na data a que se refe-
nas demonstrações contábeis. rem as demonstrações, que têm risco significativo de causar
Os diversos julgamentos exercidos pela aplicação das ajuste material dos valores contábeis de ativos e passivos
políticas contábeis da entidade podem afetar significati- no próximo exercício financeiro. A respeito desses ativos e
vamente os montantes reconhecidos nas demonstrações passivos, devem ser informados detalhes sobre sua natureza
contábeis. Por exemplo, a administração exerce julgamento e valor contábil na data a que se referem às demonstrações.
ao definir: O uso de estimativas razoáveis é parte essencial da ela-
a) se ativos são propriedades para investimento (é a boração de demonstrações contábeis e não reduz sua con-
propriedade mantida pelo proprietário ou pelo arrenda- fiabilidade.
tário em arrendamento financeiro para auferir aluguel ou A estimativa pode necessitar de revisão se ocorrer al-
para valorização do capital ou para ambas); terações nas circunstâncias em que se baseou ou em con-
b) se os acordos para o suprimento de produtos e/ ou sequência de novas informações ou de maior experiência.
serviços que envolvem a utilização de ativos dedicados são Dada a sua natureza, a revisão da estimativa não se relaciona
arrendamentos; e com períodos anteriores nem representa correção de erro.
51
CONTABILIDADE PÚBLICA
Uma mudança de método de avaliação é uma mudan- A consolidação é o processo que ocorre pela soma ou
ça na política contábil e não uma mudança na estimativa pela agregação de saldos ou grupos de contas, excluídas
contábil e deve ser evidenciada. as transações entre entidades incluídas na consolidação,
A entidade deve evidenciar a natureza e o montante formando uma unidade contábil consolidada e tem por
obtido por meio de uma mudança na forma de elaboração objetivo o conhecimento e a disponibilização de macro
de uma estimativa contábil que tenha efeito no período agregados do setor público, a visão global do resultado e a
corrente ou se espera que tenha efeito em períodos subse- instrumentalização do controle social.
quentes, exceto quando for impraticável. Dessa forma, a consolidação é um processo simétrico
Se o montante do efeito em períodos subsequentes e busca evitar a dupla contagem de transações ou saldos
não for evidenciado, porque a sua estimativa é impraticá- entre unidades aumentando, assim, a utilidade dos dados
vel, a entidade também deve evidenciar tal fato. consolidados.
As evidenciações são apresentadas de forma a ajudar O processo de consolidação é sempre complexo, sendo
os usuários das demonstrações contábeis a compreender considerado por muitos como uma ciência imperfeita, uma
os julgamentos que a administração fez acerca do futuro e vez que nem sempre é possível obter informações consoli-
sobre outras principais fontes de incerteza de estimativas. dadas com precisão.
A natureza e a extensão da informação a ser evidenciada No Brasil, inicialmente a consolidação deve abranger
variam de acordo com a natureza dos pressupostos e ou- todas as entidades incluídas no orçamento fiscal e da segu-
tras circunstâncias. ridade social, a saber:
Exemplos de tipos de evidenciação são: as esferas de governo (Governo Federal, estados, Dis-
(a) a natureza dos pressupostos ou de outras aborda- trito Federal e mais de 5.500 municípios);
gens a respeito de incertezas nas estimativas; os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário); e
(b) o grau de sensibilidade dos valores contábeis aos toda a administração pública, direta e indireta, in-
métodos, pressupostos e estimativas subjacentes ao res- cluindo fundos, fundações, autarquias e empresas estatais
pectivo cálculo, incluindo as razões (as variáveis) que deter- dependentes.
minam ou influenciam esse grau de sensibilidade; Assim, ela pode ser elaborada em diferentes níveis ou
(c) a solução esperada de incerteza e a variedade de esferas do Setor Público:
desfechos razoavelmente possíveis durante o próximo pe- 1. Intragovernamental (Abrange cada ente da Federa-
ríodo contábil em relação aos valores contábeis dos ativos ção);
e passivos impactados; e 2. Intergovernamental (Contas Nacionais).
(d) uma explicação de alterações feitas nos pressupos-
A peculiaridade de cada ente da Federação e de suas
tos adotados no passado, no tocante a esses ativos e passi-
respectivas unidades requer um trabalho inicial por parte da
vos, caso a incerteza continue pendente de solução.
STN em padronizar os procedimentos, com vistas a possi-
bilitar posteriormente a consolidação das contas nacionais.
OUTRAS INFORMAÇÕES CONSTANTES DAS NOTAS
Sem essa padronização, não haveria condições de gerar
EXPLICATIVAS
uma demonstração consolidada adequada, pois os critérios
Adicionalmente, outras informações devem ser eviden-
de registros contábeis, bem como os planos de contas uti-
ciadas, como:
lizados pelos diferentes Entes não representariam a mesma
(a) domicílio e classificação jurídica da entidade;
natureza de informação, gerando relatórios inconsistentes.
(b) natureza das operações e principais atividades da A doutrina define que para as demonstrações contábeis
entidade; e consolidadas devem ser excluídos os seguintes itens:
(c) legislação relevante que rege suas operações. I – as participações nas empresas estatais dependentes;
II – as transações e saldos recíprocos entre entidades
Deve-se evitar que as notas explicativas contenham (Ex. UG 1 - clientes/ UG 2 – fornecedores); e
obviedades, bem como redações rebuscadas. O objetivo é
tornar as informações mais transparentes para os usuários III – as parcelas dos resultados do exercício, do lucro/
das demonstrações contábeis. prejuízo acumulado e do custo dos estoques ou ativo imo-
bilizado ou intangível que corresponderem a resultados
CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ainda não realizados.
Assim, em termos operacionais, alguns aspectos devem
A LRF, em seu artigo 51, prevê que “o Poder Executivo ser observados por todos os entes da Federação de for-
da União promoverá, até o dia trinta de junho, a consoli- ma a possibilitar uma correta consolidação. Primeiramen-
dação, nacional e por esfera de governo, das contas dos te, as contas de todas as unidades a consolidar devem ser
entes da Federação relativas ao exercício anterior, e a sua analisadas e detalhadas de forma suficiente para identificar
divulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso públi- transações internas e significativas. Para tanto, o Plano de
co”. Essa determinação legal gera para o Tesouro Nacional, Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) indica as contas
como órgão central de contabilidade, a responsabilidade obrigatórias e facultativas a serem utilizadas por todos os
de padronizar os procedimentos com a finalidade de pro- entes, em um nível de detalhe necessário e satisfatório à
mover a referida consolidação. consolidação nacional.
52
CONTABILIDADE PÚBLICA
Além disso, a estrutura do plano de contas foi elaborada de forma a identificar as contas segregando os valores gerados a
partir de transações que serão incluídas na consolidação e as que serão excluídas (saldos de transações intra e inter Orçamen-
to Fiscal e da Seguridade Social (OFSS)), ou seja, se uma transferência, por exemplo, ocorre entre unidades da mesma esfera de
governo, pertencentes ao OFSS, o registro contábil evidenciará este fato, demonstrando por meio do código da conta contábil
que o valor resultou de uma operação intragovernamental, tanto na unidade transferidora, quanto na unidade recebedora. Tal
mecanismo possibilitará a exclusão dos saldos recíprocos quando ocorrer a consolidação contábil.
Dessa forma, o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público identifica, no 5º nível, as contas que devem ser utilizadas obri-
gatoriamente para identificar as transações intra e intergovernamentais, como as relativas aos empréstimos e financiamentos
e as transações previdenciárias. Caso o ente público necessite identificar outras transações dessa natureza além das previstas
no PCASP, poderá fazê-lo por meio da criação de contas “inter” e “intra” nesse mesmo nível.
É importante saber que não é viável consolidar todas as informações, apenas as transações de possível identificação,
bem como as mais relevantes. Dessa forma, algumas áreas de consolidação das transações devem ser priorizadas, como as
transferências entre entidades governamentais, transações recíprocas (ativos e passivos financeiros) e juros recebidos e pagos.
Para os saldos de contas entre entidades do OFSS e as participações nas empresas estatais dependentes serão utilizadas,
conforme exposto acima, contas contábeis de Ativo, Passivo, Variações Patrimoniais Aumentativas e Diminutivas, que espe-
cificam no 5º nível de seu código, se esses valores são relativos a operações “intra” ou “inter”. Utilizando essa estrutura, será
possível eliminar reciprocamente os saldos desejados, seja abrangendo apenas um ente da Federação ou todos os entes.
Por fim, para garantir uma correta consolidação, é importante saber que o objetivo não é a consolidação perfeita, mas sim
eliminar de forma consistente as transações e posições que tenham um efeito significativo nos saldos finais. Portanto, não se
deve consumir tempo e recursos com pequenas transações que sejam difíceis de identificar
Índice Item
DISPOSIÇÕES GERAIS 1
DEFINIÇÕES 2
NATUREZA DAS TRANSAÇÕES NO SETOR PÚBLICO E SEUS REFLEXOS NO
3
PATRIMÔNIO PÚBLICO
VARIAÇÕES PATRIMONIAIS 4–9
TRANSAÇÕES QUE ENVOLVEM VALORES DE TERCEIROS 10 – 11
DISPOSIÇÕES GERAIS
1. Esta Norma estabelece conceitos, natureza e tipicidades das transações no setor público.
DEFINIÇÕES
53
CONTABILIDADE PÚBLICA
4. As variações patrimoniais são transações que pro- CONSIDERANDO a criação do Comitê Gestor da Con-
movem alterações nos elementos patrimoniais da entidade vergência no Brasil, que está desenvolvendo ações para
do setor público, mesmo em caráter compensatório, afe- promover a convergência das Normas Brasileiras de Conta-
tando, ou não, o seu resultado. bilidade Aplicadas ao Setor Público, às normas internacio-
nais, até 2012;
5. As variações patrimoniais que afetem o patrimô-
nio líquido devem manter correlação com as respectivas RESOLVE:
contas patrimoniais.
Art. 1º Aprovar a NBC T 16.5 – Registro Contábil.
6. Entende-se por correlação a vinculação entre as
contas de resultado e as patrimoniais, de forma a permitir Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data da sua
a identificação dos efeitos nas contas patrimoniais produ- publicação, com adoção de forma facultativa, a partir dessa
zidos pela movimentação das contas de resultado. data, e de forma obrigatória para os fatos ocorridos a partir
de 1º de janeiro de 2010.
7. As variações patrimoniais classificam-se em quan-
titativas e qualitativas. Brasília, 21 de novembro de 2008.
Contadora Maria Clara Cavalcante Bugarim
8. Entende-se como variações quantitativas aquelas Presidente
decorrentes de transações no setor público que aumentam
ou diminuem o patrimônio líquido. Ata CFC n.º 919
54
CONTABILIDADE PÚBLICA
55
CONTABILIDADE PÚBLICA
56
CONTABILIDADE PÚBLICA
De acordo com o § 2º do Art. 22 do Decreto 93.872/86, tado. É uma mecânica ligeiramente diferente dos créditos
considera-se: concedidos aos particulares, mas traduz-se no mesmo: uma
• despesas que não tenham sido empenhadas em dívida. Só que neste caso é pública porque foi o Estado que
época própria – aquelas cujo empenho tenha sido conside- a contraiu. Na prática, pode-se dizer que a dívida pública é
rado insubsistente e anulado no encerramento do exercício todo o dinheiro que o Estado deve a terceiros.
correspondente, mas que, dentro do prazo estabelecido o Não é necessariamente mau que o Estado tenha dívidas.
credor tenha cumprido sua obrigação; O crédito é uma fonte de crescimento económico se for ge-
• Restos a Pagar com prescrição interrompida – a rido com prudência. Senão, vejamos: para financiar o défice,
despesa cuja inscrição em Restos a Pagar tenha sido cance- o Estado emite dívida há 10 anos, por exemplo, e até lá paga
lada, mas em relação à qual ainda vige o direito do credor; apenas juros. Se a economia crescer a uma taxa superior à
• Compromisso reconhecido após o encerramento paga pelo empréstimo, este país não terá dificuldades em
do exercício – a obrigação de pagamento criada em virtu- pagar a sua dívida. No entanto, num país já endividado e
de de lei, mas somente reconhecido o direito do reclamante com fraco crescimento económico, os encargos com juros
após o encerramento do exercício correspondente. podem comprometer o crescimento da economia e o paga-
Aquelas dívidas que dependem de requerimento do fa- mento da dívida.
vorecido para reconhecimento do direito do credor, prescre-
verão em cinco anos, contados da data do ato ou fato que
tiver dado origem ao respectivo direito. 14 RECEITA PÚBLICA: CONCEITO, ETAPAS,
ESTÁGIOS E CATEGORIAS ECONÔMICAS.
Forma de Solicitação:
Cabe ao Secretário de Orçamento, Finanças e Contabili-
dade reconhecer a dívida a ser paga à conta de recursos alo-
cados no elemento de despesa 92 - Despesas de Exercícios RECEITA PÚBLICA: CATEGORIAS, FONTES E ESTÁ-
Anteriores, conforme subdelegação de competência contida GIOS; DÍVIDA ATIVA.
na Portaria nº1/2003 da Secretária-geral de Administração
– SEGEDAM. A autorização para pagamento de DEA deverá A receita é a expressão monetária resultante do poder
ser dada no próprio processo de reconhecimento da dívi- de tributar e/ou do agregado de bens e/ou serviços da en-
da, sendo que os seguintes elementos são indispensáveis ao tidade, validada pelo mercado em um determinado perío-
trâmite do processo: do de tempo e que provoca um acréscimo concomitante
• nome do favorecido; no ativo ou uma redução do passivo, com um acréscimo
• importância a pagar; correspondente no patrimônio líquido, abstraindo-se do
• data do vencimento do compromisso (nota fiscal, esforço de produzir tal receita representada pela redução
por exemplo); (despesa) do ativo ou acréscimo do passivo e correspon-
dente redução do patrimônio líquido.
• causa da inobservância do empenho, se for o caso;
É o montante total em dinheiro recolhido pelo Tesouro
• objeto.
Nacional, incorporado ao patrimônio do Estado, que serve
para custear as despesas públicas e as necessidades de in-
Após encaminhamento do processo pela unidade de
vestimentos públicos.
origem à SECOF para reconhecimento da dívida e publica-
Em sentido amplo, receita pública é o recolhimento de
ção do extrato do BTCU, o mesmo é dirigido, mediante des-
bens aos cofres públicos, sendo sinônimo de ingresso ou
pacho, ao serviço de Programação Orçamentária e Financei-
entrada.
ra - SPR para análise e instrução do pleito. Diferencia-se da receita tributária pois ao contrário
desta, não está limitada à arrecadação de tributos e multas,
Unidade Responsável sendo que a receita tributária é um dos tipos de receita
A Secretaria de Orçamento, Finanças e Contabilidade – pública.
SECOF é responsável pelo reconhecimento. A receita pública também embarca as receitas das em-
O conceito de dívida pública está relacionado com o presas estatais, a remuneração dos investimentos do Esta-
conceito de défice orçamental. Aliás, é em parte devido aos do e os juros das dívidas fiscais.
défices orçamentais que existe dívida pública. Ingresso – outras entradas que não se consideram re-
Imaginemos o caso de um Estado que, num determi- ceita, é a receita que não foi arrematada, operações de cur-
nado ano, gasta 140 unidades monetárias, mas recebe ape- so anormal. Ex: Antecipação de Receita Orçamentária.
nas 100 unidades em impostos. Feitas as contas no final do As receitas públicas stricto sensu são as receitas orça-
exercício, há um défice de 40 unidades que alguém terá que mentárias, que são aquelas que entram em caráter defini-
pagar. tivo para os cofres públicos para aplicação em programas
Como não tem receitas suficientes, o Estado recorre ao e ações governamentais. Em contrapartida as receitas lato
crédito através da emissão de títulos de dívida designados sensu englobam além das orçamentárias as receitas ex-
por obrigações de dívida pública. Na prática, o que o Esta- traorçamentárias, que são aqueles recursos pertencentes
do faz é pedir dinheiro emprestado em troca do pagamento a terceiros, arrecadados pelo ente público exclusivamente
periódico de uma taxa de juro até à maturidade do emprés- para fazer face às exigências contratuais e legais para pos-
timo, data em que devolverá também o dinheiro empres- terior devolução.
57
CONTABILIDADE PÚBLICA
Dessa forma, receitas públicas, em sentido restrito, são os recursos instituídos e arrecadados pela Administração Pública
com a finalidade de atender as necessidades da sociedade, recursos esses com fontes e fatos geradores próprios que são
incorporados definitivamente ao patrimônio do Estado, sem, contudo, gerar obrigações ou quaisquer reservas ou reivindi-
cações de terceiros.
Atenção: o orçamento de receita tinha, até a Constituição de 1967, a característica de autorização, significando que
todo e qualquer tributo só poderia ser lançado se estivesse previsto na lei orçamentária. Com o advento da Emenda Cons-
titucional 01/69, e preservada na Constituição de 1988, passou a bastar que a lei que houvesse instituído ou aumentado o
tributo fosse aprovada antes do início do exercício (princípio da anterioridade tributária).
Observação: a receita para ser orçamentária não precisa estar prevista na LOA.
Os recursos arrecadados pelo Estado, mas que geram um passivo, ou seja, terão que ser restituídos posteriormente,
são denominados receitas extraorçamentárias. Assim, são receitas a que corresponde uma entrada de recurso, em caráter
transitório, e que geram para o Estado a obrigação de posterior devolução. Ex.: depósitos diversos, restos a pagar, serviço
da dívida a pagar, ARO etc.
Atenção: as receitas extraorçamentárias, por serem apenas entrada de recursos com caráter devolutivo, não são con-
sideradas receitas stricto sensu, tendo em vista que são registradas como receitas somente para controle e posterior devo-
lução.
Depósitos diversos são as receitas que entram no Estado por determinação legal ou contratual, mas que pela sua na-
tureza deverão, em regra, ser devolvidas. São exemplos de depósitos diversos: depósitos em caução, depósitos judiciais.
Exemplificando: recebimento de caução em dinheiro para garantia de contrato, o fornecedor deposita um montante
na conta bancária do Governo, no entanto, esse recurso não pertence ao Estado, assim, no momento de contabilizar esta
receita, será registrado um débito no banco e em contrapartida um crédito em conta do passivo, evidenciando o caráter
devolutivo do recurso.
IPC: as operações de crédito por antecipação de receita são receitas extraorçamentárias, conforme artigo 3.º da Lei
4.320/64.
Mas por que uma operação de crédito por antecipação da receita é extraorçamentária e uma operação de crédito nor-
mal é orçamentária, sendo que as duas geram uma obrigação para o Estado? Fácil, o próprio nome da operação de crédito
por ARO (Antecipação da Receita Orçamentária) já mata essa questão. A ARO não é uma receita nova que se incorpora ao
Estado, é simplesmente uma antecipação da receita orçamentária prevista no orçamento e que, no entanto, ainda não se
realizou. O procedimento normal é o Governo esperar a receita se realizar para aí sim gastá-la, mas às vezes por problemas
de indisponibilidade de caixa o Estado não pode esperar essa realização acontecer. Assim o Governo faz um empréstimo e
se compromete a pagá-lo com a receita orçamentária que se realizará, por isso é preciso contabilizar a ARO como extraor-
çamentária sob pena do Estado duplicar sua receita.
Interessante lembrar que uma receita extraorçamentária poderá se converter em receita orçamentária, a partir do mo-
mento que se constatar que não caracteriza mais uma obrigação a pagar.
58
CONTABILIDADE PÚBLICA
Receitas ordinárias: ingressos permanentes e estáveis do Estado, arrecadados regularmente em cada período finan-
ceiro, ou seja, possuem caráter de continuidade, sendo fonte perene de recursos para o Estado.
Receitas extraordinárias: ingressos com caráter de não continuidade, a sua arrecadação acontece de maneira excep-
cional, provenientes de calamidade pública, doações etc.
Tome nota: as receitas, quanto à coercitividade, classificam-se em originárias e derivadas.
Receita originária: consiste na receita proveniente da exploração do patrimônio público, ou seja, é produzida pelos
ativos do Estado. O Estado atua como particular por meio da exploração de atividades privadas, exemplos: serviços comer-
ciais, industriais, aluguéis etc. A receita originária também é classificada na categoria receita corrente.
Receitas derivadas: consiste na receita proveniente do exercício do poder de tributar, do Estado, os rendimentos ou o
patrimônio da coletividade, essa receita é obtida pelo Estado em função da sua soberania, por meio de tributos, indeniza-
ções e restituições. A receita derivada é classificada na categoria receita corrente.
Tome nota: as receitas, quanto ao poder de tributar, classificam-se em federal, estadual e municipal.
Classifica as receitas segundo o poder de tributar que compete a cada ente da federação, considerando e distribuindo
as receitas obtidas como pertencentes aos respectivos entes, quais sejam: Governo Federal, Estadual, do Distrito Federal e
Municipal.
Observação: as receitas, quanto à categoria econômica, classificam-se em: receitas correntes e receitas de capital.
Receitas correntes: são os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou de direito privado, quando
destinados a atender despesas classificáveis em despesas correntes. As receitas correntes se dividem em: tributárias, de
contribuições, patrimonial, agropecuárias, industrial, de serviços, de transferências correntes e outras receitas correntes.
59
CONTABILIDADE PÚBLICA
Receitas de capital: são recursos recebidos de outras Receita de contribuições: são os ingressos provenien-
pessoas de direito público ou de direito privado destinados tes de contribuições sociais de intervenção no domínio
a atender despesas classificáveis em despesas de capital e econômico e de interesse das categorias profissionais ou
ainda o superávit do orçamento corrente. Exemplo: alienação econômicas, como instrumento de intervenção nas respec-
de bens, operações de crédito e amortização da dívida. tivas áreas.
Atenção: o §2.º, artigo 11, da Lei 4.320/64 traz um con- Receita patrimonial: é o ingresso proveniente de ren-
ceito de receita de capital bastante explorado em provas, o dimentos sobre investimentos do ativo permanente, de
que justifica a sua reprodução: aplicações de disponibilidades em opções de mercado e
§2.º São Receitas de Capital as provenientes da realização outros rendimentos oriundos de renda de ativos perma-
de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; nentes.
da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos Receita agropecuária: é o ingresso proveniente da ati-
recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, vidade ou da exploração agropecuária de origem vegetal
destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de ou animal.
Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente. Receita industrial: é o ingresso proveniente da ativi-
Observação: as receitas correntes, por fonte, classificam- dade industrial de extração mineral, de transformação, de
se em: receita tributária, de contribuição, patrimonial, agro- construção e outras, provenientes das atividades industriais
pecuária, industrial, de serviços, transferências correntes e definidas como tal pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
outras receitas correntes. Estatística (IBGE).
Receita de serviços: é o ingresso proveniente da pres-
Importante: apesar de ser um pouco chato ficar deco- tação de serviço de transporte, saúde, comunicação, por-
rando essas classificações isso é um assunto bastante cobra- tuário, armazenagem, de inspeção e fiscalização, judiciário,
do em concursos, então tente memorizá-las fazendo esque- processamento de dados, vendas de mercadorias e produ-
mas e lembre-se de revisá-las antes da prova. tos inerentes a atividades da entidade e outros serviços.
A Lei 4.320/64, no seu artigo 11, §4.º estabelece que a Transferências correntes: é o ingresso proveniente de
outros órgãos ou entidades referentes a recursos perten-
classificação da receita deve obedecer ao seguinte esquema:
centes ao ente ou entidade ou ao ente ou entidade transfe-
ridora, efetivados mediante condições preestabelecidas ou
Receitas correntes
mesmo em qualquer exigência, desde que o objetivo seja
1 – Receita tributária;
aplicação em despesas correntes.
2 – Receita de contribuições;
Importante: para o ente, ou órgão transferidor, a
3 – Receitas patrimoniais;
transferência do recurso é classificada como despesa e
4 – Receita agropecuária;
para o recebedor como receita.
5 – Receita industrial;
Outras receitas correntes: são os ingressos prove-
6 – Receita de serviços; nientes de outras origens não classificáveis nas subcatego-
7 – Transferências correntes; rias econômicas anteriores.
9 – Outras receitas correntes. Tome nota: as receitas de capital, por fonte, classifi-
cam-se em: operações de crédito, alienação de bens, amor-
Importante: o superávit do orçamento corrente, resul- tização da dívida, transferências de capital e outras receitas
tante do balanceamento dos totais das receitas e despesas de capital.
correntes, apurado no balanço orçamentário, não constituirá
item de receita orçamentária. RECEITAS DE CAPITAL
A Lei 4.320/64 não definiu os conceitos das origens de 1 – Operações de crédito;
receitas correntes ou de capital, como, por exemplo, das re- 2 – Alienação de bens;
ceitas tributárias, de contribuições, de alienações etc. Esses 3 – Amortização de empréstimos;
conceitos, bem como a classificação da natureza da receita, 4 – Transferências de capital;
são atualmente estabelecidos no manual de receita nacional. 5 – Outras Receitas de capital.
No entanto é importante destacar que a Lei 4.320/64 de-
finiu o conceito de tributos como: Operações de crédito: é o ingresso proveniente da co-
Art. 9.º [...] receita derivada instituída pelas entidades de locação de títulos públicos ou da contratação de emprés-
direito público, compreendendo os impostos, as taxas e con- timos e financiamentos obtidos junto a entidades estatais,
tribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em instituições financeiras, fundos etc.
matéria financeira, destinando-se o seu produto ao custeio Regra de ouro: muito cobrada em concurso! O mon-
de atividades gerais ou específicas exercidas por essas en- tante previsto para as receitas de operações de crédito não
tidades. poderá ser superior ao das despesas de capital constantes
Receita tributária: são os ingressos provenientes da ar- do projeto de lei orçamentária.
recadação das receitas de impostos, taxas e contribuições de Apesar do §2.º do artigo 12 da Lei 101/2000 (LRF) estar
melhoria. É uma receita privativa das entidades competentes suspenso por força da ADI 2238, do STF, a regra de ouro
para tributar: União, estados, Distrito Federal e os municípios. continua em vigor porque ela está prevista também no ar-
tigo 167 da Constituição Federal. Inclusive o motivo da ADI
60
CONTABILIDADE PÚBLICA
do §2.º do artigo 12 da LRF é justamente porque a LRF ex- Na União a classificação institucional da receita se di-
trapolou a CF, ou seja, a própria constituição prevê exceção vide em:
à regra de ouro e a LRF foi mais restrita e não observou • receitas do Tesouro são as receitas arrecadadas e
nenhuma exceção. administradas pelo Tesouro;
A finalidade da regra de ouro é evitar o endividamento • receitas diretamente arrecadadas por órgãos, uni-
do Estado, porém a regra comporta exceção. dades e fundos da administração direta, são os recursos
Atenção: a CF prevê exceção à regra de ouro: as re- próprios dos órgãos que podem ser arrecadados por eles
ceitas de operações de crédito poderiam ser superiores mesmos ou pelo Tesouro;
às despesas de capital, desde que autorizadas, durante o • receitas de órgãos, unidades e fundos da adminis-
exercício financeiro, mediante créditos suplementares ou tração indireta, são as receitas das autarquias, fundações
especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Le- públicas, empresas públicas e os fundos que integram os
gislativo por maioria absoluta. orçamentos, mesmo dependentes de transferência de re-
Alienação de Bens: é o ingresso de recursos prove-
cursos do Tesouro.
nientes da alienação de componentes do ativo permanen-
te, ou seja, é a conversão em espécie de bens e direitos.
Classificação por fontes de recursos
Atenção: o artigo 44 da LRF traz regra de suma impor-
A classificação da receita por fontes de recursos não
tância para concursos:
Art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital deri- está prevista na Lei 4.320/64. Hoje essa classificação da re-
vada da alienação de bens e direitos que integram o patri- ceita é encontrada na 1.ª edição do Manual da Receita Pú-
mônio público para o financiamento de despesa corrente, blica2. As fontes são divididas em cinco grupos:
salvo se destinada por lei aos regimes de previdência so- • Recursos do Tesouro – exercício corrente;
cial, geral e próprio dos servidores públicos. • Recursos de outras fontes – exercício corrente;
Amortização de empréstimos: é o ingresso prove- • Recursos do Tesouro – exercícios anteriores;
niente da amortização, ou seja, recebimento de valores • Recursos de outras fontes – exercícios anteriores;
referentes a parcelas de empréstimos ou financiamentos • Recursos condicionados.
concedidos em títulos ou contratos.
Transferências de capital: é o ingresso proveniente de ETAPAS E ESTÁGIOS.
outros entes ou entidades referentes a recursos, perten-
centes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou enti- Estágios da receita
dade transferidora, efetivado mediante condições preesta- A receita orçamentária passa por quatro estágios ou
belecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o fases, que são: previsão, lançamento, arrecadação e reco-
objetivo seja a aplicação em despesas de capital. lhimento.
Outras receitas de capital: são os ingressos prove- Atenção: os estágios da receita são: previsão, lança-
nientes de outras origens não classificáveis nas subcatego- mento, arrecadação e recolhimento.
rias econômicas anteriores.
Atenção: o superávit do orçamento corrente é receita Previsão
de capital extraorçamentária. A previsão da receita, também conhecida como receita
O §3.º, do artigo 11, da Lei 4.320/64 estabelece que orçada, é a estimativa de quanto se espera arrecadar du-
o superávit do orçamento corrente, resultante do balan- rante o exercício financeiro. Com base na estimativa da re-
ceamento dos totais das receitas e despesas correntes, ceita, o Governo planeja e define os gastos que comporão
apurado no balanço orçamentário, não constituirá item da a LOA.
receita orçamentária.
A previsão começa com as definições das estimativas
Mas por que o superávit do orçamento corrente é re-
da receita, no momento de elaboração da LOA, e encerra-
ceita de capital e ainda por cima receita extraorçamentária?
se com o lançamento fiscal. No SIAF a previsão da receita
Simples, o superávit é considerado receita de capital por-
é contabilizada pela Nota de Lançamento por Evento (NL).
que normalmente é utilizado para cobrir déficit de capital.
Como essa receita já foi considerada como orçamentária A Lei 101/2000 trouxe, em seu artigo 12, algumas re-
no exercício em que houve o resultado positivo ela é con- gras que deverão ser adotadas quando da elaboração da
tabilizada como extraorçamentária para que não haja du- previsão da receita:
plicidade de receita. • observar normas técnicas e legais;
• considerar os efeitos das alterações na legislação,
Classificação institucional da variação do índice de preços, do crescimento econômi-
A classificação institucional da receita objetiva identi- co ou de qualquer outro fator relevante;
ficar as entidades ou unidades orçamentárias que, respon- • acompanhar demonstrativos de evolução, nos úl-
dendo pela arrecadação, são detentoras das receitas. O timos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele
fundamento legal da classificação está na disposição cons- a que se referirem, bem como da metodologia e das pre-
titucional, que estabelece que o orçamento fiscal e o da se- missas utilizadas.
guridade social se referem aos poderes da União, seus fun-
dos, órgãos e entidades da administração direta e indireta.
61
CONTABILIDADE PÚBLICA
62
CONTABILIDADE PÚBLICA
Todo o processo orçamentário tem sua obrigatoriedade do empenho. Esse estágio tem por finalidade reconhecer
estabelecida na Constituição Federal, art.165, que determina ou apurar a origem e o objeto do que se deve pagar, a
a necessidade do planejamento das ações de governo por importância exata a pagar e a quem se deve pagar para
meio do: extinguir a obrigação e é efetuado no SIAFI pelo documen-
Plano Plurianual de Investimentos – PPA; to Nota de Lançamento – NL. Ele envolve, portanto, todos
Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO; os atos de verificação e conferência, desde a entrega do
Lei Orçamentária Anual – LOA. material ou a prestação do serviço até o reconhecimento
Uma vez publicada a LOA, observadas as normas de exe- da despesa. Ao fazer a entrega do material ou a prestação
cução orçamentária e de programação financeira da União do serviço, o credor deverá apresentar a nota fiscal, fatu-
estabelecidas para o exercício, e lançadas as informações or- ra ou conta correspondente, acompanhada da primeira via
çamentárias, fornecidas pela Secretaria de Orçamento Fede- da nota de empenho, devendo o funcionário competente
ral, no SIAFI , por intermédio da geração automática do do- atestar o recebimento do material ou a prestação do servi-
cumento Nota de Dotação – ND, cria-se o crédito orçamen- ço correspondente, no verso da nota fiscal, fatura ou conta.
tário e, a partir daí, tem-se o início da execução orçamentária O último estágio da despesa é o pagamento e consiste
propriamente dita. na entrega de numerário ao credor do Estado, extinguin-
do dessa forma o débito ou obrigação. Esse procedimento
Executar o Orçamento é, portanto, realizar as despesas normalmente é efetuado por tesouraria, mediante registro
públicas nele previstas e só essas, uma vez que, para que no SIAFI do documento Ordem Bancária – OB, que deve
qualquer utilização de recursos públicos seja efetuada, a ter como favorecido o credor do empenho. Este pagamen-
primeira condição é que esse gasto tenha sido legal e ofi- to normalmente é efetuado por meio de crédito em con-
cialmente previsto e autorizado pelo Congresso Nacional e ta bancária do favorecido uma vez que a OB especifica o
que sejam seguidos à risca os três estágios da execução das domicílio bancário do credor a ser creditado pelo agente
despesas previstos na Lei nº 4320/64 : empenho, liquidação financeiro do Tesouro Nacional, ou seja, o Banco do Brasil
e pagamento – atualmente se encontra em aplicação a siste- S/ª. Se houver importância paga a maior ou indevidamen-
mática do pré-empenho antecedendo esses estágios, já que, te, sua reposição aos órgãos públicos deverá ocorrer den-
após o recebimento do crédito orçamentário e antes do seu tro do próprio exercício, mediante crédito à conta bancária
comprometimento para a realização da despesa, existe uma da UG que efetuou o pagamento. Quando a reposição se
fase geralmente demorada de licitação obrigatória junto a efetuar em outro exercício, o seu valor deverá ser restituído
fornecedores de bens e serviços que impõe a necessidade de por DARF ao Tesouro Nacional.
se assegurar o crédito até o término do processo licitatório.
Pois bem, o empenho é o primeiro estágio da despesa Da Descentralização Orçamentária
e pode ser conceituado como sendo o ato emanado de au- Art. 2° A execução orçamentária poderá processar-se
toridade competente que cria para o Estado a obrigação de mediante a descentralização de créditos entre unidades ges-
pagamento, pendente ou não, de implemento de condição. toras de um mesmo órgão/ministério ou entidade integran-
Esse primeiro estágio é efetuado no SIAFI utilizando-se o Do- tes dos orçamentos fiscal e da seguridade social, designan-
cumento Nota de Empenho – NE, através de transação espe- do-se este procedimento de descentralização interna.
cífica denominada NE, que se destina a registrar o compro- Parágrafo único. A descentralização entre unidades ges-
metimento de despesa orçamentária, obedecidos os limites toras de órgão/ministério ou entidade de estruturas diferen-
estritamente legais, bem como aos casos em que se faça ne- tes, designar-se-á descentralização externa.
cessário o reforço ou a anulação desse compromisso. Não se Art. 3° As dotações descentralizadas serão empregadas
deve confundir, entretanto, empenho da despesa com nota obrigatória e integralmente na consecução do objeto pre-
de empenho; esta, na verdade, é a materialização daquele, visto pelo programa de trabalho pertinente, respeitada fiel-
embora, no dia-a-dia haja a junção dos dois procedimentos mente a classificação funcional programática.
em um único. Art. 4° As empresas públicas federais que não integra-
Todavia, ocorre que estando a despesa legalmente em- rem os orçamentos fiscal e da seguridade social, mas que
penhada, nem assim o Estado se vê obrigado a efetuar o pa- executarem as atividades de agente financeiro governamen-
gamento, uma vez que, o implemento de condição poderá tal, poderão receber créditos em descentralização, para via-
estar concluído ou não. Seria um absurdo se assim não fosse, bilizar a consecução de objetivos previstos na lei orçamen-
pois a Lei 4320/64 determina que o pagamento de qualquer tária.
despesa pública, seja ela de que importância for, passe pelo § 1° Quando a execução dos programas de trabalho for
crivo da liquidação. É nesse segundo estágio da execução confiada a entidade ou órgão gestor de créditos integrantes
da despesa que será cobrada a prestação dos serviços ou a dos orçamentos fiscal e da seguridade social da União, será
entrega dos bens, ou ainda, a realização da obra, evitando, adotado o critério de descentralização, conforme disciplina-
dessa forma, o pagamento sem o implemento de condição. do neste decreto.
Assim, o segundo estágio da despesa pública é a li- § 2° Aplicam-se às entidades referidas neste artigo, no
quidação, que consiste na verificação do direito adquirido tocante à execução dos créditos descentralizados, as dispo-
pelo credor, tendo por base os títulos e documentos com- sições da Lei n° 4.320, de 17 de março de 1964, as deste
probatórios do respectivo crédito, ou seja é a comprovação decreto e demais normas pertinentes à administração orça-
de que o credor cumpriu todas as obrigações constantes mentário-financeira do Governo Federal.
63
CONTABILIDADE PÚBLICA
64
CONTABILIDADE PÚBLICA
A Conta Única do Tesouro Nacional, mantida no Banco A operacionalização da conta única será efetuada pelo
Central do Brasil, acolhe todas as disponibilidades finan- Banco do Brasil e, excepcionalmente, por outros agentes
ceiras da União, inclusive fundos, de suas autarquias e fun- financeiros autorizados pelo Ministério da Fazenda;
dações. Constitui importante instrumento de controle das Toda a receita arrecadada pela União deverá ser reco-
finanças públicas, uma vez que permite a racionalização da lhida ao caixa único do tesouro nacional;
administração dos recursos financeiros, reduzindo a pres- Todas as receitas próprias, orçamentárias e extraorça-
são sobre a caixa do Tesouro, além de agilizar os processos mentárias, de todos os órgãos e poderes da União também
de transferência e descentralização financeira e os paga- deverão ser recolhidos á conta única do tesouro nacional;
mentos a terceiros. A STN é a responsável pela movimentação dos recur-
O Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, que sos e pela regulamentação da conta única (programação
promoveu a organização da Administração Federal e es- financeira);
tabeleceu as diretrizes para Reforma Administrativa, de- A movimentação da conta única será efetuada pelos
terminou ao Ministério da Fazenda que implementasse a seguintes documentos do SIAF: Ordem Bancária - OB, DAR-
unificação dos recursos movimentados pelo Tesouro Na- F-Eletrônico - DF, GRPS – Eletrônica, Nota de Sistema - NS
cional, através de sua Caixa junto ao agente financeiro da ou Nota de Lançamento - NL;
União, de forma a garantir maior economia operacional e a O pagamento das despesas será feito mediante saques
racionalização dos procedimentos relativos a execução da contra a conta do Tesouro Nacional.
programação financeira de desembolso.
Tal determinação legal só foi integralmente cumpri-
da com a promulgação da Constituição de 1988, quando
todas as disponibilidades do Tesouro Nacional, existentes
nos diversos agentes financeiros, foram transferidas para o
Banco Central do Brasil, em Conta Única centralizada, exer-
cendo o Banco do Brasil a função de agente financeiro do
Tesouro.
As regras dispondo sobre a unificação dos recursos do
Tesouro Nacional em Conta Única foram estabelecidas pelo
Decreto nº. 93.872, de 23 de dezembro de 1986.
65
CONTABILIDADE PÚBLICA
66
CONTABILIDADE PÚBLICA
Mesmo sem utilizar o Sistema de forma plena, um nú- Veja os ganhos que a implantação do SIAFI trouxe para
mero crescente de entidades estão interligadas ao SIAFI na a Administração Pública Federal :
forma on-line para a realização da execução e acompanha- Contabilidade: o gestor ganha tempestividade na infor-
mento de suas rotinas internas, destacando-se, neste particu- mação, qualidade e precisão em seu trabalho;
lar, a interação com a Conta Única do Tesouro Nacional e com Finanças: agilização da programação financeira, otimi-
a Conta Única Institucional, que agilizam os recebimentos e zando a utilização dos recursos do Tesouro Nacional, por
pagamentos entre unidades do Sistema, com imediata iden- meio da unificação dos recursos de caixa do Governo Fede-
tificação das liquidações efetuadas. ral na Conta Única no Banco Central;
Desde sua implantação, o SIAFI vem recebendo otimiza- Orçamento: a execução orçamentária passou a ser rea-
ções e adequações, de forma a acompanhar a evolução téc- lizada tempestivamente e com transparência, completam
nica, de ordem legal e conjuntural, com processos/subsistem ente integrada a execução patrimonial e financeira;
as que permitem sua utilização em escala crescente, tais com Visão clara de quantos e quais são os gestores que exe-
o a Conta Única, DARF E GRPS Eletrônicos, além do COMU- cutam o orçamento: os números da época da implantação
NICA, que permite a transmissão de mensagens no termi- do SIAFI indicavam a existência de aproximadamente 1.800
nal entre todos os usuários, tendo se revelado um poderoso gestores. Na verdade, eram mais de 4.000 que hoje estão
meio de comunicação, substituindo, com eficiência, os conta- cadastrados e executam seus gastos através do sistema de
tos por telefone, telex, fax e correspondências formais. forma “on-line”;
Desconto na fonte de impostos: hoje, no momento do
OBJETIVOS pagamento, já é recolhido o imposto devido;
O SIAFI é o principal instrumento utilizado para regis- Auditoria: facilidade na apuração de irregularidades
tro, acompanhamento e controle da execução orçamentária, com o dinheiro público;
financeira e patrimonial do Governo Federal. Desde sua cria- Transparência: poucas pessoas tinham acesso às infor-
ção, o SIAFI tem alcançado satisfatoriamente seus principais mações sobre as despesas do Governo Federal antes do ad-
objetivos : vento do SIAFI. A prática da época era tratar essas despesas
a) prover mecanismos adequados ao controle diário da com o “assunto sigiloso”. Hoje a história é outra, pois na
democracia o cidadão é o grande acionista do estado; e
execução orçamentária, financeira e patrimonial aos órgãos
Fim da multiplicidade de contas bancárias : os números
da Administração Pública;
da época indicavam 3.700 contas bancárias e o registro de
b) fornecer meios para agilizar a programação financei-
aproximadamente 9.000 documentos por dia. Com a im-
ra, otimizando a utilização dos recursos do Tesouro Nacional,
plantação do SIAFI, constatou-se que existiam em torno de
através da unificação dos recursos de caixa do Governo Fe-
12.000 contas bancárias e se registravam em média 33.000
deral;
documentos diariamente.
c) permitir que a contabilidade pública seja fonte segura Hoje, 98% dos pagamentos são identificados de modo
e tempestiva de informações gerenciais destinadas a todos instantâneo na Conta Única e 2% deles com um a defasa-
os níveis da Administração Pública Federal; gem de, no máximo, cinco dias.
d) padronizar métodos e rotinas de trabalho relativas à Além de tudo isso, o SIAFI apresenta inúmeras vanta-
gestão dos recursos públicos, sem implicar rigidez ou restri- gens que o distinguem de outros sistemas em uso no âmbi-
ção a essa atividade, um a vez que ele permanece sob total to do Governo Federal :
controle do ordenador de despesa de cada unidade gestora; Sistema disponível 100% do tem o e on-line;
e) permitir o registro contábil dos balancetes dos estados Sistema centralizado, o que permite a padronização de
e municípios e de suas supervisionadas; métodos e rotinas de trabalho;
f) permitir o controle da dívida interna e externa, bem Interligação em todo o território nacional;
com o das transferências negociadas; Utilização por todos os órgãos da Administração Direta
g) integrar e compatibilizar as informações no âmbito do (poderes Executivo, Legislativo e Judiciário);
Governo Federal; Utilização por grande parte da Administração Indireta; e
h) permitir o acompanhamento e a avaliação do uso dos Integração periódica dos saldos contábeis das entida-
recursos públicos; e des que ainda não utilizam o SIAFI, para efeito de consoli-
i) proporcionar a transparência dos gastos do Governo dação das informações econômico-financeiras do Governo
Federal. Federal - à exceção das Sociedades de Economia Mista, que
têm registrada apenas a participação acionária do Governo
VANTAGENS - e para proporcionar transparência sobre o total dos recur-
O SIAFI representou tão grande avanço para a contabili- sos movimentados.
dade pública da União que ele é hoje reconhecido no mundo
inteiro e recomendado inclusive pelo Fundo Monetário Inter- Sidor - Sistema Integrado de Dados Orçamentários
nacional. Sua performance transcendeu de tal forma as fron- O Sidor é o sistema responsável pela elaboração da pro-
teiras brasileiras e despertou a atenção no cenário nacional e posta orçamentária do governo federal. Seu principal pro-
internacional, que vários países, além de alguns organismos duto é o Projeto de Lei Orçamentária enviado, anualmente,
internacionais, têm enviado delegações à Secretaria do Te- ao Congresso Nacional para aprovação e consequente ge-
souro Nacional, com o propósito de absorver tecnologia para ração da Lei Orçamentária Anual. O SIDOR permite aprimo-
a implantação de sistemas similares. rar o Processo orçamentário federal.
67
CONTABILIDADE PÚBLICA
Nele é registrada toda a programação orçamentária – poderá ser concedido suprimento de fundos (adiantamen-
ações e programas de governo, com seus respectivos valo- to) a servidor, sempre precedido de empenho na dotação
res e destinações geográficas – planejada para a execução própria às despesas a realizar, e que não possam subordi-
no ano seguinte. nar-se ao processo normal de aplicação. Poderá ser conce-
O Sidor orienta a liberação de recursos e execução pelo dido nos seguintes casos:
Sistema Integrado de Administração Financeira do governo - para atender despesas eventuais, inclusive em via-
Federal - Siafi, gerando os volumes para publicação, pela gens e com serviços especiais, que exijam pronto paga-
Imprensa Nacional, no Diário Oficial da União. mento em espécie;
Cada órgão público (os usuários “de entrada” do Sidor) - quando a despesa deva ser feita em caráter sigilo-
informa suas ações e previsões orçamentárias ao sistema. so, conforme se classificar em regulamento; e - para aten-
Depois disso, cada ministério realiza a consolidação dessas der despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas
informações que, finalmente, chegam à Secretaria de Orça- cujos valores, em cada caso, não ultrapassar os limites esta-
mento Federal para uma consolidação final. belecidos em Portaria do Ministério da Fazenda.
Desenvolvido pela Secretaria de Orçamento Federal, o
sistema foi migrado para o Serpro em 2004. A partir dessa OBJETO
data, a Empresa ficou responsável por sua produção – hos- O regime de adiantamento, suprimento de fundos, é
pedagem e manutenção corretiva e evolutiva. aplicável aos casos de despesas expressamente definidos
em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, sem-
pre precedida de empenho na dotação própria, para o fim
de realizar despesas que pela excepcionalidade, a critério
18 SUPRIMENTO DE FUNDOS.
do Ordenador de Despesa e sob sua inteira responsabili-
dade, não possam subordinar-se ao processo normal de
aplicação, nos seguintes casos:
SUPRIMENTO DE FUNDOS • para atender despesas eventuais, inclusive em viagem
Trata-se de considerações acerca dos procedimentos e com serviços especiais, que exijam pronto pagamento em
quanto à utilização de suprimento de fundos (adiantamen- espécie;
tos) para despesas de pequeno vulto, no âmbito da Admi- • quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso,
nistração Pública. conforme se classificar em regulamento; e
Em face da necessidade de se haver um efetivo plane- • para atender despesas de pequeno vulto, assim en-
jamento quanto à gestão pública dos recursos diante das tendidas aquelas cujo valor, em cada caso, não ultrapassar
demandas surgidas, planejar é preciso. Porém, como em limite estabelecido em Portaria do Ministro da Fazenda;
muitas vezes não se pode imaginar todas as possibilidades Os valores de um suprimento de fundos entregues ao
dessas demandas, poderá ocorrer eventualidades (excep- suprido poderão relacionar-se a mais de uma natureza de
cionalidades) que terão de ser atendidas, uma vez que o despesa, desde que precedidos dos empenhos nas dota-
seu não atendimento poderá ocasionar prejuízos ou con- ções respectivas, respeitados os valores de cada natureza.
sequências desastrosas à Administração. A concessão de suprimento de fundos deverá ocorrer
Ao ocorrer uma eventualidade, e houver a necessidade por meio do Cartão de Pagamento do Governo Federal,
de atendê-la, de maneira rápida, não podendo aguardar o utilizando as contas de suprimento de fundos somente em
processo normal (procedimento licitatório), uma das possi- caráter excepcional, onde comprovadamente não seja pos-
bilidades é atendê-la por meio de um procedimento deno- sível utilizar o cartão.
minado concessão de suprimento de fundos.
A finalidade do suprimento de fundos é de atender a VALORES LIMITES PARA DESPESA DE PEQUENO
despesas que não possam aguardar o processo normal, ou VULTO
seja, é exceção quanto à não realização de procedimen- Limites para suprimento de fundos mediante Cartão de
to licitatório. O suprimento de fundos (adiantamento) está Pagamento do Governo Federal:
pautado na seguinte O limite máximo para a concessão de suprimento por
legislação: meio do Cartão de Pagamento do Governo Federal, quan-
- arts. 68 e 69, da Lei nº 4.320/1964; do se tratar de despesa de pequeno vulto:
- art. 74, § 3º, do Decreto-Lei nº 200/1967; • para obras e serviços de engenharia será o correspon-
- arts. 45 a 47 do Decreto nº 93.872/86 com as altera- dente a 10% (dez por cento) do valor estabelecido na alí-
ções do nea “a” (convite) do inciso “I” do artigo 23, da Lei 8.666/93,
- Decreto nº 95.804/1988; alterada pela Lei 9.648/98;
- Decreto nº 941/1993 • para outros serviços e compras em geral, será o cor-
- Decreto nº 5.355/2005; respondente a 10% (dez por cento) do valor estabeleci-
- Portaria nº 492/1993 do Ministério da Fazenda. do na alínea “a” (convite) do inciso “II” do artigo 23, Lei
Conforme estabelece o Decreto nº 93.872, de 23 de 8.666/93, alterada pela Lei 9.648/98.
dezembro de 1986, Capítulo III, Seção V, o suprimento de O limite máximo para realização por despesa de pe-
fundos é um instrumento de exceção que, a critério do or- queno vulto em cada NOTA FISCAL/FATURA/RECIBO/
denador de despesas e sob sua inteira responsabilidade, CUPOM FISCAL:
68
CONTABILIDADE PÚBLICA
69
CONTABILIDADE PÚBLICA
Todo o procedimento de concessão de suprimento de o saque, desde que autorizado em cada concessão de supri-
fundos por meio de depósito em conta corrente deve ser mento de fundos, sempre sendo evidenciado que se trata de
repetido a cada nova concessão, bem como a devolução do procedimento excepcional e carente de justificativa formal.
saldo residual existente na conta corrente de suprimento de Quando o suprido efetuar saques da conta corrente ou
fundos, após expiração do prazo de utilização. por meio do Cartão de Pagamento do Governo Federal, o
Considerações comuns acerca da concessão de supri- valor do saque deverá ser o das despesas a serem realizadas.
mento de fundos• Ao conceder o suprimento de fundos a Se o valor do saque exceder ao da despesa a ser reali-
autoridade competente determinará a emissão do empe- zada, o valor excedente deverá ser devolvido, por intermé-
nho, ou fará referência ao empenho estimativo, solicitando dio da GRU, código de recolhimento 68808-8 – anulação de
a anexação de uma cópia da NE - Nota de Empenho - à despesa no exercício, no prazo máximo de três dias úteis a
proposta de concessão de suprimento. partir do dia seguinte da data do saque, diminuindo o valor
Em se tratando de suprimento de fundos para contrata- do suprimento a ser utilizado.
ção de serviços prestados por pessoa física, deve ser emitida Caso algum valor em espécie permaneça com o suprido
nota de empenho, na natureza de despesa 3.3.90.47 – Obri- sem justificativa formal, por prazo maior que o indicado no
gações Tributárias e de Contribuições, visando atender as item acima, autoridade competente deverá apurar respon-
despesas com contribuição previdenciária patronal, obser- sabilidades.
vando que o valor do suprimento de fundos inclui os valores Nos casos em que o suprido ausentar-se por prazos ex-
referentes às Obrigações Tributárias e de Contribuições, não tensos ou estiver impossibilitado de efetuar saques por pe-
podendo, em hipótese alguma ultrapassar os limites estabe- ríodos longos, poderá permanecer com valores em espécie
lecidos para a concessão do Suprimento de Fundos, quando acima do prazo de três dias úteis a partir do dia seguinte
se tratar de despesas de pequeno vulto. da data do saque, justificando formalmente as circunstâncias
Do ato de concessão de suprimento de fundos constará, que impediram os procedimentos normais.
obrigatoriamente:
• Prazo máximo para utilização dos recursos; RESTRIÇÕES AO SUPRIDO
• Prazo para prestação de contas; e Não se concederá suprimento de fundos:
• Sistemática de pagamento, se somente fatura, ou tam- • a responsável por dois suprimentos;
bém saque, quando for movimentado por meio do Cartão • a servidor que tenha a seu cargo a guarda ou a
de Pagamento do Governo Federal. utilização do material adquirir, salvo quando não houver na
• A cada concessão de suprimento de fundos, seja qual repartição outro servidor;
for o meio de pagamento, deverá haver a identificação da • a responsável por suprimento de fundos que, esgo-
motivação do ato, esclarecendo as demandas da unidade, e tado o prazo, não tenha prestado contas de sua aplicação; e
a definição de valores compatíveis com a demanda, vincu- • a servidor declarado em alcance, entendido como
lando o gasto com o suprimento de fundos. tal o que não prestou contas no prazo regulamentar ou o
que teve suas contas recusadas ou impugnadas em virtude
ENTREGA DO NUMERÁRIO de desvio, desfalque, falta ou má aplicação dos recursos re-
Entende-se por entrega do numerário a disponibilização cebidos.
de recurso financeiro para realização dos gastos, seja por li-
mite lançado no Cartão de Pagamento do Governo Federal, DÍVIDA PÚBLICA FLUTUANTE E FUNDADA
por depósito em conta corrente ou por posse de valor em A classificação em exame diz respeito especialmente ao
espécie. prazo de exigibilidade da dívida contraída pelo Estado, por
meio do empréstimo público.
UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS
Na utilização do Suprimento de Fundos observar-se-ão DÍVIDA FLUTUANTE
as condições e finalidades previstas no ato da concessão.
O prazo máximo para aplicação do suprimento de fun- Dívida flutuante é aquela em que o reembolso efetuado
dos será de até 90 (noventa) dias a contar da data do ato de pelo Estado se dá no mesmo exercício financeiro em que o
concessão do suprimento de fundos, e não ultrapassará o crédito foi contraído. Segundo a dicção do art. 92 da Lei nº
término do exercício financeiro. 4.320/64:
A entrega do numerário, sempre precedida de empenho
(ordinário ou estimativo) na dotação própria das despesas a Art. 92. A dívida flutuante compreende:
realizar, será feita: I - os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;
• mediante crédito em conta corrente específica (OBC); II - e-mail marketing os serviços da dívida a pagar;
• em espécie e pelo seu valor total (OBP); III - os depósitos;
• mediante concessão de limite de gasto no Cartão de IV - os débitos de tesouraria.
Pagamento do Governo Federal.
Quando a entrega do numerário for mediante limite É lícito afirmar que dívida flutuante é aquela contraída
do Cartão de Pagamento, a despesa deve ser efetuada por para ser quitada em prazos curtos, a fim de atender necessi-
meio de pagamento a um estabelecimento afiliado, utilizan- dades momentâneas do caixa do Tesouro, oriundas de recei-
do-se a modalidade de fatura. Somente na impossibilidade tas ainda não arrecadadas ou de despesas imprevistas.
da utilização em estabelecimento afiliado é que deve haver
70
CONTABILIDADE PÚBLICA
DÍVIDA FUNDADA
De acordo com o art. 98, da Lei nº 4.320/64, a dívida fundada corresponde aos compromissos de exigibilidade supe-
rior a 12 (doze) meses, contraídos para atender ao desequilíbrio orçamentário ou aos financiamentos de obras e serviços
públicos.
Parágrafo único. No âmbito da União, o detalhamento da receita orçamentária será estabelecido por meio de Portaria
da SOF/MPDG e as instruções para elaboração do Projeto de Lei Orçamentária Anual serão divulgadas por intermédio do
Manual Técnico de Orçamento (MTO) editado por essa Secretaria.
Art. 3º Esta Portaria Conjunta entra em vigor na data de sua publicação, aplicando-se seus efeitos a partir da execu-
ção da Lei Orçamentária Anual de 2017 e, quando couber, na elaboração do respectivo Projeto de Lei.
Art. 4º Revoga-se a Portaria Conjunta STN/SOF nº 1, de 10 de dezembro de 2014.
71
CONTABILIDADE PÚBLICA
ANA PAULA VITALI JANES VESCOVI Art. 1º Aprovar as seguintes partes da 7ª edição do Ma-
Secretária do Tesouro Nacional do Ministério da Fa- nual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP):
zenda I - Parte Geral
GEORGE ALBERTO DE AGUIAR SOARES II - Parte II - Procedimentos Contábeis Patrimoniais;
Secretário de Orçamento Federal do Ministério do III - Parte III - Procedimentos Contábeis Específicos;
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão IV - Parte IV - Plano de Contas Aplicado ao Setor Públi-
PORTARIA STN Nº 840, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2016 co; e
* Secretaria do Tesouro Nacional - Manual de Conta- V - Parte V - Demonstrações Contábeis Aplicadas ao
bilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) - 7ª edição Setor Público.
- Parte Geral - Procedimentos Contábeis Patrimoniais - § 1º Os conceitos, regras gerais, conteúdo e prazos de
Procedimentos Contábeis Específicos - Plano de Contas cada uma das partes do MCASP estão descritos na Portaria
Aplicado ao Setor Público - Demonstrações Contábeis STN nº 634/2013.
§ 2º A STN disponibilizará versão eletrônica do MCASP
Aplicadas ao Setor Público *
no endereço eletrônico http://www.tesouro.gov.br/mcasp.
Aprova a Parte Geral e as Partes II - Procedimentos
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua pu-
Contábeis Patrimoniais, III - Procedimentos Contábeis Es-
blicação e tem seus efeitos aplicados a partir do exercício
pecíficos, IV - Plano de Contas Aplicado ao Setor Público e
financeiro de 2017.
V - Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público Art. 3º Revoga-se, a partir de 1º de janeiro de 2017, a
da 7ª edição do Manual de Contabilidade Aplicada ao Portaria STN nº 700, de 10 de dezembro de 2014.
Setor Público (MCASP). ANA PAULA VITALI JANES VESCOVI
A Secretária do Tesouro Nacional, no uso das atribui-
ções que lhe confere a Portaria MF nº 244, de 16 de julho
de 2012, que aprova o Regimento Interno da Secretaria
do Tesouro Nacional, e tendo em vista o disposto no § 2º
20 REGIME CONTÁBIL.
do art. 50 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de
2000, e
Considerando o disposto no inciso I do art. 17 da Lei REGIMES CONTÁBEIS APLICADOS A CONTABILIDA-
nº 10.180, de 6 de fevereiro de 2001, e no inciso I do art. DE PÚBLICA
6º do Decreto nº 6.976, de 7 de outubro de 2009, que
conferem à Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério O que é regime contábil?
da Fazenda a condição de órgão central do Sistema de Podemos dizer que regime contábil é um procedimento
Contabilidade Federal; ou técnica adotado para a realização dos registros dos fatos
Considerando as competências do órgão central do aplicados à ciência contábil, estabelecendo as diretrizes para
Sistema de Contabilidade Federal, estabelecidas no art. 18 classificação das variações ou alterações patrimoniais.
da Lei nº 10.180, de 2001, no art. 7º do Decreto nº 6.976, Os regimes contábeis que podem ser utilizados pela
de 2009, e nos incisos X, XIV, XXI, XXII e XXIII do art. 21 do contabilidade são:
Anexo I do Decreto nº 7.482, de 16 de maio de 2011;
Considerando a necessidade de elaborar o Balanço do - Regime de competência;
Setor Público Nacional previsto no inciso VII do art. 18 da - Regime de caixa;
Lei nº 10.180, de 2001, com base no Plano de Contas Apli- - Regime misto.
cado ao Setor Público, a ser utilizado por todos os entes
Regime de competência:
da Federação, conforme o disposto no inciso II do art. 1º
da Portaria MF nº 184, de 25 de agosto de 2008;
No regime de competência, as receitas e as despesas
Considerando a atribuição do Conselho Federal de
devem ser incluídas na apuração do resultado do período
Contabilidade de regular os princípios contábeis e editar
em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se
Normas Brasileiras de Contabilidade de natureza técnica, correlacionarem, independentemente de recebimento ou
conforme a Lei nº 12.249, de 11 de junho de 2010, que pagamento (art. 9º da Resolução nº 750/93 do Conselho Fe-
altera o Decreto-Lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946; e deral de Contabilidade - CFC).
Considerando o inciso I do caput e o § 1º do art. 3º O regime de competência é também denominado pela
da Portaria STN nº 634, de 19 de novembro de 2013, que doutrina de regime de exercício ou regime jurídico.
dispõe sobre regras gerais acerca das diretrizes, normas
e procedimentos contábeis aplicáveis aos entes da Fede- Regime de caixa:
ração, com vistas à consolidação das contas públicas da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, O regime de caixa, também denominado pela doutrina
sob a mesma base conceitual; resolve: de regime de gestão anual, é aquele em que são considera-
das receitas e despesas do exercício tudo o que for recebido
ou pago durante o ano financeiro, mesmo que se trate de
receitas e despesa referentes a exercícios anteriores.
72
CONTABILIDADE PÚBLICA
Regime misto:
No regime misto adota-se ao mesmo tempo o de caixa e o de competência. Esse regime é o adotado pela contabilidade
pública no Brasil, ou seja, registra-se a despesa pelo regime de competência e a receita pelo de caixa.
• Quanto à receita: o resultado financeiro do exercício não aproveita a receita lançada e não arrecadada, ou seja, con-
sidera-se “em tese”, somente as receitas que ingressaram nos cofres públicos.
A receita pública passa pelos seguintes estágios ou fases: previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento.
• Quanto à despesa: no encerramento do exercício, a despesa empenhada e não paga é apropriada, ou seja, considera-
se “em tese”, como despesa do exercício, toda aquela que foi empenhada, mesmo aquela que ainda não tenha sido liquidada.
A despesa pública passa pelas seguintes fases ou estágios: fixação, empenho, liquidação e pagamento.
Empenho da despesa é a primeira fase de sua execução e a liquidação, a segunda, o pagamento, a terceira. Portanto, na
execução da despesa pública, inicialmente existe o empenho, depois a liquidação e finalmente o pagamento. A despesa é fixada
na lei orçamentária anual - LOA, após a sua aprovação, o governo elaborará a programação dos gastos públicos.
Resumindo: aplica-se à contabilidade pública no Brasil o regime de caixa para as receitas e o regime de competência
para as despesas.
Portanto, a contabilidade pública adota o regime contábil misto, ou seja, regime de caixa para as receitas e de com-
petência para as despesas.
O regime contábil adotado para a contabilidade pública está previsto em duas normas: na Lei nº 4.320/64 e na Lei Comple-
mentar nº 101/00 – Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF.
Podemos afirmar que o regime de caixa para as receitas e de competência para as despesas, adotado pela conta-
bilidade pública é 100% aplicável?
Exemplo: a despesa referente ao exercício de 2003, que não foi paga naquele ano deverá ser inscrita em restos a pagar
em 31/12/03 para ser paga em 2004. Se até 31/12/04 essa despesa ainda não tiver sido paga, será cancelada (isso no Sistema
Integrado de Administração Financeira – SIAFI), entretanto, ainda permanece o direito do credor.
A partir de 01/01/2005, se essa despesa for reclamada pelo credor, a administração pública irá pagá-lo com a rubrica “des-
pesas de exercícios anteriores”. Esse pagamento será considerado uma despesa normal do orçamento vigente (2005). Essa é
mais uma das exceções ao princípio da competência. Ou seja, deveria ser despesa de 2003 e não do orçamento de 2005.
73
CONTABILIDADE PÚBLICA
74
CONTABILIDADE PÚBLICA
6. (FCC - 2013 - TRT - 15ª Região - Analista Judiciá- d) Despesas Empenhadas – Despesas Liquidadas =
rio) Sobre os princípios contábeis aplicados ao setor públi- Restos a Pagar não Processados inscritos no exercício
co, considere: e) Despesas Empenhadas – Despesas Liquidadas =
I. O princípio da competência determina que, uma va- Restos a Pagar Processados inscritos no exercício
riação no valor do Patrimônio Líquido relativa a medica-
mentos hospitalares deve ser reconhecida no período em 10. (CEPERJ - 2013 – Rioprevidência) Em certa data,
que tais medicamentos foram consumidos na prestação de foram extraídas do Balanço Patrimonial de determinada
serviços pela entidade pública. entidade pública as seguintes informações:
II. O ajuste a valor presente dos direitos, dos títulos de
créditos e das obrigações prefixadas fere o princípio do re- Superávit Financeiro................ R$ 675.000,00
gistro pelo valor original. Passivo Real............................ R$ 17.775.000,00
III. A agregação dos patrimônios da União, Estados e Ativo Permanente.................... R$ 12.600.000,00
Municípios no processo de consolidação das demonstra- Passivo Financeiro.................. R$ 4.275.000,00
ções contábeis resulta em uma nova entidade em confor- Passivo Compensado.............. R$ 3.150.000,00
midade com o princípio da entidade. Com base nessas informações, pode-se afirmar que o
Está correto o que se afirma APENAS em Passivo Real a Descoberto perfaz o montante de:
a) I.
b) I e II. a) R$ 225.000,00
c) II. b) R$ 350.000,00
d) II e III. c) R$ 900.000,00
e) III. d) R$ 1.125.000,00
e) R$ 2.025.000,00
7. ( FCC - 2013 - TRT - 15ª Região - Analista Judiciá-
rio) De acordo com a NBC T 16.7, as demonstrações contá-
beis das entidades do setor público, para fins de consolida- GABARITO
ção, devem ser levantadas na mesma data, admitindo- se a 1 B
defasagem de até três meses, desde que, sejam divulgadas
2 D
em notas explicativas
3 C
a) as características das entidades do setor público in- 4 D
cluídas na consolidação. 5 B
b) os efeitos dos eventos relevantes entre as diferentes 6 A
datas. 7 B
c) os procedimentos adotados na consolidação. 8 E
d) a natureza e os montantes dos ajustes efetuados.
e) os dados cadastrais das entidades do setor público 9 D
incluídas na consolidação. 10 A
75
CONTABILIDADE PÚBLICA
76
CONTABILIDADE PÚBLICA
04. (MPU - ANALISTA CONTABILIDADE - CESPE/2013) 06. (DNIT - Analista Administrativo Contá-
Julgue os itens seguintes, acerca dos princípios funda- bil - ESAF/2013) A respeito das disposições da Lei n.
mentais de contabilidade aprovados pelo Conselho Fede- 4.320/1964 sobre a contabilidade aplicada ao setor pú-
ral de Contabilidade (CFC). blico, é correto afirmar, exceto:
A confrontação das receitas com as despesas corre- A) a tomada de contas dos agentes responsáveis por
latas é um pressuposto do princípio da competência, se- bens e dinheiros públicos será realizada pelos serviços de
gundo o qual o reconhecimento de receitas e despesas contabilidade, ressalvadas as competências dos tribunais
deve ocorrer nos períodos a que se referem, independen- de contas.
temente do recebimento ou pagamento. De acordo com B) é função precípua da contabilidade evidenciar pe-
esse princípio, o pagamento antecipado de uma despesa rante a fazenda pública a situação dos responsáveis pela
não afeta o resultado da empresa no momento de sua arrecadação de receitas e guarda de bens públicos.
ocorrência. C) a utilização do método das partidas dobradas para
( ) CERTO escrituração sintética das operações financeiras e patri-
( ) ERRADO moniais é uma exigência legal.
D) o controle contábil de contratos deve ser realizado
De fato, quando há o pagamento antecipado de uma de forma seletiva, levando-se em conta a materialidade
despesa, o resultado não é afetado. Isso acontece devido ao dos recursos envolvidos.
fato de que a DRE é um demonstrativo baseado no princípio E) os custos dos serviços industriais e a interpretação
da competência. dos resultados econômicos e financeiros devem ser leva-
Assim, os lançamentos serão os seguintes: dos em conta na organização da contabilidade do setor
C- Caixa ou Bancos. público.
D- Adiantamento a fornecedores.
Somente na data prevista para pagamento é que a DRE De acordo com a Lei 4320/64
será afetada. Art. 83. A contabilidade evidenciará perante a Fazenda
Vejamos o artigo que trata sobre esse assunto: (art.9º da
Pública a situação de todos quantos, de qualquer modo, ar-
Resolução CFC nº 750/93)
recadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guar-
Art. 9º O Princípio da Competência determina que os
dem bens a ela pertencentes ou confiados.
efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos
Art. 84. Ressalvada a competência do Tribunal de Contas
nos períodos a que se referem, independentemente do rece-
ou órgão equivalente, a tomada de contas dos agentes res-
bimento ou pagamento.
ponsáveis por bens ou dinheiros públicos será realizada ou
superintendida pelos serviços de contabilidade.
RESPOSTA: “CERTO”.
Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados
05. (DNIT - ANALISTA ADMINISTRATIVO CONTÁBIL de forma a permitirem o acompanhamento da execução or-
- ESAF/2013) Assinale a opção cujo conteúdo não indica çamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a
um dos objetivos da contabilidade aplicada ao setor pú- determinação dos custos dos serviços industriais, o levanta-
blico: mento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos
A) refletir o ciclo da administração pública. resultados econômicos e financeiros.
B) fornecer informações para a instrumentalização do Art. 86. A escrituração sintética das operações financei-
controle social. ras e patrimoniais efetuar-se-á pelo método das partidas
C) demonstrar os resultados alcançados pela entidade dobradas.
do setor público. Art. 87. Haverá controle contábil dos direitos e obriga-
D) apresentar os aspectos de natureza orçamentária, ções oriundos de ajustes ou contratos em que a administra-
econômica, financeira e física do patrimônio da entidade ção pública for parte.
pública. Art. 88. Os débitos e créditos serão escriturados com in-
E) evidenciar as mutações do patrimônio. dividuação do devedor ou do credor e especificação da natu-
reza, importância e data do vencimento, quando fixada.
A questão é direta. Bastando observar o item 4 da NBC T Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos ligados à ad-
16.1, a saber: ministração orçamentária, financeira patrimonial e industrial.
4. O objetivo da Contabilidade Aplicada ao Setor Pú-
blico é fornecer aos usuários informações sobre os resultados RESPOSTA: “D”.
alcançados e os aspectos de natureza orçamentária, econô-
mica, financeira e física do patrimônio da entidade do setor 07. (MPE/RN - CONTABILIDADE - FCC/2012) O paga-
público e suas mutações, em apoio ao processo de tomada mento de uma dívida caracteriza-se como um fato con-
de decisão; a adequada prestação de contas; e o necessário tábil:
suporte para a instrumentalização do controle social. A) aumentativo.
Observe que a única alternativa que não faz parte dos ob- B) substantivo.
jetivos é a letra A. Portanto, questão legalista não se discute! C) permutativo.
D) misto.
RESPOSTA: “A”. E) diminutivo.
77
CONTABILIDADE PÚBLICA
RESPOSTA: “A”.
78