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DELEGAÇÃO DE CHIMOIO
LICENCIATURA EM DIREITO
2ºANO – PERÍODO LABORAL - 6° GRUPO
CADEIRA: DIREITO PENAL
CHIMOIO, 2022
INSTITUTO SUPERIOR MUTASA
DELEGAÇÃO DE CHIMOIO
Realizado Por:
Herdinato Joaquim Chilege
Paula Chin Nelson
Docente:
DR. José Franze
LICENCIATURA EM DIREITO
2ºANO – PERÍODO LABORAL - 6° GRUPO
CADEIRA: DIREITO PENAL
CHIMOIO, 2022
Índice Pag.
Capítulo 1. Introdução................................................................................................................4
1. Objectivo geral.................................................................................................................5
2. Objectivos específicos.....................................................................................................5
3. Metodologia.....................................................................................................................5
1. Concepção filosófica........................................................................................................6
4.1. Teoria da equivalência dos antecedentes causais ou teoria “conditio sine qua non”
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Capítulo 3: Conclusão...............................................................................................................14
Bibliografia...............................................................................................................................15
Capítulo 1. Introdução
Desta feita, o trabalho presente fará uma abordagem da teoria de conditio sine qua non e
da teoria de causalidade adequada.
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1. Objectivo geral
2. Objectivos específicos
3. Metodologia
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Capítulo 2: O nexo de causalidade
1. Concepção filosófica
Na concepção causal naturalista, o lado objectivo do tipo era composto pela conduta
humana tipicidade e ilicitude, aferida através da causação do resultado ofensivo ao bem
jurídico, com o lado subjectivo consistindo na culpabilidade do sujeito, existindo o vínculo
psíquico entre o agente da conduta e o resultado (GUARAGNI, 2009, p. 74).
Por fim, também critica o GUARAGNI, dizendo que na atualidade, o problema do nexo
causal, ao invés de integrar todas as condutas descritas por tipos penais, limitar-se-ia aos
âmbitos dos tipos penais que exigem resultado típico, e, citando Bacilgalupo, com a teoria da
imputação objectiva, viria a ser completada mediante corretivos de natureza não causal, mas
sim normativos deduzidos da natureza de ilícito penal. (2009, p. 92-93).
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Assim, o nexo de causalidade e o resultado estariam inafastavelmente unidos à conduta,
mas não a integrariam nunca, assim como o peixe no frigorífico não seria parte da conduta do
pescador. (PIERANGELI, 2006, p. 22).
Na teoria analítica do crime, o Nexo Causal preenche um dos elementos do facto típico,
juntamente com a conduta, resultado e a tipicidade.
Assim, é simples visualizar que, entre a conduta (ação ou omissão humana) praticada e o
resultado advindo, deve haver nexo causal, que, nas palavras do doutrinador Ney Moura Teles
(2006, p.162), constitui a “relação de causa e efeito, a fim de que se possa atribuí-lo ao agente
da conduta. (...) É de toda obviedade, pois, que não se pode atribuir ou imputar a alguém a
responsabilidade por algo que não produziu”.
Outro conceito trata-se do termo “causa”, que é conceituada pelo doutrinador Fernando
Capez (2003, p. 150), como
Dentro da teoria do facto punível e das categorias analíticas começou-se por analisar a
acção. Verificando-se que havia uma acção penalmente relevante, essa acção tinha de ser
subsumível a um tipo. E portanto o tipo tem uma determinada estrutura que é composta por
elementos objectivos e por elementos subjectivos.
Para se verificar se aquela acção se subsume a um tipo legal, tem-se de ver se os elementos
do tipo estão preenchidos; se os elementos objectivos estiverem preenchidos, vai-se então ver
se os elementos subjectivos do tipo também estão preenchidos para, estando o tipo
integralmente preenchido, passar a outra categoria analítica que é a ilicitude.
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Se faltar um elemento objectivo do tipo, já não há tipicidade. E já nem sequer há que
passar para a categoria seguinte, para analisar a responsabilidade jurídico-penal.
Há uma acção penalmente relevante, mas não é típica se não é típica, não há
responsabilização penal do agente.
Esse nexo de causalidade, sendo um elemento objectivo do tipo nos crimes materiais, de
resultado, ou omissões impuras, é um elemento não escrito do tipo, não está lá escrito,
excepto se se tratar de um crime de realização vinculada.
A imputação objectiva só existe nos crimes materiais, nos crimes de resultado ou nas
omissões impuras, nos crimes de mera actividade, como a conduta do agente consuma desde
logo o tipo legal e não é necessário que espaço-temporalmente algo se diferencia, não há nada
a imputar. A própria conduta consuma o tipo legal de crime.
Portanto, imputação objectiva e causalidade não são a mesma coisa, porque, pode haver
causalidade e não haver imputação objectiva; da mesma forma que só artificialmente é que se
poderá falar de causalidade e no entanto haver imputação objectiva.
Esta matéria de imputação objectiva mais na faz do que decidir quando é que se pode
responsabilizar criminalmente uma pessoa por alguma coisa que ela fez. E nomeadamente,
ver se é possível aferir, em termos de nexo de imputação, um determinado resultado, um
determinado evento ou uma determinada conduta humana.
E só havendo nexo de imputação, esse nexo relacional, que não tem de ser necessária e
forçosamente causal, é que se pode afirmar a responsabilidade jurídico-penal do agente.
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A relação causa-efeito independe da apreciação jurídica de dolo ou culpa.
Ex: Se um motorista está dirigindo de forma correcta e uma criança se solta da mão de seu
responsável e se precipita na frente do carro vinda a ser atropelada e morrer, mesmo sem
actuar com dolo ou culpa, o motorista deu causa à morte. Portanto, dentro desse aspecto, não
está em pauta a intenção do agente, a existência de imperícia, negligência ou imprudência,
nem a motivação para o comportamento. Apenas observa-se a relação entre a ação e a
consequência.
Mesmo quando observado, deve-se lembrar que o nexo causal não configura por si só a
tipicidade, mas faz parte de seus requisitos.
Surge uma teoria que procurava dar resposta a esta imputação do resultado a uma
determinada actividade e que é uma verdadeira teoria da causalidade, que pressupõe a
existência de um nexo causal entre um determinado resultado e uma conduta, em termos de
causa e efeitos.
Dentre as teoria que maior prestígio desfruta, salienta-se a abraçada por nosso estatuto, no
art. 10: a da equivalência dos antecedentes, ou da conditio sine qua non... Consoante ela, tudo
quanto concorre para o resultado é causa.
Todas as forças concorrentes para o evento, no caso concreto, apreciadas, quer isolada,
quer conjuntamente, equivalem-se na causalidade. Nem uma só delas pode ser abstraída, pois,
de certo modo, se teria de concluir que o resultado, na sua fenomenalidade concreta, não teria
ocorrido.
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qualquer uma, sem o auxílio das outras, não tivesse sido suficiente. A
ação ou a omissão, como cada uma das outras causas concorrentes, é
condição sine qua non do resultado. O nexo causal entre a ação (em
sentido amplo) e o evento não é interrompido pela interferência
cooperante de outras causas.” (Noronha, p. 117/118,).
Dessa forma, podemos afirmar que, tudo aquilo que for excluído da cadeia de causalidade
e ocasionar a não realização do resultado deve ser tido como causa, em outras palavras, tudo o
que contribuiu para o resultado deve ser considerado como causa do mesmo.
Ou seja, para os partidários da teoria “conditio sine qua non”, eles partiam dum processo
hipotético de eliminação para verificar se um determinado comportamento podia ser ou não
causa de um determinado resultado.
Então, através deste raciocínio hipotético, eles pensavam assim: vai-se abstrair dessa
conduta cuja causalidade se quer aferir e verificar se o resultado, abstraindo da conduta, se
mantém ou não. E chega-se a esta conclusão: se abstraindo do comportamento o resultado
permanecer é porque aquele comportamento não é causa de resultado.
Desse modo, usando essa teoria de Thyrén, deve-se hipoteticamente eliminar a conduta do
curso dos acontecimentos e verificar se, ainda assim, ocorreria o delito. Se a resposta for
negativa, a conduta terá dado causa ao resultado. Se, ao contrário, for positiva, significa que
não gerou o resultado. Vejamos um exemplo para melhor elucidação:
Ex: A com ciúmes da namorada, efectua disparos de arma de fogo em face de B, que
falece. Nota-se que, se suprimidos os disparos, não haverá morte da vítima. Logo, a conduta
de A foi causa para o resultado.
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Assim, a finalidade é descobrir a causa do crime, se está inserida na teoria da equivalência
dos antecedentes.
Essa foi a teoria adoptada pelo ordenamento jurídico, conforme podemos verificar no
artigo 10, do Código Penal: “o resultado, de que depende a existência do crime, somente é
imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado
não teria ocorrido”.
4.1.1. Crítica
O ponto que vale ser destacado é acerca da crítica realizada a teoria da equivalência dos
antecedentes, uma vez que levaria a possibilidade do regresso causal até o infinito,
considerando que todos os factos são encadeados, por exemplo:
Por outro lado ainda, uma crítica que se faz a esta teoria, é a de que esta teoria, já excessiva
na responsabilização criminal, por referência ao conceito de causa que tem, e porque não
permite distinguir entre causas relevantes e irrelevantes e irrelevantes porque todas as
circunstâncias são condições aptas à produção do resultado, então este conceito naturalístico
de causa não consegue explicar a imputação nos crimes omissões impuros ou impróprios.
Parece ser aquela que o Código Penal perfilha no art. 10º, quando equipara a acção à
omissão e quando se diz que, quando de um crime faz parte um determinado resultado, o facto
é tanto acção adequada a produzi-lo, como a omissão da acção adequada a evitá-lo.
Apenas os antecedentes idôneos são capazes de dar causa ao resultado. Para essa teoria, as
concausas (reunião de várias causas) devem ser idôneas para a produção do resultado.
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A teoria da adequação, visa restringir ou limitar os exageros da antecedente construção da
“conditio sine qua non”.
Já não são todas as circunstâncias que se equivalem enquanto causa do mesmo resultado,
mas são só importantes aquelas causas ou aquelas condições que sejam aptas, que sejam, no
sentido de importarem a obtenção de determinado resultado.
Neste juízo vai-se verificar se, para um homem médio, para um agente médio colocado nas
mesmas circunstâncias de tempo e lugar daquele comportamento em concreto, era previsível
que resultasse aquela ocorrência ou que desse comportamento resultasse aquele evento em
concreto.
Se, pelo contrário, não se puder afirmar um juízo de previsibilidade, então, ter-se-á de
considerar que aquele comportamento não é causa, no sentido de causa adequada, à
produção do resultado.
Fazer uma prognose é fazer uma previsão. E essa previsão é posterior, ou póstuma, porque
se vai fazer uma previsão no momento em que já ocorreu o resultado, quer-se efectivamente
comprovar se a conduta é conducente a esse resultado já ocorrido. Por isso é que é uma
prognose – uma previsão –, mas é póstuma.
E é objectiva, porque não se vai perguntar ao próprio agente que agiu se, actuando daquela
forma, lhe era a si previsível que ocorresse aquele evento, mas vai-se efectivamente
questionar, por relação – é quase uma valoração paralela na esfera laica do agente. Ou seja,
vai-se averiguar, para um homem médio colocado nas mesmas circunstâncias de tempo e de
lugar do próprio agente, se para ele era previsível que daquela conduta ocorresse aquele
resultado.
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Na descoberta do critério da causalidade adequada hão-de estar presentes não só elementos
objectivos, não só o recurso à ideia da valoração feita pelo homem médio, mas há que entrar
em linha de conta também com os conhecimentos concretos que o agente tenha daquela
situação.
Para encontrar a verdadeira adequação, há que recorrer também aos conhecimentos que o
agente tenha no caso concreto.
Fazendo-se este juízo de prognose objectiva póstuma, faz-se entrar também em linha de
conta os conhecimentos que o próprio agente tinha daquela situação.
Contudo, são várias as críticas que se podem fazer a esta teoria da adequação e que são as
seguintes:
Em primeiro lugar, é uma doutrina que postula, para a adequação da causa, elementos de
natureza subjectiva, uma vez que se tem de ter também em conta os conhecimentos que o
agente tinha da situação. E portanto já não se faz totalmente uma prognose objectiva
posterior, porque ela não é mesclada por uma subjectividade, pelos conhecimentos que o
agente tinha da própria situação.
Por outro lado, este critério, ou esta ideia de previsibilidade em que assenta a teoria da
adequação é um critério algo impreciso. E isto porque, postulando um conhecimento da
realidade e do mundo objectivo, não há dúvida nenhuma que esse conhecimento é residual.
Finalmente, não se pode esquecer também que sendo categórico o juízo de previsibilidade,
ele só se pode afirmar ou negar.
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Capítulo 3: Conclusão
A causalidade e imputação objectiva são duas realidades que não significam a mesma
coisa.
A relação entre um determinado comportamento humano e um resultado, para efeitos de
punição, não tem que ser sempre necessariamente causal; e mesmo quando seja causal, essa
relação muitas vezes não é suficiente para afirmar a responsabilidade jurídico-penal do
agente.
É o que acontece nomeadamente no caso dos crimes omissos impuros (ou omissões
impuras), em que não há uma causalidade em termos naturalísticos.
Portanto, dentro do nexo de causalidade temos as duas teoria que foram expostas.
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Bibliografia
Código Penal
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal: parte geral. v. 1. 6. ed. rev. e actual. São Paulo:
Saraiva, 2003.
GIL, António Carlos. Como elaborar projectos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
TELES, Ney Moura. Direito penal: parte geral: arts. 1º a 120, volume 1. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 2006.
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