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PACHEGO GONÇALVES | 9999999999 | alesantosf2020@gmail.com | CPF: 860.542.

154-18

NEOKANTISMO
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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
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Turma: Operação Penal – Parte Geral e Parte Especial

NEOKANTISMO 2

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NEOKANTISMO
Em razão da incapacidade do modelo causal-naturalista de Liszt e Beling em
explicar o fenômeno do crime em sua complexidade natural, surgiu a chamada reação
neokantiana da escola ocidental-sul da Alemanha.

Sem abandonar o modelo científico, o neokantismo promoveu uma releitura dos


institutos e conceitos da teoria penal, incluindo uma compreensão valorativa oriunda
da filosofia neokantiana, substituindo o modelo naturalístico mecanicista por outro, de
estrutura axiológica. Na lição de BITENCOURT:

Esse conceito neoclássico correspondia à influência no campo jurídico


da filosofia neokantiana, que priorizava o normativo e axiológico.
Substituiu a coerência formal de um pensamento jurídico circunscrito
em si mesmo por um conceito de delito voltado para os fins
pretendidos pelo Direito Penal e pelas perspectivas valorativas que o
embasam (teoria teleológica do delito).

No modelo neoclássico ou neokantista, o conceito de ação foi reformulado,


passando por três modelos:

1) o primeiro modelo, formulado por Radbruch, negava autonomia


conceitual à conduta dentro do sistema analítico de crime, porquanto a
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conduta humana não interessaria ao Direito Penal enquanto fenômeno
natural, mas somente como conduta desvalorada, após sua seleção como
típica;

2) o segundo modelo buscou desenvolver um supraconceito de ação


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genérico, apto a compreender ações e omissões, pois concebia a conduta
humana como ponto de partida para análise da existência do crime.
“Comportamento voluntário” (Von Hippel), “realização da vontade” (Max
Ernst Mayer), “comportamento espontâneo” (Ritter) e “conduta humana”
(Mezger), foram alguns dos supraconceitos utilizados pelo segundo modelo,
que tinha por premissa o afastamento das cargas naturalísticas do conceito de
conduta humana para que pudesse ocorrer, de forma livre, a compreensão e
valoração, típicas do modelo neokantista.

3) o terceiro modelo compreendia a conduta humana como


fenômeno social (Eberhard Schmidt) sob o enfoque de atuação do Direito
Penal, voltado às condutas socialmente danosas, dando origem,
posteriormente, à Teoria Social da Ação, concebida por Jescheck e Wessels.

Dos modelos vistos, o segundo é aquele que mais representa o movimento

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neokantista, voltado para compreender e valorar fenômenos, razão pela qual a


concepção causal de ação, pertencente ao universo do ser, devia ser superada para
ser concebida no universo do dever-ser.

O estrato da tipicidade foi modificado para se permitir a inclusão de elementos


subjetivos e normativos no tipo penal, superando a marcante objetividade do
causalismo1.

Por seu turno, a ilicitude, estritamente formal no modelo positivista de Beling,


recebeu a carga axiológica da danosidade social, assumindo uma feição material,
permitindo-se uma graduação do injusto.

A culpabilidade, por sua vez, passou a ser psicológico-normativa, por receber de


Frank o juízo de reprovabilidade, isto é, a formação da vontade contrária ao dever. O
dolo e culpa permanecem, no neokantismo, no estrato da culpabilidade, apesar de se
registrar, pela primeira vez, o dolo como elemento do injusto penal na construção de
Mezger ao situar o dolo como integrante do injusto e da culpabilidade nos crimes
tentados, em verdadeira dupla posição do dolo.

As principais críticas ao neokantismo referem-se ao relativismo valorativo,


desapego à realidade e o generalismo do conceito de conduta bem como suas funções.

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Conhecimento exigido no MP/MG 2019.

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NEOKANTISMO

Modelo formal de comportamento humano materializador de um


tipo penal descritivo contendo dados objetivos, normativos e
subjetivos
Crime
Antijuridicidade objetivo-normativa acrescida de dados valorativos

Culpabilidade normativo-subjetivo descritiva

Arquétipo de
Fato típico, ilícito e culpável
crime

Supraconceito de ação genérico (conduta, comportamento), apto a


compreender ações e omissões, pois concebia a conduta humana
Conduta como ponto de partida para análise da existência do crime;

Vista sob o prisma do dever-ser e não do ser como no causalismo

Tipicidade material (análise valorativa do fato e enquadramento


típico – esfera do dever-ser)

O fato típico é composto pela conduta, nexo de causalidade, 5


Fato típico
resultado e tipicidade

Os elementos normativos e subjetivos passam a integrar o tipo penal,


superando o causalismo que só continha elementos objetivos

Reprovação jurídica860.542.154-18
CPF: que recai sobre um fato formalmente contrário à
Ilicitude lei penal e danoso à sociedade;

Material por receber a carga valorativa da danosidade social

Juízo de desaprovação jurídica do ato que recai sobre o autor, sendo


exigível conduta diversa
Culpabilidade Teoria psicológico-normativa por receber o juízo de reprovabilidade,
composta pela imputabilidade, dolo normativo (consciência da
ilicitude), culpa e exigibilidade de conduta diversa

Primeira aparição do dolo do tipo (Mezger)


Peculiaridades
Dupla posição do dolo em Mezger

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