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À pergunta sobre o que seja materialmente o crime pode antes de tudo responder-se que ele será
tudo aquilo que o legislador considerar como tal. Seria unicamente a circunstância de o legislador ter
ameaçado a prática de determinado facto com uma pena criminal que “transforma “ aquele facto em
comportamento criminal ; com o que o conceito material de crime viria a corresponder afinal ao que se
disse ser o seu conceito formal.
Uma tal concepção é inaceitável e inútil. Quando se pergunta pelo conceito material de crime,
procura-se uma resposta, antes de tudo, à questão da legitimação material do direito penal, isto é, à questão
de saber qual a fonte de onde promana a legitimidade para considerar certos comportamentos humanos
como crimes e aplicar aos infractores sanções de espécie particular.
Uma concepção como a exposta não permite ligar a questão do conceito material de crime ao
problema, em que aquela verdadeiramente se inscreve, da função e dos limites do direito penal. A pergunta
por um conceito material de crime, é, neste sentido, previamente dado ao legislador e constitui-se em padrão
crítico tanto do direito vigente, como do direito a constituir, indicando ao legislador aquilo que ele pode e
deve criminalizar e aquilo que ele deve deixar fora do âmbito do direito penal.
• A perspectiva racional : a função de tutela subsidiária de bens jurídicos dotados de dignidade penal
( bens jurídico – penais)