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Diego Pureza

Manual de

CRIMINOLOGIA

Leonardo Garcia
Coordenação

2a edição

2023

Pureza-Manual de Criminologia-2ed.indb 3 06/03/2023 15:17:21


CAPÍTULO 1

DIFERENÇAS ENTRE DIREITO


PENAL, CRIMINOLOGIA E
POLÍTICA CRIMINAL

Leia as questões abaixo antes de estudar o capítulo


1. (PCSP – Escrivão – 2022) Para García-Pablos de Molina, são os três pilares
do sistema das ciências criminais, em relação de interdependência:
a) a Psiquiatria Forense, a Sociologia e a Política Criminal.
b) a Criminologia, a Política Criminal e o Direito Penal.
c) a Psiquiatria Forense, a Política Criminal e a Criminologia.
d) a Sociologia, o Direito Penal e a Psiquiatria Forense.

2. (MPDFT – Procurador – 2002) Assinale a opção incorreta.


a) A ideia de bem jurídico funciona como importante critério limitador
na formação do tipo penal, orientando a elaboração das leis penais.
b) A política criminal é responsável pela seleção dos bens (ou direitos)
que devem ser tutelados jurídica e penalmente, escolhendo o caminho
para efetivar tal tutela.
c) Todos os bens juridicamente protegidos foram postos sob a tutela
específica do direito penal.
d) A criminologia tem como objetivo o estudo das causas do crime, as
medidas recomendadas para tentar evitá-lo, a pessoa do delinquente
e os caminhos para sua recuperação.

3. (TJ/CE – Juiz – 2018) A respeito da política criminal, da criminologia,


da aplicação da lei penal e das funções da pena, julgue os itens subse-
quentes.
I. Criminologia é a ciência que estuda o crime como fenômeno social e
o criminoso como agente do ato ilícito, não se restringindo à análise
da norma penal e seus efeitos, mas observando principalmente as
causas que levam à delinquência, com o fim de possibilitar o aper-
feiçoamento dogmático do sistema penal.

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II. A política criminal constitui a sistematização de estratégias, táticas e


meios de controle social da criminalidade, com o propósito de sugerir
e orientar reformas na legislação positivada.
III. O direito penal positivado no ordenamento penal brasileiro corrobora
a teoria absoluta, porquanto consagra a ideia do caráter retributivo
da sanção penal.
IV. Considera-se o lugar da prática do crime aquele onde tenha ocorrido
a ação ou omissão, e não onde se tenha produzido o seu resultado.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV

4. (VUNESP – PC/BA – Delegado de Polícia – 2018) Assinale a alternativa que


indica a correta relação da Criminologia com a Política Criminal, Direito
Penal ou com o Sistema de Justiça Criminal:
a) O Direito Penal é condicionante e moldura da criminologia, visto
que esta tem por objeto o estudo do crime e, assim, parte em suas
diversas correntes e teorias, das definições criminais dogmáticas e
legais postas pelo Direito Penal, e a elas se circunscreve.
b) A Criminologia, especialmente em sua vertente crítica, tem como
incumbência a explicação e justificação do Sistema de Justiça Criminal
que tem por finalidade a implementação do Direito Penal e conse-
quente prevenção criminal.
c) A Política Criminal é uma disciplina que estuda estratégias estatais para
atuação preventiva sobre a criminalidade, e que tem como uma das
principais finalidades o estabelecimento de uma ponte eficaz entre a
criminologia, enquanto ciência empírica, e o direito penal, enquanto
ciência axiológica.
d) A Política Criminal é condicionante e moldura da criminologia, visto
que esta tem por objeto o estudo do crime e, assim, parte em suas
diversas correntes e teorias, das definições criminais dogmáticas e
legais postas pela Política Criminal, e a elas se circunscreve.
e) As teorias criminológicas da integração ou do consenso apontam o
sistema de justiça criminal como fator que pode aprofundar a crimi-
nalidade, deslocando o problema criminológico do plano da ação para
o da reação.

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Cap. 1 • DIFERENÇAS ENTRE DIREITO PENAL, CRIMINOLOGIA E POLÍTICA CRIMINAL 27

5. (VUNESP – PC/SP – Desenhista Técnico Pericial) A criminologia é con-


ceituada como uma ciência
a) jurídica (baseada nos estudos dos crimes e nas leis) e monodisciplinar.
b) empírica (baseada na observação e na experiência) e interdisciplinar.
c) social (baseada somente nos estudos do comportamento social do
criminoso) e unidisciplinar.
d) exata (baseada nas estatísticas da criminalidade) e multidisciplinar.
e) humana (baseada na observação do criminoso e da vítima e unidis-
ciplinar.

6. (INSTITUTO AOCP – PC/ES – Delegado de Polícia – 2019) A Criminologia


adquiriu autonomia e status de ciência quando o positivismo generali-
zou o emprego de seu método. Nesse sentido, é correto afirmar que a
criminologia é uma ciência.
a) do “dever ser”; logo, utiliza-se do método abstrato, formal e dedutivo,
baseado em deduções lógicas e da opinião tradicional.
b) empírica e teorética; logo, utiliza-se do método indutivo e empírico,
baseado em deduções lógicas e opinativas tradicionais.
c) do “ser”; logo, serve-se do método indutivo e empírico, baseado na
análise e observação da realidade.
d) do “dever ser”; logo, utiliza-se do método indutivo e empírico, baseado
na análise e observação da realidade.
e) do “ser”; logo, serve-se do método abstrato, formal e dedutivo,
baseado em deduções lógicas e da opinião tradicional.

7. (VUNESP – PC/SP – Delegado de Polícia – 2014) Assinale a alterna-


tiva que completa, correta e respectivamente, a frase: A Criminologia
_________; o Direito Penal _________.
a) não é considerada uma ciência, por tratar do “dever ser” … é uma
ciência empírica e interdisciplinar, fática do “ser”
b) é uma ciência normativa e multidisciplinar, do “dever ser” … é uma
ciência empírica e fática, do “ser”
c) não é considerada uma ciência, por tratar do “ser” … é uma ciência
jurídica, pois encara o delito como um fenômeno real, do “dever ser”
d) é uma ciência empírica e interdisciplinar, fática do “ser” … é uma
ciência jurídica, cultural e normativa, do “dever ser”
e) é considerada uma ciência jurídica, por tratar o delito como um
conceito formal, normativo, do “dever ser” … não é considerado uma
ciência, pois encara o delito como um fenômeno social, do “ser”

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8. (VUNESP – PC/SP – Médico Legista) A autonomia da Criminologia frente


ao Direito Penal
a) é almejada pelos estudiosos da primeira, mas negada pelos estudiosos
do segundo.
b) não se concretiza, uma vez que a primeira não é considerada ciência,
ao contrário do segundo.
c) comprova-se, por exemplo, pelo caráter crítico que a primeira desen-
volve em relação ao segundo.
d) não se vislumbra na prática, uma vez que todos os conceitos da
primeira são emprestados do segundo.
e) não se efetiva, uma vez que ambos têm o mesmo objeto e são
concretizados pelo mesmo método de estudo, qual seja, o empí-
rico.

9. (VUNESP – PC/SP – Agente de Polícia) É correto afirmar que a Crimi-


nologia
a) é uma ciência do dever-ser.
b) não é uma ciência interdisciplinar.
c) não é uma ciência multidisciplinar.
d) é uma ciência normativa.
e) é uma ciência empírica.

10. (VUNESP – PC/SP – Papiloscopista de Polícia) Contemporaneamente, a


criminologia é conceituada como
a) uma ciência empírica e social que estuda o criminoso, a pena e o
controle social.
b) uma ciência empírica e multidisciplinar que estuda as formas como
os crimes são cometidos.
c) uma ciência empírica e interdisciplinar que estuda o crime, o criminoso,
a vítima e o controle social.
d) uma ciência jurídica e interdisciplinar que estuda as formas como os
crimes são cometidos.
e) uma ciência jurídica e multidisciplinar que estuda o crime, o criminoso,
a pena e a vítima.

11. (FCC – TRT 15ª Região) Sobre a criminologia é INCORRETO afirmar:


a) estuda crimes socialmente relevantes, tendo interesse em estudar
homicídios dolosos e roubos.
b) moderna tem como meta erradicar as causas do crime, pois desta
forma também se estará eliminando os seus efeitos

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Cap. 1 • DIFERENÇAS ENTRE DIREITO PENAL, CRIMINOLOGIA E POLÍTICA CRIMINAL 29

c) tem como um dos objetivos orientar a política criminal na prevenção


especial e direta dos crimes socialmente relevantes
d) é uma ciência que trata do delito, do delinquente e da pena
e) é um conjunto de conhecimentos que estuda o fenômeno e as cau-
sas da criminalidade, a personalidade do delinquente e sua conduta
delituosa, incluindo também a maneira de ressocializá-lo

VAMOS AO TEMA!

As ciências penais não se limitam apenas ao estudo do Direito


Penal, abrangendo também outras ciências penais, como a própria
Criminologia e a Política Criminal, valendo apontar objetivamente
as respectivas diferenças entre cada uma.
O Direito Penal é a ciência penal responsável por analisar os
fatos humanos considerados indesejados, definir quais fatos devem
ser rotulados como crimes ou contravenção penal, anunciando pena.
Possui como missão a proteção de bens jurídicos indispensáveis
à sociedade, bens estes consagrados pela Constituição Federal,
servindo a Carta Maior como verdadeiro mandado constitucional
de criminalização ao Direito Penal (determinação ao Direito Penal
para criminalizar comportamentos violadores dos respectivos bens
jurídicos).
É uma ciência jurídico-normativa, ou seja, ocupa-se do crime
como uma norma. Além disso, é ciência do dever ser, anunciando
predeterminações e modelos de comportamentos considerados ideais.
Exemplo: é crime a subtração de coisa alheia móvel mediante
violência ou grave ameaça (art. 157 do Código Penal).
A Criminologia, por sua vez, conforme aprofundaremos no
capítulo seguinte, trata-se de uma ciência empírica que estuda o
crime, o criminoso, a vítima e o comportamento da sociedade de
maneira causal-explicativa. Em outras palavras, analisa o fenômeno
criminal como um fato, observado as características dos casos
concretos.

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É ciência do ser, na medida em que visa, por meio de análises e


investigações de casos concretos, realizar um diagnóstico da reali-
dade e das causas da criminalidade (etiologia criminal, também
chamado de criminogênese).
Exemplo: quais fatores contribuem para o crime de roubo
(analisa, inclusive, a incidência do crime em determinados bairros
considerados violentos e quais os fatores contribuem para a sua
ocorrência).
Além de estudar o crime como um fato proveniente do convívio
em sociedade, estuda também os impactos e as influências das
normais penais quando aplicadas sobre o delinquente (análise
prática dos efeitos do Direito Penal sobre a sociedade).
Por fim, a Política criminal possui caráter teleológico, buscando
apresentar e aplicar estratégias políticas e meios de controle da crimi-
nalidade na sociedade. Ocupa-se do crime como valor.
Trata-se da sistematização de estratégias, meios e táticas de
controle social da criminalidade, objetivando sugerir e nortear o
aperfeiçoamento da legislação penal vigente, bem como prevenir
a delinquência. Além disso, é ciência que se concretiza como o
vínculo entre a Criminologia e o Direito Penal.
Exemplo: por meio de políticas públicas, desenvolvem-se
estudos para diminuir a ocorrência de crime de roubo (como
aumentar o efetivo do policiamento; iluminação nas ruas; etc.).

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Cap. 1 • DIFERENÇAS ENTRE DIREITO PENAL, CRIMINOLOGIA E POLÍTICA CRIMINAL 31

Ciências Penais

Direito Penal Criminologia Política Criminal


Analisando fatos Ciência empírica Trabalha as estra-
humanos indese- que estuda o crime, tégias e meios de
jados, define quais a pessoa do crimi- controle social da
devem ser rotula- noso, da vítima e o criminalidade, bem
dos como infrações comportamento da como visa sugerir
penais, anunciando sociedade. o aperfeiçoamento
Finalidade as respectivas Ciência do ser e constante da legis-
sanções, visando à empírica. lação penal vigente.
proteção de bens Constitui a ponte
jurídicos. entre a Crimino-
Ciência do dever logia e o Direito
ser, jurídica e nor- Penal.
mativa.
O crime enquanto O crime enquanto O crime enquanto
Objeto
norma. fato. valor.
O Direito Penal A Criminologia es- A Política Criminal
define o crime de tuda o fenômeno do estuda formas de
homicídio e comina homicídio, o agente diminuir o homi-
Exemplo
a respectiva sanção homicida, a vítima e cídio.
penal (pena). o comportamento
da sociedade.

Perceba que cada ciência penal explanada na tabela anterior,


é autônoma e independente. Uma não deve jamais ser encarada
como sub-ramo da outra.
É importante destacar que os resultados obtidos por uma delas
poderão (e deverão) servir de base para orientar as outras, trazendo
a ideia de que tais ciências criminais se comunicam.
Assim sendo, considerando que a Criminologia analisa casos
concretos por meio do empirismo, será possível produzir resultados
seguros sobre as causas do crime. Esses resultados poderão servir
de norte para a Política Criminal pensar e aplicar instrumentos
e mecanismos de políticas públicas, visando prevenir a prática de
novos delitos. E, também, podem servir de fonte de informação para
orientar o Direito Penal sobre eventual necessidade de criação de

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causa de aumento/diminuição, atenuante/agravante, qualificadora/


privilegiadora, ou mesmo a criação de crimes (ou revogação), como
medidas capazes de reduzir comportamentos desviados e antissociais.

GABARITO

1 2 3 4 5

B C A C B

6 7 8 9 10

C D C E C

11

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CAPÍTULO 4

TEORIAS SOCIOLÓGICAS
EXPLICATIVAS DA
CRIMINALIDADE

Leia as questões abaixo antes de estudar o capítulo


1. (PC-SP – INVESTIGADOR DE POLÍCIA – VUNESP – 2022) É considerada
uma teoria de consenso, desenvolvida pelo sociólogo americano Edwin
Sutherland (1883-1950), inspirado em Gabriel Tarde. Afirma que o com-
portamento do criminoso é aprendido, nunca herdado, criado ou desen-
volvido pelo sujeito ativo. Assinale a alternativa que indica corretamente
a qual teoria sociológica do crime corresponde o enunciado
a) Teoria crítica.
b) Teoria ecológica.
c) Subcultura delinquente.
d) Associação diferencial.
e) Anomia.

2. (PC-SP – INVESTIGADOR DE POLÍCIA – VUNESP – 2022) É uma das mais


importantes teorias de conflito. Surgida nos anos 1960, nos Estados Uni-
dos, seus principais expoentes foram Erving Goffman e Howard Becker.
Assinale a alternativa que indica corretamente a qual teoria sociológica
do crime corresponde o enunciado
a) Criminologia Radical.
b) Teoria ambientalista.
c) Labelling approach.
d) Teoria anomia crítica.
e) Subculturas delinquentes.

3. (PC-SP – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP – 2022) A teoria sociológica


da criminalidade denominada “Tolerância Zero” defende a ideia de que
a) sua meta principal é a atribuição de punições a executivos do alto
escalão da sociedade, políticos e empresários, independentemente da
culpa individual do infrator ou da situação peculiar que se encontre.

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b) a redução dos índices criminais dar-se-á por mínima intervenção, com


máximas garantias.
c) a repressão à desordem e a pequenos delitos produzirá, a médio
prazo, diminuição dos índices criminais de maior impacto social, tais
como crimes violentos contra a vida e dignidade sexual.
d) as ações policiais devem ser complacentes com os pequenos delitos,
tais como pichações e perturbações de sossego.
e) as decisões por parte das autoridades policiais, diante de um ilícito,
devem ser tomadas com base na discricionariedade, conveniência e
oportunidade.

4. (PC-ES – DELEGADO DE POLÍCIA – INSTITUTO ACESSO – 2019) A Crimi-


nologia Crítica contempla uma concepção conflitual da sociedade e do
Direito. Logo, para a criminologia crítica, o conflito social
a) se produz entre as pautas normativas dos diversos grupos sociais,
cujas valorações são discrepantes.
b) é funcional porque assegura a mudança social e contribui para a
integração e conservação da ordem e do sistema.
c) é um conflito de classe sendo que o sistema legal é um mero instru-
mento da classe dominante para oprimir a classe trabalhadora.
d) representa a própria estrutura e dinâmica da mudança social, sendo
o crime produto normal das tensões sociais.
e) expressa uma realidade patológica inerente a ordem social.

5. (PC-ES – DELEGADO DE POLÍCIA – INSTITUTO ACESSO – 2019) Leia o


texto a seguir e responda ao que é solicitado.
“Os irmãos Batista, controladores da JBS, tiveram vantagem indevida
de quase R$73 milhões com a venda de ações da companhia antes
da divulgação do acordo de delação premiada que veio a público em
17/05/2017, conforme as conclusões do inquérito da Comissão de Valores
Mobiliários (CVM). O caso analisa eventual uso de informação privilegiada
e manipulação de mercado por Joesley e Wesley Batista, e quebra do
dever de lealdade, abuso de poder e manipulação de preços pela FB
Participações”. (Jornal Valor Econômico, 13/08/2018):
Com relação à criminalidade denominada de colarinho branco, pode-se
afirmar que a teoria da associação diferencial
a) sustenta como causa da criminalidade de colarinho branco a proposi-
ção de que o criminoso de hoje era a criança problemática de ontem.
b) entende que o delito é derivado de anomalias no indivíduo podendo
ocorrer em qualquer classe social.

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Cap. 4 • TEORIAS SOCIOLÓGICAS EXPLICATIVAS DA CRIMINALIDADE 87

c) sustenta que o crime está concentrado na classe baixa, sendo asso-


ciado estatisticamente com a pobreza.
d) sustenta que a aprendizagem dos valores criminais pode acontecer
em qualquer cultura ou classe social.
e) enfatiza os fatores sociopáticos e psicopáticos como origem do crime
da criminalidade de colarinho branco.

6. (PC-SP – INVESTIGADOR – VUNESP – 2018) É considerada como teoria de


consenso, criada pelo sociólogo Albert Cohen. Segundo Cohen, esta teoria
se caracteriza por três fatores: não utilitarismo da ação; malícia da conduta
e negativismo. Trata-se da seguinte teoria sociológica da criminalidade:
a) escola de Chicago.
b) associação diferencial.
c) labelling approach.
d) subcultura delinquente.
e) teoria crítica.

7. (PC-SP – INVESTIGADOR – VUNESP – 2018) É correto afirmar que Edwin


H. Sutherland desenvolveu a teoria da:
a) labelling approach.
b) associação diferencial.
c) crítica e autocrítica.
d) escola de Chicago.
e) subcultura delinquente.

8. (PC-SP – ESCRIVÃO – VUNESP – 2018) Com relação às teorias sociológicas


da criminalidade, é correto afirmar que:
a) a teoria do autocontrole sustenta que as falhas ou negligências na
educação em casa, familiar não são causas preponderantes do crime.
b) a teoria da anomia vê o delito como um fenômeno normal da socie-
dade e não como algo necessariamente ruim.
c) a teoria da associação diferencial foi a primeira a refutar a existência
dos crimes de colarinho branco.
d) a teoria da anomia estabelece que a conduta criminal é algo que se
aprende.
e) a teoria da associação diferencial defende que os indivíduos adquirem
(ou não) a capacidade de controle da impulsividade e imediatismo
(autocontrole) por meio da socialização familiar.

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9. (PC-SP – PAPILOSCOPISTA – VUNESP – 2018) A teoria _________ consi-


dera que o crime é um fenômeno natural da vida em sociedade; todavia,
sua ocorrência deve ser tolerada, mediante estabelecimento de limites
razoáveis, sob pena de subverter a ordem pública, os valores cultuados
pela sociedade e o sistema normativo vigente.
a) behaviorista.
b) da subcultura delinquente.
c) do etiquetamento ou labelling approach.
d) da associação diferencial.
e) da anomia.

10. (PC-SP – AGENTE POLICIAL – VUNESP – 2018) Os conceitos básicos de


“desorganização social” e de “áreas de delinquência” são desenvolvidos
e relacionados com o fenômeno criminal de modo preponderante, por
meio da teoria sociológica da criminalidade, denominada como:
a) Labeling approach ou “etiquetamento”.
b) Anomia.
c) Escola de Chicago.
d) Associação Diferencial.
e) Subcultura Delinquente

11. (PC-SP – ESCRIVÃO – VUNESP – 2013) São teorias do consenso as


teorias:
a) da desorganização social; da identificação diferencial; da criminologia
crítica.
b) do etiquetamento; da associação diferencial; do conflito cultural.
c) da criminologia crítica; da subcultura; do estrutural-funcionalismo.
d) da criminologia radical; da associação diferencial; da identificação
diferencial.
e) da desorganização social; da neutralização; da associação diferencial.

12. (PC-SP – INVESTIGADOR – VUNESP – 2013) São teorias do conflito as


teorias:
a) das áreas criminais, da identificação diferencial e da criminologia
crítica.
b) da desorganização social, da neutralização e das áreas criminais.
c) do conflito cultural, do etiquetamento e da associação diferencial.
d) da associação diferencial, da subcultura e do estrutural-funcionalismo.
e) da criminologia crítica, da rotulação e da criminologia radical.

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Cap. 4 • TEORIAS SOCIOLÓGICAS EXPLICATIVAS DA CRIMINALIDADE 89

13. (PC-SP – INVESTIGADOR – VUNESP – 2013) A corrente de pensamento


criminológico que aponta, como técnica utilizada pelo criminoso para
sua autojustificação, um procedimento racional em que atribui a culpa
pelos seus atos antissociais aos agentes públicos encarregados de sua
punição (policiais, membros do ministério público, magistrados), os quais
seriam corruptos, parciais e inescrupulosos, é denominada teoria:
a) do estrutural-funcionalismo.
b) da criminologia crítica.
c) da neutralização.
d) do conflito cultural.
e) da criminologia radical.
14. (PC-SP – INVESTIGADOR – VUNESP – 2013) A Teoria do Etiquetamento
ou do labelling approach inspirou no Direito Penal Brasileiro a instituição:
a) da Lei de Segurança Nacional.
b) do Código Penal Militar.
c) da Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais.
d) da Teoria do Direito Penal do Inimigo.
e) da Lei dos Crimes Hediondos.

15. (PF – DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2018) Julgue o item a seguir,


relativos a modelos teóricos da criminologia.
De acordo com a teoria da anomia, o crime se origina da impossibilidade
social do indivíduo de atingir suas metas pessoais, o que o faz negar a norma
imposta e criar suas próprias regras, conforme o seu próprio interesse.
( ) CERTO ( ) ERRADO
16. (PF – DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2018) Julgue o item a seguir,
relativos a modelos teóricos da criminologia.
Para a teoria da reação social, o delinquente é fruto de uma construção
social, e a causa dos delitos é a própria lei; segundo essa teoria, o próprio
sistema e sua reação às condutas desviantes, por meio do exercício de
controle social, definem o que se entende por criminalidade.
( ) CERTO ( ) ERRADO
17. (PF – DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2018) Julgue o item a seguir,
relativos a modelos teóricos da criminologia.
Conforme a teoria ecológica, crime é um fenômeno natural e o criminoso
é um delinquente nato possuidor de uma série de estigmas comporta-
mentais potencializados pela desorganização social.
( ) CERTO ( ) ERRADO

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18. (PF – DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Julgue o item a seguir,


relacionados aos modelos teóricos da criminologia.
As ideias sociológicas que fundamentam as construções teóricas de
Merton e Parsons obedecem ao modelo da denominada sociologia do
conflito.
( ) CERTO ( ) ERRADO

19. (PF – DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Julgue o item a seguir,


relacionados aos modelos teóricos da criminologia.
A teoria funcionalista da anomia e da criminalidade, introduzida por
Emile Durkheim no século XIX, contrapunha à ideia da propensão ao
crime como patologia a noção da normalidade do desvio como fenô-
meno social, podendo ser situada no contexto da guinada sociológica
da criminologia, em que se origina uma concepção alternativa às teorias
de orientação biológica e caracterológica do delinquente.
( ) CERTO ( ) ERRADO

20. (PF – DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) O surgimento das teorias


sociológicas em criminologia marca o fim da pesquisa etiológica, própria
da escola ou do modelo positivista.
( ) CERTO ( ) ERRADO

21. (PC-PE – DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2016) Acerca dos modelos


teóricos explicativos do crime, oriundos das teorias específicas que, na
evolução da história, buscaram entender o comportamento humano
propulsor do crime, assinale a opção correta:
a) O modelo positivista analisa os fatores criminológicos sob a concepção
do delinquente como indivíduo racional e livre, que opta pelo crime
em virtude de decisão baseada em critérios subjetivos.
b) objeto de estudo da criminologia é a culpabilidade, considerada em
sentido amplo; já o direito penal se importa com a periculosidade na
pesquisa etiológica do crime.
c) A criminologia clássica atribui o comportamento criminal a fatores
biológicos, psicológicos e sociais como determinantes desse compor-
tamento, com paradigma etiológico na análise causal-explicativa do
delito.
d) Entre os modelos teóricos explicativos da criminologia, o conceito defi-
nitorial de delito afirma que, segundo a teoria do labeling approach,
o delito carece de consistência material, sendo um processo de rea-
ção social, arbitrário e discriminatório de seleção do comportamento
desviado.

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Cap. 4 • TEORIAS SOCIOLÓGICAS EXPLICATIVAS DA CRIMINALIDADE 91

e) O modelo teórico de opção racional estuda a conduta criminosa a


partir das causas que impulsionaram a decisão delitiva, com ênfase
na observância da relevância causal etiológica do delito.

22. (PC-MA – DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2018) João nutria grande


desejo por sua colega de turma, Estela, mas não era correspondido. Esse
desejo transformou-se em ódio e fez que João planejasse o estupro e o
homicídio da colega. Para isso, ele passou a observar a rotina de Estela,
que trabalhava durante o dia e estudava com João à noite. Determinado
dia, após a aula, em uma rua escura no caminho de Estela para casa,
João realizou seus intentos criminosos, certo de que ficaria impune, mas
acabou sendo descoberto e preso.
Conforme a criminologia crítica, o crime praticado contra Estela, descrito
no texto ACIMA, pode ser explicado.
a) por traumas de infância desenvolvidos por João, o que tornou difícil
a sua relação com as mulheres.
b) pela pouca iluminação da rua que Estela elegeu para voltar para casa
depois da aula.
c) pelo comportamento imprudente de Estela, que, no período noturno,
andava sozinha em rua mal iluminada.
d) pela existência de alguma característica inata de João, que fatalmente
o levaria a cometer os crimes de estupro e homicídio.
e) por multifatores, como uma cultura misógina que desvaloriza as
mulheres e que legitima a sua punição quando não forem atendidos
os interesses e os desejos masculinos.

23. (DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL – ÁREA 3 – CESPE – 2015)


Em relação aos preceitos da criminologia contemporânea e a aspectos
relevantes sobre a justiça criminal, o sistema penal e a estrutura social,
julgue o item que se segue.
Segundo o princípio da parcialidade positiva do juiz, diferenças sociais,
culturais, econômicas, étnicas, raciais e de outras naturezas devem ser
reconhecidas pelo julgador para que este possa chegar a decisões ver-
dadeiramente justas no âmbito criminal.
( ) CERTO ( ) ERRADO

VAMOS AO TEMA!

Dentro da perspectiva macro criminológica, temos diversas


teorias que visam explicar, justificar ou criticar o crime. Muitas

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92 MANUAL DE CRIMINOLOGIA • Diego Pureza

se baseiam em critérios científicos, valendo-se de outros ramos do


saber como a medicina, antropologia, estatística etc., enquanto que
outras apresentam forte carga ideológica.
Em todo caso, é sem dúvida o tema mais cobrado em concursos
públicos na atualidade merecendo análise retida sobre cada teoria.
A doutrina apresenta classificação que divide as teorias crimi-
nológicas em teorias de nível individual e teorias sociológicas
(macrossociológicas).
A seguir, analisaremos cada um desses grupos para, em seguida,
enfrentarmos o estudo de cada teoria em espécie.

TEORIAS DE NÍVEL INDIVIDUAL

As teorias de nível individual procuram apontar explica-


ções sobre as causas individuais do fenômeno criminal, ou
seja, analisa o próprio criminoso visando diagnosticar quais os
fatores que são determinantes para a prática de delitos. Podem
ser divididas em:

a) Biológicas: buscam explicar o fenômeno criminal a partir


de fatores orgânicos (biologia do criminoso); e
b) Psicológicas – explicação do comportamento criminoso
através do mundo anímico, dos processos psíquicos ou nas
vivências subconscientes do criminoso, bem como nos seus
processos de aprendizagem e socialização.

1. Teorias biológicas (bioantropológicas)


Trabalham com a ideia de que a prática do delito está associada
a fatores congênitos do indivíduo, ou melhor, ao próprio organismo
do criminoso.
O delinquente seria um ser biologicamente distinto dos demais
cidadãos.

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Cap. 4 • TEORIAS SOCIOLÓGICAS EXPLICATIVAS DA CRIMINALIDADE 93

Logo, são teorias que visam localizar e identificar em alguma


parte ou no funcionamento do organismo do delinquente o fator
diferencial que explica a conduta delitiva (tais como deformidades,
doenças mentais, tumores, atavismo etc.), enquanto consequência
patológica ou disfuncional

2. Teorias psicológicas
Procuram explicar as causas do fenômeno criminal a partir do
estado anímico do criminoso (geralmente resultados da vivência
do subconsciente ou mesmo nos processos de aprendizagem e
socialização do indivíduo).
As teorias psicológicas podem ser da espécie psicodinâmica,
hipóteses em que se conclui que houve falha no processo de apren-
dizagem ao longo da vida.
Investiga-se quais os motivos da maioria das pessoas não
praticar crimes. Como visto, trata-se de uma espécie do gênero
teorias psicológicas.

TEORIAS DE NÍVEL SOCIOLÓGICO (MACROSSOCIOLÓ-


GICAS OU SOCIOLOGIA CRIMINAL)

Partindo da premissa de que o crime é um fenômeno social, as


teorias sociológicas buscam explicar a criminalidade na perspectiva
etiológica (causas do crime) ou interacionistas (reação social).
Ademais, a maioria das teorias que analisaremos em capítulo
próprio pertencem a esse grupo, apontando como fatores determi-
nantes da delinquência a sociedade.
Variando de teoria para teoria, a sociedade seria a culpada ou
responsável em parte pela criminalidade, seja por proporcionar
aos indivíduos potencialmente criminosos o ambiente propício,
seja por criar o criminoso em processos de estigmatizações,
preconceitos etc.

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94 MANUAL DE CRIMINOLOGIA • Diego Pureza

O pensamento criminológico contemporâneo recebe fortes


influências de dois grandes movimentos: as teorias do consenso
e teorias do conflito.

Para acesso ao vídeo,


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1. Teorias do Conflito ou de Cunho Argumentativo


As teorias do conflito (de esquerda, ligadas à movimentos
revolucionários) recebem forte influência da filosofia marxista,
tendo como característica o entendimento de que a convivência
harmônica em sociedade decorre de imposição, por meio da força e
da coerção, havendo uma relação entre dominantes e dominados
(adaptação da ideia de luta de classes cunhada por Karl Marx).
Para os adeptos das teorias do conflito, não existiria volunta-
riedade por parte do indivíduo ao buscar a pacificação social. A
pacificação seria fruto de imposição.
Há, todavia, algumas teorias do conflito (em especial, as teorias
mais recentes) que afastam a ideia de luta de classes, argumentando
que a violação da ordem derivaria mais do comportamento dos
indivíduos, bandos ou grupos do que propriamente de um substrato
político-ideológico.

Postulados das teorias do conflito: toda a sociedade está sujeita


a mudanças contínuas, sendo que cada indivíduo poderá cooperar
para a sua dissolução.
Com esse entendimento, algumas teorias do conflito chegam a
enxergar o criminoso como uma espécie de “agente revolucionário
ou de transformação social” (considerados por alguns como sendo
os sucessores dos “proletariados” de Marx) – algumas teorias che-
gam a demonstrar até certo apreço pela figura do delinquente.

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Cap. 4 • TEORIAS SOCIOLÓGICAS EXPLICATIVAS DA CRIMINALIDADE 95

São exemplos de teoria do conflito:


Labelling approach (Etiquetamento, Rotulação, Interacionismo
simbólico ou da Reação Social) e Teoria Crítica (Radical, Mar-
xista, Nova Criminologia).

Em síntese:

Teorias do Mudança
Conflito contínua

Elementos Cooperação para


sociais dissolução

Exemplos:
Luta de classes
– Labelling Approach
– Teoria Crítica/Radical

2. Teorias do Consenso, funcionalistas ou da integração


Para as teorias do consenso, os objetivos da sociedade só
podem ser atingidos quando há concordância por todos sobre as
regras de convivência. Estão ligadas a movimentos de direita e ao
conservadorismo.
Os sistemas sociais dependeriam da voluntariedade tanto dos
cidadãos, quanto das instituições, ao dividirem valores seme-
lhantes.
Tomemos a título de ilustração a ideia de uma máquina que
funciona (representando os anseios sociais). Cada peça ou engre-
nagem representaria cada indivíduo ou instituição. Na medida em
que todos cooperam no mesmo sentido e com os mesmos valores,
a máquina funcionará normalmente.
A partir do momento em que uma peça ou engrenagem passa
a apresentar falhas (cometimento de crime), o problema deverá
ser detectado de maneira específica, retirado para restaurar o
funcionamento da máquina (representando a ideia do cárcere),

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