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de Juarez Tavares
Sabe-se que a ferramenta do Direito Penal pode ser perigosa, quando criada
ou composta por políticas que não visem à proteção dos Direitos e Garantias
Fundamentais, servindo apenas para uma filosofia de repressão com o fito de manter
uma ordem única.
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ANÁLISE
maneira distinta, como ocorre atualmente, mas cabe analisar que o tipo se encerra na
ou dimensão são os direitos individuais com caráter negativo por exigirem diretamente
uma abstenção do Estado, seu principal destinatário1’’. Na segunda etapa o injusto será
sistema fechado para tratar de incriminar condutas em face dos limites impostos da
humanos que é principalmente abordado, esta que foi ‘’criada’’ e trabalhada após os
mas muito do nosso direito foi importado da Alemanha nazista. Durante a elaboração
do código penal brasileiro, o mundo passava por transformações gigantescas em todas
as áreas possíveis, o direito penal não estaria diferente. O racismo biológico de Spencer
que era usado para a colonização e dominação de povos colonizados, que as elites
agrárias de países sul americanos adotava, foi caindo por terra, assim como as próprias
elites e o liberalismo, após a revolução mexicana que marcou o inicio de sua derrocada
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Portanto a América latina ficou sem norte, precisando de uma urgente renovação
neokantismo a nós, que trouxe um novo conceito a ciência penal, que vinha de um
lugar que começavam a se tornar referência em todas as áreas cientificas.
Então surge a escola Neokantiana. Essa escola vem para fazer profundas
maior ao juízo de valor para a compreensão do tipo de delito, sem referência real.
Enquanto para BELING, o tipo era objetivo e neutro, sendo um objetivo puramente
com o juízo de valer que definem o tipo, por bens jurídicos se entende conformo
leciona MAX ERNST MAYER, identifica como imposições de normas de cultura,
revigorando uma espécie de naturalismo cultural. “MAX ERNST MAYER entende que a
a sua tutela” segundo este que o bem jurídico tem que percorrer um caminho para sua
positivação, sendo que ele só pode derivar de um dado real pela imposições de norma
de cultura, e que após essa positivação no ordenamento jurídico, este bem que agora
possuem tutela, não estaria mais dirigidos a todos, mas somente ao juiz que teria como
antijuricidade. Assim o delito passa de a ser definido como a ação típica, antijurídica e
culpável para ação tipicamente antijurídica e culpável. Então o tipo não é mais somente
um elemento identificador de antijuricidade (ratio cognoscendi), mas seu fundamento
(ratio essendi). Assim pode ser analisados que ao juntar-se tipicidade e antijuricidade
seus efeitos não serão negativos, muitos pelo contrário, esta vai auxiliar na subjetivação
do injusto. O neokantismo durante o reich alemão serviu, com seus conceitos, para
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auxiliar a automação do direito penal em relação a criminologia. Para tirar esse caráter
teoria e montar uma nova, fazendo a separação desta ciência, fazendo uma inversão
onde a criminologia passou a depender do direito penal, a qual este se libertou e
direito como uma ciência cultural, onde tudo é norteado pelos valores para organizar
a sociedade, que se encontra desordenados. Essa teoria é muito subjetiva e abstrata e
o único remédio para esta é a objetividade.
passar a dar maior atenção aos aspectos direcionais e subjetivos da conduta. Esta teoria
trabalha a ação, como autônoma, ou seja a própria conduta humana será objeto do
descrição legal da conduta proibida. Conforme foi se percebendo que as relações entre
a execução e os meios causais surgiram os tipos gerais dos delitos: doloso, culposo e
omissivo: Na primeira classificação denominada de delitos dolosos, o tipo se desdobra
percepções como elementos subjetivos gerais trazendo consigo estes requisitos para
conferir a intenção do agente que é o dolo como elemento subjetivo geral. O tipo
respectiva ação delituosa. WELZEL identifica o dolo como uma vontade de realização
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da ação enquanto para outros, o dolo compreende a vontade consciente em relação
direto, quando o agente quer a realização do tipo ou a toma como necessária para o
alcance de seus objetivos. E também existe o dolo eventual, quando o agente toma a
realização do tipo como possível e se conforma com ela. Em relação aos elementos
especiais do tipo subjetivo, para WELZEL eles seriam atributos do autor devendo ser
bem jurídico, enquanto nos crimes culposos o que se efetivamente se leva em conta é
o desvalor da própria ação, a que deve ser comparada a conduta de um homem médio.
MAURACH discorda e portanto define que diferença deve se radicar no tipo subjetivo:
nos crimes dolosos há, perfeita congruência entre os segmentos objetivos e subjetivos
da conduta típica. Os delitos culposos não devem ser tratados com os mesmos
princípios dos delitos dolosos, não devem ser encarado como uma forma de
confundem com os culposos, pois este deriva de outra base sistemática: Assim, a real
possibilidade de realizar a ação devida ou de impedir o resultado, quando consta um
bem jurídico agrega-se ao tipo, devendo o estado punir não só a ação como a omissão.
Em relação ao tipo e antijuricidade, os finalistas assumem a postura neokantiana de
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antijuricidade, porém esse desvalor da ação pessoal encontra uma dificuldade em
relação aos crimes culposos em que o agente cumpre quase todos os requisitos de
desvalor da ação pessoal. Porém WELZEL posiciona no sentido de que nos delitos
culposos fundamentalmente no desvalor da ação, com base na forma de sua execução.
Segundo JUAREZ TAVARES essa teoria serve para ‘’solucionar alguns casos
controvertidos da antijuridicidade. Além disso, pode servir para uma teoria mitigada
de autor, incompatível com o direito liberal’’. Portanto essa teoria ainda tem mais
problemas, como a possibilidade que determinadas causas relativas a punibilidade,
tenham seu tratamento dentro do tipo o injusto, fazendo perder sua segurança e
conteúdo de injusto de determinado delito. Para ele o tipo, assim como os finalistas,
deve também ser segmentado em tipos subjetivos e objetivos, e distinguido, segundo
JAKOBS foi um dos principais autores do funcionalismo, ele pensava que o injusto pode
que está poderia somente ser afastada mediante uma norma permissiva. Ele critica os
autores que colocam uma unificação do tipo a antijuricidade, a qual ele discorda por
considerar muito radical, além de este compreender o tipo como um mero indicia de
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antijuricidade além de concluir que é inseparável a caracterização da reprovabilidade
na explicação do erro, que poderia surgir da falsa representação no que a lei proíbe e
de que ela autoriza. Porém, percebe-se que sua ideia nada mais é do que um termo
do conteúdo do injusto.
tipo, chegando a três aspectos: no sentido sistemático: este conceito vem de BELING
eliminação deste, mediante o erro de tipo. Quanto sua estrutura a solução encontrada
por ROXIN é a da teoria finalista dividindo o tipo em subjetivo e objetivo, porém ele
faz um alerta de que a ação típica não pode ser dividida, apenas compreendida em
certos momentos, acarretando a divisão, que na verdade é apenas para uma melhor
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terceira geração, cujos estes são direitos que se referem mais a coletividade e ao
os nazistas usaram muito para legitimar o direito penal de autor e o caráter da pena,
além do próprio conceito de direito penal. Freisler definia o direito penal como uma
auto limpeza do corpo social, a qual este tinha a função não de combater o oponente,
Freisler era um fator fundamental para identificar o inimigo, pois algo carente de
vontade não tem importância, mas aquele portador desta para criar a inimizade do
afirma que o homem clama vingança, a qual está esta condicionada desde os
ocultar, pois outros autores da época tratavam desse assunto como uma
irracionalidade, porém foi ai que os advogados criminalistas viram nessa tese, uma
extrema sinceridade, mas também uma grande originalidade. Como já citado
anteriormente, para que o individuo, pois segundo ele, as bases que visavam combater
paz, a expiação do injusto culpado e o pilar psíquico à luta do núcleo popular. Apesar
de reconhecer o poder punitivo do direito penal, este não deveria ser o único fator
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para a eliminação das ameaças da sociedade, mas que a educação nacional socialista
e o trabalho social tinham fator fundamental também para isto. Deste raciocínio é
servir a sociedade, sim, mas não deve ignorar os direitos individuais do infrator.
pois o último considerava o ilícito como sempre culpável enquanto o primeiro diz
respeito que para existir a antijuricidade o agente deveria ser imputável, pois há de se
levar o caráter imperativo da norma.
como elemento autônomo do delito, a qual é tão bem definida que os adeptos da
proibida e conduta Ilícita embora esta análise já teria sido feita por Liszt a qual este
dizia que a análise da ilicitude para o seu juízo deveria pressupor de uma ação causal
proibida.
A inovação veio com os Neokantianos, que pelo autor MAR ERSNT MAYER
trouxe consigo dois juízos que unifica a antijuricidade, estes são o juízo provisório com
a realização do tipo, que veio do resultado da violação de regra de conduta, que segue
com o juízo definitivo, através da negativa de uma causa de justificação. Assim foi
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exceção, ou seja, houve uma abertura para a explicação de uma causa de justificação.
MEZGER então aprofunda nesse estudo, e chega a sua conclusão que a antijuricidade
execução do tipo do delito, que com isso se transforma um uma antijuricidade tipíca,
mas também com essa conclusão Mezger reconheceu que o delito comporta o juízo
além deste não ter qualquer causa de justificação. O desvalor do ato ganhou relevância
com a atribuição de injusto pessoal, pois agora este analisa o modo e a forma da
submeter ao esquema da ação final, este que não pode modificar de acordo com a sua
vontade ou interesse. A segunda inovação foi no campo político, onde a norma penal
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presença de elementos objetivos, os problemas foram apontados, estes são: Isso vale
Visto que a teoria finalista não era tão objetiva, quanto parecia, surgem os
funcionalistas, cujo possuem uma dificuldade inicial que esbarram em face das
perspectivas da norma pena, AMELUNG disse que a função do injusto não se limita a
antijuricidade como elemento autônomo do delito, sem uma causa de justificação, pois
caracterizando a antijuricidade com uma qualidade de ação típica, dizendo que o fato
que a sociedade considera reprovável está em contradição com a norma penal.
ARTHUR KAUFMANN considera que existe um ‘’espaço’’ entre o justo e injusto que
impossível a aplicação de pena a este, e no aborto necessário. Porém ROXIN disse que
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uma vez tipificado o fato, não há de se falar em antijuridicamente indiferente.
merecedores de pena, cujo é ilícito, e este seria o papel do injusto, para ser relevante
penalmente, merece ser observado a capacidade da vítima de ser violada
concretamente os seus bens jurídicos, por exemplo, não haveria crime de estelionato
se a vítima desconfiasse. Então foi criada a vítima- dogmática por SCHÜNEMANN pois
segunda esta, só poderia ser imputado como crime, aquele cujo atemorizar
concretamente a vítima, excluindo assim certos tipos penais, como no caso da fraude
e moeda falsa, pois não haveria fraude se a vítima desconfiasse e nem haveria moeda
falsa se este imitação fosse grosseira. Apesar dessa concepção se tratar em espécies
de crimes, sua adoção está presente, em partes, na parte geral do direito penal se
referindo à responsabilidade da vítima, de se expor a perigo, ou na legítima defesa, a
determinação de sua função, a segunda diz respeito ao seu conteúdo e a terceira sobre
os seus efeitos.
evolução histórica, pode-se notar que durante a vigência do estado liberal, em 1687
CRISTIAN THOMATAUS propôs que, para o estado punir, deve necessariamente existir
um dano, e ainda incutiu a ideia de utilidade para a melhoria do criminoso fazendo
que o estado puni somente ações que possam trazer dano a ele e cuja esta possa servir
de melhoria, assim como o médico só prescreve medicamentos aos doentes mas não
que o delito era uma violação de dever com a sociedade. Portanto a solução seria a
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postura prática de fazer a norma penal atender como instrumento de delimitação entre
tinha um caráter repressivo, isso não deixa qualquer dúvida, porém não se justificavam
o motivo deste, incluso como o poder punitivo do estado. Como o estado nazista tinha
como elemento a solidariedade, cuja sanção era a perda da honra, ou seja, o dever de
lealdade a sociedade de modo que todos pudessem confiar em estranhos, para
alcançar o objetivo de supremacia da raça ariana pois ‘’A devida punição serve de fiança
penal nazista não era pacificado, então autores como KOHLRAUSCH discípulo de Liszt,
contrário, seguindo uma linha hegeliana, tinha autores que pensavam a pena como um
caráter retributivo, justificando que a retribuição justa corresponde ao sentimento do
povo alemão e que a história dogmática do conceito de pena ensina que desde o início
antigo em um regime obscuro, mas que é bastante utilizado hoje, principalmente por
2014, revelou que 43% dos brasileiros são a favor da pena de morte, esta está sendo
inserida no texto, pois ela não tem caráter nenhum a não ser o de retribuição. No
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Cardoso Fahur (PSD), de 54 anos, foi o deputado federal mais votado no Paraná com
cerca de 320 mil votos válidos, que traz consigo várias teses irônicas a respeito da pena
de morte como a polêmica frase “Bandido bom é bandido morto. Não gostou?
Paciência, porque eu penso assim, até porque já conheci a maldade de alguns seres
consigo uma pretensão de que o estado tem o direito de punir, oque na verdade não
é bem assim, pois segundo o contrato social em que vivemos, este impõe direito e
obrigações, portanto é o estado que tem que adquirir a legitimação para punir, a qual
nosso sistema é carente pois esta legitimação não é autorizada, mas como autorizar a
legitimação? Segundo MACKIE mesmo que a legitimação não possa se auto legitimar
direito penal deve seguir uma configuração aos moldes dos direitos individuais.
individuais o tipo não pode mais ter um caráter indiciário de antijuricidade, pois tanto
o tipo como a antijuricidade, segue o mesmo padrão de que a incriminação da
conduta, mesmo que sem previsão legal, é ou não contaria e incompatível com a
ordem democrática, se esta for contrária, a conduta é ilícita, pois sua proibição ou
possível, pois contraria o Estatuto de Roma que fixa a menoridade em 18 anos, além
de outras convenções internacionais, ainda que esteja norma contraria preceitos
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e de outras pesquisas cientificas, carece a legitimidade do estado e do legislador de
punir penalmente este individuo, pois e legislador está associado aos critérios de
imputabilidade da ciência e valores constitucionais. Por isso o injusto não deve focar
só no objeto, mas desde o seu ponto de origem da proibição a partir da proteção do
uma análise de etapas que assegura a cada uma delas a proteção de sua liberdade,
uma norma de conteúdo limitativo, portanto o tipo possui três funções que é a de
do injusto, de modo que exige se como referência o perigo ou lesão de bem jurídico
objetivamente concretizável, esta que não atribui um significado casuístico, mas é pela
ROXIN traz consigo três modalidades de tipo, sendo esta o tipo reitor; que
corresponde o tipo em sentido estrito com todos os seus elementos, incluindo assim
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a função sistemática; O tipo de garantia; Derivando de sua função político-criminal,
incluem no injusto, porque o tipo reitor induz a uma formalização excessiva de seus
elementos, o tipo de garantia faz a confusão entre tipo e delito, e o tipo de erro não
existe , existe apenas o limite entre dolo e culpa. Portanto a função do injusto está
relacionada aos elementos que o compõem e também aos seus processos de
imputação que se incluem em seu conteúdo, não podendo estabelecer funções a não
constituição ou pacto internacional, portanto esse ato gerará efeitos a todos os ramos
do direito, entretanto para que o injusto modifique toda a estrutura da teoria do delito,
atendendo a esse fundamento de recuperação do sujeito na ordem jurídica, estes
efeitos vão gerar duas ordens a) os que veem o injusto a partir da consideração do
salvo oque a lei determinasse que não era, portanto VON LISTZ trouxe um conceito de
A conduta social trazida por MAX WEBER, trazida com uma forma de ação
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de perfomatividade, essa essência são os comandos culturais e a capacidade psicofísica
injusto, mas esta não deve ser tratada extensivamente, pois a sociedade tem contato
com débeis mentais, crianças e adolescentes que detém uma capacidade parcialmente
de ação, interação e produção social. Então nem sempre deve o autor ser avaliado de
acordo com as suas capacidades psicofísicas, mas sim de conformidade com suas
vinculações culturais, por exemplo, os indígenas só são tratados como inimputáveis
por uma ficção, pois eles são sujeitos pertencentes culturalmente diversos e não
podem ser considerados como deficiente ou perturbados mentais.
normativa de contornos e limites, portanto deve ser imputada toda a conduta que
busca uma que lesa ou coloca em perigo o bem jurídico, portanto nessa concepção é
nesse sentido que se deve diferenciar dolo eventual de culpa consciente, enquanto a
diferenciação de condutas dolosas e culposas, deve ser feito de acordo que a teoria
finalista, que tem a base de que as formas dolosas e culposas são extraídas da própria
ação, quer sob aspecto final, social ou normativo, induz a separação dessas duas
subjetiva para a relação entre o perigo ou lesão ao bem jurídico, será necessário decidir
sua estrutura para definir os limites para a intervenção estatal. A doutrina tem
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segura, mas serve como ponto de partida para a análise do conteúdo subjetivo do
injusto.
dolo eventual presente no art. 18 do Código Penal, portanto para entender os meios
Os nazistas tinham uma concepção do dolo, que era chamado de dolo cego.
Mezger sustenta uma teoria do dolo, que lhe permite relacionar a consciência de
ilegalidade, conforme os valores neokantianos, para explicar a teoria unitária do erro.
Este se afastava da ideia de culpa jurídica por imputar penas mais brandas a crimes
considerados graves pelos nazistas. Alguns costumes considerados pelos nazistas
como abomináveis não poderia o agente alegar que desconhecia que a conduta era
crime, pois este afrontava os valores da sociedade alemã, a qual todos conhecem, um
de consciência da ilegalidade. Esta era uma exigência real, a absurda exigência ética
convertidas em jurídicas, para manter o sistema nazista, de modo que este não se
desestabilize e falhe.
comunidade do povo, de modo que aqueles que não participem desta sociedade não
tem algum valor e devem ser expelidos, enquanto aqueles que participam e cometem
erroneamente que um fato que não contrário a lei e não agiu injustamente, o erro não
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deverá ser relevante se está conduta contrariar a concepção popular sobre o justo e
injusto. Parece muito com oque se afirma Mezger, porém está se diferencia pelo
cancelamento de toda distinção entre ética e direito, a qual estava separada, e que o
estado nazista não admitia essa distinção. Essa ética não é correspondente ao direito
natural, mas sim uma ética distorcida para atender os valores nazistas preenchidos de
estabelecer uma base forte para o seu direito penal então como a escola tradicional
vinha sofrendo ataques, porém um adepto do tradicionalismo chamado Erich
Schwinge, defendeu seu lado, e suas respostas ficaram conhecidas como a escola de
Marburgo.
estabelecer bases fortes e racionais a este regime. Sustentava que os adeptos da escola
de Kiel, incentivavam uma abstração ao juiz, cujo de nada servia a ponto de prejudicar
a obtençao de soluções. Para ser alemão tem que ser sério e claro, afirmava Schwinge,
transferimos isto para a cultura jurídica alemã também.
Alguns autores sustentavam que só era possível a análise do justo e injusto
pressuposto Hermann Isay diz que o juiz age mediante a intuição, portando Schwinge
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completa criticando que o juiz agindo com intuição ele está em um ato de fantasia
contrariando a lógica.
CONCLUSÃO
Este trabalho teve como propósito, a comparação entre duas grandes obras do
Direito Penal, sendo elas, a Teoria do Injusto Penal do autor Juarez Tavares e a
Doutrina Penal Nazista do autor Eugênio Raul Zaffaroni. Em Teoria do Direito Penal,
é possível captarmos que Juarez, faz críticas sobre a evolução histórica e sobre as
ideias que surgem em uma forma de conceito que chegam a fazer parte do nosso
direito penal. Cita também que no direito existe dois caminhos entre culpa e dolo, nos
dois conceitos são indicadas formas de familiaridade psicológica entre o sujeito e o
fato.
Não deixando de lado o cenário atual brasileiro do que realmente é o direito
penal, sobre nossos presídios, na forma como as penas são aplicadas, e na forma
como o nosso sistema falho funciona. Podemos comparar com a época em que surgiu
o nazismo na Alemanha, que historicamente todos os seus revolucionários acabaram
com descontroles, causando massacres que andavam junto com o enfraquecimento
do poder jurídico, que a nosso ver, só causam tristezas na história, mostrando como
o sistema era falho e suas penas desumanas.
Essa exclusão do sujeito está ligada no processo de legitimidade da
constituição do injusto. O positivismo segue a linha da distinção da infração a norma
e sua constituição. A primeira constituída por legalidade , eficácia e conhecimento. Já
o injusto é determinado por um ato de vontade do poder constituído. Kant também
falou da infração do dever como fundamento do injusto, além do direito que não é
dado como natural, o que afasta a tese da conduta ser regida por uma lei natural.
Pretende Se ainda eliminar a moral como preceito do injusto que tanto prejudica as
normas jurídicas atuais, sendo que são muitas das vezes vinculadas com a moral e
mesmo para aqueles que se digam como Estados laicos, ainda apresentam a religião
de maneira direta ligada a construção das normas.
O injusto deve ser entendido como violação de uma imposição e de uma
proibição, se tratando de um ato omissivo e comissivo, por isso a grande necessidade
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de se incluir os delitos de omissão no tipo comissivo. O conceito de injusto relaciona-
se com a descrição dos fatos, mas também com a sua validação. Desse modo há três
formulações distintas: permitido, obrigatório e proibido. Os juízes nos casos concretos
é com grande frequência que fazem uso de analogias, devido às normas penais em
branco, as suas lacunas que são muito comuns devido a falta de informação, a sua
generalidade a falta de especificidade. Desse modo fica possível ver que o injusto é
retratado como a violação de uma norma.
A Academia Penal Nazista era uma sociedade da qual não se seguia muitos
desses princípios, seguindo preceitos raciais, patriotas, nacionalista com um mero
desejo de vingança baseado na crise que viviam. O seu direito apesar de rotular
assistência jurídica era apenas para os considerados arianos, inclusive os próprios
delinquentes, desde que fosse alemão, seguiam um direito totalmente sentimental e
irracional, que não dava assistência ou proteção aos inimigos do povo alemão. Apesar
de muitos debates, inclusive nos dias atuais a respeito de vários aspectos do contexto
histórico nazista, se concluiu pelo Tribunal Constitucional da República Federal, o
status da dignidade humana, uma importante vitória após anos de massacre. Mas
ainda sim, não foi o suficiente visto que o direito nazista seguia uma ideia progressista
e de grande desordem, onde juízes seguiam preceitos próprios e parciais, sempre
guiados pela lei do Fuhrer e seus idealismos.
Outro fato apresentado é o dolo eventual e a culpa consciente que estão ligadas
às teorias intelectivas e volitivas. As teorias intelectivas são aquelas que o dolo do
agente é determinado quando ele tem conhecimento dos elementos do tipo. Neste
caso são inseridas as teorias da probabilidade, da evitabilidade, teoria do risco e a
teoria do perigo descoberto. Já as teorias volitivas se baseiam na vontade e não
apenas no elemento intelectivo, tendo como teorias a do consentimento ou assunção
e a teoria da indiferença. Além disso apresentam a diferenciação entre dolo eventual
e culpa consciente. O dolo neste caso deve ter base normativa, ou seja ter previsão
legal e o agente ter conhecimento da conduta . Na culpa consciente deve haver a
consciência do agente em razão ao perigo e o risco do resultado , assim como o
estado emocional do agente.
É possível concluir desse modo o quanto é semelhante o injusto penal e o
direito penal nazista que apesar de estar em um passado tão próximo ainda
estabelece uma ligação com o direito penal moderno. Algumas teorias são adotadas,
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no código penal brasileiro, assim como conceitos a respeito de culpa, dolo, sujeito. O
quanto é perigoso quando há uma mistura de direitos com sentimentos, e quão
prejudicial ele pode ser esse foi o exemplo claro na Alemanha. Além disso houve
modificações a respeito do injusto que o transformaram até que se adequasse a norma
inserida em cada contexto sócio-político, fazendo com que desse modo chegasse a
teoria do injusto que conhecemos hoje.
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REFERÊNCIAS
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