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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

FUNÇÃO: efetivar o princípio da Supremacia da Constituição, através do exame de leis, atos


normativos e regramentos face às regras constitucionais.

O controle de Constitucionalidade é adotado APENAS em países de CONSTITUIÇÃO


RÍGIDA, como o Brasil, onde o processo de Emenda é complexo e demorado. Aqueles que
possuem CONSTITUIÇÃO FLEXÍVEL não usam controle, porque o rito para alterar às
normas constitucionais é simples.

A declaração de constitucionalidade ou inconstitucionalidade é feita com base na


CONSTITUIÇÃO VIGENTE NO PERÍODO DA EDIÇÃO DA LEI/DO ATO NORMATIVO
que se pretende anular, ou seja, estes devem haver sido editados APÓS o início da vigência da
Constituição de 1988. Não há inconstitucionalidade superveniente!

A Lei ou ato normativo EDITADO EM DATA ANTERIOR À CF/88 não será OBJETO DE
ADIN, muito menos DECLARADA CONSTITUCIONAL OU INCONSTITUCIONAL.

Em se tratando de Lei ou ato normativo anterior à CF/88, e contrário às suas premissas, este
deve ser DECLARADO INCOMPATÍVEL COM O TEXTO CONSTITUCIONAL e
REVOGADO através de ADPF.

A inconstitucionalidade pode ser:

FORMAL: a lei ou ato normativo não foi constituído como a CF/88 exigia (erro de forma)
X
MATERIAL: a antinomia com o texto constitucional está no conteúdo, naquilo que expressa.

Em sede PRÉVIA, será exercido pelo Poder Executivo (ex: veto do Presidente) e pelo Poder
Legislativo; ocorrerá no curso do processo legislativo (formação das leis), com objetivo de
evitar que norma inconstitucional ingresse em nosso ordenamento.

Embora a CF/88 não preveja, o controle prévio pode ser exercido pelo Poder Judiciário
através do Mandado de Segurança.

Em sede REPRESSIVA, ou seja, quando a norma/ato inconstitucional já entrou em nosso


ordenamento e está em vigor, o controle de constitucionalidade é exercido
EXCLUSIVAMENTE pelo Poder Judiciário através das vias DIFUSA e CONCENTRADA.

A) CONTROLE DIFUSO: é exercido por todos os órgãos jurisdicionais inferiores, através da


instauração de um incidente de constitucionalidade dentro de um processo/medida judicial; o
julgador decidirá, no caso em concreto, se aplicará ou afastará a(o) ato/norma dito(a)
inconstitucional, assim o(a) declarando no mérito. Contudo, por não constituir decisão
definitiva, o incidente pode seguir a ordem de recursos do Tribunal de origem e chegar até o
STF, através do Recurso Extraordinário.

PRINCIPAIS PONTOS:
EXERCIDO POR QUALQUER ÓRGÃO JURISDICIONAL

GERA EFEITOS NO CASO IN CONCRETO

O INCIDENTE PODE CHEGAR AO STF VIA RECURSO EXTRAORDINÁRIO

B) CONTROLE CONCENTRADO: exercido exclusivamente pelo STF (competência no art.


102/CF), através do julgamento das AÇÕES DIRETAS; quanto às CONSTITUIÇÕES
ESTADUAIS, o controle concentrado será exercido pelo Tribunal de Justiça de cada estado.

São as Ações Diretas:

B.1) ADIN – Ação Direta de Inconstitucionalidade

B.2) ADC – Ação Declaratória de Constitucionalidade

B.3) ADPF – Ação Direta de Inconstitucionalidade de Preceito Fundamental

B.4) ADO – Ação Direita de Inconstitucionalidade por Omissão

As ADINs, ADCs e ADPFs possuem efeito ERGA OMNES, os efeitos das suas decisões
retroagem à data de publicação do ato/norma inconstitucional (EX TUNC) e vinculam o
Poder Judiciário e o Poder Público.

Os efeitos dos julgamentos das ADINs, ADCs e ADPFs podem ser MODULADOS se votarem
à favor 2/3 dos membros do Tribunal.

CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO: os Tribunais só podem declarar a


inconstitucionalidade de normas/atos pelo quórum da maioria absoluta. No caso do STF,
composto por 11 Ministros, a maioria absoluta corresponde a 6 deles.

As Ações Direitas podem questionar a constitucionalidade de todo o conteúdo do ato/norma,


ou apenas de parte dele.

OS LEGITIMADOS A PROPOR ADIN E ADC:

Presidente da República
Mesa do Senado
Mesa da Câmara
Procurador-Geral da República
CFOAB
Federações
Partidos com representação no Congresso
Conselhos de Classe Nacionais
Governadores dos estados e do DF
B.1) ADIN (AÇÃO DIREITA DE INCONSTITUCIONALIDADE)

Oposta contra:

LEI OU ATO NORMATIVO, FEDERAL OU ESTADUAL

NÃO SE USA ADIN PARA LEI OU ATO NORMATIVO


MUNICIPAL
NO CASO DO DISTRITO FEDERAL, A ADIN SÓ SERÁ UTILIZADA
SE A LEI OU ATO NORMATIVO DISTRITAL FOR EDITADO SOB A
FORMA DE LEI ESTADUAL. Se o DF legislou em caráter municipal, não
cabe ADIN, mas sim ADPF.
EMENDAS CONSTITUCIONAIS E TRATADOS INTERNACIONAIS (INCLUSIVE OS
RECEPCIONADOS NO TEXTO CONSTITUCIONAL E OS QUE VERSAM SOBRE
DIREITOS HUMANOS E FUNDAMENTAIS).

APENAS O TEXTO ORIGINAL DA CF (AS NORMAS ORIGINAIS


EDITADAS PELA ASSEMBLEIA CONSTITUINTE) NÃO SÃO PASSÍVEIS
DE CONTROLE CONSTITUCIONAL. TODAS AS EMENDAS, PORQUE
POSTERIORES, SÃO PASSÍVEIS DE ANULAÇÃO PELO CONTROLE DE
CONSTITUCIONALIDADE.

ATOS NORMATIVOS PRIMÁRIOS (EX. REG. INTERNO DOS TRIBUNAIS E CNJ)

DECRETOS AUTÔNOMOS PRESIDENCIAIS, OU SEJA, QUANDO ESTES POSSUEM


FORÇA DE LEI (CONSTITUEM UM ATO NORMATIVO). DECRETOS MERAMENTE
REGULAMENTARES NÃO SÃO OBJETO DE ADIN.

DECRETOS PRESIDENCIAIS

• MERAMENTE REGULAMENTARES – ESTÃO VINCULADOS A UMA


NORMA MAIOR. SERVEM, COMO O PRÓPRIO NOME DIZ, PARA
REGULAMENTAR DETERMINADA MATÉRIA CONTIDA EM UMA
LEI; SÃO OBJETO DE CONTROLE LEGAL, NÃO DE CONTROLE
CONSTITUCIONAL, LOGO NÃO CABE ADIN

• DECRETO AUTÔNOMO – POSSUEM “VALOR DE LEI”;


CONSTITUEM NORMA GERAL, ABSTRATA E COERCITIVA.
PODEM SER OBJETO DE CONTROLE CONSTITUCIONAL POR
ADIN
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OBSERVAÇÃO:

O TERMO “ATO NORMATIVO” ENGLOBA TUDO AQUILO QUE POSSUI AS


CARACTERÍSTICAS DE LEI, OU SEJA, GENERALISTA, ABSTRATA E COERCITIVA.
PARA SABER SE ESTAMOS DIANTE DE UM ATO NORMATIVO, LOGO PASSÍVEL DE
ADIN, É PRECISO ANALISAR SE POSSUI AS 3 CARACTERÍSTICAS DE LEI.

B.2) ADC

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