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Direito Constitucional II

TUTORIAS- Inês Francisco


Processo das leis
• PROMULGAÇÃO: assinatura do Presidente da República nos atos legislativos.
Nos restantes diplomas não há promulgação mas sim assinatura;
Falta dela: INEXISTÊNCIA- PROMULGAÇÃO CONFERE EXISTÊNCIA JURÍDICA, só aqui passa a ser ato legislativo
(Decreto Þ Decreto lei, lei);
REPRESENTANTE DA REPÚBLICA ASSINA;
MAIS FORMALIDADE/SOLENIDADE;
FUNDAMENTO DA PROMULGAÇÃO OU RECUSA DE PROMULGAÇÃO- artigo 134 alínea B confere lhe poder, em
conformidade com 136º e 278º;
Recusa de promulgação- artigo 136º= VETO;

• REFERENDA: ministros atestam regularidade da assinatura do Presidente.
Primeiro ministro valida ato de promulgação com a sua assinatura;
CORRESPONDE A UM ATO OBRIGATÓRIO DO GOVERNO CASO SEJA REALMENTE ASSINATURA DO
PRESIDENTE- Governo não tem ultima palavra sobre o processo legislativo (MERA FORMALIDADE)
Falta dela: INEXISTÊNCIA. Artigo 140º;

• PUBLICAÇÃO: artigo 119º;
Falta dela: INEFICÁCIA JURÍDICA;
Apreciação DL
• PEDIDO DE APRECIAÇÃO A DECRETO DE LEI- ARTIGO 169º
Nº2- relativamente a alguns Decretos de Lei, enquanto a apreciação não terminar não há suspensão do mesmo;

Objetivos:
-Alterar decreto lei;
-Cessar a vigência de um decreto lei;

Requisitos: mais limitados que criação de uma lei;


-Formal: 10 deputados;
-Temporal: 30 dias;

•UTILIDADE: dúvidas acerca da utilidade tendo em conta que em qualquer altura a Assembleia pode alterar ou revogar um decreto
lei através do uso da sua competência legislativa ordinária (criação de uma lei) tendo em conta que a lei e o decreto de lei têm o
mesmo valor;
-SIMBOLISMO: demonstração da supremacia;
-No regimento da Assembleia, o processo de fiscalização/apreciação têm prioridade (mais urgência).
-nº4 do artigo 169- não necessita promulgação do Presidente visto que tem forma de RESOLUÇÃO (ver artigo 166º), logo é mais
eficaz recorrer a este procedimento (promulgação pelo Presidente atrasa e pode inviabilizar o processo);
-Caso recorresse à lei e o Governo não concordar com o ato, poderia apenas elaborar outro Decreto Lei (visto que têm o mesmo
valor), no processo de apreciação, segundo a parte final do nº4, o Governo NÃO PODE VOLTAR A PUBLICAR diploma até termo da
Modelo PT de constitucionalidade
•Terminologia-
-PRONUNCIAR-SE: PREVENTIVA;
-DECLARAR: ABSTRATA;
-JULGAR: CONCRETA;
-VERIFICAR: POR OMISSÃO (283º);

•MODALIDADES: consoante tempo é aplicado diferente regime;


-PREVENTIVA: feita ANTES da norma ser promulgada = artigo 278, 279º;
-SUCESSIVA: feita DEPOIS da norma ser publicada- PUBLICAÇÃO≠ENTRADA EM VIGOR, pode haver vacatio
legis.
|ABSTRATA: independentemente da sua aplicação a casos = artigo 281, 282º;
|CONCRETA: 1 caso/conflito está a ser julgado em tribunal, conflito dirimido resultou numa questão de
constitucionalidade da norma aplicada no caso que pode vir a violar a Constituição = artigo 128º;
Sentenças manipulativas dos efeitos
temporais
•282º- efeitos da declaração:
nº1: efeitos produzidos desaparecem= FORÇA OBRIGATÓRIA GERAL + repristinação;
EXCEÇÕES AO Nº1

nº2: RETROAGE APENAS DESDE O MOMENTO EM QUE SE TORNOU INCONSTITUCIONAL (por situações como
uma revisão constitucional).

nº3: casos decididos por tribunais (permite não violar a segurança jurídica) MAS ESTABELECE EXCEÇÃO À
EXCEÇÃO- TC pode contrariar em circunstâncias em que a norma seja sancionatória (pena, sanção, coima);

nº4: POSSIBILIDADE (≠obrigação) DE FIXAR EFEITOS- de contrariar em casos como a regra estar em vigor à
demasiado tempo e existirem demasiados negócios a ela ligados…

=PODE MANTER ALGUNS EFEITOS OU NENHUNS;


PODE MANTER TODOS OS EFEITOS ATÉ À DECLARAÇÃO;
PODE MANTER OS EFEITOS E A NORMA ATÉ CRIAÇÃO DE NOVA;
PODE DEFINIR UM PRAZO LIMITE PARA A NORMA E EFEITOS…
SENTENÇAS MANIPULATIVAS DOS EFEITOS TEMPORAIS;
Lei de autorização legislativa
• LEI DE AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA: lei de valor reforçado pela PARAMETRICIDADE COM O DECRETO DE LEI AUTORIZADO;
=MAIORIA SIMPLES- é reforçada pela parametricidade e não pelo procedimento;

165 Nº2- REQUISITOS ESSENCIAIS- caso viole todos INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL DE DESVIO DE PODER (deixa o Governo
decidir);
-OBJETO: matérias. Pode incluir 1 ou vários temas. EX: alíneas 165;
-EXTENSÃO: delimitação horizontal e vertical, define aspetos jurídicos sob as quais insere, totalidade ou parcela damatéria. EX de
execução parcelar: LAL sobre homicídio, extensão: medidas coação, causas de exclusão de ilicitude;
-SENTIDO: configuração do conteúdo do diploma delegado;p
-DURAÇÃO: prazo- EXCEÇÃO 165 nº5;

NÃO RESPEITAR SENTIDO: ILEGALIDADE- viola vínculos materiais da subordinação- 112 nº2;
ULTRAPASSA OBJETO, EXTENSÃO OU TEMPO- INCONSTITUCIONALIDADE ORGÂNICA

CESSAÇÃO da lei de autorização legislativa:


-UTILIZAÇÃO- 165 nº3- PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE;
-CADUCIDADE:
|Blanco Morais: DLAutorizado tem de ser aprovado, promulgado e referendado dentro do prazo, dispensando publicação, caso isto
seja aviolado há inconstitucionalidade orgânica;
|Jorge Reis Novais: basta promulgar dentro do prazo;
Fiscalização concreta
=JUIZ PODE RECUSAR APLICAR UMA LEI EM VIGOR, DE ACORDO COM A SUA CONSCIÊNCIA DE INCONSTITUCIONALIDADE, ainda que a esmagadora maioria dos juízes
apliquem as normas em vigor.
ASSIM, OS JUÍZES DECIDEM INCONSTITUCIONALIDADE DE ACORDO COM A APLICAÇÃO OU RECUSA DA MESMA;

TIPOS DE RECUSA DE APLICAÇÃO- 280 nº1 alínea A + 70º e 7º LOTC:


-NORMA QUE CONSTA DE UM ATO LEGISLATIVO IMPORTANTE: lei, decreto de lei, decreto legislativo regional, decreto regulamentar, convenção internacional= DESSA
DECISÃO CABE RECURSO PARA TC e o MINISTÉRIO PÚBLICO QUE FUNCIONA JUNTO DAQUELE TRIBUNAL É OBRIGADO A RECORRER A TC

-NORMA QUE NÃO CONSTA DE UM ATO LEGISLATIVO IMPORTANTE: menor gravidade logo o Ministério Público não é obrigado a recorrer ao TC (não se aplica o 280 nº3). EX:
portarias, despachos, posturas municipais…;
= Ministério Público ou a parte afetada recorrem se quiserem (se não, a situação não chega ao TC).

TIPOS DE NORMALIDADE: juiz aplica norma em vigor (considerou expressa ou implicitamente não ser inconstitu.)
-NORMA JULGADA COMO INCONSTITUCIONAL aplicada posteriormente por um juiz (juízes podem continuar a aplicar), o TC deve ser novamente chamado (280º nº5), sendo
que o Ministério Público é obrigado a recorrer.

-JUIZ APLICA NORMA EM VIGOR NUNCA CONSIDERADA INCONSTITUCIONAL;


Requisitos/filtros:
-Previamente 1 das partes tenha SUSCITADO PREVIAMENTE SITUAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE junto do tribunal que está a julgar a causa DURANTE O PROCESSO
(pode suscitar até a decisão ser tomada, não precisa ser em 1º instância).
Deve chamar à atenção que não se deve aplicar determinada norma porque é inconstitucional.
EXCEÇÃO: partes contam com a aplicação de uma norma mas na altura da decisão o juiz aplica outra norma= DECISÃO-SURPRESA- execução aberta pela
jurisprudência do TC admite aceitar recurso em situações que o particular não teve oportunidade processual de invocar inconstitucionalidade ou possibilidade de antecipar;

-RATIO DECIDENDI- TC não é consultivo, não dá pareceres nem consultas mas sim decide casos de constitucionalidade concreta de NORMAS QUE TENHAM SIDO A RAZÃO
pelo qual o juiz comum decidiu (porque considerou constitucional HOUVE FUNDAMENTO NORMATIVO).

-ESGOTADOS OS RECURSOS ORDINÁRIOS: considera-se apenas a última decisão.


Tribunal de 1º instância aplica a norma, se a decisão ainda houver recurso a tribunais superiores (depende dos Códigos de Processo), devem ser esgotados os recursos;
2 opções: se tribunais superiores mantiverem a decisão Þ TRIBUNAL CONSTITUCIONAL;
• Efeitos da decisão do TC em fiscalização concreta: SÓ VALE PARA ESSE CASO;
TC comunica decisão ao juiz- tribunal comum é OBRIGADO a reformular;
ESGOTA A EFICÁCIA NO CASO CONCRETO- 80º LOTC- não afeta a subsistência e validade geral
da norma na ordem jurídica (não foi declarada inconstitucional com força obrigatória geral).
NO ENTANTO, NOS TERMOS DO 281 Nº3- se a norma for julgada inconstitucional em 3 casos
concretos pode o Ministério Público ou qualquer um dos juízes do TC abrir processo de declaração da
inconstitucionalidade com força obrigatória geral (FISCALIZAÇÃO ABSTRATA).

-Norma pode ser julgada inconstitucional mas CONTINUA EM VIGOR:


Decisão vale apenas para o caso concreto- ANTERIOR DECISÃO DO TC NÃO VINCULA (não funciona como
precedente nem tem força obrigatória geral)
Continua em vigor- pode voltar a ser aplicada nos tribunais= insegurança jurídica.

-TC SÓ aprecia INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS: SEMPRE E NADA MAIS.


OMISSÃO DE NORMAS não pode invocar inconstitucionalidade por falta de normas- impede
inconstitucionalidade cometida pelo legislador (pode apenas ser invocada no plano de fiscalização
abstrata por iniciativa do PR ou provedor de justiça);
Se a lesão dos seus direitos ou interesses decorrer, não da aplicação de normas, mas de atos, decisões
ou sentenças sejam da administração, dos magistrados ou de particulares não há recurso ao TC;

ATOS OU OMISSÕES DE ATOS NÃO VÃO PARA TC EM FISCALIZAÇÃO CONCRETA- défice de segurança;
Por outro lado, qualquer inconstitucionalidade derivada de atos, decisões ou omissão de normas, o TC em
caso algum poderá decidir essas questões= quaisquer decisões dos tribunais comuns sobre essas
matérias de constitucionalidade são definitivas (ficam excluídas do posterior controlo por parte do TC).

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