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ABORDAGEM PANORÂMICA - CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Andreya Cardeal Freire1; Calline Judith Almeida Ribeiro²; Jonathan Frederico


Calheiros Brito³; Oracilia da Silva Alves⁴; Maria Sônia Matos de Andrade ⁵

Orientados por Maurício Souza Sampaio⁶

SAMPAIO, Mauricío Souza. Manual de Direito Constitucional. 1. ed. Salvador:


Editora, 2020.

RESUMO

O controle de constitucionalidade é a soma de regras atribuídas para aferir se os atos


jurídicos legislativos ou normativos estão em concordância com a Constituicao
Federal. O controle constitucional é a conformidade que deve haver entre as normas
infraconstitucionais e a Constituição, com objetivo de defender a supremacia
constitucional, evitando incidências de inconstitucionalidades. A Carta Magna de 1988
expõem dois tipos de inconstitucionalidades, ambas citadas nos artigos 102, I, e III,
a, b e c e 103 e seus §§1º e 3º. Sendo a primeira, a inconstitucionalidade por ação
(ação comissiva), que ocorre devido a conduta comissiva do Estado no processo
lesgislativo, a qual apresenta uma lei ou ato normativo infraconstitucional que
despreza a Constituição. Essa ação de inconstitucionalidade pode ocorrer por motivos
formais ou materiais. A segunda trata-se da inconstitucionalidade por omissão (ação
omissiva), conduta omissiva do Estado no processo legislativo que infringe o dever
constitucional de legislar. Enquanto um direito não for exequível por falta de
lesgislação que o regule, haverá uma inconstitucionalidade por omissão. Dentre os
órgãos ou sistemas de controle pode-se citar: o controle político, controle jurisdicional
que pode ser difuso ou concentrado e controle misto. O controle de constitucionalidade
é praticavél em dois momentos distintos, um de maneira preventiva durante o
processo de elaboração da lei para impossibilitar que um projeto de lei
infraconstitucional venha a ser expedido, procedimento adotado antes da aprovação
da lei, podendo ser executado, em regra, pelo Poder Legislativo e pelo Executivo, o
outro controle atua de forma repressiva após a conclusão do processo de criação do
1 Bacharel em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira. andreyacardeal@gmail.com
² Bacharel em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira. callineribeiro@hotmail.com
³ Bacharel em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira. jonathanfredericofred@gmail.com
⁴ Bacharel em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira. oracylia@hotmail.com
⁵ Bacharel em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira. msonia.gomes@hotmail.com
⁶ Mestre em Direito pela Universidade Federal da Bahia. mauricio.samapio@sa.universo.edu.br

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ato, sendo praticado, em regra, pelo Poder Judiciário, para retirar uma lei ou ato
normativo infraconstitucional do ordenamento jurídico. De forma extraordinária, o
controle repressivo pode ocorrer pelo Poder Legislativo ou por meio do Senado
Federal.O controle de constitucionalidade em “concreto”, utilizado para resolver
inconstitucionalidades de leis, decorre no curso de uma demanda judiciária, a
inconstitucionalidade não é discutida no mérito do caso em questão, mas de forma
indireta. O meio concreto tem como características: o objeto principal da ação é a
satisfação de um direito individual ou coletivo, o mérito da inconstitucionalidade é
questionada indiretamente; a inconstitucionalidade pode ser questionada perante
qualquer juiz ou tribunal; a decisão produz efeitos entre as partes, anulando a lei ou o
ato contrário à Carta Magna desde sua origem; a questão pode ser arguida tanto pelo
titular do direito, quanto por terceiros intervenientes e pelo Ministério Público, sendo
individual ou coletivo; declarada a inconstitucionalidade definitiva pelo Supremo
Tribunal Federal, deverá ser comunicada a decisão ao Sanado, para que o mesmo
providencie a suspensão da executoriedade da lei declarada inconstitucional. O
controle abstrato, ocorre de forma direta e principal, e se dá pro meio de ações de
incostitucionalidade, autônomas e especiais, prenunciadas explicitamente no texto
constitucional a saber: Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI ou ADIN) por Ação
ou Genérica; Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO); Ação
Declaratória de Constitucionalidade (ADC OU ADECON); Arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) e a Ação Direta de
Inconstitucionalidade Interventiva (ADI ou ADIN) . A incostitucionalidade destas ações
é o centro principal da açãoe não um mero incidente. Nessa situação, a
inconstitucionalidade é refutada perante determinado tribunal, sendo este no Brasil o
Superior Tribunal Federal - STF. Esse controle tem como predicados: o objeto da ação
é a própria declaração de inconstitucionalidade ou constitucionalidade do ato
legislativo ou normativo; a sentença anula a lei ou ato normativo, tendo efeito erga
omnes (para todos), assim como efeito vinculante, os efeito são retroativos (ex tunc),
sendo possivél a modulação dos efeitos (ex nunc, necessitando qurum de 2/3 dos
ministros do SFT), e repristinatórios, nas hipóteses de procedência de ADIN ou da
improcedência da ADECON; a ação só pode ser proposta pelos orgãos e pessoas
citadas no art.103 da CF/88 a qual descreve a legitimidade ativa e titularidade para
tal; revelada a inconstitucionalidade, a lei torna-se de imediato inaplicável, tornado-se
nula. Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI ou ADIN) é a moção apresentada ao
STF para investigar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo em âmbito federal
ou estadual perante a Constituição Federal, podendo ser proposta por todos os
legitimados no art. 103 da CF/88. Esta ação poderá ser utilizada em em relação à lei
estadual e municpal mediante Constituição Estadual, sendo a competência dos
Tribunais de Justiça dos Estados conforme CF/88, art.125,§2º. A ação supracitada
está sancionada no art. 102 da CF/88, sendo esta, uma das ferramentas de controle
concentrado. Assim que o STF apreciar a inconstitucionalidade, citará previamamente
o Advogado-Geral da União, que irá interceder pelo ato ou texto contraditado. Ação
Direta de Inconstitucionalidade Interventiva (ADI ou ADIN), voltada para atos de violação
de alguns princípios constitucionais sensíves, gerando uma intervenção federal. A ação
deverá ser impetrada pelo Procurador-Geral da República, chefe do Ministério Público da
União perante ao SFT, buscando a intervenção da União em um determinado Estado-Membro
ou no Distrito Federal. Caso a intervenção seja do Estado em seus Municipios caberá ao
Tribunal de Justiça do Estado o devido julgamento, devendo ser apresentada pelo Procurador-
Geral da Justiça, chefe do Ministério Público estadual. O procedimento supradito está
regulamentado na Lei nº 12.562/11. Ação direita de constitucionalidade – ADECON ou

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ADC, tem a finalidade a declaração de constitucionalidade de uma lei ou ato normativo
federal. Segundo alguns autores, tem o condão de solucionar as incertezas a respeito
da constitucionalidade de uma lei federal. Essa decisão produz efeito para todos,
fazendo com que todas as decisões sigam o mesmo entendimento. A competência
para julgar a ação declaratória de constitucionalidade é do Supremo Tribunal Federal
de acordo com o artigo 102, I, a, da Constituição Federal de 1988. É regulamenta pela
Lei de nº 9.868, de 10 de novembro de 1999. A ação direta de inconstitucionalidade
por omissão - ADO, surgiu na Constituição Federal de 88. Quando a Constituição
Federal determina a criação de uma lei infraconstitucional, e apesar disto, a lei não é
criada, torna-se, portanto, o objeto desta ação. A omissão de uma norma
infraconstitucional pode ocorrer pela omissão do legislador ordinário ou pela omissão
do legislador do Poder Executivo. Uma vez declarada, a Inconstitucionalidade por
omissão, a ADO, como conseguinte é comunicado ao Poder Competente, que sendo
a omissão realizada pelo Poder Executivo, em trinta dias, deverá ser cumprida às
deliberações cabíveis. E no caso da omissão sendo realizada pelo Poder Legislativo,
o procedimento se desenvolve de maneira diferente, respeitando à separação de
poderes, não ocorrendo designação de prazo para as deliberações cabíveis para
sanar esta omissão. A legitimidade para julgar quando ocorrer inconstitucionalidade
em face da Constituição Federal, caberá ao STF. Não obstante, quando a
inconstitucionalidade for em relação à Constituição Estadual, o Tribunal de Justiça que
terá legitimidade para julgar. Esta ação é regulamenta pela lei de nº 12.063/2009, que
acresceu o capítulo II-A à Lei 9.868/1999, trouxe a disciplina processual para a ação
direta de inconstitucionalidade por omissão – ADO. A Constituição Federal de 1988
traz um novo instituto de controle de constitucionalidade, ADPF, através do seu art.
102, § 1º, e o seu julgamento é de competência do STF. Esse novo instituto tem
caráter subsidiário, somente será admitido se não houver outro meio de sanar, evitar
ou reparar lesões a preceito fundamental, resultante de ato ou omissão do Poder
Público e quando for questões de relevante controvérsia constitucional. Somente
poderá ser proposta quando não for cabível a ação direta de inconstitucionalidade ou
de ação declaratória de constitucionalidade. Preceitos fundamentais, são princípios e
normas considerados fundamentais, como direito a vida, a saúde, ao meio ambiente
e garantias individuais. São normas que conduzem os valores supremos de uma
sociedade. A lei que regulamenta este preceito é a de nº 9.882 de 03/12/1999.
Segundo o artigo 103 da Constituição Federal podem propor ADC, ADI e ADPF, o
presidente, a mesa do Senado Federal, a mesa da Câmera dos Deputados, a Mesa
de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) , o governador de Estado ou do
Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) , o
procurador-Geral da república, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil, partido político com representação no Congresso Nacional e confederação
sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

Palavras-chave: processo legislativo; consolidação; alterações; leis.

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