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Faculdade de Direito
Curso: Direito
Cadeira: Metodologia de Investigação Científica
1º Ano
Tema:
Nome do Estudante:
Código:
Docente, Dr:
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1.1 Objectivo
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2. A fiscalização da constitucionalidade e da legalidade
2.1 Origem
A fiscalização da constitucionalidade surgiu nos Estados Unidos, sob uma Constituição
que não o previa expressamente. Todavia, pôde Marshall, em decisão célebre, deduzir de seu
sistema esse controlo e reconhecer pertencer ele ao judiciário, incumbido de aplicar a lei
contenciosamente.
No caso Marbury versus Madison, esse Juiz demonstrou que, se a Constituição americana era
a base do Direito e imutável por meios ordinários, as leis comuns que a contradissessem não
eram verdadeiramente leis, não eram Direitos. Assim essas leis seriam nulas, não obrigando
os particulares. Demonstrou mais que, cabendo ao judiciário dizer o que é Direito, é a ele que
compete indagar da constitucionalidade de uma lei, de facto, se duas leis entrarem em
conflito, deve o juíz decidir qual aplicará. Ora, se uma lei entrar em conflito com a
Constituição, é ao juiz que caberá decidir se aplicará a lei, violando a Constituição, ou, como
é lógico, se aplicará a Constituição, recusando a lei.
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2.2 Tipos de Fiscalização
A fiscalização dos actos normativos violadores das normas e princípios constitucionais
reconduz-se à fiscalização da inconstitucionalidade por acção que é a fiscalização típica
exercida pelos órgãos de fiscalização. Ao lado desta, existe a inconstitucionalidade por
omissão, não muito frequente no plano comparativo constitucional.
Fiscalização por Acção – pode ser fiscalização abstracta ou fiscalização concreta.
Fiscalização Abstracta – significa que a impugnação da constitucionalidade da norma é
feita independentemente de qualquer litígio concreto. Visa sobretudo a defesa da
Constituição e do princípio da constitucionalidade através da eliminação de actos
normativos contrários à Constituição. A fiscalização abstracta pode fazer-se antes de as
normas entrarem em vigor – Fiscalização Preventiva -, ou depois de as normas serem
plenamente válidas e eficazes – Fiscalização Sucessiva.
Fiscalização Preventiva - como o nome indica é uma fiscalização anterior a própria
introdução das normas na ordem jurídica, ou seja, tem por objecto normas imperfeitas. É
por natureza um controlo abstracto e, no caso de juízo de inconstitucionalidade, as
respectivas normas não podem entrar na ordem jurídica.
A fiscalização preventiva desempenha duas funções bem distintas. Por um lado, impedir a
entrada em vigor de normas presumivelmente inconstitucionais, evitando assim a produção de
efeitos, por outro lado, afastar ou diminuir as reservas que tenham sido levantadas ou que
presumivelmente viriam a ser levantadas quanto à constitucionalidade do diploma e que
poderiam enfraquecer a sua legitimidade e, até, a sua eficácia.
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2.3 Representação de tipos de fiscalização de inconstitucionalidade
Sucessiva PR Força
Presidente da Ar Obrigatória
1/3 de Deputados Geral
PM
Provedor Justiça
-2000 Cidadãos
Concreta Juiz da causa Não Aplicação da
Norma no Caso
Concreto
Os vícios formais são, consequentemente vícios do acto, os vícios materiais são vícios das
disposições ou das normas constantes do acto; os vícios de procedimento são vícios relativos
ao complexo de actos necessários para a produção final do acto normativo. Daqui se conclui
que, havendo um vício formal em regra fica afectado o texto constitucional na sua
integralidade, pois o acto é considerado formalmente como uma unidade; nas hipóteses de
vícios materiais, só se consideram viciadas as normas, podendo continuar válidas as restantes
normas constantes do acto que não se considerem afectadas de irregularidade constitucional.
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implicará a nulidade total quando, em consequência da declaração de inconstitucionalidade de
uma norma, se reconheça que as normas restantes, conformes a Constituição, deixam de ter
qualquer significado autónomo (critério da dependência). Além disso, haverá uma nulidade
total quando o preceito inconstitucional fazia parte de uma regulamentação global à qual
emprestava sentido e justificação. Não são de afastar as hipóteses de inconstitucionalidade
limitada a um determinado lapso de tempo.
É nosso entendimento que o supracitado artigo não é de definição e limitação dos actos
normativos, mas sim de mera enunciação (não taxativa) de actos normativos porquanto deixa
de fora os decretos presidenciais, actos normativos do Presidente da República, que são
constitucionalmente consagrados como actos normativos pela 1ª parte do artigo 158, assim
como os regulamentos e posturas municipais emanados das autarquias locais (art. 278 CRM e
art. 11 da lei 2/97) e os assentos (arts 225/2 CRM) e 39/2 da lei 24/2007 de 20 de Agosto).
Portanto apesar do artigo fazer menção de alguns actos normativos que emanam de alguns
órgãos do Estado, os mesmos não se resumem apenas naqueles, mas sim estende-se o seu
âmbito de abrangência a todos os restantes actos normativos que emanam dos órgãos de
Estado tanto a nível central como local.
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A criação de um órgão político funda-se principalmente na alegação de que a interpretação da
Constituição deve ser reservada a órgãos com sensibilidade política, porque a Constituição,
mais do que uma simples lei, é um plano de vida cujo sentido não permanece estático e nem
pode ser hieraticamente considerado. Ademais o controlo judiciário atentaria contra o
princípio da separação de poderes, já que daria aos juízes o poder de anular as decisões do
legislativo e do executivo. Na verdade a experiência tem mostrado que esse controlo é
ineficaz. De facto, esses órgãos, onde previstos, têm apreciado as questões a eles submetidos
pelo critério de conveniência do que pela sua concordância com a Constituição. Assim estes
órgãos vêm a ser redundantes, pois se tornam outro legislativo, ou outro órgão governamental.
Órgão jurisdicional especial é um tribunal criado com o propósito de conhecer das decisões
relativas à constitucionalidade das leis (tribunal constitucional na Áustria, na República
Italiana e na Alemanha);
Órgão jurisdicional comum é qualquer tribunal ordinário da ordem judicial (sistema norte
americano e português)
Em Moçambique, Grécia, França, Bélgica existem órgãos com bastantes semelhanças com os
Tribunais Constitucionais.
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3. Conclusão
Ao terminar com presente trabalho de campo conclui que na fiscalização Sucessiva a
declaração da inconstitucionalidade ou da ilegalidade com força obrigatória geral produz os
seus efeitos desde a entrada em vigor da norma declarada inconstitucional ou ilegal e
determina a repristinação das normas que ela, eventualmente, haja revogado. Tratando-se,
porém de inconstitucionalidade ou de ilegalidade por infracção de uma norma constitucional
ou legal posterior, a declaração só produz efeitos desde a entrada em vigor da norma
posterior. Contudo ficam ressalvados os casos julgados, salvo decisão em contrário do CC,
quando a norma respeitar a matéria penal ou disciplinar e for de conteúdo menos favorável.
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4. Referencia Bibliográfica
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