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Teoria do Processo Civil I

A sociedade não vive sem direito.


As regras existem para eliminar os conflitos que CAPÍTULO I
ocorrem na vida social.
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO
Evolução das formas de resolução de conflito: PROCESSO CIVIL
1- Autotutela (uso da força, mais
primitiva) Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado
2- Autocomposição (arbitragem, e interpretado conforme os valores e as normas
negociação) fundamentais estabelecidos na Constituição da
República Federativa do Brasil , observando-se as
3- Jurisdição (Montesquieu- criação de
disposições deste Código.
um Estado forte com o poder de Trata-se da Constitucionalização. Trata-se de valores e
resolver conflitos.) normas estabelecidos na Constituição Federal.

Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se


Características da Jurisdição: desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções
-Obrigatória previstas em lei.
-Inevitável Princípio Inquisitivo (atribui as partes a iniciativa e
-Imperativa (o juiz, pode com sua força, fazer impulso da relação processual) e Dispositivo (liberdade
cumprir a jurisdição) conferida ao juiz para instauração e desenvolvimento da
relação processual)
Desrespeito com a jurisdição= Crime
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional
Logo, a jurisdição se opõe a todos, com o objetivo
ameaça ou lesão a direito.
da pacificação social. Entretanto, existe meios
alternativos permitidos pela legislação brasileira de
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.
buscar a pacificação social.
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a
solução consensual dos conflitos.
Direito Processual Civil- cria a regras para
resolver o conflito (regra a forma).
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos
Difere-se do direito material, que tem como de solução consensual de conflitos deverão ser
objetivo regras os fatos. estimulados por juízes, advogados, defensores públicos
e membros do Ministério Público, inclusive no curso do
processo judicial.
Código De Processo Civil Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição. Todos
Lei 13.105 possuem acesso à justiça.
De 16 de Março de 2015 Art. 5, XXXV, da CF, acesso a ordem jurídica justa.
Incentivo à solução consensual de conflitos; efetividade
Das normas fundamentais: do processo.
“Normas comuns aplicáveis a todo conjunto
do ordenamento, e que, portanto, servirão de base Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo
razoável a solução integral do mérito, incluída a
à melhor compreensão e a mais adequada
atividade satisfativa.
aplicação dos procedimentos, remédios e Princípio da duração razoável do processo. Julgamento
incidentes regulados a Parte Especial.” H.T.J. sem dilações indevidas.
Art. 5, LXXVIII, da CF.
Princípio da efetividade. Celeridade é diferente de
PARTE GERAL rapidez no julgamento do processo.

LIVRO I Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do


processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.
Princípio da Boa Fé. Aplica-se a todos os atos do
DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS processo e a todos os sujeitos do processo (autor, réu,
juiz, auxiliares da justiça). O CPC estabelece diferentes
TÍTULO ÚNICO consequências para quem infringir esta cláusula geral
(Arts. 77, 80, 81).
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA
APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão,
entre si para que se obtenha, em tempo razoável, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão
decisão de mérito justa e efetiva. para proferir sentença ou acórdão. (Redação dada
Princípio da Cooperação. Esta compreende o esforço pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência).
necessário dos sujeitos processuais para evitar Ordem cronológica o julgamento.
imperfeições e comportamentos indesejados que
possam dilatar injustificadamente marcha do processo e § 1º A lista de processos aptos a julgamento
comprometer a justiça e a efetividade da tutela deverá estar permanentemente à disposição para
jurisdicional. consulta pública em cartório e na rede mundial de
computadores.
Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento
em relação ao exercício de direitos e faculdades § 2º Estão excluídos da regra do caput :
processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos A ordem cronológica é preferencial.
deveres e à aplicação de sanções processuais,
competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
I - as sentenças proferidas em audiência,
Princípio da Isonomia. Trata-se da equalização das
homologatórias de acordo ou de improcedência liminar
normas e dos procedimentos jurídicos entre os
do pedido;
indivíduos, garantindo que a lei será aplicada de forma
igualitária entre as pessoas, levando em consideração
suas desigualdades para aplicação dessas normas. II - o julgamento de processos em bloco para
aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de
casos repetitivos;
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá
aos fins sociais e às exigências do bem comum,
resguardando e promovendo a dignidade da pessoa III - o julgamento de recursos repetitivos ou de
humana e observando a proporcionalidade, a incidente de resolução de demandas repetitivas;
razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
Critérios de interpretação do CPC. Princípio da IV - as decisões proferidas com base nos arts.
proporcionalidade e da razoabilidade. 485 e 932 ;

Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes V - o julgamento de embargos de declaração;
sem que ela seja previamente ouvida.
Princípio do Contraditório. Art. 5, LV, da CF. VI - o julgamento de agravo interno;

Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: VII - as preferências legais e as metas
Contraditório mitigado ou postecipado. estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;

I - à tutela provisória de urgência; VIII - os processos criminais, nos órgãos


jurisdicionais que tenham competência penal;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas
no art. 311, incisos II e III ; IX - a causa que exija urgência no julgamento,
assim reconhecida por decisão fundamentada.
III - à decisão prevista no art. 701 .
§ 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de se-á a ordem cronológica das conclusões entre as
jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual preferências legais.
não se tenha dado às partes oportunidade de se
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual § 4º Após a inclusão do processo na lista de que
deva decidir de ofício. trata o § 1º, o requerimento formulado pela parte não
Vedação de decisão surpresa. Está relacionado ao altera a ordem cronológica para a decisão, exceto
princípio do contraditório. Obrigatoriedade de oitiva quando implicar a reabertura da instrução ou a
previa das partes. Se aplica também para questões que conversão do julgamento em diligência.
o juiz deva conhecer de ofício.
§ 5º Decidido o requerimento previsto no § 4º, o
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder processo retornará à mesma posição em que
Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as anteriormente se encontrava na lista.
decisões, sob pena de nulidade.
Princípio da publicidade. § 6º Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no
Princípio da fundamentação das decisões judiciais. Este § 1º ou, conforme o caso, no § 3º, o processo que:
artigo trata-se do controle social da atividade
jurisdicional e da demonstração das razões de decidir.
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo
quando houver necessidade de realização de diligência
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ou de complementação da instrução;
ser autorizada a presença somente das partes, de seus
advogados, de defensores públicos ou do Ministério
II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso
Público.
II .
Exceção (Art 189, CPC)
direito independente ação e o
material. do direito de direito material
Ação ação, porém tomam
andam juntos. caminhos
O Estado possui um poder/dever jurisdicional diversos.
resolver conflitos. Tal teoria O principal O direito de
A jurisdição, entretanto, é inerte. não foi capaz problema na ação
de explicar teoria concreta independe da
Ação- ato de provocar o Estado para que este casos como e não explicar o materialidade
cumpra o seu poder dever jurisdicional. da ação direito do réu, do direito,
meramente por exemplo, de basta que seu
Direito ao exercício da atividade declaratória, solicitar a interesse seja
jurisdicional. em que não apelação, se juridicamente
há violação não pode propor tutelado e
O direito da ação é público (todos podem ingressar de direito a ação, visto poder-se-á ter
com uma ação) e subjetivo (direito único e material e que seu pedido. a ação, afinal
exclusivo do sujeito). tudo que o Não oi o primeiro
autor deseja procedente direito é à
Modo como se éa tornando assim jurisdição do
provoca o Estado declaração a ameaça ou Estado, que
para de um direito violação de seu se
realizar a jurisdição. ou uma direito compromete a
situação imaginário. defender os
JURISDIÇÃO AÇÃO PROCESSO para que interesses do
seja indivíduo para
Poder/ dever do Estado de resolver conflitos. oficializado. que esse não
Ex: divorcio o exerça pela
consensual. própria mão.
Natureza Jurídica:

❖ Constitucional O CPC atual adota a teoria ECLÉTICA.


A ação possui um direito subjetivo de fazer agir o
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem
Estado, então ação não é o direito de agir e sim o
distinção de qualquer natureza, garantindo-se
de provocar o Estado a agir.
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à Segundo Liebman, precursor da teoria eclética, o
propriedade, nos termos seguinte: direito de ação não está vinculado a uma
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do sentença favorável (teoria concreta), mas também
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; não é completamente independente do direito
material (teoria abstrata). Há, de fato, uma
abstração do direito de ação, no sentido de que a
❖ Direito Público Subjetivo visando o existência do processo não está condicionada à
exercício da atividade jusridicional do do direito material invocado; porém, sustenta-se
Estado. pela teoria eclética que a ação é o direito a uma
sentença de mérito, seja qual for o seu conteúdo,
Posso ingressar com uma ação, por simplesmente isto é, de procedência ou de improcedência.
te o direito de ação. (Sem necessariamente possuir
o direito material.)
Condições da Ação
Teorias da Ação
❖ São exigências/ requisitos preliminares
Teoria Teoria Teoria essenciais para ingressar com uma ação.
Imanentista Concreta Abstrata
O direito de Diferencia o Trata da ação Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter
ação é direito de como o interesse e legitimidade.
inerente ao ação do direito direito a uma
direito material. pronunciação Interesse de Agir:
material; só entende o de sentença O autor deve demonstrar utilidade da prestação
surgirá o direito de ação de mérito, jurisdicional que pretende obter.
direito de como contra ou
ação quando dependente da favorável. Como comprovar o interesse de agir?
houver procedência da assim
violação ao ação. o direito exposto, o
material é direito de
Binômio:
Necessidade: impossibilidade de obter a VII - acolher a alegação de existência de
satisfação do direito sem a interveniência convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral
do Estado. reconhecer sua competência;

Adequação: o provimento solicitado deve VIII - homologar a desistência da ação;


ser relacionado com o caso concreto.
IX - em caso de morte da parte, a ação for
Legitimidade: considerada intransmissível por disposição legal; e
Ordinária: X - nos demais casos prescritos neste Código.
*Regra do CPC.
§ 1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome
próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento
parte será intimada pessoalmente para suprir a
jurídico. falta no prazo de 5 (cinco) dias.

Parágrafo único. Havendo substituição processual, o § 2º No caso do § 1º, quanto ao inciso II, as partes
substituído poderá intervir como assistente pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao
litisconsorcial. inciso III, o autor será condenado ao pagamento
das despesas e dos honorários de advogado.
Legitimidade ativa- autor (quem entra com a ação)
§ 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria
Legitimidade passiva- réu (devedor da ação) constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer
tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o
Extraordinária: trânsito em julgado.
*Exceção.
§ 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá,
Permita-se, que em determinada circunstância, sem o consentimento do réu, desistir da ação.
que a parte demande em nome próprio, mas na
defesa de interesse alheio. § 5º A desistência da ação pode ser apresentada
até a sentença.

Carência da Ação: § 6º Oferecida a contestação, a extinção do


processo por abandono da causa pelo autor
Falta da condição da ação. depende de requerimento do réu.
Consequência: processo extinto
prematuramente sem análise de mérito. § 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos
Caso não for demonstrado as condições da ação, de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5
a não observância dessas condições, ocorre a (cinco) dias para retratar-se.
carência da ação.
Elementos da Ação:
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
DIFERENTE DAS CONDIÇÕES DA AÇÃO.
I - indeferir a petição inicial;
Necessário para a identificação da ação,
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) evitando assim a repetição em juízo.
ano por negligência das partes;
São elementos da ação:
III - por não promover os atos e as diligências que
lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais
- Partes
de 30 (trinta) dias;
-Causa de pedir
IV - verificar a ausência de pressupostos de
constituição e de desenvolvimento válido e regular
do processo; -Pedido

V - reconhecer a existência de perempção, de Art. 319. A petição inicial indicará:


litispendência ou de coisa julgada
I - o juízo a que é dirigida
VI - verificar ausência de legitimidade ou de
interesse processual;
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a III - da narração dos fatos não decorrer
existência de união estável, a profissão, o logicamente a conclusão;
número de inscrição no Cadastro de Pessoas
Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.
Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a
residência do autor e do réu; § 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de
obrigação decorrente de empréstimo, de
financiamento ou de alienação de bens, o autor
III - o fato e os fundamentos jurídicos do terá de, sob pena de inépcia, discriminar na
pedido petição inicial, dentre as obrigações contratuais,
aquelas que pretende controverter, além de
IV - o pedido com as suas especificações; quantificar o valor incontroverso do débito.

V - o valor da causa; § 3º Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso


deverá continuar a ser pago no tempo e modo
VI - as provas com que o autor pretende contratados.
demonstrar a verdade dos fatos alegados;

VII - a opção do autor pela realização ou não ATENÇÃO


de audiência de conciliação ou de mediação Inépcia da ação - não foram observados os
ELEMENTOS.
§ 1º Caso não disponha das informações Carência da ação- não foram observadas as
previstas no inciso II, poderá o autor, na CONDIÇÕES.
petição inicial, requerer ao juiz diligências
necessárias a sua obtenção.
Não ocorrerá analise de mérito quando ocorrer
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a indeferimento da petição inicial;
despeito da falta de informações a que se
refere o inciso II, for possível a citação do réu. Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
I - indeferir a petição inicial;
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo
não atendimento ao disposto no inciso II deste Quando é identificado mesmas partes, mesmas
artigo se a obtenção de tais informações tornar causas de pedir e o mesmo pedido.
impossível ou excessivamente oneroso o Ocorre a extinção da ação.
acesso à justiça.
Repetição da ação pode ocorrer de duas formas:
Litispendência e Coisa julgada, levando a extinção
A falta de identificação dos elementos da ação leva
do processo sem análise de mérito.
a INÉPCIA da petição inicial.
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
mérito, alegar:
I - inexistência ou nulidade da citação;
I - for inepta; II - incompetência absoluta e relativa;
III - incorreção do valor da causa;
II - a parte for manifestamente ilegítima; IV - inépcia da petição inicial;
V - perempção;
III - o autor carecer de interesse processual; VI - litispendência;
VII - coisa julgada;
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e VIII - conexão;
321 . IX - incapacidade da parte, defeito de
representação ou falta de autorização;
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando: X - convenção de arbitragem;
XI - ausência de legitimidade ou de interesse
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; processual;
XII - falta de caução ou de outra prestação que a
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as lei exige como preliminar;
hipóteses legais em que se permite o pedido XIII - indevida concessão do benefício de
genérico; gratuidade de justiça.
§ 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada ❖ Ação de Execução
quando se reproduz ação anteriormente ajuizada.
§ 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as Titulo executivo
mesmas partes, a mesma causa de pedir e o
mesmo pedido. -Crise de satisfação. (Já possui o direito
§ 3º Há litispendência quando se repete ação que reconhecido).
está em curso. -Lide de pretensão insatisfeita.
§ 4º Há coisa julgada quando se repete ação que -Para entrar com uma ação de execução é
já foi decidida por decisão transitada em julgado. necessário um título executivo. (Judicial ou
§ 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a extrajudicial).
incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício
das matérias enumeradas neste artigo. Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo
§ 6º A ausência de alegação da existência de cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos
convenção de arbitragem, na forma prevista neste previstos neste Título:
Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e
renúncia ao juízo arbitral.
I - as decisões proferidas no processo civil que
reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar
Classificação da Ação:
quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar
coisa;
Podemos classificar a ação de acordo com o
provimento pleiteado em juízo.
II - a decisão homologatória de autocomposição
❖ Ação de Conhecimento judicial;
Na ação de conhecimento quero que o juiz
reconheça o direito que estou pleiteando. III - a decisão homologatória de autocomposição
extrajudicial de qualquer natureza;
-Crise de certeza.
-Trata-se de uma lide de pretensão resistida. IV - o formal e a certidão de partilha,
-O juiz deverá conhecer a pretensão do autor e a exclusivamente em relação ao inventariante, aos
defesa do réu. herdeiros e aos sucessores a título singular ou
-Instaura-se um processo de conhecimento. universal;
-Depois da conferência de todo o processo o autor
passa a ter o direito da sentença. V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as
custas, emolumentos ou honorários tiverem sido
Espécies de ação de conhecimento: aprovados por decisão judicial;
-Condenatória; busca-se a condenação/ sanção do
réu, logo, o juiz proferira uma sentença de VI - a sentença penal condenatória transitada em
condenação. julgado;

-Constitutiva; trata-se da criação, modificação ou VII - a sentença arbitral;


extinção de relação jurídica, logo o juiz poeira uma
sentença de declaração de modificação de VIII - a sentença estrangeira homologada pelo
situação jurídica anterior. Superior Tribunal de Justiça;
-Declaratória; busca a eliminação da incerteza IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a
acerca da existência ou inexistência de uma concessão do exequatur à carta rogatória pelo
relação jurídica, ou ainda, da falsidade ou Superior Tribunal de Justiça;
autenticidade de um documento, de sorte a se
alcançar o valor da segurança da coisa julgada.
§ 1º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será
citado no juízo cível para o cumprimento da
sentença ou para a liquidação no prazo de 15
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à (quinze) dias.
declaração:
§ 2º A autocomposição judicial pode envolver
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser sujeito estranho ao processo e versar sobre
de uma relação jurídica; relação jurídica que não tenha sido deduzida em
juízo.
II - da autenticidade ou da falsidade de documento.
Não se enquadrando no artigo 515 não se trata de
título executivo judicial.
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: § 3º O título estrangeiro só terá eficácia executiva
quando satisfeitos os requisitos de formação
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a exigidos pela lei do lugar de sua celebração e
duplicata, a debênture e o cheque; quando o Brasil for indicado como o lugar de
cumprimento da obrigação.
II - a escritura pública ou outro documento público
assinado pelo devedor; -Após a verificação dos títulos, se se enquadram
corretamente, instaura-se um processo de
III - o documento particular assinado pelo devedor execução.
e por 2 (duas) testemunhas;
O novo código de processo civil extinguiu as ações
IV - o instrumento de transação referendado pelo cautelares. Foram criadas as chamadas tutelas de
Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela urgência/evidencias.
Advocacia Pública, pelos advogados dos
transatores ou por conciliador ou mediador
credenciado por tribunal;
Competência
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor,
anticrese ou outro direito real de garantia e aquele A competência é o critério de distribuir entre vários
garantido por caução; órgãos judiciários a atribuições relativas ao
desempenho da jurisdição.
VI - o contrato de seguro de vida em caso de
morte; A jurisdição é una, ela é aplicada em todo
território nacional; logo é impossível um único juiz
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio; ou órgão da jurisdição para todo o território
nacional.
VIII - o crédito, documentalmente comprovado,
decorrente de aluguel de imóvel, bem como de Todos os juízes tem jurisdição, mas nem todos tem
encargos acessórios, tais como taxas e despesas competência para conhecer e julgar um
de condomínio; determinado litígio. Logo, a competência é
justamente a limitação do exercício legítimo da
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública jurisdição. Somente um juiz competente tem
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos legitimidade para julgar um determinado conflito.
Municípios, correspondente aos créditos inscritos
na forma da lei;
Competência é a medida da jurisdição.
X - o crédito referente às contribuições ordinárias
ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas
na respectiva convenção ou aprovadas em CF Art. 5º LIII - ninguém será processado nem
assembleia geral, desde que documentalmente sentenciado senão pela autoridade competente;
comprovadas;
Principio do Juiz Natural.
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou
de registro relativa a valores de emolumentos e As partes não podem escolher o juiz que será
demais despesas devidas pelos atos por ela responsável pelo julgamento da ação.
praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em
lei; Logo, é proibida a criação de tribunal de exceção.
Os critérios de distribuição vêm definidos na CF,
XII - todos os demais títulos aos quais, por em leis processuais e normas de organização
disposição expressa, a lei atribuir força executiva. jurídica. As regras de competência definem o juízo
competente para o julgamento da ação.
§ 1º A propositura de qualquer ação relativa a
débito constante de título executivo não inibe o A competência é dividida em 2 partes:
credor de promover-lhe a execução.
❖ Dos limites da Jurisdição Nacional e Da
§ 2º Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de Cooperação Internacional.
país estrangeiro não dependem de homologação
para serem executados. -Dos Limites da Jurisdição Nacional: trata-se da
soberania nacional, limitando a jurisdição
brasileira. O juiz brasileiro só poderá julgar O artigo 23 trata-se de competência exclusiva.
casos brasileiros de sua competência.
Art. 24. A ação proposta perante tribunal
Art. 21. Compete à autoridade judiciária estrangeiro não induz litispendência e não obsta a
brasileira processar e julgar as ações em que: que a autoridade judiciária brasileira conheça da
mesma causa e das que lhe são conexas,
I - o réu, qualquer que seja a sua ressalvadas as disposições em contrário de
nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; tratados internacionais e acordos bilaterais em
vigor no Brasil.
II - no Brasil tiver de ser cumprida a
obrigação; Parágrafo único. A pendência de causa
perante a jurisdição brasileira não impede a
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato homologação de sentença judicial estrangeira
praticado no Brasil. quando exigida para produzir efeitos no Brasil.

Parágrafo único. Para o fim do disposto no Art. 25. Não compete à autoridade judiciária
inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a brasileira o processamento e o julgamento da ação
pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, quando houver cláusula de eleição de foro
filial ou sucursal. exclusivo estrangeiro em contrato internacional,
arguida pelo réu na contestação.
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade
judiciária brasileira processar e julgar as ações: § 1º Não se aplica o disposto no caput às
hipóteses de competência internacional exclusiva
I - de alimentos, quando: previstas neste Capítulo.

a) o credor tiver domicílio ou residência no § 2º Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §


Brasil; 1º a 4º .

b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais


como posse ou propriedade de bens, recebimento
de renda ou obtenção de benefícios econômicos; Da cooperação Internacional

II - decorrentes de relações de consumo, Globalização, trata-se da assistência entre os


quando o consumidor tiver domicílio ou residência Estados.
no Brasil;
Celebração de tratados internacionais de
III - em que as partes, expressa ou colaboração jurídica.
tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.
CAPÍTULO II
Os artigos 21 e 22 tratam- se de competências
concorrentes. DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Art. 23. Compete à autoridade judiciária Seção I


brasileira, com exclusão de qualquer outra:
Disposições Gerais
I - conhecer de ações relativas a imóveis
situados no Brasil; Art. 26. A cooperação jurídica internacional
será regida por tratado de que o Brasil faz parte e
II - em matéria de sucessão hereditária, observará:
proceder à confirmação de testamento particular e
ao inventário e à partilha de bens situados no I - o respeito às garantias do devido processo
Brasil, ainda que o autor da herança seja de legal no Estado requerente;
nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora
do território nacional;
II - a igualdade de tratamento entre nacionais
e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em
III - em divórcio, separação judicial ou relação ao acesso à justiça e à tramitação dos
dissolução de união estável, proceder à partilha de processos, assegurando-se assistência judiciária
bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de aos necessitados;
nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora
do território nacional.
III - a publicidade processual, exceto nas -Auxílio Direto e Carta Rogatória
hipóteses de sigilo previstas na legislação O auxílio direto - como o nome indica - é um
brasileira ou na do Estado requerente; "pedido de ajuda" para que a autoridade brasileira
preste informações, sem conteúdo jurisdicional.
IV - a existência de autoridade central para Por esse motivo, nem sempre tem origem em
recepção e transmissão dos pedidos de processo judicial, mostrando-se como um
cooperação; instrumento de intercâmbio entre autoridades de
países diversos. Porém, não se restringe apenas
V - a espontaneidade na transmissão de a atos do Poder Judiciário.
informações a autoridades estrangeiras.
A carta rogatória é utilizada para dar
§ 1º Na ausência de tratado, a cooperação cumprimento (exequatur) no Brasil a um ato
jurídica internacional poderá realizar-se com base judicial estrangeiro, cabendo ao STJ exercer o
em reciprocidade, manifestada por via diplomática. chamado juízo de delibação (análise sob o prisma
da legalidade, sem interferência no mérito).
§ 2º Não se exigirá a reciprocidade referida
no § 1º para homologação de sentença CAPÍTULO II
estrangeira.
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
§ 3º Na cooperação jurídica internacional não
será admitida a prática de atos que contrariem ou Seção I
que produzam resultados incompatíveis com as
normas fundamentais que regem o Estado Disposições Gerais
brasileiro.
Art. 26. A cooperação jurídica internacional
§ 4º O Ministério da Justiça exercerá as será regida por tratado de que o Brasil faz parte e
funções de autoridade central na ausência de observará:
designação específica.
I - o respeito às garantias do devido processo
Art. 27. A cooperação jurídica internacional legal no Estado requerente;
terá por objeto:
II - a igualdade de tratamento entre nacionais
I - citação, intimação e notificação judicial e e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em
extrajudicial; relação ao acesso à justiça e à tramitação dos
processos, assegurando-se assistência judiciária
II - colheita de provas e obtenção de aos necessitados;
informações;
III - a publicidade processual, exceto nas
III - homologação e cumprimento de decisão; hipóteses de sigilo previstas na legislação
brasileira ou na do Estado requerente;
IV - concessão de medida judicial de
urgência; IV - a existência de autoridade central para
recepção e transmissão dos pedidos de
V - assistência jurídica internacional; cooperação;

VI - qualquer outra medida judicial ou V - a espontaneidade na transmissão de


extrajudicial não proibida pela lei brasileira. informações a autoridades estrangeiras.

Modalidades de Cooperação: § 1º Na ausência de tratado, a cooperação


jurídica internacional poderá realizar-se com base
-Homologação de sentença estrangeira. em reciprocidade, manifestada por via diplomática.
É o ato que permite uma decisão judicial proferida
em um outro Estado possa ser executada no § 2º Não se exigirá a reciprocidade referida
território de outro ente estatal. no § 1º para homologação de sentença
estrangeira.
CF, Art 105. Compete ao Superior Tribunal de
Justiça: I) processar e julgar, § 3º Na cooperação jurídica internacional não
originalmente: i) a será admitida a prática de atos que contrariem ou
homologação de sentenças estrangeiras e a que produzam resultados incompatíveis com as
concessão de exequatur às cartas rogatórias;
normas fundamentais que regem o Estado responsáveis pela tramitação e pela execução de
brasileiro. pedidos de cooperação enviados e recebidos pelo
Estado brasileiro, respeitadas disposições
§ 4º O Ministério da Justiça exercerá as específicas constantes de tratado.
funções de autoridade central na ausência de
designação específica. Art. 32. No caso de auxílio direto para a
prática de atos que, segundo a lei brasileira, não
Art. 27. A cooperação jurídica internacional necessitem de prestação jurisdicional, a autoridade
terá por objeto: central adotará as providências necessárias para
seu cumprimento.
I - citação, intimação e notificação judicial e
extrajudicial; Art. 33. Recebido o pedido de auxílio direto
passivo, a autoridade central o encaminhará à
II - colheita de provas e obtenção de Advocacia-Geral da União, que requererá em juízo
informações; a medida solicitada.

III - homologação e cumprimento de decisão; Parágrafo único. O Ministério Público


requererá em juízo a medida solicitada quando for
IV - concessão de medida judicial de autoridade central.
urgência;
Art. 34. Compete ao juízo federal do lugar
V - assistência jurídica internacional; em que deva ser executada a medida apreciar
pedido de auxílio direto passivo que demande
VI - qualquer outra medida judicial ou prestação de atividade jurisdicional.
extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
Seção III
Seção II
Da Carta Rogatória
Do Auxílio Direto
Art. 35. (VETADO).
Art. 28. Cabe auxílio direto quando a medida
não decorrer diretamente de decisão de autoridade Art. 36. O procedimento da carta rogatória
jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de perante o Superior Tribunal de Justiça é de
delibação no Brasil. jurisdição contenciosa e deve assegurar às partes
as garantias do devido processo legal.
Art. 29. A solicitação de auxílio direto será
encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à § 1º A defesa restringir-se-á à discussão
autoridade central, cabendo ao Estado requerente quanto ao atendimento dos requisitos para que o
assegurar a autenticidade e a clareza do pedido. pronunciamento judicial estrangeiro produza
efeitos no Brasil.
Art. 30. Além dos casos previstos em
tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto § 2º Em qualquer hipótese, é vedada a
terá os seguintes objetos: revisão do mérito do pronunciamento judicial
estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira.
I - obtenção e prestação de informações
sobre o ordenamento jurídico e sobre processos Seção IV
administrativos ou jurisdicionais findos ou em
curso; Disposições Comuns às Seções Anteriores

II - colheita de provas, salvo se a medida for Art. 37. O pedido de cooperação jurídica
adotada em processo, em curso no estrangeiro, de internacional oriundo de autoridade brasileira
competência exclusiva de autoridade judiciária competente será encaminhado à autoridade central
brasileira; para posterior envio ao Estado requerido para lhe
dar andamento.
III - qualquer outra medida judicial ou
extrajudicial não proibida pela lei brasileira. Art. 38. O pedido de cooperação oriundo de
autoridade brasileira competente e os documentos
Art. 31. A autoridade central brasileira anexos que o instruem serão encaminhados à
comunicar-se-á diretamente com suas congêneres autoridade central, acompanhados de tradução
e, se necessário, com outros órgãos estrangeiros para a língua oficial do Estado requerido.
Art. 39. O pedido passivo de cooperação jurídica § 1º A eleição de foro só produz efeito
internacional será recusado se configurar quando constar de instrumento escrito e aludir
manifesta ofensa à ordem pública. expressamente a determinado negócio jurídico.

Art. 40. A cooperação jurídica internacional para § 2º O foro contratual obriga os herdeiros e
execução de decisão estrangeira dar-se-á por meio sucessores das partes.
de carta rogatória ou de ação de homologação de
sentença estrangeira, de acordo com o art. 960 . § 3º Antes da citação, a cláusula de eleição
de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de
Art. 41. Considera-se autêntico o documento que ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos
instruir pedido de cooperação jurídica autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
internacional, inclusive tradução para a língua
portuguesa, quando encaminhado ao Estado § 4º Citado, incumbe ao réu alegar a
brasileiro por meio de autoridade central ou por via abusividade da cláusula de eleição de foro na
diplomática, dispensando-se ajuramentação, contestação, sob pena de preclusão.
autenticação ou qualquer procedimento de
legalização. Competência de Foro e de Juiz

Parágrafo único. O disposto no caput não impede, Foro é o local onde o juiz exerce a jurisdição
quando necessária, a aplicação pelo Estado (Comarca). Dentro de um mesmo pode haver
brasileiro do princípio da reciprocidade de vários juízes, quem regula a distribuição é o
tratamento. próprio CPC.

Juízes é regulado por normas de


organização judiciária.
❖ Da competência interna
Principio da Perpetuação da Jurisdição:
-Divisão da função jurisdicional entre os vários
órgãos. Quem outorga essa divisão é o Art. 43. Determina-se a competência no momento
ordenamento jurídico. do registro ou da distribuição da petição inicial,
-Utilização de critérios/ atribuição de sendo irrelevantes as modificações do estado de
competência por lei estabelecidos pela doutrina fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo
de determinação a competência interna. quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a
competência absoluta.
Critérios doutrinários de determinação da
competência interna: Definida a competência nenhuma alteração no
-Objetivo: elementos da lide, qualidades das curso do processo alterará a competência. Salvo
partes, natureza da lide. se for fechado o foro ou alterarem a competência
-Funcional: função exercida pelos juízes. absoluta.
-Territorial: elementos geográficos (domicilio
da partes; localização do bem em litígio). Competência das Justiças

A competência da justiça cível é residual, exclui-se


as justiças especiais (trabalhista, militar, eleitoral).
De acordo com o CPC:
Justiça civil= justiça federal e estadual
Art. 62. A competência determinada em razão da
matéria, da pessoa ou da função é inderrogável A CF estabelece em seus artigos 108 e 109 as
por convenção das partes. competências da justiça federal, o legislador
Ou seja não pode ser mudada. Competência estabeleceu 11 hipóteses para a distribuição da
relativa. justiça federal.
Já a justiça estadual é tudo que sobrou, ou seja,
Art. 63. As partes podem modificar a competência todas as excluídas as questões de justiça federal.
em razão do valor e do território, elegendo foro
onde será proposta ação oriunda de direitos e Foro Geral
obrigações.
Competência Relativa. Regra: No domicilio do réu.
Para garantir o contraditório.
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em I - o foro de situação dos bens imóveis;
direito real sobre bens móveis será proposta, em
regra, no foro de domicílio do réu. II - havendo bens imóveis em foros
diferentes, qualquer destes;
§ 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será
demandado no foro de qualquer deles. III - não havendo bens imóveis, o foro do local
de qualquer dos bens do espólio.
§ 2º Sendo incerto ou desconhecido o
domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde Art. 49. A ação em que o ausente for réu será
for encontrado ou no foro de domicílio do autor. proposta no foro de seu último domicílio, também
competente para a arrecadação, o inventário, a
§ 3º Quando o réu não tiver domicílio ou partilha e o cumprimento de disposições
residência no Brasil, a ação será proposta no foro testamentárias.
de domicílio do autor, e, se este também residir
fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será
foro. proposta no foro de domicílio de seu representante
ou assistente.
§ 4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com
diferentes domicílios, serão demandados no foro Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu
de qualquer deles, à escolha do autor. para as causas em que seja autora a União.
Competência da Justiça Federal, abrange
§ 5º A execução fiscal será proposta no foro todo território nacional.
de domicílio do réu, no de sua residência ou no do
lugar onde for encontrado. Parágrafo único. Se a União for a demandada, a
ação poderá ser proposta no foro de domicílio do
autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou
Direito real- direito entre pessoas e coisas a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito
Direito pessoal- direito entre pessoas Federal.

Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu


para as causas em que seja autor Estado ou o
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real Distrito Federal.
sobre imóveis é competente o foro de situação da
coisa. Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal
for o demandado, a ação poderá ser proposta no
§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato
do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair ou fato que originou a demanda, no de situação da
sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, coisa ou na capital do respectivo ente federado.
divisão e demarcação de terras e de nunciação de
obra nova. Art. 53. É competente o foro:

§ 2º A ação possessória imobiliária será I - para a ação de divórcio, separação, anulação de


proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo casamento e reconhecimento ou dissolução de
tem competência absoluta. união estável:
De acordo com o art. 60 do CPC, a ação pode
ser proposta em qualquer foro da extensão do a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
imóvel, ex: fazenda.
b) do último domicílio do casal, caso não haja
Sucessões filho incapaz;

Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, c) de domicílio do réu, se nenhuma das
no Brasil, é o competente para o inventário, a partes residir no antigo domicílio do casal;
partilha, a arrecadação, o cumprimento de
disposições de última vontade, a impugnação ou d) de domicílio da vítima de violência
anulação de partilha extrajudicial e para todas as doméstica e familiar, nos termos da Lei nº 11.340,
ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da
tenha ocorrido no estrangeiro. Penha); (Incluída pela Lei nº 13.894, de 2019)

Parágrafo único. Se o autor da herança não II - de domicílio ou residência do alimentando, para


possuía domicílio certo, é competente: a ação em que se pedem alimentos;
III - do lugar: -Vontade das partes.
-Foro de eleição; as partes podem abrir mão,
a) onde está a sede, para a ação em que for renunciando o foro de eleição.
ré pessoa jurídica;
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto alegada como questão preliminar de contestação.
às obrigações que a pessoa jurídica contraiu;
§ 1º A incompetência absoluta pode ser
c) onde exerce suas atividades, para a ação alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e
em que for ré sociedade ou associação sem deve ser declarada de ofício.
personalidade jurídica;
§ 2º Após manifestação da parte contrária, o
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para juiz decidirá imediatamente a alegação de
a ação em que se lhe exigir o cumprimento; incompetência.

e) de residência do idoso, para a causa que § 3º Caso a alegação de incompetência seja


verse sobre direito previsto no respectivo estatuto; acolhida, os autos serão remetidos ao juízo
competente.
f) da sede da serventia notarial ou de registro,
para a ação de reparação de dano por ato § 4º Salvo decisão judicial em sentido
praticado em razão do ofício; contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão
proferida pelo juízo incompetente até que outra
IV - do lugar do ato ou fato para a ação: seja proferida, se for o caso, pelo juízo
competente.
a) de reparação de dano;
Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o
b) em que for réu administrador ou gestor de réu não alegar a incompetência em preliminar de
negócios alheios; contestação.

V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser
ação de reparação de dano sofrido em razão de alegada pelo Ministério Público nas causas em que
delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves. atuar.

Art. 66. Há conflito de competência quando:

Competência Absoluta: I - 2 (dois) ou mais juízes se declaram


competentes;
-Caráter obrigatório.
-Leva em conta o interesse público, logo não pode II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram
ser prorrogada. incompetentes, atribuindo um ao outro a
-Norma de atribuição é cogente (obriga). competência;
-O juiz é a primeira autoridade a verificar a matéria
podendo (devendo) se declarar incompetente para III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge
o julgamento sem prova, consulta e alegação das controvérsia acerca da reunião ou separação de
partes. processos.
-Todos os sujeitos processuais podem alegar
incompetência casos haja. Parágrafo único. O juiz que não acolher a
competência declinada deverá suscitar o conflito,
Competência Relativa: salvo se a atribuir a outro juízo.

-Caráter relativo. Das Modificações de Competência:


-Leva em conta o interesse das partes, logo,
prevalece o interesse das partes, podendo abrir *Somente quando se tratar de competência
mão ou não dos seus direitos. relativa.
-Norma de atribuição é dispositiva (não obriga).
-Somente o réu pode algar incompetência. União de processos para julgamento em conjunto.
-Pode ser prorrogada.

Competência Voluntária:
CONEXÃO
Esta serve para evitar decisões conflitantes e Ex: ação de cobrança e ação de cobrança mais
economia processual. juros e multa.

Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se PREVENÇÃO


pela conexão ou pela continência, observado o
disposto nesta Seção. Consiste a prevenção na fixação da competência
de um juiz em face de outros, quando vários são
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais os que tinham competência para a causa.
ações quando lhes for comum o pedido ou a causa
de pedir. Art. 58. A reunião das ações propostas em
separado far-se-á no juízo prevento, onde serão
§ 1º Os processos de ações conexas serão decididas simultaneamente.
reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles
já houver sido sentenciado. Art. 59. O registro ou a distribuição da petição
inicial torna prevento o juízo.
§ 2º Aplica-se o disposto no caput :
É determinado pela primeira ação distribuída, de
I - à execução de título extrajudicial e à ação acordo com a data, horas e minutos.
de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico;
DESLOCAMENTO DA COMPETÊNCIA
II - às execuções fundadas no mesmo título
executivo. O processo em regra não se desloca.

§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto CF Art. 109. Aos juízes federais compete
os processos que possam gerar risco de prolação processar e julgar:
de decisões conflitantes ou contraditórias caso
decididos separadamente, mesmo sem conexão § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos
entre eles. humanos, o Procurador-Geral da República, com a
finalidade de assegurar o cumprimento de
obrigações decorrentes de tratados internacionais
de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte,
CONTINÊNCIA poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de
Justiça, em qualquer fase do inquérito ou
Abrange as mesmas partes, as mesmas causas de processo, incidente de deslocamento de
pedir, mas uma abrange um pouco mais que a outra. competência para a Justiça Federal. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Ação continente- mais ampla.
Ação contida- aquela que o pedido é menor, e é DECLARAÇÃO DE INCOMPETÊNCIA
abrangida pela continente, ou seja, uma mais
ampla. O reconhecimento da COMPETÊNCIA é implícito,
mas o reconhecimento da INCOMPETÊNCIA pode
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ser espontâneo ou provocado.
ações quando houver identidade quanto às partes
e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser Art. 42. As causas cíveis serão processadas e
mais amplo, abrange o das demais. decididas pelo juiz nos limites de sua competência,
ressalvado às partes o direito de instituir juízo
Art. 57. Quando houver continência e a ação arbitral, na forma da lei.
continente tiver sido proposta anteriormente, no
processo relativo à ação contida será proferida Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será
sentença sem resolução de mérito, caso contrário, alegada como questão preliminar de contestação.
as ações serão necessariamente reunidas
§ 1º A incompetência absoluta pode ser
Quando a ação contida tiver sido proposta alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e
posteriormente, deverá haver A EXTINÇÃO deve ser declarada de ofício.
DESTA AÇÃO.
§ 2º Após manifestação da parte contrária, o
Quando a ação continente tiver sido proposta juiz decidirá imediatamente a alegação de
posteriormente, deverá haver A REUNIÃO DAS incompetência.
AÇÕES.
§ 3º Caso a alegação de incompetência seja II - pela parte e pelo Ministério Público, por
acolhida, os autos serão remetidos ao juízo petição.
competente.
Parágrafo único. O ofício e a petição serão
§ 4º Salvo decisão judicial em sentido instruídos com os documentos necessários à prova
contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão do conflito.
proferida pelo juízo incompetente até que outra
seja proferida, se for o caso, pelo juízo Art. 954. Após a distribuição, o relator determinará
competente. a oitiva dos juízes em conflito ou, se um deles for
suscitante, apenas do suscitado.
Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o
réu não alegar a incompetência em preliminar de Parágrafo único. No prazo designado pelo relator,
contestação. incumbirá ao juiz ou aos juízes prestar as
informações.
Parágrafo único. A incompetência relativa
pode ser alegada pelo Ministério Público nas Art. 955. O relator poderá, de ofício ou a
causas em que atuar. requerimento de qualquer das partes, determinar,
quando o conflito for positivo, o sobrestamento do
Art. 66. Há conflito de competência quando: processo e, nesse caso, bem como no de conflito
negativo, designará um dos juízes para resolver,
I - 2 (dois) ou mais juízes se declaram em caráter provisório, as medidas urgentes.
competentes;
Parágrafo único. O relator poderá julgar de plano o
II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram conflito de competência quando sua decisão se
incompetentes, atribuindo um ao outro a fundar em:
competência;
I - súmula do Supremo Tribunal Federal, do
III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
controvérsia acerca da reunião ou separação de
processos. II - tese firmada em julgamento de casos
repetitivos ou em incidente de assunção de
Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência.
competência declinada deverá suscitar o conflito,
salvo se a atribuir a outro juízo. Art. 956. Decorrido o prazo designado pelo relator,
será ouvido o Ministério Público, no prazo de 5
(cinco) dias, ainda que as informações não tenham
sido prestadas, e, em seguida, o conflito irá a
CAPÍTULO V julgamento.
DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA
Art. 957. Ao decidir o conflito, o tribunal declarará
Art. 951. O conflito de competência pode ser qual o juízo competente, pronunciando-se também
suscitado por qualquer das partes, pelo Ministério sobre a validade dos atos do juízo incompetente.
Público ou pelo juiz.
Parágrafo único. Os autos do processo em que se
Parágrafo único. O Ministério Público somente será manifestou o conflito serão remetidos ao juiz
ouvido nos conflitos de competência relativos aos declarado competente.
processos previstos no art. 178 , mas terá
qualidade de parte nos conflitos que suscitar. Art. 958. No conflito que envolva órgãos
fracionários dos tribunais, desembargadores e
Art. 952. Não pode suscitar conflito a parte que, no juízes em exercício no tribunal, observar-se-á o
processo, arguiu incompetência relativa. que dispuser o regimento interno do tribunal.

Parágrafo único. O conflito de competência não Art. 959. O regimento interno do tribunal regulará o
obsta, porém, a que a parte que não o arguiu processo e o julgamento do conflito de atribuições
suscite a incompetência. entre autoridade judiciária e autoridade
administrativa.
Art. 953. O conflito será suscitado ao tribunal:

I - pelo juiz, por ofício;

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