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321
§2.°
A aplicação das normas
constitucionais no tempo
70. A superveniÁncia das normas constitucionais
segs. e 318.
() V. Manual.., VI, cit., págs. 305 e segundoa
de JoRGE PEREIRA DA SILVA (op.cit., págs. 167 e segs.),
Cfr. atese
adquiriria a natureza, a função e os efeitos de uma
yual ainércia do legislador implícita desencadeada pela conjugação de umaCom dis
norma negativa uma norma fundamental a
exequível atributiva de um direito recusando
posição constitucional não
confira a exequibilidade necessária; e, uma
ausência de uma norma legal que Ihe implícita, daí resultaria
dessa norma
então o tribunal da causa a aplicação expressa por incons
resulta da não aplicação de uma norma
una (análoga à que pelotribunal.
titucionalidade) - uma lacuna a integrar cit., págs. 85 e segs.
entendimento (na linha do Manual..., VI, da igualdade e que
Aceitamos este parciais, violadoras do princípio quanto às omissões
e 310) no tocante às omissões aditiva. Não o
aceitamoS utiliza-
podem ser ultrapassados por sentença sérias reservas quanto à
continuamos a ter abstracta de
totais e às omissões absolutas e passagem àfiscalização
a
ção do art. 281.°, n.° 3, da Constituição para 283 o
omissão do art.
inconstitucionalidade por
1
21 - Manual de Dircito Constitucional,
Manual de Direito Constitucional
122
Civil,
MONCADA, Lições de Direito cit.,
conceito. v. CABRAL DE O Direito,
() Sobre este nota; e OLIVEIRA ASCENS
105-106,
2. ed., Coimbra, 1954, págs.
págs. 314-315.
Manual de Direito Constitucional
324
de fiscalização da
constitucionalidade
àà
1ö0 nodendo ser os órgaoS e os meios luz da Constituição anterior.
destinados a garantir a Cons
tituicão actual (arts. 277. esegs.), nenhuma forma haveria, na prá
eg de levar a cabo tal fiscalização ()
Milão,
problema, cfr. ALDO SANDULL, l giudizio sulle leggi,
() Sobre o
1967, págs. 33 e segs. Ordinário Anterior, in Estudos sobre a Cons
Constitucional e Constituiço
(9 ODireito págs. 363 e segs. e 355, nota; A 256, nota.
colectiva, 1. Lisboa. 1977,
içao, obra
segs.; Manual..., I, 2." ed., págs.244 e segs. e CANOTI
770, CIt., págs. 122 e cit., loc. cit., págs. 517 e
segs.; GOMES
MEDEIROS, op.
7CIT. RuI Fundamentos..., cit., pág. 269.
uHOe VITAL MOREIRA, Tribunal Constitucional n.° 261/86, de 23
V,por exemplo, os acórdãos do 274, de 27 de Novembro de 1986;
Repiblica. 2 série. n.°
Ono, inDiário da Março de 1988;
ibidem. 2," série, n.° 62, de 15 de
1992;
O ð , e 13 de Janeiro, 2." série, n.° 78, de 2 de Abril de
Novembro. ibidem.
O l , de 28 de
Constitucional
Manual ade Direito
332
GALV TELES
criticado por MIGUEL na base da
ele é relativos ao Direito
vas. Mas dois
fenómenos anterior: asobre-
distinção entre
atendibilidade (') (2).
vigencia e a
da fundamentação originária
pela nova Constituj-
postulado
III Do MIGUEL GALVÃO TELES - não se segue a necessária irrele-
escreve
ção
normas
constitucionais precedentes. Segue-se apenas que estas
vância das
de e que qualquer relevância no
vaaler proprio vigore reconduzível universo
noImas cessam à
jurídico
pós-constitucional terá de ser Constituição.
Aquilo
que há a determinar é
qual a posição que a nova Constituição toma quanto
vigência passada, e isso representa um problema de
à atendibilidade da
interpretação e integração (). inicial de 1g76
Torma-se impossível aplicar o art. 293.° (do texto
algumas normas constitn.
agora 290.°, n.° 2) sem recorrer, pelo menoS, aidentificadoras
normas das fonter
cionais anteriores, que mais não seja às
decreto-lei, um decreto sim.
Como pode saber-se o que era antes uma lei, um
Não
ples sem apelar às normas constitucionais que definiam esses tipos?
é possível conceber noma desligada da fonte e, por consequência, das nor
mas sobre as fontes (4).
éexacto que com a substituição constitucional, de todo.
Tão-pouco
perca sentido a defesa, como tal, dos esquemas de repartição anterior de pode
res e dos processos de agir precedentes. Na medida em que tais esquemas
ou processos correspondam, ainda que de forma extremamente imperfeita,
mínima, hipócrita até,àprotecção de valores que a nova ordem constitucional
tutela, continua a possuir significado defendê-los. Além disso, faz sempre
sentido defender o princípio de constitucionalidade qua tale (). Por maio
521),
() Muito mais longe vai RUI MEDEIROS (op. ccit., loc. cit.,| págs. 520 e
para quem se trataria também de leis nulase ineficazes.
(?) V. já Manual.., I1, 2. ed., pág. 247, e RUI MEDEIROS, op. cit.,loc. cit.,
pág. 519.
Cfr. também o acórdão n.° 261/86 do cit.., loc. cit.,
Tribunal Constitucional, COns
pág. 11030: não se afigura crível que haja estado nas intenções do legislador
exclusivamente à
tituinte
«forma» inconstitucionalizar
aposteriori, por motivos ligados
como foram não é isso crível,
atenta a sua preocupaçãoestabelecidas,quaisquer figurasa tributárias;
de salvaguardar continuidade
do ordenamento
A ideia de
revogação parece ser de uma substituição de normas
no ordenamento, de uma regulamentação sucessiva da mesma maté
ria, com idêntica tunção, de uma renovação do ordenamento jurídico
Dor obra do legislador ou da autoridade social. Uma norma sucede
a outra, que, amtbas, recaem sobre o mesmo objecto0, embora em sen
tido discrepante. Salvo assunção ou avocação da totalidade da dis
ciplina pela norma de grau superior - rara, mas sempre possível, visto
que ànorma superior cabe definir àsua própria área de regulamen
tação apenas uma norma de igual posição hierárquica substitui,de
ordinário, outra (). Uma norma constitucional revoga uma norma
constitucional,como uma norma legal revoga outra norma legal ().
Não existe revogação quando na economia do ordenamento não
se prescinda das duas normas. O que acontece é que se oferecem dois
graus e normas em cada um; nem anorna superior consome a inte
rior, nem esta arreda o poder regulador traduzido naquela ao dirigir-se
às relações jurídicas. O ordenamento compreende uma pluralidade
de funções normativas e a mesma matéria pode pedir uma disciplina
paralela em vários níveis, designadamente a nível de Constituição e
anível de lei ordinária (3).
Esta conclusão vale, inclusive, para o caso, porventura menos
Corrente, de lei anterior contrária a norma constitucional programática
expostos
nos moldes mitigados hà pouco em que Se
aliás, mais frisante que se
caducidade
trata de e não de torna,
anorma constitucional
programáica é norma jurídica revogação.
como
Pois
outra: eo seu sentido normativo, coreSpondente a princípins
tem de prevalecer sobre o
qualquer
res da ordem constitucional, sentido pre-
feita depois dela ou vinda
ceptivo de qualquer norma legal do
passado.
II Poderia, no entanto, argumentar-se contra a
de caducidade invocando a possibilidade de qualificação
efeito repristinatório,
qual não se daria na hipótese de revogação e deveria achar-se na de
invalidade ou na de caducidade, Com todas as graves deSvantagens ine-
rentes. A objecção não deveria proceder.
Éverdade que a primeira norma revogada no ressurge com a
revogação daqueloutra que a havia revogado, e isto por evidente
imperativo lógico. A cessação de efeitos opera de uma vez Dara
sempre, a força reguladora de um preceito antigo está exausta e de
per si não pode renascer. E, se circunstâncias houver que aconselhem
a que volte a vigorar (como sejam o exíguo lapso de tempo de inter
valo, a conveniência de atalhar a lacunas e particulares interesses de
ordem política), terão elas de ser expressamente reconhecidas pelo
legislador ao decretar a revogação do preceito posterior (').
Tratando-se de inconstitucionalidade origináia, há, seguramente,
repristinação, a menos que o órgão de fiscalização, tendo o poder
anterior
75. Direito constitucional novo e Direito internacional
superveniente envol
Diferentemente, no sentido de a inconstitucionalidade
() 190, nota;
repristinação, MARCELO REBELO DE SOUSA, Ovalor...,cit., pág.
Ver também
se, em caso de revogação tácita por incompatibilidade, não
epondo a dúvida sobre identificação precisa e directa do objecto
poderia haver repristinação, por faltar
da actividade hermenêutica, RUI
MEDEIROS,
revogado, tudo dependendo então
A decisão...,cit., págs. 659-660. 139 e segs.
págs.
(9 V. o nosso Curso.., cit., págs. 88 e 106 e segs., e, sobretudo,
MIGUEL
Decreto, cit.,
) Cfr. jáo nosso cit., págs. 99 e segs. Como escreve este
dos tratados...,
JALVAO TELES, Eficácia normas internacionais não se justifica por
nenhum
eficácia interna das a sua
Autor, a
mas pelo interesse do Estado em harmonizar
Juizo sobre o seu conteúdo,
Constitucional
Manual de Direito
342
de competência,
submeter-Se as regras
Constituição nova e reportando a validade dos
parcelares) ooactos
constem, a elas se
dela (Simples ou
forma que seja: OS actos
conjunto. Ou
noseu decorridas à sombra da norma constitucional ante-
restamts
pondentes a fases às
ressalvados, mas os actoS Correspondentes
rior ficam nova norma constitucional e, se não forem
obedecer à
fases têm de
acto complexo final não poderáser consida
conformes com ela, o
rado válido;
especial, quanto àconstitucionalidade orgânica de actos
e) Em não n0 momento em que se
legislativos, esta deve ser
apreciada,
cidados - o da publicacão.
tornam obrigatórias as normas para Os e, sim, nomomento
requisito de eficácia (art. 119.°, n." 2)
tão sÑ chamados a intervir os
intervêm ou são
ou nos momentos em que
diversas fases dos respectivos
órgãos com poderes relativamente às
procedimentos ();
) Se nada obriga nada também impede que os órgãos com
petentes segundo a Constituição publiquem (ou promulguem e publi
quem) actos pendentes de publicação (ou de promulgação e publi
uma: ou os
cação) ao tempo da entrada em vigor daquela. De duas
consideram conformes com as normas da Constituição (e com os
interesses do país) e publicam-nos; ou não os consideram conformes
e, então, exercendo um verdadeiro veto absoluto, não os publi
cam (2).