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MARINHA DO BRASIL
2017
OSTENSIVO CAAML-1201
MARINHA DO BRASIL
2017
FINALIDADE: TÉCNICA
2ª REVISÃO
OSTENSIVO CAAML-1201
ATO DE APROVAÇÃO
NITERÓI, RJ.
Em 22 de junho de 2017.
AUTENTICADO RUBRICA
PELO ORC
Em ______/______/______ CARIMBO
OSTENSIVO - II - REV. 2
OSTENSIVO CAAML-1201
ÍNDICE
Ato de Aprovação.................................................................................................................... II
Índice....................................................................................................................................... III
Introdução................................................................................................................................ VI
OSTENSIVO - IV - REV. 2
OSTENSIVO CAAML-1201
INTRODUÇÃO
1 - PROPÓSITO
Esta publicação tem o propósito de apresentar a organização e as orientações técnicas
aplicáveis ao Controle de Avarias (CAv) a bordo dos navios da MB.
2 - DESCRIÇÃO
Esta publicação está dividida em oito capítulos. No Capítulo 1 é apresentado um breve
histórico do Controle de Avarias (CAv), sua evolução e os conhecimentos necessários de CAv
para o pessoal de bordo; o Capítulo 2 trata da organização do sistema de Comando e Controle
dosnavios, da Organização de Combate (OC) e Administrativa (OA)do CAv; no Capítulo 3
são descritas as condições de prontidão e condições de fechamento do material existentes nos
nossos navios; no Capítulo 4 são apresentadas as nomenclaturas de numeração de conveses,
compartimentos, vias de acesso e válvulas; o Capítulo 5 descreve os sistemas de redes
encontrados a bordo; o Capítulo 6 versa a respeito de manutenção da estanqueidade; o
Capítulo 7 explica os diversos métodos e sistemas de comunicações interiores dos navios; e
no Capítulo 8 são apresentadas fainas e procedimentos diretamente relacionados ao CAv.
3 – PRINCIPAIS MODIFICAÇÕES
Esta publicação é a segunda revisão do CAAML-1201 – Organização do Controle de
Avarias. Dentre as alterações implementadas, destacam-se:
a) a reorganização completa da publicação, buscando uma sequência lógica de
conhecimentos e procedimentos relacionados ao CAv dos navios de combate da MB;
b) um novo Capítulo 1, que descreve a relevância do CAv ao longo do tempo, com
exemplos, até os procedimentos que vêm sendo adotados nos dias de hoje por
Marinhas Amigas;
c) o rearranjo no Capítulo 2, oferecendo maior riqueza de detalhes nos assuntos e
indicando cursos do CAAML que capacitam os militares a exercerem funções no
CAv;
d) a inclusão da condição de prontidão de Postos de CAv, no Capítulo 3;
e) a atualização da simbologia de plotagem de avarias, no Capítulo 7; e
f) a atualização do capítulo 8 – Fainas e Procedimentos de CAv – anteriormente descritas
no capítulo 2 da publicação CAAML-1201 (REV.1).
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OSTENSIVO CAAML-1201
4 - CLASSIFICAÇÃO
Esta publicação é classificada, de acordo com o EMA-411 – Manual de Publicações da
Marinha, em PMB, não controlada, ostensiva, técnica e manual.
5 – SUBSTITUIÇÃO
Esta publicação substitui a 1ª revisão do CAAML-1201 – Organização do Controle de
Avarias, aprovada em 2005, e será sucedida pelo COMOPNAV-700 – Manual de Controle de
Avarias, por ocasião de sua aprovação.
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OSTENSIVO CAAML-1201
CAPÍTULO 1
O CONTROLE DE AVARIAS
1.1 - BREVE HISTÓRICO DO CONTROLE DE AVARIAS
A atividade de controle de avarias (CAv) é apenas uma maneira eficaz de se atender
uma necessidade que sempre existiu a bordo dos navios de guerra. Já na Marinha à vela, havia
brigadas de calafates, carpinteiros e outros artífices que, em combate, tinham por função
exclusiva apagar incêndios e reparar prontamente as avarias produzidas pelo inimigo.
Com o advento dos navios de aço, a resistência estrutural e as defesas intrínsecas dos
navios ficaram consideravelmente aumentadas, ao mesmo tempo que se reduziram os riscos
de incêndio. Pressupôs-se então que, nestas condições, os danos produzidos pelo inimigo
seriam de menor monta, o que levou a uma redução de pessoal de controle de avarias em
combate.
Estudos estatísticos, realizados por ingleses e americanos após a Primeira Guerra
Mundial, revelaram que grande número de navios foi abandonado sem que suas guarnições
houvessem tentado qualquer providência no sentido de controlar ou reduzir as avarias
impostas pelo inimigo. Já na Marinha Alemã, que tinha os seus navios construídos de acordo
com especificações técnicas mais rígidas, principalmente na parte de compartimentagem
estanque, e onde funcionava um serviço organizado de controle de avarias, observou-se uma
enorme capacidade de sobrevivência em combate. Pode-se constatar esses fatos pelos
relatórios de combate da Batalha da Jutlândia, como os casos do "Moltke".
Os navios construídos para a Segunda Guerra Mundial passaram então a observar uma
série de requisitos, com o propósito de aumentar ao máximo sua capacidade para resistir às
avarias. Paralelamente, foi organizado o efetivo serviço de controle de avarias, em moldes
semelhantes ao atual. Entre alguns dos muitos exemplos que corroboram na demonstração da
real eficiência de controle de avarias, temos os do Navio-Aeródromo "USS Franklin" e do
Encouraçado "Bismarck"(alemão).
O "Franklin" foi atingido no Pacífico, em março de 1944, por duas bombas lançadas
por avião e que, atravessando o convés de voo, foram explodir dentro do hangar. No convés
de voo, encontravam-se 31 aviões abastecidos e municiados com um total de 66 bombas de
250 Kg, 1000 Kg de bombas de emprego geral, foguetes, munição de metralhadora e 17000
galões de gasolina. No hangar encontravam-se 22 aviões, em sua maioria abastecidos e,
alguns, municiados. Logo após a explosão das bombas, iniciou-se uma série de explosões,
algumas violentas, que perduraram por quatro horas. Toda a gasolina dos aviões queimou e a
munição existente explodiu. Em consequência do incêndio, a máquina foi abandonada e o
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navio ficou algum tempo sem propulsão, sendo a faina de extinção dificultada pela queda de
pressão na rede de incêndio, em face da paralisação das bombas elétricas e a vapor. O navio
foi rebocado por algum tempo e, uma vez controlados os incêndios, a máquina foi novamente
guarnecida e eliminada a banda de 15o que ocorreu em consequência do alagamento com
superfície livre, decorrente da faina de combate ao incêndio. O navio regressou aos Estados
Unidos, com suas próprias máquinas, onde foi reparado.
O caso do "Franklin", analisado em detalhes, constitui um grande exemplo de êxito do
controle de avarias, não somente no que diz respeito às características de construção do navio,
mas também pelo alto grau de adestramento da guarnição naquele serviço.
O "Bismark" (50.000 ton.) iniciou, na primavera de 1941, uma patrulha no Atlântico
Norte. Seu primeiro contato foi com os encouraçados ingleses "Hood" e "Prince of Walles".
Na terceira salva do "Bismarck", um projetil atingiu um dos paióis de pólvora do "Hood", que
explodiu e afundou rapidamente; o "Prince of Walles" foi avariado e abandonou o combate.
Prontamente, toda a Esquadra Inglesa do Atlântico iniciou a caça ao "Bismarck". No dia
seguinte, os aviões de um navio aeródromo atingiram-no com três torpedos, um dos quais
avariou o leme, reduzindo assim a velocidade e a manobrabilidade do navio alemão. Os
encouraçados ingleses "Rodney" e "King George V” passaram a atirar sobre o “Bismarck”,
até colocar sua bateria principal fora de ação. Os cruzadores e contratorpedeiros passaram
então a atacá-lo. Ao terminar a concentração de fogo, havia registro de, pelo menos, 30
acertos com projetis de 16”, 15” ou 14” dos encouraçados (cada projetil pesa cerca de 1 ton.),
300 acertos com projetis de 8” dos cruzadores, inúmeros acertos com os canhões de 4,7" dos
contratorpedeiros e um acerto de torpedo de 24” do “Rodney”. Nessas condições, o navio
ainda flutuava e foi afundado com mais três torpedos lançados por cruzadores.
No caso, ainda que o “Hood” contasse com excelente organização de CAv, esta seria
de pouca ou nenhuma valia, uma vez que a sua construção apresentava uma deficiência que
tornava vulnerável um dos paióis de munição. Por outro lado, os recursos e as grandes defesas
intrínsecas do “Bismarck” nada representariam se a tripulação não conhecesse seu navio e não
funcionasse a bordo um excelente controle de avarias.
A evolução nos projetos e métodos de construção de navios de guerra, principalmente
nas décadas de 70 e 80, com a introdução das superestruturas de alumínio e a utilização de
equipamentos eletrônicos e armamento automatizado, aumentou em muito a velocidade e a
capacidade de combate das unidades.
O imprevisto e o estresse gerado por estas situações devem ser considerados por
ocasião das simulações como forma de manter a tripulação adestrada o mais próximo da
realidade.
Hoje, o controle de avarias é considerado a “primeira linha de combate”, onde toda a
tripulação deve estar engajada e preparada para vencer. Nesse sentido, aprender com a
experiência de outros é de suma valia.
1.2 - O CONTROLE DE AVARIAS EM MARINHAS AMIGAS NA ATUALIDADE
A Marinha Real Britânica exerce grande influência em outras marinhas pelo seu
histórico e vasta experiência em combate. Seus procedimentos são respeitados e adotados.
Conhecê-los e entendê-los passa a ser importante, pois podem indicar novos ensinamentos e
mudanças necessárias aos antigos pensamentos ainda em vigor na nossa Marinha. Portanto, a
seguir serão apresentados alguns conceitos empregados nos dias de hoje por aquela Marinha
Amiga.
1.2.1 - O 4º ambiente da guerra no mar
A participação da “Royal Navy” nos recentes combates da Guerra das Malvinas e
Guerra do Golfo motivou a Inglaterra a reformular a clássica divisão da “Guerra no Mar” em
três ambientes (Submarino, Superfície e Aéreo), introduzindo um 4º ambiente no processo de
combate – a “Batalha Interna”, concorrente no tempo com os outros ambientes –
representantes da “Batalha Externa”. Este conceito buscou equipar a importância dada aos
procedimentos diretamente relacionados ao combate a ameaças externas (representado, por
exemplo, pela detecção, identificação e posterior engajamento a um contato inimigo) ou ao
cumprimento de uma tarefa específica (executar levantamento hidrográfico costeiro na “Área
X”, por exemplo), àqueles procedimentos conduzidos com vistas a fazer frente a situações de
emergência internas ao navio (um incêndio ou alagamento, por exemplo, qualquer que tenha
sido sua causa).
Neste ínterim, é importante frisar que estas “Batalhas” sempre ocorrem em paralelo e
se inter-relacionam continuamente (figura 1), seja em tempo de paz, de crise ou de guerra, de
modo que uma correta avaliação do panorama naqueles quatro ambientes (aéreo, superfície,
submarino e interno) se torna indispensável para o adequado desenrolar do processo de
Comando e Controle de bordo.
Dessa forma, foi definido:
- “Batalha Externa” - Conjunto de ações que visam influenciar e produzir efeitos no
ambiente externo à unidade (aéreo, superfície e submarino), com o objetivo de contribuir para
o cumprimento da missão.
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Fig.1.2 – Linha de tempo empregada na condução das “Batalhas”- modelo empregado pela “Royal Navy”.
Fonte: FOST
1.2.4 - “ROVER”
Vem sendo observado em outras Marinhas o emprego de militares da tripulação que
possuam notória experiência e antiguidade a bordo (tradicionalmente o Imediato, que para o
desempenho desta tarefa pode dispor de um adjunto) como os “Olhos do Comando”,
percorrendo todas as estações do navio durante as situações de emergência ou ao ser atingido
em combate. Em navios de maiores dimensões, tipo fragata ou maior, podem existir dois
“ROVER”, que podem dividir responsabilidades por áreas do navio ou na gestão das tarefas
em curso.
No desempenho de sua função o “ROVER” circula pelos locais de ação, motiva as
equipes a bordo, transmite e recolhe informação, bem como assume autoridade para tomar
decisões e fazê-las cumprir se entender adequado, necessário e oportuno durante o seu
percurso a bordo (tarefa de maior importância). No seu trajeto ao longo do navio, desloca-se
entre os diversos Centros de Controle existentes a bordo, participa quando possível nas
diversas reuniões internas, difunde e confirma informação procurando garantir que todo o
navio detém o mesmo nível de conhecimento, de modo a suprir eventuais falhas nas
comunicações internas ou nos sistemas de comando e controle.
Atualmente, na Marinha do Brasil, esta função é encontrada a bordo dos Navios-
Patrulha Oceânicos Classe “Amazonas”, fruto da experiência adquirida pelos Grupos de
Recebimento dos navios durante a sua participação em treinamentos conduzidos pela Marinha
Real Britânica.
1.2.5 - O Objetivo do Comando e as Prioridades do Comando
O “Objetivo do Comando” (OC) (Figura 3) é definido como a ação principal, “o quê”,
em que o Comandante deseja concentrar esforços para poder cumprir a missão ou tarefa
atribuída ou para garantir a sobrevivência de sua tripulação e condições mínimas de
integridade do navio. Em situação normal, o OC está relacionado com a “Batalha Externa” e
pretende garantir o cumprimento da missão. Por outro lado, em casos excepcionais ou de
emergência em que a missão não seja atingível e esteja em risco a perda do navio e a
sobrevivência da tripulação, o OC deve passar a ser centrado na “Batalha Interna”.
É possível compreender de forma clara este conceito através do exemplo de um navio,
em uma ação de combate, quando numa fase inicial o OC se centra na “Batalha Externa” e a
principal preocupação do Comandante é “COMBATER”. Neste caso pretende-se manter a
máxima capacidade de defesa e simultaneamente projetar controladamente o nível de
violência adequado sobre o inimigo, de forma a influenciar o ambiente tático, o equilíbrio de
pronto para ser utilizado é imprescindível para o sucesso do Controle de Avarias, já que é
impossível prever quando ele será necessário. E a preparação do material está fundamentada
nos diversos processos e métodos de manutenção previstos e consagrados em nossa Marinha.
Além disso, um equipamento bem mantido transmite confiança ao utilizador. Não é possível
imaginar que um militar adentre em um ambiente tomado de fumaça para combater um
sinistro ou resgatar outro militar sem ter certeza que seu equipamento de respiração
autossuficiente esteja em perfeitas condições de uso.
Cada equipamento de bordo tem um “dono”, responsável pela sua manutenção. Este
papel é desempenhado pelo Encarregado da Divisão a que o material está alocado.
Normalmente é no Livro de CAv dos navios que esse detalhamento é feito.
alterações das condições originais de CAv do navio. Esse tipo de registro é importante para
que informações não caiam no esquecimento com a rotatividade das tripulações.
b) DIAGRAMAS
Diagramas são documentos, normalmente fornecidos pelos estaleiros construtores,
onde estão reperesentados isometricamente e em escala os diversos sistemas descritos nos
livros de CAv.
Além dos sistemas, também são encontrados a bordo diagramas que representam as
curvas de estabilidade e deslocamento e os testes e provas de inclinação a que o navio foi
submetido.
Da mesma forma que os livros de CAv, é importante que esses diagramas estejam sob
a responsabilidade de um militar de bordo, tanto no que diz respeito à guarda quanto às
atualizações.
c) LIVROS DE CAV DE BOLSO
Livros de CAv de bolso servem como guia de pronto-uso para os militares de bordo.
Normalmente, são compostos de extratos dos livros de CAv dos navios e contem informações
a respeito dos principais sistemas de bordo (propulsão, armamento, auxiliares, etc),
organização do CAv, noções de primeiros socorros, combate a incêndios e controle de
alagamentos, utilização de equipamento de proteção individual, utilização dos principais
equipamentos de CAv encontrados a bordo e localização dos recursos fixos de combate a
incêndio e controle de alagamentos.
É recomendável que cada navio produza o seu livro de CAv de bolso e distribua para
cada membro da tripulação por ocasião de seu embarque.
1.5 - O ADESTRAMENTO DE CAV
Uma das características do Controle de Avarias é que ele é normalmente
menosprezado caso o navio esteja operando em condições normais. É fácil esquecer como
sinistros podem acontecer repentinamente e que medidas emergenciais tem que ser tomadas
para que o navio se mantenha operando, mesmo em tempos de paz. É neste momento que uma
tripulação bem adestrada pode fazer a diferença, evitando um desastre. Cada militar a bordo,
desde o Comandante até o Marinheiro mais moderno, deve estar familiarizado com os
procedimentos para se controlar uma avaria.
Um programa de adestramentos contínuo e progressivo contribuirá para a qualificação
necessária dos militares para o desempenho de suas tarefas a bordo. Nesse contexto, é de
fundamental importância que os adestramentos, especialmente os conduzidos a bordo,
reproduzam, da maneira mais próxima possível, aquilo que será encontrado no combate.
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OSTENSIVO CAAML-1201
CAPÍTULO 2
A ORGANIZAÇÃO DO CAV
2.1 - CONCEITOS
Antes de iniciar a discussão sobre o tema deste capítulo, é preciso estabelecer alguns
conceitos:
- Função - papel definido desempenhado por militar dentro de uma Estação de acordo
com a Organização de Combate (OC) do navio.
- Tarefa - ação que um militar tem a executar determinada em documentos, manuais
de procedimentos ou publicações.
- Atribuições - conjunto de tarefas específicas diretamente relacionadas com a função
que um militar ou estação exercem. Atribuições podem também ser relacionadas ao Comando
e aos Controles.
- Grupo - conjunto de militares com funções administrativas diversas, mas cujas
atribuições convergem para a consecução de objetivos comuns, dentro da Organização
Administrativa (OA) do Navio. Ex.: Grupo de CAv de serviço.
- Equipe - conjunto de militares que possuem funções e tarefas distintas na estrutura
de combate, mas cujas atribuições convergem para a consecução de objetivos comuns. Ex.:
Equipe de Manobra e Equipe de Crache.
- Turma - conjunto de militares com a mesma função dentro da estrutura de combate
do navio e cujas atribuições convergem para objetivos comuns. Guarnecem os mesmos
Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Ex.: Turma de Suporte A.
2.2 - ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE COMANDO E CONTROLE DE BORDO
Para obter o grau máximo de eficácia e eficiência em combate os navios devem possuir
uma estrutura definida de Comando e Controle que lhes permitam otimizar recursos materiais
e de pessoal disponíveis a bordo. Para tal, são estabelecidas Estações que se agrupam de
maneira lógica em Controles, sob direção do Comando.
O Comando é exercido pelo Comandante, que tem como tarefa planejar, supervisionar,
orientar e coordenar a ação dos Controles. O Comando é exercido de um local físico
específico denominado Estação de Comando. Ao navio, deverá ser sempre disseminado o
local da Estação de Comando para que a coordenação com os Controles possa ser mantida de
forma eficaz.
Os Controles têm atribuições de combate específicas, possuindo as seguintes tarefas:
- coordenar as Estações sob sua responsabilidade;
- manter o Comando informado sobre as ações em andamento em seus setores;
- assessorar o Comando nas tomadas de decisão;
- Controle de Operações;
- Controle de Armamento;
- Controle da Máquina;
- Controle da Aviação;
- Controle de Avarias Eletrônicas (CAv-ET);
- Controle de Avarias Operacionais; e
- Controle de Avarias (CAv).
Dependendo da classe de navios alguns, os Controles listados acima poderão não
existir, assim como outros não mencionados poderão constar das respectivas OC. Neste
capítulo abordaremos alguns aspectos dos Controles do navio para depois nos aprofundarmos
em considerações sobre o Controle de Avarias, alvo principal desta publicação.
a) Controle da Manobra
O Controle da Manobra terá como principais atribuições:
- Manter a navegação e direção dos movimentos do navio em segurança, por meio
de ordens de rumo e velocidade;
- Coordenar e controlar operações aéreas com hangar e convoo;
- Operar as comunicações táticas da Estação Primária da manobra;
- Manter as estações componentes da Manobra informadas das manobras atuais e
previstas;
- Coordenar ações e manobras em andamento e previstas com outros Controles para
evitar interferência mútua; e
- Monitorar a situação tática e condição operativa dos equipamentos de bordo.
Atribuições específicas quanto ao Controle da Manobra das classes dos navios
deverão constar nas respectivas OC e nos Manuais de Procedimentos Operativos (MPO).
b) Controle de Operações
O Controle de Operações terá como principais atribuições:
- Manter o Comando informado da situação tática;
- Exercer supervisão do uso dos sensores de bordo;
- Manter as estações componentes do Controle de Operações informadas das ações
em andamento e previstas;
- Supervisionar ações no ambiente de guerra em que o navio é capaz de atuar;
- Guarnecer e operar linhas de comunicação;
- Planejar e coordenar operações aéreas e controlar aeronaves; e
- Prover análise, avaliação e disseminação das informações de combate.
- salvamento ou destruição; e
- descontaminação NBQ.
A Figura 2.1 a seguir representa, de uma maneira bem simplificada, como se encontra
organizado em combate o CAv de uma classe de navios da Esquadra. Esta organização pode
variar, dependendo do tamanho, do tipo e da missão do navio. Entretanto, princípios básicos
se aplicam a todas as organizações de combate de CAv. Esses princípios são: assegurar que
todo o pessoal dentro da organização esteja altamente adestrado no CAv, incluindo os
aspectos técnicos de sua especialidade para assessoria na limitação dos danos; descentralizar a
organização em unidades autossuficientes, com comunicação entre elas, com capacidade de
tomar ações positivas para controlar os vários tipos de danos; e ter uma estação central única,
que recebe informações de todas as unidades de controle de avarias. Essa estação central
avalia e dissemina as ordens necessárias para ações corretivas. Essa estação também informa
e recebe ordens da estação de Comando (Controle do Comando).
encarregados dos reparos. A simbologia padrão de plotagem das avarias deverá ser usada pela
ECCAv e pelos reparos;
- um quadro de estabilidade fixado, apresentando a carga líquida, os limites de
alagamento, os efeitos de banda e trim causados por compartimentos alagados e a ação
corretiva adotada para preservar a estabilidade. Os diagramas de carga líquida e de efeitos de
alagamento podem ser usados com este propósito;
- quadros para plotagem das ações adotadas no controle de avarias de sistemas
elétricos;
- uma tabela com o registro de fechamento do material; e
- tabelas e informações diversas, específicas do navio.
IV) sugerir o abandono e coordenar o Grupo de Salvamento e Destruição (GSD).
b) Estações de Reparo
I) Áreas de Responsabilidade
As áreas de responsabilidade dos Reparos são estabelecidas em função de sua
localização e dos recursos disponíveis para o combate e são definidas pela Organização
Administrativa (OA) dos navios. Os Reparos permitem ao Controle de Avarias atender aos
requisitos de descentralização, rapidez e continuidade no combate às avarias. Deverá constar
da OC uma Estação de Reparo como sendo a Estação de CAv Secundária. Esta estação deverá
estar capacitada a estabelecer comunicações com todos os reparos e manter um
acompanhamento do combate às avarias no navio informando à Estação de Comando.
II) Requisitos de Pessoal dos Reparos
O pessoal que guarnecerá as diversas estações do CAv deverá ser selecionado
em função das atribuições de cada estação e dentro da disponibilidade de lotação e efetivo do
navio. As limitações quantitativas e qualitativas de pessoal, apesar de indesejáveis, poderão
ocorrer, devendo ser contornadas com o adestramento, desenvolvimento de espírito de equipe,
motivação e capacidade de improvisação.
É recomendável haver em todos os reparos um certo número de militares do
Departamento de Máquinas, especialmente artífices.
Da mesma forma, é recomendável também a existência de eletricistas, os quais,
entre outras tarefas, terão por encargo alimentar ou desalimentar ventilações e extrações,
conduzir reparos elétricos de emergência no local da avaria, dirigir a passagem dos cabos
elétricos de força em avaria, restabelecer circuitos elétricos vitais e fornecer ao encarregado
de CAv, informações sobre a extensão de avarias elétricas.
de banda e trim. O outro é o diagrama de carga líquida, que é mantido para mostrar a situação
atualizada de todos os tanques de água e óleo, com suas respectivas sondagens.
ii) Manutenção da integridade estrutural e da manobrabilidade do navio
Para exercer essa função os reparos deverão atender aos seguintes requisitos:
- reparar os sistemas primários e secundários de governo;
- clarear conveses de escombros que interfiram com a operação do
armamento, do navio ou do CAv, ou que prejudiquem o leme, os hélices ou o costado do
navio, e extinguir todas as classes de incêndios;
- manter e executar reparos de emergência em sistemas vitais ao combate
tais como os de alimentação do armamento, de ventilação, os de ar comprimido de altas e
baixas pressões, de comunicações, elétricos e de água de resfriamento;
- prover energia em emergência para equipamentos elétricos, usando cabos
de força em avarias;
- auxiliar a Equipe de Crache quando solicitado;
- recolher sobreviventes do mar e auxiliar outros navios;
- reparar avarias acima da linha d'água, que poderiam causar alagamento no
caso de novos danos; e
- manobrar e recolher equipamentos de varredura e minagem em postos de
combate.
iii) Manutenção da propulsão do navio
Para atender a esta função o reparo deverá ser capaz de:
- manter, executar reparos ou limitar avarias nas máquinas principais de
propulsão;
- operar, reparar, isolar e alterar a segregação de sistemas vitais;
- auxiliar na manutenção e reparo dos sistemas de comunicação;
- auxiliar na operação e no reparo dos sistemas de controle de governo; e
- manter um quadro de plotagem de avarias de máquinas, mostrando a
condição de prontidão das máquinas principais e auxiliares.
c) Enfermaria de Combate
As Enfermarias de Combate são ativadas por ocasião do guarnecimento em Postos de
Combate. A estação primária continua sendo a enfermaria e a secundária é normalmente um
local de refeição a bordo (Praça D´Armas, por exemplo). Os navios com tripulação acima de
300 militares devem possuir um mínimo de duas Enfermarias de Combate com capacidade de
atender, em emergência, acidentes com pessoal em combate. Navios com tripulação abaixo de
300 militares devem possuir uma enfermaria de combate.
Além das enfermarias de combate, deverão existir caixas de primeiros socorros para
o pessoal nas estações de combate, cabendo à Divisão de Saúde prover o material necessário a
elas, assim como sua manutenção.
d) Centro de Inventário e Controle de Estoque (CICE)
Em Condição I, a tarefa da Estação CICE é prover os sobressalentes necessários para
reparos dos equipamentos de bordo avariados durante o combate, de forma a restabelecer as
capacidades do navio.
Para o cumprimento dessa tarefa, o CICE deverá possuir comunicações confiáveis
com a ECCAv e a ECCAv-ET, controle de chaves dos paióis de armazenamento, além de um
banco de dados de sobressalentes (tipo e localização) devidamente atualizado.
A Figura 2.2 a seguir representa, de uma maneira bem simplificada, como se
encontram estruturadas, em Condição I, as relações de subordinação e coordenação entre os
Controles e Estações afetos ao CAv.
a) Encarregado do Reparo
Função exercida por um oficial, suboficial ou sargento, o qual supervisiona a
atuação do Reparo, sendo o responsável por todo pessoal e material designado para a área do
Reparo e armário de CAv. Deve estar qualificado a assumir, com o seu Reparo, as funções da
Central de CAv em caso de necessidade. O curso do CAAML que capacita o militar a exercer
esta função é o C-EXP-FICAV.
O Encarregado deverá ainda:
- certificar-se de que todos os limites de Incêndio e Fumaça (primários e
secundários) estão estabelecidos e mantidos, com particular atenção dada ao potencial da
propagação vertical do fogo;
- certificar-se de que os isolamentos mecânico e elétrico estão estabelecidos para a
situação;
- prover apoio logístico (pessoal e material) para a cena de ação, se necessário
com coordenação através da ECCAv;
- certificar-se de que o pessoal da turma de incêndio está com a roupa de proteção
corretamente vestida;
- certificar-se de que os controladores de máscaras estão cumprindo suas funções
corretamente, sem colocar em risco a vida dos militares com máscaras;
- certificar-se da manutenção de uma plotagem acurada no Quadro de Avarias,
prestando à ECCAv todas as informações necessárias; e
- ter um papel ativo no adestramento do pessoal, bem como conhecer
profundamente as deficiências logísticas (pessoal e material) na área de responsabilidade do
seu Reparo.
b)Telefonista e Plotador do quadro de Avarias
Os telefonistas deverão:
navio já esteja em Postos de Combate ou em Postos de CAv, a Turma de Ataque passa a ser
composta pelos patrulhas dos reparos (2 militares), que efetuam inspeção sistemática em toda
a área de responsabilidade do Reparo mais o eletricista do reparo. O pessoal deve estar com
EPI completo e, caso disponível pelo menos um transceptor de UHF/VHF. Após a ação
inicial, são rendidos pela turma apropriada e se dispensados pelo líder, dirigem-se ao Reparo,
compondo geralmente a turma de serviços gerais.
g)Turma de Incêndio – Turmas de Suporte “A” e “B”
São as turmas que efetivamente dão o combate ao incêndio. O Curso do CAAML
que capacita os militares a exercerem esta função é o C-EXP-CBINC. Nos navios que
possuem roupas apropriadas para o combate ao incêndio, do tipo Fearnought (Marinha
Inglesa) ou Firefighting Coverall (Marinha Norte-Americana), quando em Condição III ou no
porto, torna-se necessário existirem Turmas de Suporte “A” e “B”, devido à demora na
preparação destes militares para vestirem essas roupas. Assim, a diferença entre elas é que a
Turma de Suporte “A” é composta por, pelo menos, três militares vestidos apenas com
macacão, capuz e luvas antiexposição e máscara de combate a incêndio, portando extintores
de incêndio da classe adequada para combater o sinistro. A Turma de Suporte “B” é composta
por, pelo menos, quatro militares com roupa para combate a incêndio, botas, capuz
antiexposição, luvas para CBINC, capacete, lanterna de combate e máscara de combate a
incêndio.
Na situação em que o navio já se encontrar em Condição I ou IA1, não está
dispensada a necessidade da turma de Suporte “A” no local, pois a turma de Suporte “B” não
possui agilidade para, com rapidez, chegar à cena de ação e efetuar uma montagem de linhas
de mangueira para combate.
Na sequência normal das ações, evoluindo para Condição I ou IA, a Turma de
Suporte “A” rende a Turma de Ataque no local do incêndio, em até três minutos. Nessa
situação, é possível manter um ataque contínuo com uso das linhas de mangueira, montadas
pela Turma de Ataque, mesmo na presença de fumaça excessiva, pois esses militares já estão
usando máscara, enquanto os militares da Suporte “B” estão se preparando. A Turma de
Suporte “B” deve se apresentar ao Líder, logo que pronta, em um tempo máximo de 8
minutos.
A determinação do número de militares para compor as turmas de incêndio vai
depender da quantidade de militares necessários para o guarnecimento dos esguichos e
manuseio das linhas de mangueira. Geralmente, cada seção de mangueira vai necessitar de
1
Condição IA ou Postos de CAv ou Emergência.
dois militares, além do militar no esguicho, se estiver no visual dos mesmos. Curvas, escadas
e outros obstáculos vão tornar necessário mais militares por seção de mangueira. O militar
com esguicho é quem terá um trabalho mais intenso, e o revezamento com os demais militares
vai estender o tempo de permanência da equipe na cena de ação.
h) Investigador
O investigador guarnece equipamento autônomo de respiração (equipado com
amplificador de voz, se disponível) e EPI, cabendo a ele:
- coordenar as atividades dos militares das contenções, controlando a situação dos
compartimentos adjacentes ao avariado e estabelecendo os Limites de Incêndio conforme
ordenado;
- supervisionar o cumprimento do fechamento do material;
- estabelecer um elo entre o EncRep e o Líder da Cena de Ação, se necessário,
para melhor coordenação das fainas;
- realizar busca a feridos nos compartimentos adjacentes ao sinistro,
especialmente se for numa área habitável; e
- fazer relatos sobre o andamento das ações para o Encarregado do Reparo e Líder
da Cena de Ação, de modo apropriado, usando os meios de comunicação disponíveis ou
pessoalmente.
i) Turma de Contenção
A turma de contenção deverá:
- sob as ordens do investigador, controlar a situação dos compartimentos
adjacentes ao avariado, cumprindo os Limites de Incêndio conforme ordenado;
- resfriar os limites primários de incêndio; proteger equipamentos elétricos e
eletrônicos (desalimentando, retirando cartões, cobrindo com plástico para proteger da água
da contenção, etc.); e
- remover/reposicionar os inflamáveis como requerido.
j) Turma de Máscaras
Constituída por, pelo menos, três militares, o Controlador de Máscaras e mais dois
ajudantes. O Controlador controla o tempo de uso das máscaras de seu Reparo, com a
limitação de controlar no máximo oito militares, para a segurança dos utilizadores.
Os outros dois militares trazem para um local de concentração, fora do limite
primário de fumaça, as demais máscaras e ampolas, checam a quantidade existente,
providenciam a recarga das ampolas vazias, providenciam máscaras adicionais de outros
reparos e verificam, junto com o controlador, o uso correto das máscaras pelos utilizadores.
Encarregado 1 1 1 1 1 1 1 1
Telefonista 1 1 1 1 1 1 1 1
(2) (3) 0 1 0 0 1 1 0 1
Mensageiro
(1) 1 1 1 1 1 1 1 1
Líder do Reparo
(1) 2 2 2 2 2 2 2 2
Turma de Ataque
Turma de Suporte “A” 3 3 3 3 3 3 2 3
Turma de Suporte “B” 4 4 4 4 4 4 3 4
Investigador 1 1 1 1 1 1 1 1
Turma de Contenção 2 4 2 2 4 2 2 4
Turma de Máscara 2 2 2 2 2 2 1 2
Turma de Bombas/ 2 2 2 2 3 2 0 2
Sondagem
Turma de Rescaldo* 4 4 4 4 4 4 3 4
(1) 1 1 1 1 1 1 1 1
Eletricista
Turma de 0 2 0 0 2 2 0 2
(3)
PrimeirosSocorros
(3) 2 4 0 0 4 2 0 3
Turma de Serviços Gerais
TOTAL * 22 29 20 20 30 25 15 28
Tabela 2.1 – composição mínima de um reparo de CAv
(*) A Turma de Rescaldo não foi computada no total de quantitativo de militares do Reparo,
tendo em vista que a mesma pode ser composta pelos militares da turma de incêndio que
extinguiu o sinistro.
(1) Turma de Ataque é composta por, no mínimo, 04 militares, sendo 01 líder, 01 eletricista e
02 militares.
(2) Caso não haja pessoal disponível para o guarnecimento da função de Mensageiro, a
mesma poderá ser dispensada, desde que sejam estabelecidas comunicações confiáveis entre
as estações por circuitos internos ou transceptores portáteis.
(3) Caso os navios possuam quantitativos acima do mínimo estabelecido para composição
dos Reparos de CAv, deverão distribuí-los, preferencialmente, pela Turma de Primeiros
Socorros, Turma de Serviços Gerais, Turma de Contenção e Mensageiro.
(4) Caso os navios não contem com militares em quantidade suficiente para o guarnecimento
de todas as funções descritas (por exemplo, o Reparo#1 das FCN), deverão priorizar o
guarnecimento das Turmas de Incêndio em detrimento das Turmas de Serviços Gerais e
Turmas de Bombas.
A TAR será composta pelo pessoal citado na tabela abaixo. Os Comandantes de Força
/ Esquadrões, poderão autorizar alterações, de acordo com as necessidades de cada classe de
navio.
O Encarregado do CAv é o responsável pela organização da TAR e pela qualificação
e adestramento do pessoal que a compõe.
A TAR poderá ser incorporada inteira na organização do CAv durante a Condição
I/IA, em um ou mais Grupos de Reparo.
Nº DE FUNÇÕES EQUIPAMENTO
MILITARES
1 Líder da turma de ataqueMáscara, macacão, capuz e luvas
(teamleader) antiexposição, botas, capacete e transceptor
UHF/ VHF.
1 Linha de Ataque Máscara, macacão, capuz e luvas
antiexposição, capacete e botas.
1 Linha de Proteção Máscara, macacão, capuz e luvas
antiexposição, capacete e botas.
1 Eletricista Máscara, macacão, capuz antiexposição,
capacete, botas e luvas de borracha, kit de
eletricidade.
Tabela 2.2 – Composição básica da Turma de Ataque Rápido (TAR) no mar.
ECCAv para fornecimento de material e apoio de pessoal do navio ou dos Grupos de Socorro
Externo.
a) Oficial de Serviço no Porto
O Oficial de Serviço deve estar intimamente familiarizado com o navio, a
condição de prontidão do material e com os procedimentos de emergência. Para isso deve
estar preparado para analisar a situação e adotar, pronta e corretamente, os procedimentos
iniciais para auxiliar ou controlar incêndios ou avarias. A capacidade para reagir correta e
prontamente será diretamente proporcional ao conhecimento que tem dos procedimentos de
CAv e dos equipamentos disponíveis e ao seu adequado treinamento.
b) Patrulha de CAv
O Patrulha de CAv é um serviço designado para detecção e prevenção de
incêndios, alagamento, ou outras irregularidades que afetem a segurança física do navio. O
patrulha de CAv deve ser qualificado de acordo com instruções do navio e tem as seguintes
atribuições:
- manter uma patrulha contínua e irregular em todo o navio de acordo com uma
lista de verificação;
- estar continuamente alerta para a evidência de fogo e alagamento; e
- fazer inspeções periódicas de acessórios de CAv, verificar a condição de
fechamento de material em vigor, incluindo o escurecimento do navio, informando qualquer
discrepância.
CAPÍTULO 3
CONDIÇÕES DE PRONTIDÃO PARA AÇÃO E DE
FECHAMENTO DO MATERIAL
3.1 - CONDIÇÕES DE PRONTIDÃO
3.1.1 - Preparação do navio para o combate
Em uma maneira mais ampla, a preparação do navio para o combate é executada em
três etapas (passagem da situação de Paz para a situação de Guerra, preparação para o
Cruzeiro de Guerra e preparação para a ação). Essas três etapas descritas a seguir, têm como
propósito incrementar a prontidão do navio para o combate, em termos de material e
procedimentos.
a) Passagem da situação de Paz para a situação de Guerra
Na preparação para a guerra são executados:
- a retirada de objetos, materiais e equipamentos não essenciais à vida de bordo e
que possam aumentar o risco de incêndios ou danos ao pessoal e ao material;
- o recebimento de suprimentos constantes das dotações de guerra; e
- o remanejamento e a distribuição de diversos itens a bordo.
b) Preparação para o Cruzeiro de Guerra
Inclui a preparação para o mar, que é uma rotina cumprida em tempo de paz ou de
guerra como estabelecido na Organização Administrativa.
No que diz respeito ao controle de avarias, as principais considerações são quanto
à condição de fechamento do material, peiação do material volante, estanqueidade e
estabilidade.
Na preparação para o mar a verificação da condição de fechamento do material e a
peiação do material volante são responsabilidades dos Chefes de Departamento nas áreas sob
suas responsabilidades.
O Imediato, auxiliado pelo Encarregado do CAV, exercerá a supervisão da
preparação recebendo o pronto dos Departamentos.
A manutenção da estabilidade é responsabilidade do Chefe do Departamento de
Máquinas, a quem compete adotar as seguintes providências:
- manter os porões limpos e esgotados;
- manobrar com carga líquida de modo a atestar os tanques e eliminar o efeito de
superfície livre e manter o navio a prumo;
- admitir lastro, quando necessário;
- distribuir o material de Controle de Avarias; e
c) Condição II
Na CONDIÇÃO II, apesar do navio não possuir capacitação máxima para o
combate, terá todas as Estações primárias e secundárias de controle guarnecidas. Todos os
sensores e estações estarão guarnecidos, mesmo que alguns parcialmente. Esta condição será
usada em situações especiais em que um elevado grau de prontidão faz-se necessário apesar
de não haver situação de combate iminente. Será estabelecida a condição ZULU de
fechamento do material do convés principal para baixo e no mínimo a condição YANKEE de
fechamento nos demais conveses a critério do Comando. Máxima duração esperada: 72 horas.
d) Condição III - Cruzeiro de Guerra
Na CONDIÇÃO III, o navio estará com:
- capacitação elevada de vigilância sobre a área de interesse tático e de reação
imediata a qualquer ameaça;
- o armamento, sensores e estações de comando e controle parcialmente em
operação e guarnecidos;
- boa capacidade de manobra e de máquinas;
- capacidade completa de operação com aeronaves; e
- patrulhamento de CAV nas áreas não frequentadas de bordo e suscetíveis a
avarias.
3.2 - CONDIÇÕES DE FECHAMENTO
Todo navio de guerra deve prever uma situação, tanto para o pessoal como para o
material, que o coloque nas melhores condições possíveis para a ação.
A condição de prontidão mais rigorosa é aquela em que estão totalmente guarnecidos
os diversos postos e estações de controle do navio, podendo a unidade empregar o seu
máximo poder ofensivo, ter disponível sua máxima velocidade, coletar e analisar com a
máxima antecedência possível as informações referentes ao inimigo, estando o pessoal do
Controle de Avarias a postos.
A condição de fechamento do material assegura o máximo grau de estanqueidade do
navio à água, ao fogo, ao ar (gases em geral) e ao óleo, durante o combate.
A fim de permitir a habitabilidade do navio e repouso ao pessoal, são estabelecidas
condições de fechamento intermediárias, que poderão ser estabelecidas quando o navio não
estiver em iminência de uma ação.
Do mesmo modo, para o pessoal, são estabelecidas condições intermediárias de
prontidão para a ação que permitem o guarnecimento parcial dos controles de bordo.
Para tal fim, são adotadas três condições básicas de fechamento do material XRAY,
YANKEE e ZULU acrescidas de três variantes YANKEE MODIFICADA, ZULU
MODIFICADA e ZULU-NBQR.
Os navios de origem francesa adotam o sistema “Arlequim”, conforme descrito no item
3.5.
Os navios adotarão cada uma dessas condições de acordo com a situação tática, com a
maior ou menor probabilidade de entrar em ação, perigos de colisão, etc. Não há
correspondência rígida entre as condições de fechamento do material e as de prontidão.
A condição de fechamento do material refere-se ao grau de estanqueidade e à
segregação necessária para limitar a extensão de avarias no navio.
A condição de fechamento será determinada pelo Comandante, baseado no
conhecimento da situação existente e antecipando-se aos possíveis eventos. As três condições
básicas de fechamento do material são a seguir, definidas:
3.2.1 - Condição XRAY
Proporciona o mínimo de proteção. É aplicada quando o navio está totalmente fora de
perigo, não se esperando qualquer tipo ataque, como por exemplo: navio atracado à sua base,
durante o expediente normal. Quando a condição de fechamento do material for X, todos os
acessórios marcados com X devem estar fechados.
3.2.2 - Condição YANKEE
É a condição estabelecida normalmente no mar, no porto em tempo de guerra ou
quando fundeado em porto protegido ou atracado à sua base, após o expediente normal.
Quando a condição de fechamento do material for Y, os acessórios marcados com X e Y
devem estar fechados.
Alguns navios utilizam-se da condição YANKEE modificada (Y-l). Essa condição
modificada significa o fechamento de todos os acessórios marcados X e Y abaixo do convés
principal, mas permite a abertura dos acessórios classificados como Y acima do convés
principal, para possibilitar o aumento da ventilação e melhorar as condições de habitabilidade.
A condição YANKEE modificada é adotada, algumas vezes navegando escoteiro, com boa
visibilidade e mar calmo e no porto, após o expediente, em tempo de paz.
3.2.3 - Condição ZULU
Provê o mais alto grau de estanqueidade e segregação no navio. É estabelecida
quando se deseja obter a máxima prontidão para os sistemas de sobrevivência do navio. A
condição ZULU é estabelecida nos seguintes casos:
- quando é tocado postos de combate, imediata e automaticamente;
- quando entrando e saindo do porto em tempo de guerra;
- para localizar avaria, controlar incêndios e alagamento quando a tripulação não está
em postos de combate; e
- quando o Comandante desejar a capacidade máxima de sobrevivência do navio.
Quando a condição ZULU é estabelecida, todos acessórios marcados com X, Y e Z
são fechados.
A condição ZULU modificada é uma variante da condição ZULU que possibilita um
maior grau de sobrevivência do que a condição YANKEE. Essa condição é menos restrita que
a condição ZULU e permite um melhor acompanhamento dos requisitos operacionais dos
equipamentos. A condição ZULU modificada pode ser empregada nas seguintes situações:
- Reabastecimento no mar;
- Entrada e saída de porto em tempo de paz;
- Reabastecimento vertical;
- Operações aéreas;
- Operações anfíbias; e
- Trânsito em área de perigo à navegação.
A condição ZULU admite ainda como variante a condição ZULU-NBQR, a qual
destina-se a prover maior grau de proteção contra contaminação nuclear, biológica ou
química. Nessa situação, serão fechados, também, os acessórios classificados com R e W
envolvidos por um círculo.
3.3 - CLASSIFICAÇÃO DO MATERIAL ESTANQUE
A fim de facilitar o estabelecimento da condição de fechamento do material
determinada a bordo, todos os acessórios estanques são classificados com as letras X, Y, Z ou
W, sozinhas ou com um sinal envolvente. Os significados dessas marcas são:
A classificação X (marcada com X preto) é aplicada aos acessórios estanques que
devem estar sempre fechados, em qualquer condição de fechamento do material. Estes
acessórios somente poderão ser abertos em ocasiões de reparo, saída ou entrada de material,
limpeza, isto é, quando a sua abertura se tornar necessária e durante pequenos períodos de
tempo, devendo ser obtida permissão da ECCAv para tal abertura. Caso possível, em
compartimentos limitados por portas ou escotilhas classificadas X, não devem existir
acessórios com outra classificação. Se esse procedimento torna-se inevitável, o fato deverá ser
claramente indicado por uma informação na própria porta ou na antepara vizinha: “acessório
Y ou Z no interior”, conforme o caso.
A classificação Y (marcada com Y preto) é aplicada aos acessórios estanques que
devem permanecer fechados nas condições YANKEE e ZULU.
CONDIÇÃO / VARIANTE
YANKEE ZULU ZULU
MARCA XRAY YANKEE ZULU
MOD MOD NBQR
X F F F F F F
A
Y A F F F F
F
A
Z A A F A F
F
X F F F F F F
A
Y A F F F F
F
A
Z A A F A
F
F
Z A A F A A F
W A A A A A A
W A A A A A F
- Cores:
cor encarnada – O acessório estanque deverá ser mantido fechado, só sendo
permitida a sua abertura mediante autorização da ECCAv.
cor amarela – O acessório estanque deverá estar fechado, sendo autorizada a
passagem sem permissão da ECCAv, porém, o mesmo deverá ser fechado logo após a
passagem do militar.
cor verde – O acessório poderá estar aberto ou fechado.
Exemplo: o quadro abaixo está fixado no acesso a uma porta estanque. O militar
olhando para o quadro, ciente da condição de fechamento do material em vigor no navio,
adotará o seguinte procedimento após passar pelo acessório.
- Postos de Combate – Nº1 em um campo vermelho indica que o acessório deverá
permanecer fechado só sendo permitida a abertura com autorização da ECCAV.
- Navegação em condição III – Nº3 em um campo amarelo o acessório estanque
deverá estar fechado, sendo autorizada a passagem sem permissão da ECCAV, pois o mesmo
deverá ser fechado logo após a passagem do militar.
- Navio atracado ou fundeado – Nº5 em um campo verde o acessório poderá estar
aberto ou fechado.
Observação: A distribuição de cores dentro do quadro poderá variar dependendo do
tipo de acessório estanque e do uso que se faz dele em cada condição de fechamento do
material no mar e atracado.
0 1 2
5 4 3
CAPÍTULO 4
NUMERAÇÃO DE CONVESES, COMPARTIMENTOS,
VIAS DE ACESSO E VÁLVULAS
4.1 - NOMENCLATURA DE CONVESES
4.1.1 - Convés Principal
É o convés corrido mais elevado, que se estende da proa à popa do navio. Sua parte
de proa toma a designação particular de convés a vante, a parte do meio navio, convés a meio
navio, e a parte da popa convés a ré ou tolda. Denomina-se convés corrido aquele que tem seu
início na proa e se estende até a popa do navio.
4.1.2 - Conveses acima do Convés Principal
a) Convés Superior
É o primeiro convés interrompido acima do principal, a meio navio, que se
estende de borda a borda e recebe o chapeamento dos bordos. O convés superior poderá se
estender de meio navio até a proa ou a popa (Fig. 4.1).
b) Convés de tombadilho
É um convés interrompido logo acima do convés principal, que inicia na popa,
vai de borda a borda recebendo chapeamento do casco, terminando antes da seção mestra do
navio.
c) Convés da Superestrutura
Quando o convés interrompido, acima do convés superior ou do convés
principal (tanto a meio navio, por cima do convés de castelo, como do convés do tombadilho),
não vai de borda a borda do navio, tem o nome de convés da superestrutura (Fig. 4.2).
b) Numeração sequencial
A numeração de compartimentos, dentro de cada seção, começa na sua parte de
vante, continuando ininterruptamente para ré.
Quando se trata de um compartimento lateral, que não vai de borda a borda, os
de BE recebem número ímpar e, os de BB, par. As figuras 4.5 e 4.6 dão exemplos dessa
numeração.
4-46-2
ALOJAMENTO DA GUARNIÇÃO
4-40-2-L
primeiro deles indica o convés, o segundo, a caverna na altura da qual se encontra a válvula, e
o terceiro, se necessário, estabelece o bordo em que a válvula se situa.
Além dessa nomenclatura geral, são observadas as seguintes particularidades:
a) a numeração de válvula de fácil acesso e que possui comando a distância, é
determinada pelo local físico da válvula, ou seja, como se fosse controle local. A sua estação
de manobra à distância tem a mesma numeração que a válvula mestra.
No caso de válvula ou acessório instalado em espaço vazio, tanque ou outros espaços
habitualmente fechado (difícil acesso), a numeração é determinada pela localização do
controle a distância mais próximo da válvula ou acessório, de onde é normalmente
manobrado.
Exemplo:
Esse quadro indica uma válvula de aspiração de óleo combustível do tanque de óleo 5-
60-0-F (local de difícil acesso), cuja válvula é normalmente manobrada de uma estação
situada no 3º piso, próxima à caverna 76, a BE.
Essa placa indica uma válvula de alagamento do paiol de munição 4-35-2-M, cujo
controle local está no 4º piso, na altura da caverna 37, a BB. Essa inscrição encontra-se na
válvula de borrifo (controle local) e no local de manobra a distância.
b) os acessórios que não pertencem a nenhum compartimento em particular, tais
como válvulas de interceptação dos ramos verticais da rede de incêndio, ou válvula de
comunicação de ar comprimido, possuem apenas o nome do sistema e a numeração indicativa;
c) os tubos acústicos são numerados em série, cada número precedido do prefixo TA;
e
d) as placas das tomadas de incêndio indicam também o número da válvula de
interceptação que isola a tomada.
Essa placa indica uma tomada de incêndio situada no 3º piso e na altura da caverna 40,
a boreste. A placa indica também que essa tomada de incêndio é isolada por uma válvula de
interceptação situada no 5º piso e na altura da caverna 46.
4.5 - NUMERAÇÃO INGLESA
O Método Inglês de numeração, usado nas fragatas da classe Greenhalgh, refere-se a
todos os compartimentos estanques à água e aos gases, vias de acesso, passagens verticais,
etc.
É um sistema lógico, de fácil compreensão, que simplifica os problemas relacionados à
defesa NBQR, por poder indicar qualquer posição no navio, de maneira rápida e precisa.
4.5.1 - A base do sistema de numeração
Os conveses dividem o navio horizontalmente, do convés principal para baixo, e nas
superestruturas. Anteparas transversais principais, estanques, dividem o navio em seções
principais. Outras anteparas, inclusive as longitudinais, podem ainda subdividir essas seções
principais. Por conveniência, uma antepara transversal principal é considerada contínua até a
parte mais alta do navio, mesmo que ela termine num convés mais abaixo. Da mesma forma,
os conveses são considerados como contínuos em todo o navio, mesmo sendo parciais.
4.5.2 - Compartimentos e acessórios
A unidade básica deste sistema de numeração é o compartimento. Portas,
escotilhões, agulheiros e outros acessórios são identificados pela localização do
compartimento em que estão localizados ou a que dão acesso. A marcação do compartimento
é definida pela combinação de letras e números:
- Componente vertical – um número que identifica o convés onde o compartimento
está situado;
- Componentes transversais – uma letra maiúscula grande que identifica a posição
transversal principal e se necessário, um sufixo (letra maiúscula pequena) pode indicar a
posição, mais a vante ou a ré, dentro da seção transversal principal. Se necessário ainda, outro
sufixo, um número pequeno, que identifica a posição relativa à linha de centro do navio.
4.5.3 - Conveses
Os conveses são numerados, consecutivamente, do convés principal para baixo,
começando com o convés principal, que é o convés 1. Conveses acima do convés principal
são numerados 01, 02 e assim por diante, consecutivamente, para cima (figura 4.10).
O
8 CONVÉS
AR
8DZ2 8DB4 8DA-200
PASSAGEM
VERTICAL 5/8DA
X 8DC2 8DB2 X
LINHA
8DZ0 8DY0 8DC1 8DB1 8DA PORTA PASSAGEM
CENTRO VERTICAL 8DA
8DZ1 8DB3 8DA-100
E D C
SEÇÃO XX
CONVÉS 1
4D0
ESCOTILHÃO PASSAGEM
CONVÉS 4 VERTICAL 5/8DA
CO NVÉS 5
P O R T A 5 D /E P O R T A 5 D A2 P O R T A 5 C /D
BO M BORDO
5 D A2
E S C O T IL H Ã O P A S S A G E M
V E R T I C A L 5 /8 D A
L IN H A D E 5D Z
CENTRO
E S C O T IL H Ã O 5 D B 0
P O R T A 5 C /D
E S C O T IL H Ã O 5 D Y 5 D A1 BO RESTE
E S C O T IL H Ã O 4 D z ( a c im a )
P O R T A 5 D A1
E C
D
“passagem vertical” devem ser marcadas no escotilhão (ou porta) superior e em cada
escotilhão intermediário.
4.5.14 - Sistemas de ventilação
Cada sistema de ventilação é marcado por um número, uma letra maiúscula grande e
um número de dois dígitos. O primeiro número é o número do convés onde o ventilador está
localizado, a letra indica a seção onde ele se localiza e o número de dois dígitos indica a
posição do ventilador naquela seção (ex.: o ventilador 11 é o primeiro ventilador a boreste, 13
é o segundo a boreste, 12 é o primeiro ventilador a bombordo, 14 é o segundo ventilador a
bombordo etc.). Portanto, o sistema de ventilação 3C11 é aquele que utiliza o ventilador mais
de vante, a boreste da seção C, no terceiro convés do navio.
4.5.15 - Demarradores de motores do sistema de ventilações
Se o demarrador estiver afastado do ventilador, sua posição deve ser indicada no
ventilador.
a) Se o demarrador estiver localizado na mesma seção que o ventilador, o seguinte
aviso deve ser posto na carcaça do ventilador:
DEMARRADOR
‘X’ METROS (PÉS)
sistemas de alagamento ou borrifo de paióis. As válvulas que admitem água para sistemas
fechados, como as de aspiração de bombas, não são marcadas.
4.5.17 - Válvulas e tomadas da rede de incêndio
A marcação de válvulas e tomadas da rede de incêndio é feita em discos de latão
afixados na própria válvula.
A numeração das válvulas de interceptação é iniciada pela válvula mais de vante da
derivação do anel principal da rede de incêndio. No anel, as válvulas recebem numeração
ímpar a boreste e par a bombordo, a partir do número atribuído a última válvula da derivação.
Quando houver uma derivação no meio do anel, a numeração da primeira válvula após a
derivação recomeçará do último número atribuído a última válvula da derivação. Isto é feito
de modo que duas válvulas de interceptação adjacentes não tenham numeração consecutiva.
Os números só serão repetidos quando a rede de incêndio principal existir em mais
de um convés. Neste caso, as válvulas terão em sua numeração, nos anéis superior e inferior,
um sufixo H (“high”) e L (“low”), respectivamente.
Todas as tomadas da rede de incêndio têm sua numeração composta pelos números
atribuídos às suas duas válvulas de interceptação. Quando a tomada de incêndio for derivada
de um anel superior ou inferior, os números da marcação serão acompanhados do respectivo
sufixo, “H” ou “L”. Quando duas tomadas de incêndio tiverem as mesmas válvulas de
interceptação, elas terão exatamente a mesma numeração. Isto define exatamente quais as
tomadas de incêndio estarão indisponíveis quando as válvulas de interceptação estão fechadas.
A figura 4.14 mostra um esquema simplificado da numeração de válvulas de navios da classe
“Greenhalgh”.
CAPÍTULO 5
SISTEMAS DE REDES
5.1 - INTRODUÇÃO
Todos os sistemas dos modernos navios de guerra são projetados para operar sem
interrupções sob quaisquer condições. Fatores de sobrevivência incluem alimentações
múltiplas, segregação, duplicação, flexibilidade, operação à distância, resistência ao choque e
proteção especial. É importante que toda a tripulação entenda como os sistemas funcionam, e
como estes podem ajudar na sobrevivência do navio, por isso os reparos devem ser
executados com a máxima segurança e rapidez. A descrição dos sistemas do navio fornece um
guia de linhas gerais e recomendações quanto à responsabilidade do pessoal.
5.2 - CARACTERÍSTICAS DAS REDES DE BORDO
Sob o ponto de vista administrativo, as redes sob a responsabilidade do Departamento
de Máquinas constituem normalmente incumbência das Divisões às quais estão afetos a
propulsão, as máquinas auxiliares e o controle de avarias.
As principais características de construção dos sistemas de redes, que contribuem para
o controle de avarias, são:
- Segregação;
- Alimentação múltipla;
- Duplicação;
- Flexibilidade de manobra;
- Proteção e resistência ao choque; e
- Manobra à distância.
5.2.1 - Segregação
A segregação de uma rede consiste na sua utilização em seções independentes. Isso
é possível mediante a instalação de válvulas e bombas em locais cuidadosamente estudados.
5.2.2 - Alimentação múltipla
A alimentação múltipla consiste na instalação de várias bombas ou fontes
convenientemente localizadas a bordo. Adicionalmente, a fim de evitar que a interrupção do
fornecimento de energia impossibilite o funcionamento das bombas, são elas alimentadas de
fontes de energia diferentes, podendo receber mais do que um tipo de alimentação.
5.2.3 - Duplicação
A duplicação consiste na instalação de canalização paralela de uma mesma rede,
nos dois bordos do navio ou em planos diferentes, geralmente interligados em vários pontos
por canalizações transversais, com válvulas intermediárias.
5.2.4 - Flexibilidade de manobra
É facilmente alcançada quando é planejada com recursos para segregação,
alimentação múltipla e duplicação, com o propósito de, ao se verificar uma avaria em
determinado ponto da rede, torna-se possível isolá-la rapidamente e contorná-la, sem
interrupção do serviço normal.
5.2.5 - Proteção e resistência ao choque
A proteção e resistência ao choque das canalizações e seus acessórios são obtidas
pela construção com materiais resistentes ao choque, às vibrações e ao fogo.
5.2.6 - Manobra à distância
É um recurso utilizado, visando tornar as ações mais rápidas.
5.3 - IDENTIFICAÇÃO DAS REDES
De acordo com o fim a que se destinam, as várias redes são confeccionadas de
diferentes materiais e se apresentam nos mais variados diâmetros.
A menos que a identificação seja óbvia, todas as redes, independente da pintura,
devem ser marcadas com o nome da rede e setas indicando o fluxo normal do fluído. Essa
inscrição deve ficar próxima das válvulas de controle e deve haver pelo menos uma em cada
compartimento, mesmo que nele não exista nenhuma válvula. Redes que atravessem
compartimentos muito grandes devem ser marcadas em dois locais, junto às anteparas, na
entrada e na saída do compartimento.
Redes diferentes de um mesmo sistema devem ser marcadas com a designação
funcional. A marcação das redes de vapor deve incluir a pressão de trabalho.
A marcação das redes pode ser efetuada por pintura direta em letra de forma, por
rótulos adesivos impressos ou por placas metálicas gravadas a punção e fixadas por percinta
de arame em ambas as extremidades. Este último método é indicado em particular para o
interior de tanques, cóferdãs e outros locais onde o ambiente não permita a utilização da
pintura ou do rótulo adesivo. Os materiais da placa e da percinta devem ser compatíveis com
o ambiente a que ficarão expostos. Em redes que, por seu pequeno diâmetro, não possam
receber identificação, por pintura ou rotulação, aplicam-se também as placas metálicas.
As redes são pintadas, normalmente, na mesma cor das partes estruturais (piso, teto,
antepara) junto das quais se estendam. As inscrições são em cor preta, a menos que a cor da
rede seja muito escura, quando será utilizada a branca. Ver Tabela 5.1 a seguir.
As tomadas de incêndio (inclusive as de espuma) e as válvulas das redes de gasolina e
querosene de aviação são obrigatoriamente pintadas com suas cores específicas.
A pintura das demais válvulas é facultativa e se aplica quando julgado conveniente
para melhor identificação, como nas praças de máquinas, onde é facultada também a pintura
das redes com cores particulares definidas, por sistemas, na tabela do final do capítulo.
5.4 - REDES DA PROPULSÃO
A instalação moderna de máquinas, normalmente, deve permitir sua utilização em
planta separada, que permita dividir a instalação propulsora do navio em duas ou mais
unidades independentes, o que resultará, como é óbvio, numa redução dos efeitos das avarias
e na diminuição das probabilidades de paralisação total da instalação. Pelo fechamento ou
manobra de certas válvulas ou dispositivos, pode-se estabelecer sistemas separados.
Em cruzeiro de guerra, a instalação de máquinas deve ser sempre conduzida em planta
separada, salvo instruções especiais em contrário.
5.5 - REDES DE INCÊNDIO
O completo conhecimento da rede de incêndio do navio é um dos pontos mais
importantes para o pessoal de CAv.
Deverá haver a bordo todas as facilidades para estudo da rede de incêndio por meio de
planos, diagramas, descrições, e registros de reparos e alterações. A maior parte desses dados
é obtida no Livro de Controle de Avarias do navio.
Normalmente, a rede de incêndio fornece pressão para várias outras redes
importantes. Entre essas, podemos citar a rede sanitária, rede de borrifo de paióis, rede de
lastro dos tanques de óleo combustível, redes de esgoto por edutores, borrifo externo para
descontaminação e várias redes de resfriamento de máquinas.
A rede é calculada para permitir combate simultâneo de vários incêndios a bordo,
havendo uma reserva para garantir o funcionamento dos sistemas de borrifo e para alimentar
redes de resfriamento que sejam vitais. O oficial de CAv deverá prever os casos de
emergência em que devam ser executadas manobras de válvulas, a fim de atender serviços
vitais.
Qualquer bomba instalada para funcionar como bomba de incêndio deve ter
capacidade e pressão suficientes para alimentar as tomadas de incêndio, mesmo em conveses
elevados. A mínima pressão da rede de incêndio nas tomadas deve ser de 75 psi,
aproximadamente, 5,2 bar (pressão necessária para a produção de espuma de boa qualidade).
As bombas de incêndio, de acordo com seu uso a bordo poderão ser:
- bomba de incêndio;
- bomba de incêndio e esgoto;
- bomba de incêndio e sanitário; e
- bomba de incêndio, sanitário e esgoto.
As canalizações da rede de incêndio podem ser instaladas em sistema singelo ou em
anel. Nos sistemas singelos, a rede consiste em uma única canalização, que corre de proa a
popa através das praças de máquinas. As bombas, que alimentam a rede, ficam geralmente nas
praças de máquinas. Da rede principal, saem as derivações verticais para as tomadas de
incêndio, bem como para a rede sanitária e rede de borrifo. Os sistemas singelos são
encontrados nos navios menores.
Nos navios modernos e maiores, a rede de incêndio forma um anel em torno das
praças de máquinas. Esse sistema consiste em duas canalizações, correndo uma por BE e
outra por BB, sendo ligadas entre si por outras duas transversais, uma AV e outra AR dos
compartimentos de máquinas, completando o anel principal. Do anel principal, saem
derivações singelas para vante e para ré.
As várias bombas de incêndio que se encontram nas praças de máquinas descarregam
nas canalizações transversais que ligam as duas laterais (geralmente uma ligação em cada
subdivisão principal do navio).
5.5.1 - Segregação da Rede de Incêndio
A rede de incêndio deverá possuir recursos para ser segregada em várias seções
independentes. Cada uma dessas seções deverá possuir seu suprimento próprio d'água,
funcionando sem prejuízo para a eficiência do navio em combate.
Na maior parte dos navios, a segregação da rede de incêndio é feita pela própria
classificação de suas válvulas e pelo uso da bomba, de acordo com a situação corrente. O
procedimento e instrução para alcançar esses resultados encontram-se no Livro de Controle de
Avarias do navio.
5.6 - REDE DE BORRIFO DE PAIÓIS
Cada paiol de munição, isolado, ou grupo de paióis próximos, é alimentado por uma
derivação da rede de incêndio, tendo uma válvula intermediária classificada W e outra de
controle classificada X. Essas válvulas possuem manobra local e à distância.
850 lb/pol2/70 ºF. O peso do cilindro de CO2 é de 15, 35 ou 50 libras, dependendo da sua
capacidade nominal. Como segurança, os cilindros de CO2 são ainda construídos de forma a
várias áreas do compartimento a ser alagado. Existem cabos de disparo dessas válvulas, cujas
alças ficarão localizadas em caixa de manobra, fora do compartimento.
Os próprios cilindros podem ficar fora do compartimento. Para descarregar o sistema,
atuando no cabo de disparo, será necessário quebrar a tampa de vidro da caixa de manobra.
No sistema de alagamento, há normalmente um ou dois sistemas de controle de
válvulas, dependendo do número de extintores da bancada. Os cilindros de bancada são
dotados de cabeças de descarga atuadas por pressão, que se abrem automaticamente quando a
pressão do cilindro de controle atua.
Em todos os sistemas de controle remoto de CO2, o cabo de operação deve ser
blindado ou correr através de tubulação protetora, sempre que percorrer compartimentos,
passagens, escadas etc.
Equipamentos de alarme para os sistemas de alagamento por CO2 são instalados em
todos os navios. Consistem em uma chave operada por pressão que aciona um alarme
audiovisual para cada um dos compartimentos protegidos. Este sistema de alarme não é
instalado em compartimentos protegidos por unidades tipo mangueira em sarilho.
Outra chave de pressão interrompe os sistemas de ventilação que servem ao
compartimento.
Deve haver uma placa, instalada nas proximidades do acesso ao compartimento,
alertando ao pessoal sobre o risco de entrar num compartimento onde haja ocorrido a
liberação de CO2. Ninguém deve entrar num compartimento onde haja ocorrido liberação de
CO2 do sistema fixo sem estar equipado com máscara de oxigênio ou máscara de ar, devendo
aguardar pelo menos 15 minutos para efetuar a reentrada. As mesmas qualidades que tornam
o CO2 um poderoso agente extintor, fazem dele um perigo para a vida humana. Ele pode
reduzir a quantidade de oxigênio do ar a tal ponto que torne impossível não só a combustão,
mas também a respiração. Antes de ser disparado o sistema de alagamento por CO2, é
necessário assegurar-se de que não há ninguém no compartimento a ser alagado.
COR BASE DA
FITA OU
SISTEMAS GRUPO IDENTIFICAÇÃO COR LETRA
PINTURA DE
IDENTIFICAÇÃO
EXTINÇÃO DE INCÊNDIO HALON HALON
EXTINÇÃO DE INCÊNDIO ESPUMA ESPUMA
EXTINÇÃO DE INCÊNCIO CO2 CO2
A VERMELHO
INCÊNDIO INCÊNDIO
ÁGUA
BORRIFO E BORRIFO /
SALGADA
ALAGAMENTO ALAGAMENTO
MEDIÇÃO DE
MEDIÇÃO PROFUND.
PROFUNDIDADE
CIRCULAÇÃO DE ÁGUA ÁGUA SALG.
SALGADA RESFRIAM.
ESGOTO E
ESGOTO / COMPENS.
COMPENSAÇÃO
ÁGUA
ESGOTO ESGOTO A VERDE
SALGADA
TRIMAGEM TRIMAGEM
LASTRO LASTRO
DRENOS / EMBORNAIS DRENAGEM
SANITÁRIOS / A.
ÁGUA SERVIDA
SERVIDAS
DESCONTAMINAÇÃO DESCONTAMIN.
ÁGUA ALUMÍNIO OU
ÁGUA POTÁVEL ÁGUA POTÁVEL B
POTÁVEL BRANCO
ÁGUA QUENTE ÁGUA QUENTE
ÁGUA DOCE ÁGUA DOCE
ÁGUA RESFRIAMENTO ÁGUA
MOTORES ÁGUA RESFRIAMENTO
A AZUL
ÁGUA DESTILADA DOCE ÁGUA DEST.
RESFRIAMENTO
RESF. BATERIA
BATERIA
ÁGUA GELADA ÁGUA GELADA
ÁGUA FRIA ÁGUA FRIA
VENTILAÇÃO VENTILAÇÃO
VENTILAÇÃO QUENTE AR QUENTE
AR CONDICIONADO AR COND.
RECIRCULAÇÃO DE AR AR RECIRC.
AR DE RESFRIAMENTO AR RESF.
AR B BEGE
EXAUSTÃO EXAUSTÃO
AR COMPRIMIDO DE
AR DE A. P.
ALTA PRESSÃO
AR COMPRIMIDO DE
AR DE B. P.
BAIXA PRESSÃO
COR BASE DA
FITA OU
SISTEMAS GRUPO IDENTIFICAÇÃO COR LETRA
PINTURA DE
IDENTIFICAÇÃO
AR COMPRIMIDO PARA
AR COMP. S. AGOUTI
SERVIÇOS ESPECIAIS
MONITORAÇÃO DE
MONIT. GASES
GASES AR B BEGE
AGITAÇÃO DO
AGIT. ELETRÓLITO
ELETRÓLITO
AR PARA RESPIRAÇÃO BIB`S
ÓLEO
ÓLEO LUBRIFICANTE
LUBRIFICANTE
MARROM
ÓLEO DIESEL ÓLEO DIESEL
ÓLEO USADO ÓLEO USADO
FORN. COMB. HELIC. (JP-
ABAST. OC. HELIC.
1 / JP-5)
DRENAGEM COMB.
ABAST. OC. HELIC. A AZUL (VIOLETA)
HELIC. (JP-1 / JP-5) ÓLEO
VENT. COMB. HELIC. (JP-
SUSP. OC. HELIC.
1 / JP-5)
LUBRIFICAÇÃO A
GRAXA
GRAXA
PRETA
ÓLEO
ÓLEO COMBUSTÍVEL
COMBUSTÍVEL
GASOLINA GASOLINA
ACETILENO, OXIGÊNIO, ACETILENO / AMARELA
GASES
HIDROGÊNIO OXIGÊNIO
ÓLEO HIDRÁULICO ÓLEO ÓLEO HIDRÁULICO B
AR COND. E REFRIGE
REFRIGERANTE LARANJA
REFRIGERAÇÃO RANTE
INERTIZAÇÃO CO2 E N2 INERTIZAÇÃO
VAPOR SATURADO VAPOR
DRENAGEM DE VAPOR DRENAG. VAPOR
VAPOR
ÁGUA DE ÁGUA DE ALUMÍNIO
ALIMENTAÇÃO ALIMENTAÇÃO
DESCARGA DE B
DESCARGA DE GASES
GASES GASES
REVITALIZAÇÃO / O2 REVITALIZAÇÃO AMARELA
SENTIDO DO FLUXO
IDENT. BRANCO
TUBO PLÁSTICO TUBO PLÁSTICO
Observações:
1) As letras terão 8 mm de altura:
A – Alumínio ou Branco; e
B – Preto;
2) Nos navios fluviais, onde se lê “água salgada” leia-se “água do rio”.
3) Não se aplica aos navios de origem francesa.
Componente Cor
Acessórios de entrada Preto
Água doce Azul
Equipamentos de combate a incêndio Vermelha
Refrigerante e brometo de lítio Laranja
Óleo combustível Preto
Óleo lubrificante Marrom
Ar de alta pressão Bege
Sist. hidráulico Laranja
Hidrogênio Amarela
Ar de baixa pressão e ar de salvamento Bege
Vapor Alumínio
Nitrogênio Laranja
Oxigênio Amarela
Água salgada Verde
CAPÍTULO 6
MANUTENÇÃO DA ESTANQUEIDADE
6.1 - GRAUS DE ESTANQUEIDADE
Todo navio de guerra é subdividido pelos conveses e anteparas, tanto acima como
abaixo da linha d'água, em um grande número de compartimentos estanques. Quanto maior
for essa subdivisão, tanto mais resistência oferecerá o navio à progressão de alagamentos e,
consequentemente, ao afundamento.
Cada um dos compartimentos de bordo, de acordo com o fim a que se destina e a sua
localização, terá um determinado grau de estanqueidade. Naturalmente, todos os acessórios
estanques e válvulas neles situados deverão possuir, no mínimo, o mesmo grau de
estanqueidade.
Os diversos graus de estanqueidade exigidos a bordo de navios de guerra são:
6.1.1 - Estanqueidade ao óleo
É a que não permite nenhum vazamento de óleo (derivados de petróleo), quando sob
a pressão de uma coluna de óleo equivalente à altura do compartimento. Essa estanqueidade é
exigida em todos os limites dos tanques de combustíveis e lubrificantes a bordo.
6.1.2 - Estanqueidade à água
É a que não permite nenhum vazamento d'água, quando sob a pressão de uma coluna
d'água igual à altura do compartimento.
É exigida nas chapas do costado e limites de tanques de água, estruturas e acessórios
de fechamento que possam ter necessidade de suportar um alagamento no caso de uma avaria
no casco. Como a estanqueidade ao óleo, constitui também uma barreira contra a difusão dos
agentes NBQR. Torna-se, assim, importantíssimo que seja rigorosamente mantida a
estanqueidade desses compartimentos, para o que deverá ser feito um exame periódico do
local, dando-se especial atenção aos resultados obtidos.
Em geral, ao nos referirmos à estanqueidade de um compartimento, mencionaremos
a estanqueidade à água.
6.1.3 - Estanqueidade ao ar
É a capacidade que apresenta o compartimento, quando submetido a uma
determinada pressão de ar, de garantir que a queda de pressão em um dado tempo não
ultrapassará a percentagem especificada. É exigida nos limites de espaços que não são
estanques à água, mas onde é necessário estabelecer uma proteção do pessoal contra ataques
existentes na parte superior, como em algumas praças de máquinas, paiol da amarra, praças de
manobra de munição, etc.
Torna-se necessário compreender que o teste visual não é de menor importância
que o teste de ar, ele é feito como consequência da impossibilidade de se manter pressão de ar
no compartimento.
Na mesma ocasião em que se estiver conduzindo a inspeção visual, todos os
acessórios estanques localizados no compartimento deverão ser cuidadosamente
inspecionados. O resultado da inspeção das portas, escotilhas, agulheiros, vigias, tampas de
tubos acústicos, tampas de ventilação etc, deve ser também registrado.
Um processo simples para verificar as condições de vedação dos diamantes de
portas, escotilhas e vigias é o teste de giz. Consiste em se riscar com giz o diamante e fechar
aquele acessório pelo processo normal. Ao ser aberto novamente, a junta de vedação ficará
riscada pelo giz. Irregularidades ou falhas no traço de giz indicam ajustagem incorreta dos
grampos, juntas defeituosas, diamante ou outras peças empenadas, ou falhas no diamante.
c) Teste de ar
Quando um compartimento não se destinar a receber água ou óleo e não possuir
aberturas permanentes para a atmosfera, o processo mais indicado para determinar seu grau de
estanqueidade à água é o teste de ar. Para isso, o compartimento deve ser fechado
completamente e submetido à pressão de ar. A queda de pressão verificada em um
determinado intervalo de tempo (normalmente dez minutos) fornece um elemento de
comparação com o grau de estanqueidade à água. O plano de testes e inspeções de
estanqueidade estabelece para cada compartimento:
- a pressão para o teste; e
- a queda de pressão aceitável para um determinado intervalo de tempo.
Cada compartimento que consta da lista do plano de teste deverá ser testado pelo
menos uma vez a cada dezoito meses, dividindo-se normalmente os compartimentos do navio
em seis grupos e testando um a cada três meses.
Cada compartimento, que deverá ser testado, possui uma tomada especial para a
mangueira de ar. Quando se tratar de tanques, poderá ser usado o tubo de sondagens ou
escape de ar.
Deverá existir a bordo o aparelho para teste de ar que, em linhas gerais, consiste
em uma base onde está montada uma válvula redutora (reduz para 1 a 3 lb/pol2), uma válvula
de admissão, uma válvula de interceptação e um manômetro de mercúrio (Figura 6.1).
O manômetro de mercúrio é usado em vez do manômetro de mola, por inspirar
maior confiança e ser mais sensível. Como acessório, acompanham seções de mangueiras e
reduções.
Para realizar teste de ar em um compartimento, devem ser observadas as
seguintes medidas:
- proceder um exame visual. Os vazamentos assim localizados deverão ser
reparados; e
- fechar todas as aberturas normais. Se as anteparas são atravessadas por
qualquer eixo giratório, ou outras partes móveis, estas deverão ser paradas, a fim de que o
engaxetamento seja ajustado bem apertado; terminada a prova, ele deverá ser novamente
ajustado.
6.2.3 - Utilização do aparelho de teste de ar
As instruções que se seguem serão melhores acompanhadas à vista do equipamento
(Figura 6.1) e destinam-se à efetiva realização do teste.
- Primeira Etapa – Instalação do aparelho
Observação: admite-se que, no início, o aparelho esteja com todas as válvulas
fechadas.
a) Fazer a conexão da sonda de teste com a conexão da válvula de descarga;
b) Ligar o aparelho a tomada de teste de ar do compartimento a ser testado;
c) Observar se a sonda de teste penetra no compartimento, sem ficar obstruída. Se
necessário usar o tubo flexível de teste;
d) Se não for conveniente conectar o aparelho diretamente à tomada, usar a
extensão de mangueira para carga. Neste caso, ligar o tubo flexível de teste na sonda e enfie
dentro da extensão de mangueira, que deve ser conectada à válvula de descarga. A outra
extremidade da extensão é ligada à tomada do compartimento. O tubo flexível penetra no
compartimento por dentro da extensão de mangueira;
e) Ligar a mangueira de ar de 100 lb/pol2 à conexão de admissão;
f) Ajustar o comprimento dos braços extensores para trazer o aparelho à posição
desejada;
VÁLVULA DE
DESCOMPRESSÃO
PARAFUSO DE
AJUSTAGEM
DO ZERO
MANÔMETRO MANÔMETRO
DA PRESSÃO DE TESTE
AJUSTADA
BUJÃO DE
ENCHIMENTO
DE MERCÚRIO
ATENÇÃO
QUALQUER QUE SEJA A POSIÇÃO DO
APARELHO DE TESTE DE AR, OS
INSTALAÇÃO
HORIZONTAL
INSTALAÇÃO
VERTICAL
INSTALAÇÃO REMOTA
Figura 6.3 – Tipos de instalação do aparelho de teste de ar
poderão ser avariados quando do enchimento desses tanques ou eventual alagamento dos
paióis.
d) Em alguns navios existem diafragmas de borracha que protegem os botões
elétricos, alarmes, ou controles à distância. Ao se colocar pressão no compartimento onde se
encontram esses dispositivos, eles poderão funcionar, devendo-se, portanto, adotar
providencia para que isso não aconteça.
e) Escalar pessoal competente para realizar o teste ou acompanhar a sua execução
quando feito por pessoal de arsenais ou bases.
f) Verificar, constantemente, as válvulas redutoras, de admissão e de
interceptação do aparelho.
g) Não empregar manômetros de mola, mas os de coluna de mercúrio.
h) Exigir que o arsenal/base execute o teste em todos os compartimentos onde a
estanqueidade possa ter sido destruída pelas obras ou reparos realizados a bordo.
i) Os compartimentos que pelo teste de ar não são “satisfatórios” constituem um
grande perigo, devendo ser, imediatamente, providenciado o seu reparo.
j) Os reparos que não puderem ser realizados com os recursos de bordo deverão
ser executados no próximo período de manutenção do navio.
Em navios que possuem cidadela (conjunto de compartimentos interligados do
navio, que fazem uma fronteira contínua com o meio exterior, estanque ao ar, aos gases e
fumaça em cujo interior o ar pode ser recirculado), para proteção contra um ataque NBQR,
deve-se periodicamente (2 em 2 meses), efetuar o fechamento do navio na condição ZULU
NBQR, verificando-se, desta forma, a manutenção por tempo indefinido da pressão mínima
(indicada em manômetros instalados a bordo) de 2 polegadas de água acima da pressão
atmosférica, em cada uma das subcidadelas em que se subdivide o navio. Caso esta pressão
não seja mantida, deverão ser verificadas as possíveis falhas (vazamentos ou não
cumprimento da condição de fechamento) que estejam impedindo a manutenção da pressão
acima indicada.
Para a manutenção desta pressão de 2 polegadas de água acima da pressão
atmosférica, todas as ventilações e extrações normais são isoladas, passando a cidadela a ser
alimentada de ar através de filtros especiais (NBQR).
Consegue-se a cooperação de todo o pessoal a bordo uma vez que se doutrine a
guarnição quanto à necessidade da estanqueidade, bem como quanto à importância da sua
partes galvanizadas como grampos, pinos, gonzos etc. é também proibido, pois destruirá a
camada de zinco, acelerando a corrosão.
Os batentes das portas nunca devem ser usados como bancada para trabalho.
As roscas dos grampos de aperto também não deverão ser lixadas, pois isso
produzirá desgastes e introduzirá folga entre a parte roscada e a porca. Quando
confeccionadas com aço inoxidável, deverão ser conservadas apenas com óleo, passado
ocasionalmente sobre a rosca. As roscas de aço comum deverão ser conservadas limpas e
cobertas com graxa para evitar a ferrugem.
6.3.5 - Redes de ventilação
As tampas com juntas instaladas nas extremidades dos condutos de ventilação estão
sujeitas às mesmas avarias que estudamos no caso de portas e escotilhas.
Outras válvulas instaladas nas redes de ventilação podem, também, perder a vedação
devido à má ajustagem, poeira acumulada no conduto, corrosão, defeito no dispositivo de
manobra, etc. A fim de anular os efeitos produzidos pela poeira e água salgada sobre esse
grande número de acessórios, deve-se realizar inspeções e manobrá-las frequentemente, bem
como estabelecer uma rotina de limpeza, lubrificação e conservação.
6.3.6 - Válvulas de interceptação
São importantes na conservação da estanqueidade. Quando não estiverem vedando
bem, poderão causar alagamentos. Um exemplo típico será o das válvulas de interceptação da
rede de incêndio. Se atingido e seccionado um trecho dessa rede, caso a interceptação não
esteja vedando, aquela seção não poderá ser isolada e o compartimento será alagado.
As alterações introduzidas a bordo e autorizadas pelos órgãos competentes têm por
finalidade a eficiência de combate do navio. Muitas destas alterações implicam em furação de
anteparas estanques. Geralmente, torna-se necessário instalar novos cabos elétricos,
canalizações, condutos de ventilação, etc. Por outro lado, muitos circuitos e canalizações
devem ser retirados e os furos obturados.
Nesses casos, o próprio pessoal de bordo deverá se empenhar em verificar a vedação
de todas essas alterações feitas a bordo. A experiência tem demonstrado que essa verificação
deverá ser executada independentemente de ter sido o serviço executado por arsenal, base,
navio oficina ou por bordo. Existe permanentemente a bordo um perigo potencial para
destruição da estanqueidade do navio, é a tendência incontrolável do pessoal para executar
alterações por conta própria, principalmente no meio do pessoal da máquina, eletricidade e
artífices. Deverá ficar bem claro para todos, oficiais e praças, que não podem ser perfuradas
por conta própria anteparas estanques e conveses sem autorização específica para isso. O
oficial de CAv, a bordo é o responsável pela fiscalização desta determinação.
6.3.7 - Passagens de cabos elétricos
Os cabos elétricos a bordo atravessam muitas anteparas estanques. A estanqueidade é
garantida passando-se cada cabo por uma bucha. Muitas vezes há um grande número de cabos
atravessando uma antepara em uma pequena área, através de várias buchas instaladas muito
próximas uma das outras. Os cabos que ficam no centro do feixe são de difícil acesso, sendo a
substituição do seu engaxetamento muito trabalhosa.
ANTEPARA
SOLDA SOLDA
BUCHA
SOBREPOSTA
CABO
SOLDA SOLDA
5
3 1
PARA
FECHAR
4 2
6
3
1 5
PARA
ABRIR
2 6
4
CAPÍTULO 7
COMUNICAÇÕES INTERIORES
7.1 - GENERALIDADES
Atualmente, com emprego de navios cada vez mais modernos e, principalmente em
situação de combate, é fundamental que haja um bom enlace de comunicações entre os
diversos sistemas e controles a bordo.
Os circuitos de comunicações interiores são os elos entre os diversos controles de
bordo e, quando usados de forma eficiente, permitem o trabalho em equipe. Um grande
esforço para organizar um navio pode ser perdido, se as comunicações falharem.
Muito embora o treinamento de comunicações interiores a bordo possa parecer simples,
constitui uma das partes difíceis do adestramento do navio. Geralmente, o fracasso dos
exercícios se verifica mais por deficiências das comunicações do que por outros motivos, o
que mostra a necessidade de treinar constantemente o pessoal.
7.2 - RECURSOS DE COMUNICAÇÕES INTERIORES
Os principais recursos de comunicações do controle de avarias a bordo são:
- Telefones autoexcitados (de combate ou de antepara);
- Sistema de múltiplas comunicações (MC);
- Sistema integrado de comunicações;
- Telefones automáticos;
- Sistema de comunicação sem fio; e
- Mensageiros.
7.3 - TELEFONES AUTOEXCITADOS E SEUS CIRCUITOS
Os telefones autoexcitados apresentam grandes vantagens sobre os demais meios de
comunicações, pelo fato de serem simples, resistentes e não necessitarem de alimentação para
funcionar.
Os circuitos autoexcitados são classificados como:
- Circuitos principais;
- Circuitos auxiliares;
- Circuitos suplementares; e
- Circuitos de comunicações em avaria (X40J).
Para efeito de identificação, a letra “J” é característica comum para todos os circuitos
de comunicação autoexcitados.
7.3.1 - Circuitos principais
Estabelecem comunicações entre as estações de controle do navio. Os circuitos
principais são identificados pela letra J seguida de outra.
7.7.2 - Intercom
Substitui os circuitos MC. Nas VCS, as chaves correspondentes aos seus diversos
circuitos devem ser mantidas calcadas enquanto for transmitida a mensagem e voltam
automaticamente à posição de desligado, quando liberadas. A comunicação se processa por
meio de alto-falantes e, junto à tecla correspondente à estação transmissora, há uma indicação
luminosa. Todas as estações são chamadas ao mesmo tempo.
O sistema RICE/SICI possui também facilidades, em alguns VCS, para utilização de
telefones automáticos e canais de comunicações exteriores.
O sistema RICE/SICI é alimentado por 24 VCC gerados em unidades
transformadoras e retificadoras, que recebem alimentação da rede principal do navio. Em caso
de falha desta alimentação, um grupo de baterias, permanentemente flutuando no sistema, está
em condições de mantê-lo operando o sistema por um período de aproximadamente uma hora.
Após este período, restará, ainda, um recurso de comunicação denominado de
Telefone de Emergência, o qual é composto de 14 aparelhos telefônicos alimentados
independentemente por pilhas, constituindo uma rede de comunicação dotada de linhas ponto
a ponto, interligando as seguintes estações: CCM, Passadiço, COC; Reparo I, Reparo II,
Reparo III e Máquina do leme de acordo com amarrações específicas.
7.8 - SISTEMA DE COMUNICAÇÃO SEM FIO
Este sistema é um acréscimo nas possibilidades de comunicações no CAv, utilizando
rádios portáteis especialmente designados para este controle. O sistema utiliza antenas
horizontais e interliga a central de CAv e os reparos. Uma expansão do mesmo, incluindo
rádios adicionais e antenas verticais, permitirá a interligação de outras estações como o
passadiço e o CAv-ET. O equipamento portátil é um transceptor. O reparo possui uma antena
que permite comunicação entre o pessoal no reparo, pessoal na área da avaria e o investigador
informando a situação da avaria. Cada reparo possui uma central instalada e quatro
transceptores, com quatro canais disponíveis, recebendo as seguintes designações:
- Canal 1 - Área do reparo V;
- Canal 2 - Área do reparo II;
- Canal 3 - Área do reparo III; e
- Canal 4 - Destinado para comunicações entre navios e pode ser usado para
comunicações entre as estações de controle do navio e a central do CAv, secundária do CAv,
secundária de Comando e o passadiço, durante uma grande avaria.
Na área de atuação do reparo, os equipamentos de comunicação sem fio são usados
pelo investigador e o líder. O circuito 2JZ (ou outro designado) é o meio de comunicação
primário entre o reparo e a Central do CAv. O pessoal que usa o equipamento de comunicação
sem fio deve estar atento à redução da capacidade de transmissão ou zonas mortas. Os
mensageiros ou um equipamento reserva de comunicação sem fio devem ser alternativas no
caso de zonas mortas. Especial atenção deve ser dada a esses equipamentos, no caso de
controle de emissão eletromagnética (CONSET). As comunicações podem ser interrompidas
por anteparas estanques quando estabelecida a condição ZULU.
7.9 - OUTROS MEIOS DE COMUNICAÇÕES
- Os telefones automáticos: são muito cômodos na vida normal do navio. Trata-se,
entretanto, de equipamento delicado e como tal, sujeito a avarias. Requerem alimentação de
bordo ou de baterias, o que os torna mais vulneráveis que os autoexcitados. É claro que
poderão ser usados também pelo pessoal de CAv, mesmo em combate, principalmente pelos
patrulhas;
- Telefones de emergência: sistema específico das Fragatas classe “Niterói”, destinado
a estabelecer comunicações entre determinadas estações quando da eventual perda do sistema
RICE;
- Os tubos acústicos: têm atualmente pouco emprego a bordo, comunicando locais
próximos e geralmente acima de linha d'água; e
- Os mensageiros: são usados para transmissão de mensagens quando todos os outros
meios falharem, fato, aliás, ocorrido em vários navios em combate. Os mensageiros devem
conhecer bem o navio e os oficiais, suboficiais e sargentos que guarnecem postos-chaves. Em
combate, quando se utilizar mensageiros, as mensagens devem ser, sempre que possível,
escritas e levadas em mãos.
7.10 - ALARMES
O sistema de comunicações interiores compreende determinado número de alarmes a
serem utilizados para alertar ou sinalizar a ocorrência de alguma situação específica. O
número e os tipos de alarme variam de acordo com a classe do navio. Os alarmes descritos
abaixo estão entre os que podem ser encontrados a bordo.
7.10.1 - Alarme geral
Usado para ordenar o guarnecimento de postos de combate e postos de CAv.
Quando soar, deve ser automaticamente estabelecida a condição ZULU de fechamento do
material.
7.10.2 - Alarme NBQR
Informa que um ataque nuclear, químico ou biológico é iminente. Ao soar, deve ser
estabelecida imediatamente a condição Z-NBQR de fechamento do material.
AVARIAS E
ABREVIATURAS
TURMA DE TESTE DE
SOB AREA
INCÊNDIO INFORMADO EXTINTO PREVENÇÃO ATMOSFERA
CONTROLE INVESTIGADA
A, B, C, D (HORA) (HORA) ESTABELECIDA SAFO
(HORA) (HORA)
(HORA) (HORA)
• PEENCHER O INTERIOR DO COMPARTIMENTO COM HACHURAS NO SENTIDO DIAGONAL.
• MARCAR DENTRO DO COMPARTIMENTO, EM UM CÍRCULO, AS LETRAS A, B, C OU D IDENTIFICANDO A CLASSE DO INCÊNDIO.
• LANÇAR A HORA DA CHEGADA DA TURMA DE ATAQUE NO LOCAL, E HORA DE ENVIO DA TURMA DE INCÊNDIO.
VENTILAÇÃO TESTE DE
COMPARTIMENTO TESTE DE TESTE DE GASES
FUMAÇA INFORMADO EM GASES
VENTILADO O2 EXPLOSIVOS
F (HORA) ANDAMENTO TÓXICOS
(HORA) SAFO SAFO
(HORA) SAFO
• AO SER DETERMINADO O MÉTODO DE REMOÇÃO DA FUMAÇA, LANÇA-LO NO LADO ESQUERDO DO TRIÂNGULO.
• LANÇAR O SAFO DOS TESTES DA FORMA: + O , - E , - T, AO LADO DO TRAÇO HORIZONTAL CORRESPONDENTE.
LIMITES DE
ORDENADO ESTABELECIDO
FUMAÇA
(HORA) (HORA)
LF
• IDENTIFICAR OS LIMITES PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS, DE VANTE PARA RÉ, NOS RESPECTIVOS CONVÉSES.
• MARCAR COM UMA LINHA CONTÍNUA VERTICAL, DE BORDA A BORDA, OS LIMITES PRIMÁRIOS DE FUMAÇA.
• MARCAR COM UM CÍRCULO E UMA LINHA DIAGONAL OS ACESSÓRIOS ESTANQUES QUE LIMITAM A FUMAÇA.
ESTABELECIDO -
LIMITES DE
ORDENADO TURMA DE
INCÊNDIO
(HORA) CONTENÇÃO NO
LI
LOCAL (HORA)
• IDENTIFICAR OS LIMITES PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS, DE VANTE PARA RÉ, E OS RESPECTIVOS CONVÉSES.
• LANÇAR TC NOS CONVÉSES SUPERIORES E INFERIORES, QUANDO A TURMA DE CONTENÇÃO ESTIVER NO LOCAL.
• ENVOLVER AS LATERAIS DO COMPARTIMENTO ( LIMITES PRIMÁRIOS ) E LANÇAR “TC”.
SISTEMA FIXO DE SISTEMA CO2 / HALON
GUARNECIDO
CO2 OU HALON ATIVADO EFICAZ
(HORA)
CO2 ,HALON (HORA) (HORA)
• LANÇAR A HORA PARA A REENTRADA AO LADO DIREITO DO TRIÂNGULO CO2 / HALON EFICAZ.
ISOLAMENTO
ORDENADO CONCLUIDO SISTEMAS
MECÂNICO
(HORA) (HORA) RESTABELECIDOS
IM
ISOLAMENTO ORDENADO COMPLETADO ENERGIA
ELÉTRICO (CARTÃO N0) (CARTÃO N0) RESTABELECIDA
IE (HORA) (HORA) (HORA)
LANÇAMENTO DE SISTEMA
GUARNECIDO ISOLADO
ESPUMA ATIVADO
(HORA) (HORA)
AFFF (HORA)
ACESSÓRIO QUENTE FRIO
INFORMADO
ENJAMBRADO DESENJAMBRADO
(HORA)
Q/E (HORA)
• PARA ACESSÓRIOS ESTANQUES.
INFORMADO
ALAGAMENTO/ COMPARTI-
(GPM, LPM, ESGOTO ESGOTO
ALAGAMENTO MENTO
T/H OU INICIADO TERMINADO
PROGRESSIVO ISOLADO
METROS/PÉS) (HORA) (HORA)
AL (HORA)
(HORA)
• LANÇAR RATE DE ALAGAMENTO ACORDO TABELA.
• AO SER DETERMINADO O MÉTODO DE ESGOTO, LANÇÁ-LO NO LADO ESQUERDO DO TRIÂNGULO.
• PREENCHER O INTERIOR DO COMPARTIMENTO COM HACHURA NO SENTIDO HORIZONTAL.
• MARCAR DENTRO DO COMPARTIMENTO, EM UM CÍRCULO AS LETRAS AL.
AVARIAS E
ABREVIATURAS
CAPÍTULO 8
FAINAS E PROCEDIMENTOS DE CAv
8.1 - PREPARAÇÃO DO NAVIO PARA O COMBATE
Os sinistros podem acontecer a qualquer momento em um navio, devido à ação do
inimigo, colisão, encalhe, incêndio, explosões, crache ou mau tempo. Em tempo de paz ou na
guerra, um navio estará sujeito a sofrer avarias com um grau de risco maior ou menor, sendo,
portanto, necessária a preparação do CAv para minimizar os efeitos das mesmas.
A preparação do CAv para o combate é feita em três fases (ataque inimigo ou avaria
possível, ataque ou avaria provável e ataque ou avaria iminente), de modo a garantir ao navio, ao
se completar a terceira fase, a melhor prontidão.
Manter a condição mais alta de prontidão do CAv é a melhor maneira para limitar e
controlar avarias. No entanto, as medidas adotadas, para que esse grau de prontidão seja
alcançado não podem ser mantidas indefinidamente, pois degradam as condições de
habitabilidade, a rotina do navio e a manutenção de equipamentos.
As fases de preparação do CAv devem ser iniciadas levando-se em consideração o risco
calculado de se sofrer avarias, o estado de alerta para ataques inimigos e a rapidez com a qual um
maior grau de prontidão pode ser alcançado.
Cada navio, independentemente de sua classe, deve estabelecer normas específicas para o
estabelecimento das fases de preparação do navio para o combate. As listas a seguir servem de
base para a elaboração das instruções.
As ações necessárias para se estabelecer ou alterar uma fase de preparação do CAv
normalmente incluem:
- Controle e a operação de máquinas;
- Operação do sistema de rede de incêndio;
- Preparação para o uso de sistemas de borrifos (ou de alagamento) de compartimentos
ou áreas de grande risco;
- Operação, segregação ou duplicação de sistemas de geração e de distribuição de
energia; A abertura de compartimentos normalmente trancados por questões de segurança;
- Operação de cozinhas;
- Organização das enfermarias de combate e postos de primeiros socorros;
- Redução de riscos de incêndios;
TABELA DE INFLAMÁVEIS
LOCALIZAÇÃO DESCRIÇÃO
1) CÂMARA DO Sr. COMANDANTE REVESTIMENTO DO TETO
Todo o material volante em conveses abertos requer peiação reforçada para suportar a
força dos ventos e das vagas que possam varrer o navio.
Quando o mau tempo atinge o navio no porto, pode ser necessário o estabelecimento e
uma condição de fechamento tão rigorosa como se estivesse no mar.
A retirada do lixo de bordo é de responsabilidade de todos de bordo. Os Encarregados de
divisão deverão inspecionar seus compartimentos antes do suspender do navio e certificar-se de
que nenhum lixo foi deixado tanto em recipientes de lixo como em pisos e espaços de difícil
acesso.
8.3 - TRÂNSITO A BORDO
Navios de guerra estão sujeitos a situações que requerem rápido e seguro trânsito a bordo,
com toda a tripulação se movendo a um só tempo. A esse quadro pode se acrescentar a falta de
iluminação.
Cada militar da tripulação deve, portanto, conhecer bem seu navio, especialmente os
caminhos que interligam os locais que normalmente frequentam (alojamento, sala de estar,
rancho, estação de serviço etc.) com seu posto de combate e o convés aberto.
A movimentação do pessoal a bordo deve obedecer às regras de trânsito, devendo ser feito
em passo acelerado e não correndo pelos corredores e escadas, conforme apresentado abaixo:
Passagens e escadas devem receber setas indicadoras do sentido de trânsito no local. Este
sentido pode ser contrariado em situações especiais, quando for conveniente encurtar caminho
para chegar a uma enfermaria de combate ou a uma estação de descontaminação. Nesse caso,
setas indicadoras específicas serão acrescentadas às setas de trânsito normal, conforme mostrado
na figura 8.1.
'
Embora esses sentidos opostos possam à primeira vista parecer impróprios, na prática não
há inconvenientes, porquanto a demanda às estações de descontaminação e às enfermarias de
combate se farão, logicamente, fora dos momentos de circulação do pessoal para guarnecer
postos e fainas.
A descida de escadas durante o trânsito para o guarnecimento das estações pode ser feita
de forma expedita desde que o militar não se exponha ao risco de um acidente. Militares
utilizando aparelhos de respiração autônomos deverão descer escadas com a face de frente para
os degraus.
Dificilmente as regras de trânsito serão cumpridas nas situações de emergência se não se
tornarem um hábito rotineiro. Cumpre obedecê-las sempre, no mar ou no porto, qualquer que seja
o regime a bordo.
8.4 - COLISÃO
As avarias por colisão são quase sempre graves, por normalmente afetarem as obras vivas,
dando origem a alagamentos. Paralelamente, podem ocorrer incêndios e ruptura de redes.
De um modo geral, as avarias por colisão, bem como as originadas por encalhe,
assemelham-se àquelas provocadas por explosões submarinas, requerendo as mesmas ações por
parte do controle de avarias do navio.
Duas situações podem ocorrer:
- A colisão ocorre no mar, estando toda a tripulação a bordo. Ao soar o alarme de colisão,
devem ser guarnecidos os Postos de Combate (Condição I), pois é nessa situação que o navio
dispõe de todos seus recursos.
- A colisão ocorre com o navio atracado, estando o navio no porto. O grupo de CAv de
serviço formará em local a ser disseminado pelo Oficial de Serviço, dando início ao combate às
avarias.
O Reparo de CAv (ou Grupo de CAv de serviço no porto) deve estabelecer a condição
ZULU de fechamento do material, de forma a limitar a extensão do alagamento tanto quanto
possível às áreas adjacentes ao local da avaria. Atenção especial deve ser dada a existência de
pessoal nessas áreas, especialmente os feridos. A atividade do CAv, a partir deste instante,
expande-se em função das avarias ocorridas.
O alarme de colisão deve ser acionado logo que for constatado ser iminente a colisão. A
antecipação do alarme tem por propósito fazer com que o pessoal que esteja cobertas abaixo
inicie o estabelecimento da condição de fechamento do material e, ao mesmo tempo, aqueles que
não estejam guarnecendo função possam se deslocar mais rapidamente para o convés aberto.
8.5 - ENCALHE E DESENCALHE
8.5.1 - Encalhe deliberado
O encalhe de um navio, na quase totalidade das vezes, ocorre acidentalmente, podendo,
porém acontecer deliberadamente quando houver certeza de naufrágio e for possível atingir a
praia antes que ele ocorra. Nessa situação, embora o encalhe seja deliberado, não é provável que
venham a serem oferecidas muitas alternativas ao Comandante.
Considerando-se, porém, a possibilidade de posterior salvamento do navio, a melhor
situação para encalhar compreende, em linhas gerais, um local de águas relativamente tranquilas,
com fundo de areia ou lama e de pequena inclinação.
O encalhe deve ser efetuado de proa, perpendicularmente à linha da praia e com
velocidade suficiente para progredir tanto quanto possível sobre a praia. Os ferros devem ser
largados a uma distância aproximada da praia de cerca de duas vezes o comprimento do navio.
Após o encalhe, o navio deverá ser lastrado para que seja evitada qualquer tendência a se
movimentar com a variação da maré, especialmente se o encalhe ocorrer na baixa-mar.
8.5.2 - Desencalhe
Na ocorrência de um encalhe acidental, a preocupação a bordo em logo safar o navio
com recursos próprios pode levar a atitudes precipitadas e impróprias, cujo efeito mais provável
será o agravamento da situação. Assim, na eventualidade de um encalhe acidental, poderá ser
tentado o imediato desencalhe pelas próprias máquinas, dando atrás por um breve período, findo
o qual não mais deverão ser movimentadas as máquinas, sob pena de rápido assoreamento do
local pela ação dos próprios hélices, além do entupimento dos diversos sistemas de circulação.
Constatada essa impossibilidade de desencalhar por si só, é fundamental que o navio
seja imediatamente lastrado, a fim de que permaneça imobilizado até que haja disponibilidade de
socorro (reboque). Para esse lastro deve ser considerada até mesmo a possibilidade de
alagamento de um ou mais compartimentos, especialmente aqueles situados mais próximos ao
fundo do navio, para evitar o comprometimento maior da estabilidade, que já poderá estar
reduzida só por força do próprio encalhe.
A menos que o navio esteja perfeitamente assentado em fundo macio, os esforços sobre
o casco se desenvolverão irregularmente. O encalhe sobre pedras certamente produzirá grandes
esforços localizados que podem romper o chapeamento e até mesmo as cavernas. Tais avarias
serão intensificadas se houver movimento do casco.
O encalhe a meio-navio dará origem a forças de alquebramento, enquanto que encalhe
pela popa ou pela proa geram forças de contra-alquebramento. Assim, o lastro e o deslastramento
do navio encalhado devem ser executados levando em conta esses efeitos, de modo a reduzi-los
tanto quanto possível. O lastro deve ser feito sobre a área em que o casco se apoia no solo, ou tão
perto dele quanto possível, enquanto as partes não-encalhadas devem ter seu peso aliviado.
Se possível, os ferros devem ser espiados em direção ao mar. Como essa faina não
costuma ser exequível exclusivamente com os recursos de bordo, largar os ferros na posição do
encalhe, a fim de que, caso o navio seja arrastado, esses ferros passem a trabalhar como espiados,
impedindo nova progressão do encalhe.
Tais providências se justificam porquanto o navio, embora encalhado, possuirá ainda
algum movimento causado pela variação da linha d’água. Em outras palavras, ao se aproximar
uma onda, haverá um aumento do calado e da flutuabilidade. O inverso acontecerá quando esta
onda se afastar do navio, até que nova onda se aproxime e o processo se repita. Este movimento
de subida e descida nas ondas, além de favorecer a progressão do encalhe, poderá levar a súbitas
e violentas batidas no fundo, o que fatalmente ocasionará o enfraquecimento da estrutura,
podendo mesmo acarretar a perda do navio.
Outro perigo que um navio encalhado pode correr é o de “atravessar a praia”, ou seja,
sua linha proa-popa ficar paralela à linha da praia. Nessa situação, todo o costado fica exposto à
ação das ondas, com facilidade para embarcar água, avariar equipamentos e até mesmo vir a
tombar. Além disso, quando o terreno for de areia ou lama, haverá tendência ao assoreamento a
poderão levar incêndios a outras partes do navio. Sabe-se que o fogo se propaga ao longo de
cabos elétricos e que o calor, transmitido através das anteparas, causa incêndios em locais do
navio bem distantes da fonte original. O superaquecimento dos paióis de munição e dos cofres de
munição de pronto uso deve ser evitado por meio de borrifo, ou mesmo, pelo alagamento desses
paióis. Cuidados deverão ser tomados quando da abertura de escotilhas, portas ou agulheiros de
compartimentos suspeitos de conterem incêndio. Existe a possibilidade do calor no interior do
compartimento provocar uma sobre pressão capaz de empurrar o acessório violentamente quando
os grampos folgarem.
8.7.4 - Investigação de tanques e espaços vazios
As seguintes normas, no exame de um tanque ou compartimento, são estabelecidas para
assegurar que o tanque ou compartimento está seguro para a entrada de pessoal. Deverá ser
pesquisada a existência de três perigos em potencial: gases explosivos, gases tóxicos e deficiência
de oxigênio. A falha na condução de qualquer um dos três poderá conduzir ao risco de vidas e à
perda do próprio navio. Os seguintes instrumentos são utilizados:
a) para teste de gases e vapores explosivos ou inflamáveis: indicador de gases
combustíveis (explosímetro), indicador de gases combustíveis e de hidrogênio;
b) para teste de gases ou vapores tóxicos: detector por reagentes químicos específicos
para gás sulfídrico, monóxido de carbono e bióxido de carbono (detector tipo DRÄGER); e
c) para teste de deficiência de oxigênio: indicador de oxigênio (oxímetro).
O pessoal responsável pela investigação deverá entrar na área equipado com máscara de
respiração autônoma. Após os três testes, deve examinar a área visualmente quanto à existência
de óleo, graxa, resíduos oleosos, panos ou papéis secos ou embebidos em óleo ou graxa.
Se a área estiver livre de gases perigosos, de material capaz de gerar tais gases com a
aplicação de calor e tenha sido suprida com uma circulação adequada de ar fresco, fornecida ou
induzida (é recomendado um mínimo de 400 pés cúbicos de ar por minuto), a área poderá ser
declarada segura para trabalhos envolvendo o emprego do calor. Caso contrário, a área deverá ser
previamente desgaseificada.
Testes periódicos devem ser feitos para determinar se as condições do compartimento
estão sendo mantida. O intervalo entre os testes deve ser estabelecido pela análise da situação, e
não arbitrariamente preestabelecido. Contínua vigilância deve ser mantida quando estiver sendo
feito algum trabalho com calor em tanques nos quais é inevitável a existência de pequenas
A situação mais provável em que o GSD será chamado a intervir será o navio estando em
postos de combate. Consoante tal entendimento, o pessoal detalhado para guarnecer as várias
estações, no GSD, deverá guarnecer estas mesmas estações em postos de combate, tanto quanto
possível.
O GSD deverá efetuar a rendição nos postos de forma rápida e direta, sem que haja perda
de continuidade das fainas que já estiverem sendo conduzidas pelos Reparos de CAv. Deve haver
uma grande flexibilidade pelos componentes do GSD, já que as mesmas tarefas exercidas por um
Reparo de CAv são atribuídas ao reduzido número de componentes do GSD.
Cabem inicialmente ao GSD, ao assumir o controle do navio, as seguintes providências:
- destruir documentos e equipamentos sigilosos; (quando determinado pelo Comandante)
render o pessoal de quarto nos controles de manobra e máquinas, mantendo, se possível, a
energia elétrica, por meio dos geradores principais ou de emergência;
- ajudar o pessoal, que esteja cobertas abaixo, a atingir o convés principal;
- fechar todas as portas e escotilhas; e
- pôr as bombas de profundidade se houver, em “seguro” (SAFE), a fim de evitar que elas
venham a explodir logo que o navio afunde.
Para efeito de salvar e/ou destruir o navio, deverá o GSD contar com pessoal habilitado a
executar as seguintes tarefas:
- alijar de pesos;
- realizar escoramento, tamponamento e percintagem;
- aparelhar o navio para um reboque;
- corrigir a banda e compasso (manobra com a carga líquida);
- operar equipamentos de corte e solda;
- reparar redes elétricas;
- prestar primeiros socorros;
- estabelecer comunicações rádio e visuais; e
- utilizar explosivos.
8.10 - FAINA DE ABANDONO
O abandono do navio pela tripulação e a sobrevivência no mar, são abordados
detalhadamente na publicação CAAML 702 - MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA NO MAR.
O tempo que um navio avariado leva para afundar depende naturalmente do grau de
estanqueidade restante. Uma boa estanqueidade garantirá ao navio um maior tempo para afundar,
o que virá facilitar o salvamento da sua tripulação.
Duas situações podem ocorrer por ocasião do abandono:
I) Há perigo imediato de afundamento ou emborcamento do navio, quando será
ordenado “Abandonar o navio”; ou
II) Não há perigo imediato de afundamento ou emborcamento do navio. Na
segunda situação, o GSD assumirá o controle do navio, para a tentativa de salvamento ou
destruição do mesmo. Neste caso o Comandante ordenará: "Preparar para abandonar o navio -
Grupo de Salvamento e Destruição assumir o controle do navio". O pessoal assumirá então seus
postos, conforme detalhado nas tabelas mestras. Os tripulantes que guarnecem postos que devem
ser rendidos por componentes do GSD só abandonarão estes após terem sido rendidos. Na
eventualidade de não serem rendidos, qualquer que seja o motivo, permanecerão guarnecendo o
posto e incorporar-se-ão, automaticamente, ao GSD. O restante da tripulação deverá formar
imediatamente em seus postos de abandono, e o pessoal, destinado a arriar na água os recursos de
abandono, começa a prepará-los para isso.
O Comandante, tendo em vista a evolução da situação, dará a ordem “Abandonar o
Navio”. As lanchas e balsas serão então rapidamente arriadas, nelas embarcando todo o pessoal.
A embarcação destinada ao GSD permanecerá com a bossa passada ao navio, as demais se farão
ao largo.
Após o abandono do navio (exceto pelo GSD), a situação poderá ainda evoluir para o
abandono do navio pelo GSD ou para o salvamento do navio.
Sendo o afundamento ou emborcamento realmente inevitável, o Comandante dará a
ordem “GRUPO DE SALVAMENTO E DESTRUIÇÃO DESTRUIR O NAVIO”. À medida que
os componentes do GSD forem cumprindo os procedimentos de destruir o navio, darão o pronto
ao Comandante e se concentrarão nos seus postos de abandono. O Comandante, terminada a
destruição do navio, dará a ordem “GRUPO DE SALVAMENTO E DESTRUIÇÃO –
ABANDONAR O NAVIO”.
Tendo o GSD conseguido salvar o navio, o Comandante dará a ordem “REEMBARCAR
A TRIPULAÇÃO”. A faina de reembarque será coordenada de tal maneira que seja rápida, para
que a tripulação venha a auxiliar o GSD, e com atenção para que as balsas sejam presas ao navio
para possibilitar o seu posterior recolhimento para bordo.
–PERIGO-
ESTE COMPARTIMENTO PODERÁ CONTER GASES TÓXICOS OU OXIGÊNIO
INSUFICIENTE PARA A VIDA HUMANA. SOLICITE AUTORIZAÇÃO PARA
ENTRAR AO ENCARREGADO DO CAv.
Quando se fizer necessário que alguém entre nesses locais, deverão ser realizados testes, e
os resultados apresentados por escrito. Em função do resultado do teste e do que se pretenda
executar nessas áreas, poderá ser então providenciada a ventilação do compartimento, a
desgaseificação, o alagamento com gás inerte ou com água, e até mesmo, pode acontecer de
nenhuma providência ser necessária. Assim, uma rápida inspeção num tanque, onde existam
gases tóxicos ou insuficiência de oxigênio, poderá ser efetuada apenas com o emprego de
máscara própria. Um serviço de solda em um tanque de óleo combustível exigirá a limpeza e a
completa desgaseificação desse tanque. É terminantemente proibida a entrada de uma pessoa em
compartimentos onde haja suspeita de presença de gases tóxicos sem o uso de máscara de
oxigênio e sem que haja um acompanhamento por um segundo militar localizado fora do
compartimento. A Estação Central do CAv deve ter ciência da hora de entrada e saída de pessoas
de compartimentos com suspeita de presença de gases tóxicos e deve ser feito um controle da
faina que estiver sendo realizada.
Marcações temporárias deverão ser afixadas pelo encarregado do CAv nesses locais, após
os testes.
Nessas marcações deverá constar:
- número do compartimento;
- condição de segurança para o pessoal;
- condição de segurança para trabalhos com calor;
- data-hora do teste;
e do material enviado pelos GSE. Deve ser considerado prioritário, quando aplicável, o emprego
pelo navio sinistrado do GSE dos navios da mesma classe ou tipo. Também deve ser considerado,
quando aplicável, a distribuição do pessoal destes grupos no apoio indireto à faina, como, por
exemplo, na realização de contenção ou primeiros socorros.
f) O responsável pela faina no navio com sinistro deverá possuir no portaló ou local
designado para receber os GSE, um diagrama do navio apresentando os compartimentos e
conveses na área do sinistro.
COMPARTIMENTO:
DATA-HORA DE
DATA-HORA
VALIDADE
DO TESTE
DO TESTE
NOME DO NAVIO
DATA: NÚMERO:
DIVISÃO HORÁRIO
SERVIÇO LOCAL
REQUISITANTE DA FAINA
CORTE
SOLDA
MANGUEIRA DE INCÊNDIO
COMPARTIMENTOS ADJACENTES
CONTENÇÃO
COM CONTENÇÃO
SIM
NÃO
DESCRIÇÃO DO SERVIÇO
REQUISITANTE
REV. 2
INSTRUÇÕES BÁSICAS
- 8-30 -
As condições de segurança do local forem alteradas, surgindo novas situações de risco; e
Em situações de emergência.
OSTENSIVO