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EB70-CI-11.

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MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

CADERNO DE INSTRUÇÃO
DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES E
GERENCIAMENTO DE RISCO NAS
ATIVIDADES MILITARES

1ª Edição
2019
EB70-CI-11.423

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

CADERNO DE INSTRUÇÃO
DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES E
GERENCIAMENTO DE RISCO NAS
ATIVIDADES MILITARES

1ª Edição
2019
EB70-CI-11.423

PORTARIA Nº 21-COTER, DE 14 DE FEVEREIRO DE 2019.


EB: 64322.001929/2019-14

Aprova o Caderno de Instrução de Prevenção


de Acidentes e Gerenciamento de Risco nas
Atividades Militares (EB70-CI-11.423), 1ª
Edição, 2019, e dá outras providências.

O COMANDANTE DE OPERAÇÕES TERRESTRES, no uso da atribui-


ção que lhe confere o inciso II e X do art. 11 do Regulamento do Comando de
Operações Terrestres (EB10-R-06.001), aprovado pela Portaria do Comandante
do Exército nº 242, de 28 de fevereiro de 2018, e de acordo com o que estabe-
lece os art. 5º, 12 e 44 das Instruções Gerais para as Publicações Padronizadas
do Exército (EB10-IG-01.002), aprovadas pela Portaria do Comandante do Exér-
cito nº 770, de 7 de dezembro de 2011 e alteradas pela Portaria do Comandante
do Exército nº 1.266, de 11 de dezembro de 2013, resolve:

Art. 1º Aprovar o Caderno de Instrução de Prevenção de Acidentes e


Gerenciamento de Risco nas Atividades Militares (EB70-CI-11.423), 1ª Edição,
2019, que com esta baixa.

Art. 2º Revogar o Caderno de Instrução Prevenção de Acidentes de Ins-


trução (CI 32/1), 1ª Edição, 2002, aprovado pela Portaria nº 8-COTER, de 4 de
dezembro de 2002.

Art 3º Revogar o Caderno de Instrução Gerenciamento de Risco Aplica-


do às Atividades Militares, 1ª Edição, 2005, aprovado pela Portaria nº 1-COTER
de 18 de março de 2005.

Art. 4º Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua pu-
blicação.

Gen Ex JOSÉ LUIZ DIAS FREITAS


Comandante de Operações Terrestres

(Publicada no Boletim do Exército nº 9, de 1º de março de 2019)


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FOLHA REGISTRO DE MODIFICAÇÕES (FRM)

NÚMERO ATO DE PÁGINAS


DATA
DE ORDEM APROVAÇÃO AFETADAS
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ÍNDICE DE ASSUNTOS
Pag

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
1.1 Finalidade.............................................................................................. 1-1
1.2 Objetivos................................................................................................ 1-1
1.3 Pressupostos Básicos............................................................................ 1-1

CAPÍTULO II - SISTEMÁTICA DA PREVENÇÃO DE ACIDENTES NA INSTRU-


ÇÃO MILITAR
2.1 Conceito da Sistemática........................................................................ 2-1
2.2 Definições ............................................................................................. 2-1
2.2 Atribuições e Responsabilidades ............................................................ 2-2

CAPÍTULO III - PRÁTICA DA SEGURANÇA NA ATIVIDADE MILITAR


3.1 Prática da Segurança na Atividade Militar.............................................. 3-1

CAPÍTULO IV - NORMAS GERAIS DE SEGURANÇA


4.1 Normas Gerais de Segurança................................................................. 4-1
4.2 Emprego de Armamento Leve................................................................. 4-6
4.3 Emprego de Canhões, Obuseiros e Engenhos de Lançamento............. 4-8
4.4 Emprego de Granadas de Mão e de Bocal............................................. 4-9
4.5 Emprego do Simulacro de Granada........................................................ 4-10
4.6 Deslocamentos Motorizados.................................................................. 4-11
4.7 Deslocamentos e Instrução com Viaturas Blindadas............................. 4-14
4.8 Operações com Helicópteros................................................................ 4-20
4.9 Defesa Química...................................................................................... 4-24
4.10 Marchas e Estacionamentos................................................................ 4-24
4.11 Pontagem e Embarcações................................................................... 4-25
4.12 Técnicas Especiais de Combate.......................................................... 4-26
4.13 Instrução Militar fora de áreas pertencentes ao Exército Brasileiro...... 4-31
4.14 Acidentes de Trânsito......................................................................... 4-32
4.15 Acidentes por efeito das condições climáticas................................... 4-33
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CAPÍTULO V - SEGURANÇA BIOMÉDICA NA INSTRUÇÃO MILITAR
5.1 Generalidades......................................................................................... 5-1
5.2 O Controle Biomédico na Instrução Militar.............................................. 5-1

CAPÍTULO VI - MÉTODO DE GERENCIAMENTO DE RISCO


6.1 Considerações Gerais............................................................................ 6-1
6.2 Descrição do Método.............................................................................. 6-1
6.3 Formulário de Gerenciamento de Risco................................................. 6-4

ANEXO A - RELATÓRIO QUALITATIVO DE ACIDENTES NA INSTRUÇÃO


E NO SERVIÇO............................................................................................ A-1

ANEXO B - RELATÓRIO QUANTITATIVO DE ACIDENTES NA INSTRUÇÃO


E NO SERVIÇO............................................................................................ B-1

ANEXO C - FICHA DE CONTROLE DE DADOS BIOMÉDICOS.................. C-1


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CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO

1.1 FINALIDADE

- Sistematizar procedimentos, responsabilidades e atribuições que propiciem o


desenvolvimento e a execução de ações relacionadas à prevenção de acidentes
e gerenciamento de risco na instrução militar, no serviço e em outras atividades
correlatas que envolvam o emprego dos meios orgânicos e/ou sob custódia do
Exército Brasileiro (EB), Figura (Fig) 1.

Fig 1 - Alerta

1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Contribuir para a incrementação da mentalidade de prevenção de aciden-
tes no EB.
1.2.2 Apresentar à Força Terrestre orientação básica sobre os procedimentos
necessários para o desenvolvimento da prevenção de acidentes e gerenciamen-
to de risco nas atividades militares.

1.3 PRESSUPOSTOS BÁSICOS


1.3.1 Todos os acidentes podem e devem ser evitados.
1.3.2 A prevenção de acidentes na instrução faz parte das funções e das respon-
sabilidades dos comandantes, chefes e diretores, em todos os níveis.
1.3.3 Todo pessoal envolvido direta ou indiretamente com a Instrução Militar (IM)
deverá estar conscientizado do grau de risco que envolve essa atividade e da
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necessidade de que todos se mobilizem em prol da eficiência, disciplina e rigor
funcional.
1.3.4 Normalmente, o acidente é resultado de uma sequência de eventos cha-
mados “fatores contribuintes”, que se somam até atingirem o seu ponto de irre-
versibilidade.
1.3.5 Este Caderno de Instrução (Cadr Instr), de conhecimento obrigatório, ser-
ve de orientação para as medidas preventivas a serem adotadas, por todos os
escalões de comando, no desenvolvimento normal da IM. Antes do início do ano
de instrução, os Cmt OM deverão prever instrução(ões) sobre esse assunto para
todo o seu efetivo pronto (Fig 2 e 3).

Fig 2 - Instrução Militar

1.3.6 Cada Organização Militar (OM) deve designar, em Boletim Interno (BI),
um Oficial de Prevenção de Acidentes da Unidade (Of Prev Acdt U) [Art.73 do
Regulamento Interno dos Serviços Gerais (RISG) (R-1)]. Esse Oficial, assessor
do Comandante (Cmt) para essa atividade, deverá confeccionar um Programa
de Prevenção de Acidentes na Instrução (PPAI), com o objetivo de implementar
ações e procedimentos de prevenção de acidentes, adequados às caracterís-
ticas da OM. Merecem especial atenção as áreas da motivação, educação e
supervisão, que possam eliminar ou, pelo menos, reduzir a probabilidade da
ocorrência de acidentes.

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Fig 3 - Instrução Militar no Campo de Instrução

1.3.7 Os procedimentos de segurança preconizados neste Cadr Instr, nos ma-


nuais técnicos de cada equipamento e em outras publicações específicas, não
devem ser considerados como medidas restritivas à execução da IM, mas sim
como um instrumento de preservação dos recursos humanos e materiais por
ocasião do desenvolvimento das atividades desenvolvidas pela OM.
1.3.8 A IM é caracterizada pela existência de normas coerentes e adequadas
ao seu desenvolvimento; pelo fiel cumprimento dessas normas; e pela disciplina
e profissionalismo característicos do Soldado (Sd) do EB. Nesse sentido, são
inaceitáveis quaisquer tipos de trotes e/ou brincadeiras que causem danos ou
constrangimento aos instruendos.
1.3.9 Todo militar que tenha obrigação funcional de manipular ou manusear ma-
teriais perigosos, executar técnicas de risco, tudo ligado ao cargo que ocupa,
deve comportar-se como um perito responsável em seu nível e em seu universo
de ação.
1.3.10 Todas as atividades de instrução merecem cuidados especiais, particu-
larmente aquelas em que o nível de risco é maior. Assim, no desenvolvimento
da IM, qualquer aspecto relacionado com a segurança do pessoal, do material
e das instalações deverá ser previamente avaliado, para que se possa estabe-
lecer, oportunamente, as medidas preventivas, incluindo-se aí a suspensão da
atividade, mesmo que já tenha sido iniciada.
1.3.11 Nas atividades de instrução devem ser considerados os seguintes aspec-
tos, dentre outros julgados necessários:

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1.3.11.1 as condições climáticas; o esforço fisíco a ser despendido pela tropa; o
estado de hidratação dos militares; e o uniforme da atividade, a fim de se evitar
possíveis danos à integridade física do pessoal, provocados por intermação, hi-
potermia etc;
1.3.11.2 a supervisão, pelo Of Prev Acdt U ou Oficial para isto designado, de
qualquer exercício que envolva atividade de risco;
1.3.11.3 a presença, no local da atividade que ofereça risco considerável, de
uma ambulância ou viatura exclusivamente destinada para este fim, devidamen-
te guarnecida e equipada com material e medicamentos de primeiros socorros.
Essa equipe deverá estar em condições de efetuar pronto atendimento e eva-
cuação para hospital ou instalação de pronto atendimento médico, previamente
contactado, a fim de minimizar consequências de possíveis infortúnios;
1.3.11.4 o estabelecimento de ligação rádio ou telefônica entre a área do exercí-
cio, o aquartelamento dos instruendos e, se for o caso, a OM apoiadora; e
1.3.11.5 a existência de Normas Gerais de Ação (NGA) do Comando Militar de
Área (C Mil A) relativas ao emprego de aeronaves do Comando da Aeronáutica
nas Evacuações Aeromédicas (EVAM), nas instruções consideradas de alto ris-
co.

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CAPÍTULO II
SISTEMÁTICA DA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
NA INSTRUÇÃO MILITAR

2.1 CONCEITO DA SISTEMÁTICA


2.1.1 A sistemática da prevenção de acidentes na IM e no Serviço terá um seg-
mento direcionado à coleta de dados, por meio do Relatório Quantitativo e do
Relatório Qualitativo de Acidentes, que deverão ser enviados pelos C Mil A ao
Comando de Operações Terrestres (COTER), conforme previsto no Programa
de Instrução Militar (PIM). Com as informações contidas nesses relatórios, o
COTER terá condições de assessorar o Comandante do Exército (Cmt Ex) na
tomada de iniciativas e decisões sobre a Prevenção de Acidentes (Prev Acdt).
2.1.2 Quando ocorrer acidentes que resultem em óbito, múltiplas vítimas, perda
significativa de material e/ou grave impacto para a imagem da Força Terrestre,
o Cmt Ex, Orgão de Direção Operacional (ODOp), Orgão de Direção Setorial
(ODS) ou os C Mil A poderão Implementar o previsto na Diretriz para a Identifi-
cação de Fatores Contribuintes de Acidentes na Instrução Militar e no Serviço
(IFCA) - (EB10-D-06.001). Ressalta-se que o “único objetivo” dessa sistemática
é prevenir que acidentes da mesma natureza voltem a acontecer.
2.2 DEFINIÇÕES
2.2.1 Acidente de instrução: acontecimento fortuito na execução da IM, decor-
rente de causas imponderáveis, ou da negligência, imprudência ou imperícia de
seus agentes, do qual resulta prejuízo material, dano pessoal ou, pelo menos, a
ameaça constatável de que tais consequências poderiam ter ocorrido.
2.2.2 Fator contribuinte de acidente na instrução: condição (ato, fato, ou com-
binação deles) que, aliada a outra(s), em sequência ou como consequência,
conduz à ocorrência de um acidente, ou que contribui para o agravamento de
suas consequências (Fig 4).

Fig 4 - Fatores contribuintes de acidente na instrução


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2.2.3 Of Prev Acdt U: Oficial da OM, designado em BI, com a missão de asses-
sorar o comandante nos assuntos pertinentes à prevenção de acidentes na ins-
trução e nas atividades de risco que envolvam o emprego dos meios orgânicos
- RISG.
2.2.4 PPAI: documento de execução que estabelece ações devidamente progra-
madas e responsabilidades definidas e dirigidas para a segurança da IM da OM
durante o ano de instrução. Deve basear-se no senso comum, experiências e
conhecimentos, com a intenção de apresentar, de forma organizada, os proble-
mas mais sérios que põem em risco a IM e as medidas para a eliminação desses
problemas.
2.2.5 Recomendação de segurança: estabelecimento de uma ação ou conjunto
de ações, de cumprimento obrigatório em um determinado prazo, dirigida a um
público alvo e referente a uma circunstância perigosa específica, visando à eli-
minação ou ao controle de uma situação de risco.
2.2.6 Vistoria de segurança na instrução: atividade de pesquisa e análise que
visa à verificação de condições insatisfatórias ou fatores potenciais de perigo
que afetem ou possam afetar a segurança na IM. Tem por objetivo fornecer ao
comandante, chefe ou diretor, uma análise dessas condições ou fatores e reco-
mendações para o planejamento e, principalmente, para a execução de medidas
corretivas, com a finalidade única de prevenir acidentes na instrução.

2.3 ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES


2.3.1 COTER
2.3.1.1 Orientar a sistemática da prevenção de acidentes na IM e no Serviço;
2.3.1.2 Consolidar, em um banco de dados, as informações referentes aos aci-
dentes comunicados pelos C Mil A;
2.3.1.3 Poderá implementar a Diretriz para a IFCA; e
2.3.1.4 Difundir, a todas as OM do EB, os alertas advindos da IFCA, postado no
Portal do Preparo (http://www.portaldopreparo.eb.mil.br/coter/).
2.3.2 COMANDO MILITAR DE ÁREA E DEMAIS GRANDES COMANDOS
2.3.2.1 Manter um controle dos acidentes na instrução ocorridos com seus ele-
mentos subordinados;
2.3.2.2 Elaborar o PPAI relativo ao seu escalão, supervisionando o programa
dos elementos subordinados;
2.3.2.3 Emitir recomendações de segurança para os grandes comandos/coman-
do subordinados, quando for o caso;
2.3.2.4 Difundir os ALERTAS, postados no Portal do Preparo (http://www.
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portaldopreparo.eb.mil.br/coter/);
2.3.2.5 Realizar vistoria de segurança na instrução por ocasião das inspeções
de comando e/ou de instrução.
2.3.2.6 Os C Mil A poderão implementar a Diretriz para a IFCA;
2.3.2.7 Enviar ao COTER o Relatório Quantitativo e o Relatório Qualitativo de
Acidentes, conforme modelos Anexos neste Card Instr;
2.3.2.8 Os demais G Cmdo deverão comunicar ao escalão enquadrante os aci-
dentes ocorridos em suas OM, bem como as recomendações de segurança emi-
tidas.
2.3.3 COMANDANTE, CHEFE (Ch) E DIRETOR (Dir) DE ORGANIZAÇÃO MI-
LITAR
2.3.3.1 Designar em BI o Of Prev Acdt U.
2.3.3.2 Baseado no programa do escalão superior, elaborar o PPAI da OM;
2.3.3.3 Comunicar ao escalão superior os acidentes ocorridos na OM, por meio
dos Relatórios Qualitativos e Quantitativos de Acidentes (ANEXOS A e B); e
2.3.3.4 Acompanhar e difundir aos seus subordinados os ALERTAS dados pelo
COTER, postados no Portal do Preparo (http://www.portaldopreparo.eb.mil.br/
coter/).

2-3
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2-4
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CAPÍTULO III
PRÁTICA DA SEGURANÇA NA ATIVIDADE MILITAR

3.1 PRÁTICA DA SEGURANÇA NA ATIVIDADE MILITAR


3.1.1 Todo acidente, apesar de ser um evento aleatório, possui uma relação com
os vários fatores contribuintes ligados à sua genealogia. Dessa forma, pode-se
dizer que toda ocorrência tem um histórico, ou seja, resulta de uma sequência
de acontecimentos.
3.1.2 Uma vez identificados e analisados os eventos anteriores que contribuí-
ram para acidente, pode-se adotar medidas adequadas à neutralização de tais
fatores. Assim, embora alguns tipos de eventos de natureza mais complexa re-
queiram trabalhos de prevenção mais intensos, mais elaborados, pode-se afir-
mar que todos os acidentes podem e devem ser evitados. Para isto, basta que
sejam desenvolvidas, por pessoal adequadamente qualificado, tarefas eficazes
de prevenção.
3.1.3 O risco é intrínseco à atividade militar, entretanto, por si só, isso não justi-
fica um elevado número de baixas por acidente, seja em tempo de paz, seja em
tempo de guerra. Assim, o maior grau de risco que envolve as atividades milita-
res exige que seus profissionais balizem suas condutas no trinômio da preven-
ção de acidentes: perícia, normatização, mentalidade (Fig 5).

NORMATIZAÇÃO
PERÍCIA

MENTALIDADE
Fig 5 - Trinômio da segurança na instrução

3.1.4 Por perícia entende-se as capacidades do profissional especialista, legal-


mente habilitado, para execução de determinada atividade. Assim, a prevenção
de acidentes nas atividades militares inicia-se no momento da escolha do militar

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responsável pela execução dos trabalhos. Não basta somente a experiência prá-
tica, adquirida no cotidiano da caserna. É imperioso que exista a habilitação le-
gal, concedida pelos cursos de formação, conforme cada caso, para a condução
dos diversos tipos de instrução. Assim, como exemplo, o instrutor responsável
por uma instrução de técnicas especiais de rapel em aeronaves deve ser habili-
tado no Estágio de Operações Aeromóveis.
3.1.4.1 Deverá ser abordado pelo Of Prev Acdt U casos históricos que ocorreram
em outras U do EB, além dos pontos falhos e vulnerabilidades de sua própria
OM, abordando as defesas e barreiras que foram levantadas com o fim de au-
mentar o nível se segurança.
3.1.5 LEVANTAMENTO ESTATÍSTICO
3.1.5.1 O trabalho do Of Prev Acdt U deve ser baseado em critérios objetivos
para a avaliação do desempenho obtido com as ações de prevenção. A elabora-
ção de tabelas, gráficos e índices pode orientar a forma como os trabalhos são
conduzidos, pois facilita a identificação de problemas. Assim, cada Of Prev Acdt
U deve envidar esforços no sentido de desenvolver dados estatísticos que pos-
sibilitem uma tomada de decisão baseada nessas informações.
3.1.5.2 Com ajuda de gráficos e tabelas, o Of Prev Acdt U deverá levantar quais
as instruções em que ocorreram mais acidentes, incidentes ou ocorrências sem
lesão ou dano em um determinado intervalo de tempo de amostra, por exemplo,
nos últimos cinco anos. Qual tipo de ocorrência mais comum; qual período do
ano em que se concentram; em que instruções são mais comum; são, entre ou-
tras, as principais questões a serem respondidas no trabalho de levantamento
de dados.
3.1.5.3 O uso de indicadores auxilia bastante o trabalho de análise. Pode-se,
por exemplo, levantar valores absolutos (número de acidentes em determinado
período do ano de instrução) ou relativos, relacionando dois eventos (número de
acidentes por Subunidade (SU).
3.1.5.4 É importante observar algumas propriedades que são desejáveis a um
indicador, entre elas:
3.1.5.4.1 Relevância: deve ser útil para a análise de um contexto.
3.1.5.4.2 Validade: o indicador deve refletir a situação em estudo.
3.1.5.4.3 Confiabilidade: os dados devem ser de fonte confiável.
3.1.5.4.4 Compreensível: a metodologia da construção do indicador deve ser
clara e inteligível.
3.1.5.4.5 Outro ponto que merece atenção especial é o registro de toda e qual-
quer ocorrência, por mais simples que possa parecer. O objetivo final é abas-
tecer o banco de dados do Of Prev Acdt U para que existam condições para

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levantamentos estatísticos nos próximos anos.
3.1.6 DIVULGAÇÃO DAS LIÇÕES APRENDIDAS
- Em seu trabalho, o Of Prev Acdt U deverá fazer o levantamento das lições
aprendidas com base nas ocorrências de anos anteriores e, posteriormente, di-
vulgar suas conclusões para toda OM. O trabalho de divulgação dos casos an-
teriores e suas lições aprendidas servem para elevar a consciência situacional
de todo o efetivo e evita a repetição dos mesmos erros por pessoas diferentes.
3.1.7 VISTORIA DE SEGURANÇA NA INSTRUÇÃO (VSI)
3.1.7.1 O Of Prev Acdt U poderá realizar VSI durante as instruções de sua OM.
Nesse contexto, a vistoria é apresentada como uma ferramenta extremamente
útil ao desenvolvimento de atividades de pesquisa e de avaliação dos pontos
potencialmente perigosos e sua finalidade é única e exclusivamente a prevenção
de acidentes.
3.1.7.2 Como uma atividade pró-ativa de busca e análise de informações, a VSI
visa à identificação de condições que afetam a segurança e o principal objetivo
é propôr recomendação de ações mitigadoras em relação às condições de risco
levantadas.
3.1.7.3 As etapas básicas do desenvolvimento de uma vistoria são: o planeja-
mento, a coleta de dados e a confecção do relatório, sendo que a implementação
das ações mitigadoras e seu controle fecham o ciclo da prevenção.
- Coleta de dados.
- Fiscalização.
- Análise.
- Implementação.
- Recomendações.
- Ciclo da prevenção baseado na VSI.
3.1.8 PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES NA INSTRUÇÃO
3.1.8.1 O PPAI é um programa com duração para um ano de instrução que es-
tabelece a política de segurança da organização, bem como suas atividades e
responsabilidades visando à prevenção de acidentes. Este programa é uma das
principais ferramentas do Of Prev Acdt U e é estabelecido de forma a facilitar o
gerenciamento das atividades. Sua confecção estimula um planejamento prévio
do trabalho a ser desenvolvido.
3.1.8.2 O PPAI deve ser elaborado de forma objetiva e específica para cada OM,
pois se deve levar em consideração as características próprias de cada unidade,
tais como o equipamento, os aspectos de treinamento e experiência de pessoal,
as condições de trabalho, motivação e a supervisão em todos os níveis, os locais
3-3
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de operação, as normas e procedimentos adotados, as publicações em uso etc.
3.1.8.3 Durante a elaboração do PPAI, o Of Prev Acdt U deverá realizar uma
análise criteriosa de sua organização, levantando os pontos falhos, os aspectos
a serem corrigidos e os objetivos que se desejam alcançar. Um bom banco de
dados históricos será fundamental nessa fase dos trabalhos.
3.1.8.4 O Cmt da OM junto com o seu oficial de prevenção deverá estabelecer
quais programas, atividades e ações que deverão ser estabelecidas no PPAI,
bem como as prioridades que cada um deve ter.
3.1.8.5 Por fim, o PPAI deve conter, entre outros itens, a Diretriz Geral do Cmt
da OM relativa à segurança na instrução, à análise estatística de acidentes, inci-
dentes e ocorrências sem lesões ou danos nos anos anteriores, ao planejamento
das VSI realizadas pelo Of Prev Acdt U durante as diversas fases do ano de ins-
trução, ao levantamento dos apoios de saúde (hospitais e clínicas conveniadas)
mais próximos ao aquartelamento, aos programas diversos relativos à seguran-
ça, como direção defensiva, prevenção ao uso de drogas e álcool etc.

3-4
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CAPÍTULO IV
NORMAS GERAIS DE SEGURANÇA

4.1 NORMAS GERAIS DE SEGURANÇA


- Os tópicos a seguir foram elaborados com base em lições aprendidas. Deverão
servir de referência para a adoção de medidas preventivas por todos os peritos
responsáveis, sem o descuido de outras prescrições relativas à segurança con-
tidas em manuais específicos, ou fundamentadas em outras experiências bem
sucedidas.
4.1.1 EMPREGO DE MUNIÇÕES, EXPLOSIVOS E ARTIFÍCIOS
4.1.1.1 Técnicas de manuseio e manipulação
4.1.1.2 Da responsabilidade: a responsabilidade pela direção do preparo, colo-
cação e acionamento de cargas de explosivos deve ser atribuída a apenas um
militar, no nível de comando adequado.
4.1.2 PROCEDIMENTOS PARA A ATIVIDADE DE MANUSEIO E MANIPULA-
ÇÃO DE EXPLOSIVOS:
4.1.2.1 afastar dessa atividade os militares com problemas físicos e/ou psíqui-
cos;
4.1.2.2 selecionar e cadastrar o pessoal perito;
4.1.2.3 escolher áreas abertas e distantes de instalações (edifícios, residências
etc) e de equipamentos (viaturas etc);
4.1.2.4 avisar a população próxima da área utilizada, se for o caso (SFC);
4.1.2.5 controlar adequadamente o material utilizado, impossibilitando desvios;
4.1.2.6 verificar as condições do material, incluindo os respectivos prazos de
exames previstos no Manual Técnico Armazenamento, Convervação, Transpor-
te e Destruição de Munições, Explosivos e Artifícios T9-1903 e outros documen-
tos específicos;
4.1.2.7 não expor o material ao tempo e à umidade, nem deixá-lo sob a ação dos
raios solares por período maior do que o absolutamente necessário ao transporte;
4.1.2.8 empregar ferramentas que não produzam faíscas, tais como as confec-
cionadas em cobre, madeira etc;
4.1.2.9 não fumar enquanto estiver manipulando explosivos;
4.1.2.10 empregar apenas o pessoal estritamente necessário à atividade, man-
tendo os demais participantes além da distância de segurança;
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4.1.2.11 observar silêncio para não prejudicar a concentração do pessoal envol-
vido na atividade;
4.1.2.12 acionar as cargas somente após a constatação de que a área envolvida
esteja sob total segurança;
4.1.2.13 tratando-se de substâncias químicas venenosas, lavar as mãos após
manusear petardos de Trinitrotolueno (TNT), dinamites ou outros explosivos,
particularmente aqueles exudados e destinados à destruição;
4.1.2.14 não inspirar os gases venenosos resultantes da explosão, por serem
danosos à saúde;
4.1.2.15 não alterar as características de um engenho para utilizá-lo de maneiras
diferentes daquela para a qual foi projetado. Por exemplo: transformar espoletas
comuns em elétricas;
4.1.2.16 na instrução, não usar explosivos, nem manuseá-los ou ficar próximo
a eles durante a aproximação ou no curso de uma tempestade com descargas
elétricas; e
4.1.2.17 quanto mais sensível for o explosivo, menor deve ser a quantidade ma-
nuseada ou manipulada e maiores as preocupações com a segurança.
4.1.3 Técnicas para emprego de explosivos na simulação de tiros de artilharia,
morteiros e bombas de aviação:
4.1.3.1 a simulação dos efeitos dos tiros de artilharia, de morteiro e de bombas
de aviação deverá ser feita, em princípio, com fogos de artifícios e simulacros
de granada.
4.1.3.2 o emprego de petardos de TNT, para tais simulações, poderá ser feito so-
mente em casos especiais, em área interditada ao trânsito de pessoas, animais
e viaturas, e quando autorizado pelo Cmt OM.
4.1.3.3 quando autorizado o emprego de petardos de TNT para a simulação
supracitada, deverá ser confeccionado um plano de segurança, com croqui indi-
cando a localização das cargas, dos acionadores, da área de perigo, da linha de
segurança e do pessoal participante.
4.1.3.4 É vedado o acionamento nos seguintes casos:
4.1.3.4.1 em terrenos pedregosos, rochosos ou sujos, que dificultem o baliza-
mento;
4.1.3.4.2 quando o agente acionador não tiver visão sobre o local de detonação;
4.1.3.4.3 em um mesmo ponto, de mais de quatro cargas;
4.1.3.4.4 para o lançamento de fogo com retardo e o emprego de cargas enter-
radas a menos de 40 cm; e

4-2
EB70-CI-11.423
4.1.3.4.5 para o lançamento de fogo instantâneo com redutores de comprimento
inferiores a 100 m.
4.1.4 PROVIDÊNCIAS QUANDO HOUVER UM ACIDENTE COM MUNIÇÃO
4.1.4.1 caso haja ferido(s), providenciar socorro imediato;
4.1.4.2 verificar, inicialmente, indícios de imperícia, imprudência ou negligência
no emprego do material ou da munição;
4.1.4.3 isolar a área e guarnecê-la, deixando-a intacta, para não comprometer
prováveis levantamentos periciais, principalmente se houver vítima(s) fatal(is);
4.1.4.4 reunir todos os elementos materiais e informativos que possam contribuir
para o esclarecimento do acidente;
4.1.4.5 suspender o emprego da munição afetada;
4.1.4.6 no mais curto prazo, informar à autoridade superior e ao Oficial de Muni-
ção da OM sobre a anormalidade ocorrida; e
4.1.4.7 participar a ocorrência, por escrito, à autoridade superior, descrevendo,
pormenorizadamente, as circunstâncias, a área, a data, as testemunhas, as cau-
sas prováveis do acidente, os danos causados e outros detalhes que possam
facilitar o esclarecimento do fato.
4.1.5 PROCEDIMENTOS PARA A DESTRUIÇÃO DE ENGENHOS FALHADOS
E A LIMPEZA DE ÁREA
4.1.5.1 sempre que explosivos ou munição real forem usados, deve ser previsto
o emprego de uma equipe de destruição de engenhos falhados para proceder
a limpeza das áreas, assegurando, desta forma, a destruição da totalidade dos
engenhos falhados;
4.1.5.2 colocar placas indicativas nos Campos de Instrução, alertando para o
perigo e para a proibição de entrada de pessoal não autorizado;
4.1.5.3 sinalizar as áreas onde possam existir engenhos falhados, como grana-
das de mão, de bocal, rojões, granada (Gr) canhão (Can)/morteiro (Mrt), e proibir
o trânsito no seu interior;
4.1.5.4 durante a execução do tiro, o Cmt da Tropa encarregada da destruição
da munição falhada deve controlar e, se possível, definir a localização aproxima-
da dos engenhos que não explodiram, para orientação das futuras atividades de
sua equipe;
4.1.5.5 nas áreas destinadas ao tiro de lança-rojão, de artilharia, de morteiro e
de carro de combate, bem como de mísseis e de foguetes, a limpeza deve ser
efetuada após o término dos referidos exercícios. Nessas áreas, é proibido o
trânsito de pessoal não autorizado;

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EB70-CI-11.423
4.1.5.6 a recomendação anterior aplica-se, igualmente, aos exercícios de tiro e
de lançamento de granadas de mão e de bocal, em áreas não destinadas, espe-
cificamente, para tal fim;
4.1.5.7 por ficarem com grande sensibilidade, as munições e os componentes
que falharem não podem ser tocados, devendo ser destruídos por petardos no
próprio local. As munições que, devido a problemas com a carga de projeção,
não tenham o seu lançamento consumado, poderão ser manuseadas com segu-
rança, após a retirada das espoletas;
4.1.5.8 após os exercícios de tiro, deverá, sempre, ser preparado um relatório a
respeito da destruição dos engenhos falhados; e
4.1.5.9 quando for impossível a destruição total de tais engenhos, o relatório
deve indicar as quantidades e a provável localização daqueles não destruídos, e
as razões que impediram a sua destruição.
4.1.6 Na destruição de munição falhada, é proibido(a):
4.1.6.1 retardar a destruição de engenhos falhados;
4.1.6.2 a tentativa de remoção, desde que a destruição possa ser feita no próprio
local;
4.1.6.3 a presença de pessoas não habilitadas no local de destruição;
4.1.6.4 a tentativa de retirada da escorva ou a desmontagem do engenho falha-
do por qualquer meio ou processo;
4.1.6.5 a aproximação de pessoal, antes de decorridos trinta minutos, se no pro-
cesso pirotécnico, a partir do momento que, normalmente, deveria ter ocorrido
a explosão;
4.1.6.6 o recolhimento de munição falhada para qualquer finalidade não espe-
cificada neste documento, bem como o seu transporte para o aquartelamento;
4.1.6.7 a tentativa de desmontagem de munição falhada; e
4.1.6.8 o emprego de pessoal na destruição em número maior do que o estri-
tamente necessário ao preparo e à execução da destruição, ou à remoção da
munição falhada.
4.1.7 Os civis residentes nas áreas de instrução, ou próximo a elas, devem ser
constantemente alertados sobre os perigos da munição falhada e orientados
quanto à necessidade de informarem à autoridade militar mais próxima sobre
qualquer munição encontrada.
4.1.8 Nos campos de instrução, onde possivelmente existam engenhos falhados
(“tijolos quentes”), as OM responsáveis deverão colocar placas indicativas proi-
bindo a entrada de estranhos e informando à população dos perigos.

4-4
EB70-CI-11.423
4.1.9 TRANSPORTE DE MUNIÇÃO
4.1.9.1 A munição deverá ser transportada em cunhetes, cofres, bolsas e porta-
-carregadores apropriados. Seus elementos devem estar nos respectivos acon-
dicionamentos e separados de acordo com sua natureza.
4.1.9.2 Os iniciadores (espoletas etc) devem ser transportados separadamente
das cargas explosivas, se possível em outra viatura (Vtr).
4.1.9.3 Nenhum explosivo ou componente de munição pode ser transportado
nos bolsos dos uniformes.
4.1.9.4 As viaturas destinadas ao transporte de munições e explosivos devem
ser vistoriadas antes de sua utilização, para exame de seus circuitos elétricos,
freios, tanques de combustível, estado da carroceria e dos extintores de incên-
dio, além da verificação do cano de descarga e da ligação, por corrente metálica,
da carroceria com o solo.
4.1.9.5 Os motoristas devem ser instruídos quanto aos cuidados a serem obser-
vados, bem como sobre o manejo dos extintores de incêndio.
4.1.9.6 As munições e os explosivos devem ser fixados firmemente à viatura e
cobertos com encerado impermeável, não podendo ultrapassar a altura da car-
roceria.
4.1.9.7 Em quaisquer circunstâncias, é proibido o transporte de cargas escorva-
das ou de estopim armado.
4.1.9.8 Nenhum material e pessoal pode ser transportado na carroceria da viatu-
ra, quando esta estiver transportando munições e explosivos.
4.1.9.9 Quando em comboio, as viaturas deverão manter a distância interveicu-
lar de 80 m.
4.1.9.10 Durante a carga ou a descarga de explosivos e munições, as viaturas
devem ser conservadas freadas, engrenadas, calçadas e com motores desliga-
dos, a uma distância mínima de 60 m das demais.
4.1.9.11 As cargas e as próprias viaturas devem ser inspecionadas durante os
altos previstos para os comboios e viaturas isoladas; tais altos devem ser reali-
zados em locais afastados de habitações ou de trânsito de pessoal.
4.1.9.12 Tabuletas visíveis devem ser afixadas nos lados e na parte traseira das
viaturas, com os dizeres “CUIDADO! EXPLOSIVOS”, além de bandeirolas ver-
melhas na frente e atrás.
4.1.9.13 Deve ser planejado escolta para o transporte de explosivos.
4.1.9.14 As viaturas transportando munições ou explosivos não podem ser rebo-
cadas. Quando necessário, deve ser realizado o transbordo da carga e, durante
essa operação, deve ser colocada uma sinalização, na estrada, a uma distância
4-5
EB70-CI-11.423
adequada.
4.1.9.15 Em caso de acidente ou colisão com a viatura que transporta munições
e explosivos, a primeira providência é a retirada da carga para uma área a uma
distância mínima de 60 m das viaturas e de habitações, essas últimas SFC.
4.1.9.16 Em caso de incêndio em viaturas que transportam munições e explosi-
vos, o tráfego deve ser imediatamente interrompido e estabelecido o isolamento
da área em dimensões adequadas à carga transportada.
4.1.9.17 Para o transporte de munições e explosivos em viaturas com carroceria
metálica, deve-se colocar um estrado de madeira sobre a carroceria.
4.1.9.18 O transporte de munição e explosivo em aeronave da Aviação do Exér-
cito (Av Ex) dar-se-á de acordo com as normas operacionais do Comando de
Aviação do Exército (Cmdo Av Ex).

4.2 EMPREGO DE ARMAMENTO LEVE


4.2.1 RECOMENDAÇÕES GERAIS
4.2.1.1 O armamento destinado à execução do tiro real, durante o transporte,
deve estar descarregado.
4.2.1.2 Antes ou após a instrução, ou o serviço que empregue quaisquer tipos
de cartuchos, deve ocorrer uma inspeção de armas, munições e equipamentos
relacionados com a atividade. A inspeção deve ser executada no local da ati-
vidade pelo instrutor. Nas duas oportunidades indicadas, deve ser verificada a
existência de cartuchos ou corpos estranhos na câmara ou no cano das armas
inspecionadas. A inspeção após a atividade deve incluir o recolhimento de todos
os cartuchos e estojos existentes. O processo para a execução dessas inspe-
ções, quando não previsto nos manuais técnicos correspondentes, deve ser es-
tabelecido pelos comandos responsáveis.
4.2.1.3 Os Comandantes de Guarda (Cmt Gda), por ocasião dos serviços, em
reunião com seu pessoal, devem relembrar, demonstrar e praticar as regras de
segurança relativas ao manejo do armamento a ser empregado.
4.2.1.4 As inspeções de armamento do pessoal de serviço devem ser realiza-
das em locais previamente designados, de forma a proporcionar as melhores
condições de segurança, seja pelo isolamento e pela proteção ao pessoal não
participante, seja pelo dispositivo de proteção aos participantes da atividade.
4.2.1.5 O pessoal participante de atividades com a execução de tiro real, mesmo
na condição de assistente, deve usar capacete balístico.
4.2.1.6 Os incidentes de tiro devem ser sanados com a aplicação das regras
próprias de cada arma, e da cautela necessária.
4.2.1.7 O emprego do armamento, com munição de festim, exige o reforçador
4-6
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apropriado; mesmo com ele, a arma nunca deve ser apontada e disparada na
direção de pessoas a distâncias inferiores a 10 m.
4.2.1.8 O armeiro de cada reserva de armamento deve executar uma rigorosa
inspeção na câmara e nos carregadores de cada arma proveniente de instrução
de tiro ou de serviço, independente de qualquer outra medida anterior de segu-
rança.
4.2.1.9 Após a instrução ou a conclusão de serviço, o armamento deve ser con-
duzido pelo pessoal, em forma, diretamente para a respectiva sala d’armas ou
reserva, onde, após manutenido, será guardado.
4.2.1.10 Como medidas de prevenção à incidência de ricochetes e de tiros aci-
dentais para fora do estande de tiro, é vedado o uso de alvos com caixilhos
metálicos.
4.2.2 O responsável pela execução do tiro deverá:
4.2.2.1 recomendar previamente a disciplina de tiro, haja vista que o estande não
apresenta proteção total;
4.2.2.2 não permitir a execução de tiro pelo pessoal que não tenha atingido o
Objetivo Individual de Instrução (OII) relativo ao Teste da Instrução Preparatória
(TIP);
4.2.2.3 comandar e controlar o manuseio do armamento, visando evitar disparos
acidentais;
4.2.2.4 não permitir que tiros sejam realizados fora da linha de tiro;
4.2.2.5 empregar o mínimo de atiradores por monitor (ideal: 3 por 1);
4.2.2.6 alertar os atiradores quanto ao controle que devem ter sobre a direção e
a horizontalidade da arma, evitando-se, assim, a realização de “tiros altos”, “tiros
baixos” e “tiros laterais”; e
4.2.2.7 registrar ao final do tiro, no LIVRO REGISTRO DO ESTANDE, a identifi-
cação da OM, subunidade ou fração que atirou, o nome do Oficial de Tiro e dos
monitores, o exercício de tiro realizado e as anormalidades ocorridas, entre elas
a quantidade e a provável localização de projéteis atirados para fora do estande,
reclamações da população, e outras.
4.2.2.7.1 Encargos de Manutenção do Estande de Tiro:
a) confecção e substituição das armações de madeira dos alvos;
b) conservação da vegetação, principalmente da grama que reveste o piso e/ou
as laterais do campo de tiro;
c) recomposição da altura e da inclinação das bermas, de modo que, da linha de
tiro, não se possa ver os trechos horizontais do terreno da berma até os alvos;

4-7
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d) umedecimento periódico das bermas e do talude frontal, de modo a mantê-los
fofos, facilitando a absorção dos projéteis;
e) proibição de que se ande por cima das bermas, pois sua compactação facilita
a ocorrência de ricochetes;
f) substituição periódica do madeirame e do isopor dos párabalas;
g) pintura periódica das chapas metálicas das bases dos párabalas, para evitar
corrosão;
h) reparo imediato dos danos causados por impactos nas partes de alvenaria e
de concreto;
i) recolhimento dos alvos e limpeza do campo de tiro imediatamente após a sua
utilização; e
j) recomposição do piso do campo de tiro, das bermas intermediárias e do talude
frontal, evitando-se a formação de sulcos e nichos que facilitem a ocorrência de
ricochetes.

4.3 EMPREGO DE CANHÕES, OBUSEIROS E ENGENHOS DE LANÇAMENTO


4.3.1 OBSERVAÇÕES QUANTO AO TIRO COM CANHÃO SEM RECUO (CSR)
E LANÇA ROJÃO (L Rj)
4.3.1.1 Limpeza de campos de tiro à frente das posições de CSR.
4.3.1.2 Para o tiro com o CSR 84 mm, no uso de Gr iluminativa, a área posterior
ao ponto de iluminação deverá ser isolada, pois sua empenagem, prosseguindo
em sua trajetória, poderá causar dano na área de impacto.
4.3.1.3 Escolha de alvos e áreas de impacto que não possibilitem o ricochete.
4.3.1.4 Escolha de direção de tiro que, na ocorrência de ricochete, não ofereça
risco ao pessoal ou ao material.
4.3.1.5 Delimitação e isolamento da área de tiro.
4.3.1.6 Delimitação e limpeza da área a ser atingida pelo sopro de retaguarda.
4.3.1.7 Exclusão de posições de tiro próximas a redes de alta tensão.
4.3.1.8 Uso de capacete balístico pelo pessoal participante ou assistente, e afas-
tamento das áreas consideradas perigosas.
4.3.1.9 Utilização dos dispositivos de segurança das armas e munições.
4.3.1.10 Utilização do protetor auricular para a realização de tiro.
4.3.1.11 Manipulação cuidadosa da munição para o tiro e da munição após nega
do disparo.
4.3.1.12 Observações quanto ao tiro com canhões, obuseiros e morteiros.
4.3.1.13 Cálculo da flecha máxima e solicitação oportuna, quando for o caso, de

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interdição do espaço aéreo.
4.3.1.14 Delimitação e isolamento da área de tiro.
4.3.1.15 Uso de capacete balístico pelo pessoal participante ou assistente.
4.3.1.16 Para o tiro com Mrt 81 mm BRANDT, no cálculo da flecha (tempo/dis-
tância) para utilização de Gr iluminativa, devem ser acrescidos 200 m, porque a
empenagem da granada, caindo na vertical do ponto de iluminação, pode causar
dano físico à tropa na área iluminada.
4.3.1.17 Designação de um Oficial de Segurança (OS) por bateria de obuses
empenhada no exercício, para desempenhar as atribuições previstas no Cap 19
do C 6-40 (2º Vol).
4.3.1.18 Atribuição, a um dos OS, da missão de verificar se a área de impactos
está livre de pessoal.

4.4 EMPREGO DE GRANADAS DE MÃO E DE BOCAL


4.4.1 A ÁREA DE LANÇAMENTO DEVE SER DELIMITADA E ISOLADA.
4.4.2 O lançamento de granada real deve ser precedido de exercícios com gra-
nadas inertes (Fig 6).

Fig 6 - Lançamento de granadas de bocal

4.4.3 O lançamento exige o uso de capacete balístico para todos os participantes


e assistentes.
4.4.4 O dispositivo de segurança da granada só deve ser removido no momento
do lançamento.
4.4.5 Granadas reais não devem ser manuseadas ou manipuladas em ambien-
tes fechados.
4.4.6 A verificação de falhas é incumbência obrigatória dos instrutores.

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4.4.7 No ponto de lançamento, preferentemente em abrigo para dois homens,
devem permanecer apenas o instrutor e um instruendo; os demais participantes
permanecem abrigados, observando-se a distância de segurança mais de 30 m.
4.4.8 Antes do lançamento de granadas de bocal, o fuzil deve ser examinado
pelo responsável pela atividade ou por militar competente designado por ele,
para a constatação da colocação do obturador do cilindro de gases na posição
Gr.

4.4.9 A limpeza das áreas destinadas ao lançamento de granadas de mão e de


bocal deve ser feita ao término de cada jornada de instrução, por equipe selecio-
nada especificamente para essa atividade.
4.4.10 As granadas falhadas devem ser destruídas de acordo com as normas
estabelecidas.

4.5 EMPREGO DO SIMULACRO DE GRANADA


4.5.1 O SIMULACRO DE GRANADA NÃO DEVE SER EMPREGADO COMO
UMA GRANADA DE MÃO, DESTINANDO-SE APENAS A SIMULAR O ARRE-
BENTAMENTO DESTE TIPO DE GRANADA, DAS GRANADAS DE ARTILHA-
RIA (Art) E DE MORTEIRO.
4.5.2 O emprego de simulacro, por este motivo, deve ser feito por pessoal sele-
cionado e instruído para tal atividade.
4.5.3 A instrução do pessoal encarregado do lançamento de simulacro de grana-
da deve incluir as seguintes prescrições:
4.5.3.1 o simulacro não pode ser arremessado sobre pessoas, animais, telhados
ou qualquer material que possa fragmentar-se;
4.5.3.2 deve ser considerado o raio mínimo de segurança de 10 m, a contar do
ponto de explosão;
4.5.3.3 em caso de falha, o simulacro não pode ser recolhido para novo lança-
mento;
4.5.3.4 o simulacro falhado deve ser destruído com a justaposição de outro, de-
corridos mais de três minutos de seu lançamento;
4.5.3.5 após o acendimento do estopim, não deve haver troca de mãos pelo
lançador, ou a entrega do simulacro a outro lançador;
4.5.3.6 o estopim não pode ser encurtado para provocar menor retardo na de-
tonação;
4.5.3.7 não devem ser lançados simulacros acoplados; e
4.5.3.8 não podem ser empregados simulacros com dispositivos de retardo na
detonação.
4-10
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4.6 DESLOCAMENTOS MOTORIZADOS
4.6.1 Quadros das velocidades máximas e distâncias das viaturas operacionais

4.6.1.1 Viaturas sobre rodas isoladas

CONDIÇÃO EM ESTRADAS EM ÁREA URBANA


Sem reboque até 80 Km/h até 60 Km/h
Com reboque até 50 Km/h até 50 km/h
Tab 1 - Velocidades máximas de viaturas isoladas

4.6.1.2 Viaturas sobre rodas em comboio

Coluna Aberta até 70 Km/h


Coluna Cerrada até 60 Km/h
Por infiltração como viatura isolada
Tab 2 - Velocidades máximas de viaturas em comboio

4.6.1.3 Viaturas sobre lagartas

ISOLADAS até 50 Km/h


Coluna Aberta até 40 Km/h
EM COMBOIO
Coluna Cerrada até 30 Km/h
Tab 1 - Velocidades máximas de viaturas sobre lagartas

4.6.2 OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES


- Quando os reboques não dispuserem de freio acionado pela viatura tratora, dos
valores da velocidade acima, devem ser abatidos em 10 Km/h.
4.6.2.1 Observar a sinalização de trânsito.
4.6.2.2 A velocidade máxima a ser desenvolvida por viaturas não operacionais,
em deslocamento isolado, é determinada pela regulamentação de tráfego civil.
4.6.2.3 É obrigatória, quando em deslocamentos, a existência de sinalização nos
reboques (lanterna e luz do freio “PARE”).
4.6.3 DOS PROCEDIMENTOS
4.6.3.1 As velocidades constantes dos quadros indicam o máximo permitido em
cada situação. Caberá a quem autorizar a saída da viatura, ou o deslocamento
do comboio, fixar a velocidade máxima a ser desenvolvida, levando em conside-
4-11
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ração os seguintes fatores:
4.6.3.1.1 experiência do(s) motorista(s);
4.6.3.1.2 condições da(s) viatura(s);
4.6.3.1.3 características da estrada, tais como piso, desenvolvimento do traçado,
número de pistas e sinalização;
4.6.3.1.4 densidade do tráfego civil;
4.6.3.1.5 condições atmosféricas;
4.6.3.1.6 prescrições legais na área urbana e nas estradas;
4.6.3.1.7 situação tática, se for o caso;
4.6.3.1.8 peculiaridades da região, como a natureza das obras de arte, a poeira
e as travessias de cursos d’água por meios descontínuos; e
4.6.3.1.9 determinações do escalão superior.
4.6.3.2 Os comandantes militares de área devem baixar normas reguladoras,
atendendo às peculiaridades das respectivas áreas.
4.6.3.3 Deverá ser afixado no painel da Vtr, em frente ao assento do chefe da Vtr,
uma cópia do quadro de velocidades máximas e das distâncias entre viaturas.
4.6.3.4 A velocidade máxima de um comboio deve constar no documento (Or-
dem de Movimento, Ordem de Serviço, Ordem de Instrução e outros) que auto-
rizar o deslocamento.
4.6.3.5 As viaturas administrativas e as operacionais sobre rodas, quando trafe-
gando isoladas, não podem se deslocar, nas rodovias, com velocidade abaixo
da metade permitida à categoria das viaturas, expressa pela placa indicadora de
velocidade, respeitando-se as condições atmosféricas, a densidade do tráfego
civil e as imposições do policiamento no trecho considerado. A mesma velocida-
de mínima deverá ser observada por essas viaturas no acostamento e nas faixas
de aceleração/desaceleração, por ocasião da sua entrada ou saída da pista de
rolamento de uma rodovia.
4.6.3.6 O Regulador de Marcha de um comboio, deslocando-se na primeira via-
tura da primeira unidade de marcha, controla a velocidade do deslocamento de
todas as viaturas do comboio.
4.6.3.7 As viaturas ambulância, operacionais ou não, em deslocamento isolado,
além de prioridade, gozam de livre trânsito e estacionamento, quando identifi-
cadas por dispositivos de alarme sonoro, de luz intermitente e pelo distintivo de
identificação, caso estiverem em serviço de urgência. Quando não ocorrer o pre-
visto neste subitem, prevalecem os limites máximos estabelecidos nos quadros
das velocidades máximas das viaturas operacionais.

4-12
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4.6.3.8 A fiel observância dos limites máximos autorizados e do respeito às leis
do trânsito é da responsabilidade dos seguintes elementos:
4.6.3.8.1 do Cmt do comboio, ou de quem for por ele designado para marchar;
4.6.3.8.2 testa da coluna, e dos chefes de viaturas; e
4.6.3.8.3 do próprio motorista, quando estiver sozinho.
4.6.3.9 Nenhum responsável poderá alegar, como explicação ou justificativa, o
desconhecimento dos limites máximos autorizados, das ordens particulares do
G Cmdo ou da U e das leis de trânsito em vigor.
4.6.3.10 Nos deslocamentos de viaturas operacionais, em comboio ou isoladas,
o chefe da viatura, obrigatoriamente um oficial ou graduado mais antigo que o
motorista, deve deslocar-se na cabine, ao lado do motorista, e fiscalizar a obser-
vância das normas de segurança.
4.6.3.11 Quando em viagens para fora da guarnição, o comandante da missão
deverá elaborar um plano do qual constarão os seguintes detalhes, dentre ou-
tros:
4.6.3.11.1 telefones da OM, de hospitais e de postos da Polícia Rodoviária Fede-
ral e/ou Estadual ao longo do itinerário;
4.6.3.11.2 localização dos principais pontos de parada e disponibilidade de tele-
fones para contatos com a OM;
4.6.3.11.3 relação de itens pertinentes à manutenção da Vtr a serem verificados
nos alto-horários e técnicos;
4.6.3.11.4 condutas a serem adotadas em caso de acidentes, tais como:
- socorro aos feridos e pessoas em estado de choque;
- balizamento/isolamento da área para evitar outros acidentes;
- evacuação dos feridos para os hospitais mais próximos; e
- informar à OM, à Polícia Rodoviária Federal (PRF) e/ou Estadual e à OM de
Polícia do Exército (PE) mais próxima.
4.6.3.12 É impositivo o uso do cinto de segurança nas Vtr Administrativa (Adm)
e nas Vtr Operacional (Op). Todos os integrantes devem utilizar os cintos de
segurança disponibilizados.
4.6.3.13 Ao estacionar em terreno inclinado, além dos freios de estacionamento,
as Vtr deverão ser calçadas com cunhas de madeiras entre as rodas de apoio.
4.6.3.14 O Regulador de Marcha de um comboio e o chefe da última Vtr desse
comboio devem portar meios de comunicações para facilitar o controle desse
deslocamento e demais providências, caso ocorra qualquer anormalidade.

4-13
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4.6.4 HABILITAÇÃO DOS MOTORISTAS
4.6.4.1 As viaturas não podem ser dirigidas por motoristas que não possuam a
Carteira Nacional de Habilitação e Carteira de Motorista Militar correspondentes
às suas classes ou categorias.
4.6.4.2 O uso de reboque exige motorista mais experiente, com treinamento es-
pecial e conhecedor de todas as indicações técnicas e recomendações de con-
duta auto decorrentes da tração de um reboque.

4.7 DESLOCAMENTO E INSTRUÇÃO COM VIATURAS BLINDADAS


4.7.1 PARTIDA, MOVIMENTO E ESTACIONAMENTO
4.7.1.1 Antes de dar partida na Vtr Blindada (Bld), o motorista deverá verificar a
situação dos trens de rolamento, de vazamentos e se existe pessoal à frente ou
em outra posição de risco.
4.7.1.2 Ao dar partida para o deslocamento da viatura, toda a Guarnição (Gu)
deverá estar usando o capacete.
4.7.1.3 É proibido aos motoristas dirigir Vtr Bld sobre lagartas com a cabeça para
fora da escotilha, sem que esta esteja travada.
4.7.1.4 Durante os deslocamentos, a guarnição de Vtr Bld deve manter a maior
parte do corpo no interior da viatura. Tal procedimento visa à proteção do pesso-
al caso a Vtr tombe. Duas condutas servem de orientação:
4.7.1.4.1 caso a Vtr vire, o procedimento mais correto é proteger-se no interior
do Bld e, quando em segurança, procurar sair; e
4.7.1.4.2 em caso de incêndio ou submersão, sair imediatamente do Bld; no
primeiro caso, acionar o sistema contraincêndio.
4.7.1.5 Em locais perigosos ou de difícil acesso, pouco iluminados ou em terre-
nos sujos e alagadiços, utilizar guias e balizadores. Em tal situação, não descui-
dar da segurança desses guias e balizadores.
4.7.1.6 Em terrenos acidentados, cruzando fossos, tocas ou buracos, reduzir a
velocidade a níveis seguros.
4.7.1.7 O balizamento das viaturas blindadas deve, sempre que possível, ser
realizado por dois elementos, sendo um posicionado na lateral e à frente, e outro
na mesma lateral e à retaguarda. A distância mínima para balizar uma viatura é
de 10 m.
4.7.1.8 Ao atravessar depressões profundas, o motorista deve assegurar-se de
que o canhão não toque o terreno, a fim de evitar danos ao tubo e, consequen-
temente, provocar riscos para a guarnição, por ocasião do tiro.
4.7.1.9 Quando se estacionar nos terrenos inclinados, utilizar, além dos freios de
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estacionamento, cunhas de madeira entre as rodas de apoio.
4.7.1.10 Nos estacionamentos, é proibido o pernoite de militares à frente, debai-
xo ou à retaguarda das Vtr Bld sobre lagartas ou sobre rodas.
4.7.2 Durante a execução de manobras de força, o pessoal deve afastar-se dos
cabos de aço, devido à possibilidade de se romperem.
4.7.3 Durante a realização de tiros, além do capacete, a Gu deverá usar proteto-
res auriculares, a fim de evitar lesões no tímpano.
4.7.4 Evitar manobras de pivoteamento de Vtr BId de lagartas, sempre que pos-
sível, bem como curvas de pequenos raios.
4.7.5 PROCEDIMENTOS DAS GUARNIÇÕES DE VIATURA BLINDADA DE
COMBATE (VBC)
4.7.5.1 O Cmt deverá certificar-se de que todo o pessoal está em posição segura
antes de determinar a partida da Vtr, elevar o canhão ou girar a torre.
4.7.5.2 A torre de VBC somente deve ser girada após prévio aviso do Cmt e do
entendimento de toda a guarnição, o mesmo acontecendo com o fechamento e
manipulação de tampas, escotilhas, rampas e portas.
4.7.5.3 Não ligar a chave geral da torre, a chave da estabilização, nem operar os
controles de torre, até que todo o pessoal esteja em posições seguras e prepa-
rado para o movimento da torre ou do canhão.
4.7.5.4 A cremalheira da torre deve ser verificada antes do giro, para evitar aci-
dentes pessoais e materiais.
4.7.5.5 Quando o sistema de estabilização for ligado pela primeira vez, podem
ocorrer movimentos na torre e no canhão. Por isso, todo o pessoal deve estar em
posição que permita o movimento inesperado da torre e do canhão, sem provo-
car acidentes. Durante a operação em sistema estabilizado, não tente entrar ou
sair do compartimento do motorista ou da torre.
4.7.5.6 Os militares da guarnição fora dos seus compartimentos, com o sistema
estabilizado, correm grande risco de vida. O Cmt deve desligar a força da torre
antes de permitir que o pessoal da guarnição deixe os seus compartimentos.
4.7.5.7 Todo combatente blindado deve conhecer as possibilidades e as limita-
ções da sua Vtr. Deste modo, torna-se inteiramente familiarizado com todos os
controles, indicadores, instrumentos e mudanças de marcha.
4.7.5.8 A guarnição deverá tomar cuidado com os estojos ejetados pelo canhão,
tanto por causa do choque, quanto pela temperatura elevada.
4.7.5.9 O pessoal deverá estar atento para um possível disparo acidental causa-
do pela alta temperatura das Metralhadoras (Mtr). Após o tiro, manter as armas
abertas.
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4.7.5.10 Toda a guarnição da Vtr deverá conhecer o funcionamento das armas e
estar em condições de sanar quaisquer incidentes.
4.7.5.11 Na realização de disparos com granadas fumígenas, as escotilhas de-
vem estar fechadas.
4.7.6 MANUTENÇÃO DE BLINDADOS
4.7.6.1 Para as atividades rotineiras de manutenção devem ser utilizadas esca-
das para subir e descer dos blindados, evitando saltos que podem trazer danos
às articulações.
4.7.6.2 Observações quanto ao manejo de solventes, dentre outras:
4.7.6.2.1 uso obrigatório de óculos de proteção e luvas;
4.7.6.2.2 empregá-los em locais ventilados;
4.7.6.2.3 evitar respirar ou permitir o contato com a pele, olhos e roupas;
4.7.6.2.4 não usá-los próximo ao fogo ou a calor excessivo;
4.7.6.2.5 no caso de tonteiras ao manejar solventes, afastar-se imediatamente
para local ventilado e procurar auxílio médico; e
4.7.6.2.6 se o solvente atingir os olhos, lavá-los imediatamente com água limpa
e procurar o médico.
4.7.6.3 Tudo deve ser mantido limpo. Sujeira, graxa, óleo e lixo acumulado po-
dem provocar acidentes e causar sérios problemas.
4.7.6.4 As partes metálicas do veículo devem ser inspecionadas, atentando-se
para a ferrugem e corrosão.
4.7.6.5 Todos os conjuntos devem ser inspecionados quanto a faltas, afrouxa-
mentos, quebras ou empenamentos, inclusive de rebites, porcas e parafusos.
4.7.6.6 O BId deve ser inspecionado quanto a pinturas rachadas, ferrugem, fol-
gas ou faltas de peças soldadas.
4.7.6.7 Devem ser verificados o desgaste e sinais de vazamento em mangueiras
hidráulicas e de ar comprimido, certificando-se de que todos os conectores estão
apertados.
4.7.6.8 A guarnição da viatura deve conhecer o plano de manutenção de sua
OM. A experiência mostra que muitos acidentes decorrem da falta de observa-
ção a regras simples de segurança.
4.7.6.9 Não se deve encerar ou lubrificar as superfícies das Vtr Bld para não
acarretar acidentes por quedas.
4.7.6.10 Emprego de Equipamentos e Uniformes
4.7.6.10.1 A guarnição de Vtr Bld não deve permanecer no interior do veículo
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portando cintos com equipamentos, suspensórios, coldre axilar, anéis, relógios,
cordões e correntes de pescoço ou de pulso e outros apetrechos que possam
prender em partes do chassis, possibilitando a ocorrência de acidentes de tra-
balho.
4.7.6.10.2 O uniforme utilizado deve ser o macacão.
4.7.6.11 Escola da Guarnição
4.7.6.11.1 A guarnição somente embarca na viatura pela frente e mediante or-
dem do mais graduado. Exceção para a realização do tiro real, quando o em-
barque deverá ser feito pela lateral e após ordem do mais graduado da viatura.
4.7.6.11.2 É proibida a passagem de pessoal, a uma distância menor que 5 m,
entre viaturas paradas ou em movimento, tanto pelas laterais quanto pela frente
ou retaguarda.
4.7.6.12 Comunicações
4.7.6.12.1 Em locais onde há, em baixa altura, grande quantidades de cabos
energizados, as antenas dos equipamentos de comunicações (Eqp Com) devem
ser mantidas abaixadas.
4.7.6.12.2 A transmissão rádio em dias de tempestade deve ser restrita, em virtu-
de de a possibilidade de descargas elétricas atingirem os radioperadores.
4.7.6.12.3 A guarnição não deve tocar as antenas durante a operação dos equi-
pamentos de alta potência.
4.7.6.12.4 A correta instalação do Eqp Com deve ser verificada, para que sejam
evitados danos ao material e ao pessoal no transcurso das atividades.
4.7.6.12.5 Não desconectar ou conectar qualquer equipamento elétrico com o
cabo de força ligado.
4.7.6.13 Emprego dos Equipamentos Laser e Infravermelho
4.7.6.13.1 O manuseio de equipamentos laser deve ser feito com o máximo de
cuidado e segundo as normas de utilização.
4.7.6.13.2 Não se deve olhar para o feixe ou apontá-lo para superfícies espe-
lhadas. O laser é perigoso e pode causar cegueira, tanto diretamente quanto
refletido. Para minimizar a possibilidade de qualquer acidente, a guarnição deve
ser treinada antes de operar o equipamento. É terminantemente proibida a adap-
tação de apontadores laser nas armas durante os exercícios de dupla ação.
4.7.6.13.3 O laser só pode ser usado em locais aprovados e designados para
sua operação.
4.7.6.13.4 As precauções requeridas para o emprego das armas de fogo devem
ser reforçadas quando operando o laser.

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4.7.6.13.5 Os operadores de laser devem atirar apenas em alvos preparados
para o tiro e não em superfícies espelhadas ou compostas por vidros planos.
4.7.6.13.6 Para garantir a segurança do pessoal contra as reflexões difusas, o
laser não pode ser disparado em alvos a menos de 10 m.
4.7.6.13.7 Instrumentos ópticos, tais como lunetas, periscópios e binóculos, não
devem ser utilizados para observar a área de alvos de laser, a menos que todas
as superfícies espelhadas tenham sido removidas dos alvos, ou que sejam utili-
zados filtros de segurança para laser.
4.7.6.13.8 Não se deve olhar para faróis de infravermelho, devido à possibilidade
de danos à visão.
4.7.6.14 Cuidados com o Monóxido de Carbono
4.7.6.14.1 O monóxido de carbono é um gás incolor, inodoro e venenoso que
pode levar à morte quando aspirado, pois causa sufocamento. A exposição ao
monóxido de carbono causa os seguintes sintomas: dor de cabeça, tontura, per-
da do controle muscular e coma. A exposição ao gás pode resultar em danos
permanentes ao cérebro e até em morte.
4.7.6.14.2 O monóxido de carbono está presente nos gases de exaustão de
queima de combustível, nos motores de combustão interna, e nos gases prove-
nientes do tiro. O gás pode tornar-se perigosamente concentrado sob condições
de ventilação inadequada. As precauções a seguir, dentre outras, devem ser
observadas para garantir a segurança do pessoal no tiro e sempre que o motor
for operado, para fins de manutenção ou no seu uso tático:
a) nunca operar o motor em área fechada sem que esteja adequadamente ven-
tilada;
b) nunca manter o motor em marcha lenta sem que haja ventilação no interior do
veículo. Se a situação tática permitir, abra as escotilhas;
c) nunca atirar com o canhão ou com a metralhadora coaxial sem ligar o exaustor
ou abrir a escotilha do comandante; e
d) manter-se alerta durante a operação da viatura blindada para a existência
de odores de exaustão e para sintomas de exposição ao monóxido de carbono.
Se alguns deles estiverem presentes, ventilar imediatamente os compartimentos
de pessoal. Se os sintomas persistirem, remover o pessoal afetado da viatura,
tratando-o como se segue:
1) colocá-lo em local arejado;
2) não permitir esforços físicos; e
3) realizar a respiração artificial, se necessário.
4.7.6.14.3 A melhor defesa contra o envenenamento por monóxido de carbono é
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realizar uma ventilação adequada.
4.7.6.15 Reabastecimento
4.7.6.15.1 Não permitir chamas ou centelhas na área de reabastecimento.
4.7.6.15.2 Designar um homem com extintor de incêndio para ficar em condições
de sanar qualquer problema.
4.7.6.15.3 Nunca entrar em um veículo em chamas para tentar combater o fogo
ou desligar o motor, isto pode resultar em mortes ou ferimentos graves.
4.7.6.15.4 Todos os Cmb BId devem ter os procedimentos de combate a incên-
dio de sua viatura memorizados e treinados.
4.7.6.16 Munições
4.7.6.16.1 Só utilizar munições específicas para o armamento de sua viatura.
4.7.6.16.2 Munições explosivas ou partes contendo explosivos devem ser manu-
seadas cuidadosamente.
4.7.6.16.3 Elementos como explosivos, estopilhas e espoletas são particular-
mente sensíveis ao choque e à alta temperatura.
4.7.6.16.4 A munição ou suas partes não devem ser derrubadas, jogadas, tom-
badas ou arrastadas.
4.7.6.16.5 As munições APDS-T, TPDS-T e HEAT-T não podem ser atiradas por
sobre tropas amigas, a menos que estas estejam protegidas por cobertura ade-
quada. As tropas poderão ser atingidas pelas partes desconectadas. A área de
perigo se estende até 1000 m à frente do canhão e 70 m para cada lado da
trajetória. O tiro de APFSDS-T não pode ser disparado por sobre a tropa amiga,
em caso algum.
4.7.6.16.6 Ao carregar a munição no canhão, evitar atingir a estopilha no estojo.
Manter a munição fora do alcance do recuo da culatra. Se alguma munição for
atingida pelo recuo da culatra, não deverá ser utilizada em hipótese alguma.

4.8 OPERAÇÕES COM HELICÓPTEROS


4.8.1 NORMAS PARA O EMPREGO DA AVIAÇÃO DO EXÉRCITO
4.8.1.1 Apoio Médico em Missões com a Av Ex
4.8.1.1.1 A OM que solicitar missões aéreas deverá tomar as tomar as seguintes
providências, a vigorarem desde a chegada das aeronaves ao local preestabele-
cido e até o início do seu deslocamento de regresso:
- manter uma ambulância em condições de (ECD) ser acionada, no caso de
ocorrência de emergência aeronáutica;

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- manter uma equipe composta de um Oficial Médico, um Sargento Enfermeiro
e um Cabo Padioleiro, em prontidão permanente, durante o desenrolar das ope-
rações aéreas;
- a ambulância deverá permanecer equipada, com pessoal e material para aten-
dimento de urgência e/ou emergência, durante todo o tempo em que houver
atividade aérea; e
- a equipe médica deverá estar bem familiarizada com as técnicas de atendimen-
to a politraumatizados e a pacientes queimados, além de ficar em condições de
deslocar-se, a qualquer momento, para o atendimento do acidentado aeronáu-
tico.
4.8.1.1.2 A Seção de Saúde da OM solicitante deverá possuir uma relação de
organizações de saúde, civis e militares, da região onde ocorrerá a missão aé-
rea, constando:
- nome do hospital;
- endereço completo e telefone;
- capacidade em leitos;
- especialidades médicas;
- se há ou não Centro de Tratamento Intensivo (CTI)/Unidade de Tratamento
Intensivo (UTI);
- bloco cirúrgico e cirurgiões; e
- se há condições de atender queimados.
4.8.1.1.3 A Seção de Saúde da OM solicitante deverá elaborar um Plano de
Evacuação Médica, por via terrestre, e outro para EVAM, para organizações
hospitalares mais distantes que possuam maior capacidade técnico-científica.
4.8.1.1.4 O Plano para Transporte de Feridos deverá ser debatido com o Cmt da
missão aérea, na primeira oportunidade antes do início do emprego, para sanar
eventuais dúvidas.
4.8.1.1.5 Sempre que houver um acidente aeronáutico, tal fato deverá ser co-
municado ao COTER e aos C Mil A, logo que possível, obedecendo à cadeia de
comando, para as providências que se fizerem necessárias.
4.8.1.2 Ação Inicial em Caso de Sinistro com Aeronaves (Anv).
4.8.1.2.1 Com vistas à preservação das evidências necessárias ao processo de
investigação de acidente aeronáutico a ser conduzido por elementos especiali-
zados, as OM deverão estar ECD tomar as providências abaixo relacionadas,
por ocasião da ação inicial em sinistros envolvendo aeronaves da Av Ex ou ou-
tras, quando solicitado:

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- caso necessário, adotar as medidas possíveis para o salvamento das vítimas
do acidente e as que possam evitar um mal maior, independentemente da pre-
servação dos indícios;
- adotar as medidas de combate a incêndio e de proteção às cargas perigosas.
Caso necessário, o destanqueamento de combustível para evitar focos de incên-
dio, reservando pequena parcela de cada tanque, aproximadamente três litros,
em recipiente próprio devidamente identificado;
- isolar o local do acidente e a área dos destroços da(s) Anv, evitando a aproxi-
mação de estranhos;
- evitar a remoção de cadáveres e de componentes da Anv. Na impossibilidade,
fotografá-los antes da remoção e, posteriormente, demarcar o local onde se en-
contravam;
- proteger e preservar as marcas de impacto feitas pela Anv em qualquer super-
fície;
- relacionar as testemunhas, registrando o seu posicionamento no momento do
acidente, e os respectivos endereços;
- proteger os destroços da(s) Anv contra as intempéries; e
- executar ampla cobertura fotográfica do ambiente do acidente e dos destroços,
bem como sua filmagem.
4.8.2 PROCEDIMENTOS BÁSICOS
4.8.2.1 Os militares, que forem embarcar em helicóptero, deverão estar desco-
bertos ou de capacete e jugular; posicionados a uma distância mínima de 15 m
do ponto de toque da aeronave; e com os equipamentos individuais perfeitamen-
te ajustados.
4.8.2.2 Deverá ser evitada a circulação de pessoas ou veículos nas áreas de
pouso e decolagem. Estas deverão ser mantidas livres de objetos soltos, como
latas vazias, caixotes ou placas diversas.
4.8.2.3 Os militares armados deverão manter suas armas travadas, mesmo em
exercício ou empregando munição de festim.
4.8.2.4 As ferramentas, as antenas, o armamento e outros objetos compridos
deverão ser conduzidos na posição horizontal e abaixo da linha da cintura.
4.8.2.5 Caso o embarque seja efetuado com os rotores em funcionamento, a
aproximação para a aeronave deverá ser efetuada pelo campo de visão dos
pilotos. Além disso, se em terreno inclinado, pelo lado mais baixo do terreno,
mantendo-se, sempre, afastado do rotor de cauda (Fig 7).

4-21
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Fig 7 - Campo de visão dos pilotos

4.8.2.6 É proibido fumar no interior do helicóptero ou em suas proximidades.


4.8.2.7 O material a ser transportado deverá estar perfeitamente acondicionado,
impedindo-se transtornos diversos, como vazamentos ou perfurações na estru-
tura da aeronave.
4.8.2.8 Ao embarcar numa aeronave, deve-se colocar, de imediato, o cinto de
segurança, mantendo-o afivelado até o desembarque; manter junto de si o ma-
terial ou o equipamento que esteja conduzindo; e evitar tocar nos parabrisas e
nas alavancas de travamento das portas e carenagens.
4.8.2.9 Antes de fechar a porta da aeronave, é preciso certificar-se da inexistên-
cia de cintos de segurança que estejam para o lado de fora.
4.8.2.10 O desafivelamento do cinto de segurança, a abertura da porta da ae-
ronave e o seu abandono só deverão ser executados após a aquiescência da
tripulação.
4.8.2.11 Quando do desembarque de uma aeronave com os rotores em funcio-
namento, é necessário afastar-se dela, dentro do campo de visão dos pilotos e
com o tronco levemente inclinado para baixo.
4.8.2.12 Ao desembarcar de um helicóptero com os rotores em funcionamento,
fazê-lo de maneira cautelosa, mesmo estando com pressa.

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4.8.2.13 Com a finalidade de atenuar o nível de ruído existente no interior do
helicóptero em funcionamento, é imprescindível a utilização de proteção auditiva
como algodão, abafadores de ruído ou outros dispositivos.
4.8.2.14 Em qualquer situação, deve-se atentar às orientações da tripulação.
4.8.3 OUTROS PROCEDIMENTOS
4.8.3.1 Em qualquer situação de emergência é necessário manter-se calmo,
com o cinto de segurança afivelado e atento às orientações da tripulação.
4.8.3.2 No caso de pouso forçado, é preciso permanecer a bordo até a parada
completa dos rotores.
4.8.3.3 No caso de pouso forçado na água, a fim de facilitar a orientação por
ocasião do abandono do helicóptero, é necessário voltar-se para o local de sa-
ída; segurar com uma das mãos a fivela do cinto e, com a outra, qualquer parte
do aparelho; aguardar a imersão da aeronave e a parada total dos rotores, ca-
racterizada pela ausência de ruídos; soltar o cinto de segurança e abandonar o
aparelho.
4.8.3.4 A tropa deverá ser instruída sobre aspectos de segurança nas operações
com helicópteros, antes de executá-las. Caso isso não tenha sido possível, o
comandante da fração de helicópteros deverá ser informado.
4.8.3.5 Na instrução de embarque/desembarque de tropa, antes da prática em
voo, a tropa deverá receber instrução preliminar junto ao helicóptero, ministrada
pela tripulação da aeronave.
4.8.3.6 Quando em missões administrativas, os passageiros deverão ser previa-
mente instruídos quanto aos procedimentos de segurança durante o voo.
4.8.3.7 É da responsabilidade da tropa que aguarda o pouso de helicópteros em
locais públicos prover a segurança necessária do local de aterragem, evitando a
aproximação de pessoas, enquanto a aeronave estiver em funcionamento.
4.8.3.8 O militar que for escalado para orientar o pouso de um Helicóptero do
Exército deverá possuir um dos seguintes pré-requisitos:
4.8.3.8.1 possuir o Estágio de Operações Aeromóveis; ou
4.8.3.8.2 ter recebido instrução prática de orientação de helicópteros ministrada
por elementos da Av Ex ou por militares possuidores do Estágio de Operações
Aeromóveis.
4.8.3.9 A tarefa de enganchamento de carga externa deverá ser feita preferen-
cialmente por militar especialista da Av Ex. Na ausência deste, o enganchador
deverá receber instruções específicas ministradas por elementos da Av Ex.
4.8.3.10 Para o transporte de munição e explosivos em aeronaves da Aviação
do Exército, devem ser atendidas as normas operacionais específicas baixadas
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pelo Centro de Aviação do Exército (C Av Ex).

4.9 DEFESA QUÍMICA


4.9.1 O emprego de qualquer agente químico, em atividade de instrução indivi-
dual ou de adestramento, deve ser precedido de um exame completo de suas
características, efeitos e, particularmente, dos cuidados especiais para não co-
locá-lo em contato com outras substâncias capazes de transmudar tais caracte-
rísticas e efeitos, criando perigo para o pessoal participante.
4.9.2 As instruções de Defesa Química, no caso de utilização de cloroacetofeno-
na (CN), não devem ser ministradas, em caso de mau tempo, a céu aberto, pois
a mistura de CN com água produz o ácido fórmico, altamente vesicante.
4.9.3 Nenhum produto químico pode ser passado sobre a pele.
4.9.4 A utilização de câmara de gás na instrução exige:
4.9.4.1 uso exclusivo de CN, sem associá-lo a fumígenos;
4.9.4.2 utilização obrigatória de máscara contra gases;
4.9.4.3 presença de instrutor ou monitor no interior das câmaras, durante a pas-
sagem dos instruendos;
4.9.4.4 controle da densidade do gás no interior das câmaras, de acordo com os
limites de segurança previstos;
4.9.4.5 presença de uma equipe de primeiros socorros; e
4.9.4.6 desinfecção de todo equipamento e material empregados, após a sua
utilização.
4.9.5 Está proibida a passagem de instruendos em túneis de gás.
4.9.6 Severo controle dos produtos químicos utilizados deve ser observado, a
fim de se evitar desvios de material.

4.10 MARCHAS E ESTACIONAMENTOS


4.10.1 Na seleção do itinerário de marcha de qualquer tipo, deve-se evitar, sem-
pre que possível, as vias de tráfego intenso ou difícil. Não sendo possível essa
medida, cuidados especiais devem ser observados.
4.10.2 Em princípio, quando não houver determinação específica, as unidades
de valor batalhão devem executar as marchas centralizadas, tendo como unida-
des de marcha as subunidades.
4.10.3 Ligações devem ser estabelecidas entre todos os integrantes da coluna
de marcha, de modo que seu comandante, continuamente, seja informado da
situação existente.
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4.10.4 As marchas noturnas exigem cuidados especiais, como o emprego de
equipamentos de sinalização a distância.
4.10.5 O estacionamento de uma OM ou de seus elementos deve manter-se em
ligação com o seu aquartelamento ou, na sua impossibilidade técnica, com o
local mais próximo de onde possam ser providenciados socorros adequados em
caso de acidentes.
4.10.6 Escolta de órgãos especializados PRF e/ou Polícia Rodoviária Estadual
(PRE) deve, sempre que possível, ser solicitada.
4.10.7 Em qualquer estacionamento, deve ser mantida uma equipe de primei-
ros socorros. Essa equipe deve dispor de soro antiofídico e de medicamentos
específicos contra mordedura ou picada de animais peçonhentos existentes na
região.
4.10.8 Em função das condições climáticas, da vegetação existente na região,
de atividades da tropa e das características dessas atividades, devem ser adota-
das medidas adequadas de prevenção e de combate a incêndio.

4.11 PONTAGEM E EMBARCAÇÕES


4.11.1 Grande número de acidentes, durante as manobras de pontagem e de
aparelhos de força, decorre, na realidade, da inobservância das regras técnicas
constantes dos manuais.
4.11.2 Antes do lançamento, os bujões de escoamento das embarcações de
manobra devem ser abertos para o escoamento da água dos porões, praças de
máquinas etc.
4.11.3 Coletes salva-vidas (em bom estado e dentro do prazo de validade) de-
vem ser obrigatoriamente empregados pelo pessoal em pontões, portadas, pon-
tes, botes e lanchas.
4.11.4 Todo bote deverá possuir uma boia de sinalização.
4.11.5 Cabos e amarras das portadas e partes de pontes e embarcações não
podem permanecer arrastando na superfície da água.
4.11.6 Deve ser designada uma turma de salvamento e segurança, localizada
jusante da ponte. Essa turma deve estar equipada com um bote a motor e com
uniforme diferente do pessoal empregado. Seus integrantes devem ser bons
nadadores e estar convenientemente equipados para salvamento.
4.11.7 O operador de motor de popa deve estar apto a efetuar pequenos repa-
ros, principalmente a troca de pino da hélice.
4.11.8 Toda embarcação deverá navegar sob as ordens de um chefe, que é o
responsável pela disciplina e pela segurança.

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4.11.9 As portadas não devem ser sobrecarregadas. Quando operam em água
rasa ou de correnteza veloz, a capacidade regulamentar das portadas deve ser
reduzida, obedecendo aos dados técnicos constantes dos manuais específicos.
4.11.10 A água no interior dos suportes flutuantes deve ser continuamente balde-
ada, para mantê-los sempre vazios.
4.11.11 As portadas devem ser ligadas aos empurradores e às embarcações de
manobras com amarras de boa qualidade e de diâmetro igual ou superior a 3/4”.
4.11.12 As portadas devem ser equipadas com motores de popa de potência
suficiente para sua operação, de acordo com as especificações constantes do
manual técnico de cada equipagem.
4.11.13 Os motores de popa devem ser amarrados aos verdugos.
4.11.14 As âncoras devem estar sempre armadas e preparadas para o lança-
mento em caso de emergência.
4.11.15 Toda portada ou parte de ponte deve ser equipada com motores sobres-
salentes, de potência suficiente para evitar que se desgarre.
4.11.16 Na correnteza de velocidade igual ou superior a cinco pés/s 1,5 m/s
e em águas turbulentas, as portadas devem ter a capacidade reduzida, e as
amarras e os cabos de âncora retesados fortemente aos pontos de ancoragem
ou em embarcações de manobra, durante os embarques, os desembarques e a
navegação.
4.11.17 Os embarques e desembarques em portadas, por se constituírem em
momentos críticos da navegação, devem receber especial atenção dos respon-
sáveis pelas portada.

4.12 TÉCNICAS ESPECIAIS DE COMBATE


4.12.1 RECOMENDAÇÕES INICIAIS
4.12.1.1 Os acidentes na execução de técnicas especiais de combate acarre-
tam, normalmente, consequências graves para seus agentes. Essa constata-
ção impõe, assim, uma cuidadosa preparação das atividades que envolvam a
execução dessas técnicas, incluindo um acompanhamento cerrado destas pelo
pessoal da segurança.
4.12.1.2 A execução de técnicas para a transposição de obstáculos exige medi-
das de segurança adequadas, em face da possibilidade de quedas.
4.12.2 As atividades na água, onde houver a possibilidade de afogamento do
pessoal participante, exigem o emprego de coletes salva-vidas, botes, boias sal-
va-vidas e equipe de salvamento, seguindo as seguintes observações:
4.12.2.1 os coletes salva-vidas deverão estar dentro do prazo de validade e se-
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rem adequados ao peso do militar;
4.12.2.2 o bote deverá ser adequado para o transporte da equipe de salvamento
mais um militar resgatado;
4.12.2.3 os coletes e boias salva-vidas deverão ser homologados pela Marinha
do Brasil; e
4.12.2.4 a equipe de salvamento deverá ser habilitada a realizar resgate aquá-
tico.
4.12.3 Em atividades como montanhismo e paraquedismo, devem ser emprega-
dos os equipamentos necessários e indicados à execução das técnicas. Além
disso, devem ser adotadas medidas especiais e adequadas de segurança e de
primeiros socorros aos acidentados.
4.12.4 PATRULHAS
4.12.4.1 Preferentemente deverão ser realizadas em campos de instrução. A
autorização para utilizar áreas particulares será encargo do Comando da Guar-
nição (Cmdo da Gu), que regulará o assunto.
4.12.4.2 Caso seja autorizado o uso de áreas particulares, deve-se contactar
com o proprietário, ou responsável pela área, com bastante antecedência, e
informá-lo o tipo do exercício, data, horários e as providências relativas à segu-
rança.
4.12.4.3 Na oportunidade, informar aos moradores próximos aos locais onde
possam ocorrer ações, principalmente se forem à noite, bem como informar aos
vigias, capatazes, empregados, guardas ou rondantes, a fim de evitar mal-en-
tendidos.
4.12.4.4 Os itinerários devem ser minuciosamente reconhecidos pelos instruto-
res, antes dos lançamentos de patrulhas noturnas, quanto aos seguintes aspec-
tos, dentre outros:
- cursos d´água, lagos, pântanos ou outros obstáculos interpostos que possam
redundar em riscos para as patrulhas;
- cisternas, poços ou suspiros de minas subterrâneas;
- passagens em rodovias movimentadas, povoados, passagens sob ferrovia; e
- locais onde possam existir engenhos falhados (polígonos de tiro).
4.12.4.5 Esses locais perigosos devem ser balizados ou mesmo interditados,
conforme o grau de risco.
4.12.4.6 Restringir ao máximo o contato físico entre tropas e figuração, de modo
a impedir incidentes que resultem em quaisquer prejuízos à integridade física ou
moral dos participantes.

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4.12.4.7 Evitar encostar-se em cercas de arame ou abrigar-se sob árvores altas
e isoladas, durante tempestades com descargas elétricas.
4.12.5 PISTAS DE CORDAS
4.12.5.1 Na execução do cabo aéreo ou tirolesa (Cap 9 do Manual de Campa-
nha Transposição de Obstáculos C 21-78) deverão ser observados os seguintes
aspectos, dentre outros:
- os instrutores e monitores deverão testar o dispositivo antes dos instruendos;
- prever segurança alternativa para o caso da roldana travar durante o percurso;
- verificar se estão em boas condições o “cabo trilho”, a roldana e o mosquetão; e
- prever segurança embaixo, caso o instruendo tenha de saltar na água.
4.12.5.2 Para o cabo submerso deverão ser observados os seguintes aspectos,
dentre outros:
- escolher um local adequado para realizar o exercício (margens suaves, pouca
correnteza, fundo firme);
- passar um instruendo de cada vez;
- treinar os instruendos em um local raso antes de levá-los ao ponto de passa-
gem; e
- tracionar o cabo adequadamente, de maneira a facilitar a passagem dos ins-
truendos.
4.12.5.3 Para a falsa baiana, deverão ser observados os seguintes aspectos,
dentre outros:
- tracionar o cabo inferior (de preferência cabo de aço) e a corda superior;
- dimensionar a altura de tal maneira que todos os instruendos consigam passar; e
- prever segurança para evitar a queda do instruendo na água. O mesmo proce-
dimento deverá ser observado para o “comando crawl”.
4.12.6 NAVEGAÇÃO EM BOTES
4.12.6.1 Todas as embarcações empregadas em qualquer deslocamento fluvial,
inclusive as voadeiras, deverão:
- ter um chefe, responsável pela disciplina, emprego e segurança da embarca-
ção;
- estar com, pelo menos, três militares da tropa embarcados;
- manter sua guarnição sempre vigilante e atenta à aproximação de embarca-
ções;
- observar a segurança individual - como o uso de coletes salva-vidas por todos
4-28
EB70-CI-11.423
os embarcados, inclusive o piloto, e todos com os coturnos amarrados com sol-
tura rápida;
- empregar cordões longos para fixar o armamento (Armt) às embarcações, de
modo a não prejudicar a sua pronta utilização e evitar o seu extravio;
- manter amarrados, ao centro da embarcação, as mochilas e demais Equipa-
mento (Eqp); e
- manter, também amarrados, o motor, inclusive o reserva, se houver, o tanque
de combustível, etc (Fig 8).
4.12.6.2 Não empregar um motor mais potente que o recomendado pelo fabri-
cante.
4.12.6.3 Não ficar em pé em embarcação pequena, em movimento, e não permi-
tir que os passageiros também o façam.

Fig 8 - Navegação em botes

4.12.6.4 Caso ocorra um acidente com a embarcação, permanecer na margem,


próximo ao local do sinistro, até a chegada do socorro.
4.12.6.5 Conhecer a capacidade de carga da embarcação e não sobrecarregá-
-la. O peso dos passageiros e da carga, incluindo o equipamento, e não o nú-
mero de lugares, determina a capacidade segura de carga para a embarcação.
4.12.6.6 Deixar na Unidade um plano de navegação ou itinerário detalhado infor-
mando o destino e a estimativa de retorno.
4.12.6.7 Verificar a previsão meteorológica; ter cuidado com a aproximação de
tempestades e voltar para a margem ao primeiro sinal de águas revoltas.
4.12.6.8 Carregar, no mínimo, dois remos no interior da embarcação.
4.12.6.9 Não permitir o uso de fumo no interior da embarcação.
4.12.6.10 Conduzir uma bolsa de primeiros socorros.

4-29
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4.12.6.11 Não ultrapassar a capacidade da embarcação.
4.12.6.12 Escolher, para o caso de desembarque de tropas em exercícios, praias
ou locais rasos. Estes locais deverão ser selecionados e balizados durante o
reconhecimento.
4.12.6.13 Alertar os ocupantes do bote que o desembarque deverá ser feito após
a abicagem e após o comando subsequente.
4.12.6.14 Redobrar os cuidados para a navegação à noite.
4.12.7 TRANSPOSIÇÃO DE CURSOS D’ÁGUA
4.12.7.1 Na utilização de meios de fortuna, verificar os seguintes aspectos:
- separar os não nadadores e treiná-los individualmente em local raso, antes da
passagem propriamente dita;
- reforçar as medidas de segurança, inclusive destinando-lhes coletes salva-
-vidas; e
- em caso de evidente dificuldade do instruendo em realizar atividades na água,
não obrigá-lo a passar. Para que ele atinja esse OII, poderá ser adestrado pro-
gressivamente, durante o seu tempo de serviço militar.
4.12.8 OCUPAÇÃO DE POSTOS DE BLOQUEIO E CONTROLE DE ESTRA-
DAS (PBCE)
4.12.8.1 Em exercícios, ou mesmo em operações, apoiando órgãos públicos
federais ou estaduais, os Cmt, em todos os níveis, devem lembrar à tropa os
seguintes cuidados:
- não apontar armas diretamente para as pessoas abordadas ou transeuntes
pacíficos;
- as armas deverão estar travadas e não se deve admitir disparos acidentais,
mesmo com festim; e
- não empregar violência contra eventuais tentativas de desbordamento com
emprego de “esperteza”. Deixar para os órgãos de segurança pública a ação
repressiva.
4.12.8.2 À noite, quanto mais movimentadas as rodovias, maiores serão os cui-
dados com a sinalização preventiva. Poderão ser usadas: lanternas rotatórias,
placas de alerta pintadas com tinta fosforescente, lamparinas com querosene
ou diesel, lanternas com luz intermitente (pisca-pisca), cones de sinalização e
outros. Colocar a sinalização a uma distância tal que o motorista tenha possibi-
lidade física de reduzir a velocidade e parar o veículo antes de submeter-se à
revista.
4.12.8.3 Os locais escolhidos para os PBCE deverão estar em boas condições
de visibilidade para os motoristas, mesmo à noite, com a finalidade de se evitar
4-30
EB70-CI-11.423
acidentes.
4.12.8.4 As revistas em caminhões ou outros veículos serão realizadas em des-
vios fora da rodovia. Não realizar revistas em acostamentos ou na própria rodo-
via, a fim de não provocar colisões.
4.12.8.5 Prever, para a tropa empregada, coletes de identificação fosforescen-
tes, lanternas e outros dispositivos similares.
4.12.8.6 Em exercícios, escolher, de preferência, estradas pouco movimentadas.
Solicitar sempre o concurso da Polícia Militar e Rodoviária.

4.13 INSTRUÇÃO MILITAR FORA DE ÁREAS PERTENCENTES AO EXÉRCI-


TO BRASILEIRO
4.13.1 A utilização de áreas não pertencentes ao EB para atividades de IM exige
cuidados e providências específicas por parte dos comandos responsáveis.
4.13.2 A ligação prévia com os proprietários ou com seus representantes le-
gais, para o recebimento de autorização, é uma providência imprescindível. A
autorização deve ser dada com o conhecimento completo do tipo de atividade a
ser executada pela tropa. As restrições impostas pelos proprietários devem ser
rigorosamente cumpridas.
4.13.3 Equipes especiais, preferentemente com a participação dos proprietários,
devem percorrer a região destinada às atividades; as recomendações e as ob-
servações devem ser anotadas, para influírem na condução das atividades e nas
providências de responsabilidade do EB.
4.13.4 O emprego de tiro real ou de explosivos e munições de qualquer espécie
exige um plano especial de segurança, contendo, dentre outros aspectos julga-
dos necessários, os seguintes:
4.13.4.1 um calco definindo a área onde será realizado o tiro real, ou onde serão
empregados explosivos e munições, com todos os detalhes planimétricos e com
áreas de posição do armamento e de alvos, outras áreas perigosas e limites de
segurança;
4.13.4.2 uma relação especificando o efetivo e a missão dos postos de segu-
rança. Tais postos devem ser convenientemente instruídos para assegurar a in-
terdição das áreas perigosas e dos itinerários que lhes dão acesso, bem como
para alertar a direção do exercício ou o comando das atividades sobre quaisquer
anormalidades que ocorram nos setores respectivos, através de meios de comu-
nicação adequados; e
4.13.4.3 os moradores da área devem ser alertados e esclarecidos sobre a ati-
vidade que será executada; além disso, caso a atividade exija, devem receber
uma clara orientação sobre os procedimentos a serem adotados durante e após

4-31
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a realização do exercício, particularmente sobre eventuais encontros de muni-
ções falhadas, de equipamentos e de material.
4.13.5 Deverão ser adotadas medidas de prevenção e de combate a incêndios
na vegetação.
4.13.6 A limpeza da área deve ser executada imediatamente após a conclusão
das atividades com tiro real, munição e explosivos.
4.13.7 A munição, os explosivos e os artifícios falhados devem ser destruídos
no local, de acordo com as normas previstas, não podendo permanecer na área
quaisquer desses artefatos.
4.13.8 OUTRAS PRESCRIÇÕES DE SEGURANÇA
4.13.8.1 Em função do número significativo de acidentes registrados em outras
atividades de rotina da OM, correlatas à instrução militar, os quais, na maioria
das vezes, poderiam ter sido evitados caso fossem seguidas as medidas de
segurança, recomenda-se aos Cmt, Ch e Dir, em todos os níveis, a adoção das
seguintes medidas, dentre outras:
- planejamento de instruções específicas sobre segurança no trânsito (direção
defensiva) e no trabalho;
- criação ou manutenção, junto aos subordinados, do hábito da utilização dos
equipamentos de segurança em qualquer atividade de risco; e
- permanente supervisão quanto ao cumprimento das medidas de segurança por
parte dos subordinados.
4.13.8.2 Alguns exemplos de atividades de risco:
- deslocamento em motocicleta;
- troca de lâmpadas em postes;
- limpeza de telhados;
- conserto e manutenção de redes elétricas; e
- pintura de pavilhões e de mastros de bandeira.

4.14 ACIDENTES DE TRÂNSITO


4.14.1 Cuidados especiais devem ser dirigidos à prevenção de acidentes de
trânsito, maior causador de danos pessoais à instituição. Nesse sentido, reco-
menda-se os seguintes procedimentos, dentre outros:
- emprego ostensivo de patrulhas (PE, ou não) pelos Cmt de Gu, nos itinerários
e nos horários de início e término de expediente dos quartéis, a fim de coibir,
principalmente, o desrespeito quanto às regras de trânsito;

4-32
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- intensificação da fiscalização no Corpo da Guarda das OM quanto ao uso dos
equipamentos obrigatórios pelos condutores de veículos e seus ocupantes e da
documentação prevista no Código Brasileiro de Trânsito; e
- empenho de oficiais e graduados no auxílio à fiscalização das regras de trânsito
quando dos deslocamentos externos.

4.15 ACIDENTES POR EFEITO DAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS


4.15.1 As condições climáticas devem ser consideradas nas atividades que en-
volvam esforços físicos, sob o risco de causar graves danos à saúde física do
pessoal envolvido na instrução, tais como desidratação e distúrbios térmicos.
4.15.2 O médico da OM deverá ser consultado sobre os reais riscos apresenta-
dos na instrução sob condições climáticas adversas, sejam elas em situações
de clima quente ou frio.

4-33
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4-34
EB70-CI-11.423
CAPÍTULO V
SEGURANÇA BIOMÉDICA NA INSTRUÇÃO MILITAR

5.1 GENERALIDADES
5.1.1 A segurança biomédica é uma atividade voltada para a pesquisa e o tra-
tamento das doenças humanas, seus fatores ambientais e ecoepidemiológicos,
com o objetivo de compreender as suas causas, efeitos, mecanismos e desen-
volver e/ou aprimorar diagnósticos e tratamentos por meio de análises clínicas.
É uma prática multidisciplinar que envolve a atuação efetiva de profissionais da
Área da Saúde como médicos, enfermeiros, farmacêuticos, psicólogos e educa-
dores físicos, a fim de identificar fatores de risco à saúde humana, controlar a
evolução de enfermidades e promover o tratamento das intercorrências médicas.
5.1.2 No âmbito do EB, seu principal objetivo é prover o Sistema de Saúde do
Exército com meios que resultem na melhoria do padrão de atendimento de
saúde ao público interno, na redução do número de evacuações e na maior reso-
lubilidade de suas unidades, principalmente aquelas as quais conduzam cursos
e estágios com alto nível de exigência física e psicológica com vistas a aumen-
tar o nível de segurança na IM. Além disto, produz experiência e conhecimen-
to técnico voltado para o aperfeiçoamento dos profissionais que se encontram
distantes de centros de estudos e pesquisas, mantendo atualizado o seu nível
de conhecimento técnico-profissional e influenciando beneficamente a qualidade
dos atendimentos de saúde operacional e assistencial.
5.1.3 A Diretoria de Saúde é responsável por conduzir o Projeto Segurança Bio-
médica cujo objetivo é realizar o monitoramento e o controle biomédico de alunos
de cursos e estágios operacionais da Força Terrestre, a fim de prover as equi-
pes de saúde e de instrução com informações a respeito do estado de higidez
física e mental dos instruendos, realizar o diagnóstico e tratamento de doenças,
síndromes e comorbidades, com vistas a aumentar o nível de segurança na IM.
5.1.4 O Projeto Segurança Biomédica encontra-se em fase de implantação no
Comando de Operações Especiais e nos Centro de Instrução de Guerra na Sel-
va, Centro de Instrução de Operações Especiais, Centro de Instrução Paraque-
dista General Penha Brasil e Centro de Instrução de Operações na Caatinga.
Até dezembro de 2019, será implementado nos demais Centros de Instrução e
Escolas de Formação e pretende atingir, até dezembro de 2020, todas as unida-
des do Corpo de Tropa.

5.2 O CONTROLE BIOMÉDICO NA INSTRUÇÃO MILITAR


5.2.1 O controle biomédico na Instrução Militar tem por objetivo realizar exames
planejados de rotina, a fim levantar dados biomédicos que permitam a constru-
5-1
EB70-CI-11.423
ção de um Grupo de Risco para a Segurança na IM, documento que informa ao
Cmt, Ch ou Dir o estado de saúde da tropa. Para tal, a interação entre a Equipe
de Saúde e Equipe de Instrução é fator crítico de sucesso para antecipação de
problemas de saúde que possam colocar em risco a segurança na IM.
5.2.2 A rotina de controle biomédico segue as seguintes fases:
5.2.2.1 Fase de planejamento: tem por finalidade realizar o planejamento rigo-
roso dos estressores que serão aplicados na IM (quantidades de água, sono e
ração, peso transportado, nível de esforço físico e nível de esforço mental). Essa
atividade preliminar objetiva auxiliar a tomada de decisão acerca dos níveis de
coleta de dados biomédicos a serem executados em função dos objetivos de
instrução planejados por ciclo semanal.
5.2.2.2 Fase de coletas e exames laboratoriais: de acordo com o nível de exi-
gência das semanas de instrução poderão ser planejados coletas de dados an-
tropométricos, anamneses e a realização de exames laboratoriais (uranálise,
hematologia e bioquímica), a fim de comporem um painel de biomarcadores que
guiarão a confecção do Grupo de Risco para a Segurança na IM.
5.2.2.3 Fase de diagnóstico e tratamento: de acordo com o resultado dos exa-
mes clínicos e/ou laboratoriais a Equipe de Saúde tem a possibilidade de fechar
um pré-diagnóstico e iniciar os protocolos de tratamento para os seguintes pro-
blemas de saúde: desidratação, distúrbios térmicos, distúrbios hidroeletrolíticos,
anemia, infecções, inflamações, viroses, verminoses, rabdomiólise, insuficiência
renal aguda, lesão hepática e infarto agudo do miocárdio, dentre outros proble-
mas de saúde.
5.2.2.4 Fase de análise pós-ação: tem por finalidade alimentar o Banco de Da-
dos de Controle Biomédico da Diretoria de Saúde. Após o encerramento das
atividades de instrução os casos de problemas de saúde durante a Instrução
Militar deverão ser informados à Diretoria de Saúde, por meio da consolidação e
remessa das Fichas de Controle de Dados Biomédicos (ANEXO C).

5-2
EB70-CI-11.423
CAPÍTULO VI
MÉTODO DE GERENCIAMENTO DE RISCO

6.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


6.1.1 Risco é um perigo ou possibilidade de perigo; pode ser também entendido
como uma situação em que há probabilidades mais ou menos previsíveis de per-
da ou ganho. Este conceito sempre esteve ligado à atividade humana, em maior
ou menor grau, de acordo com a sua própria natureza.
6.1.2 Com o surgimento das ferramentas destinadas a apoiar a realização dos
trabalhos mais básicos do ser humano, ampliou-se o espectro do risco, variando
do simples para o complexo. As atividades desenvolvidas passaram então a pro-
duzir uma quantidade de acidentes e de erros antes não experimentada.
6.1.3 A atividade bélica, organizada com base na arte militar, é uma das que mais
apresentam acidentes, pela própria natureza das missões cumpridas. Durante
muito tempo o risco em operações militares reais e, até mesmo, em simples
treinamentos, era considerado inerente a essas atividades, sem possibilidade de
controle efetivo – “não há nada que se possa fazer”.
6.1.4 A propaganda das dificuldades e da complexidade dos recentes conflitos
armados ganhou uma enorme dimensão, principalmente através da mídia te-
levisiva. Os planejamentos e as ações passaram a ser objeto de estudo mais
aprofundado, culminando com a formulação do conceito de Gerenciamento de
Risco (GR), desenvolvido a partir da metodologia de investigação e prevenção
de acidentes aeronáuticos, amplamente utilizada na aviação civil e militar, porém
com maior abrangência.
6.1.5 O GR tomou corpo quando passou a ser considerado uma ferramenta dis-
ponível aos Cmt para auxílio à tomada de decisão. Graças à sua utilização, foi
possível reduzir-se a níveis aceitáveis os riscos inerentes às atividades militares,
diminuindo-se as baixas e preservando em melhores condições o material.
6.1.6 A experiência tem demonstrado que somente ao avaliar, previamente, o
risco envolvido em determinada operação ou atividade é que se pode tomar de-
cisões eficientes, reduzindo-se de forma sensível a probabilidade de ocorrência
de falhas ou acidentes que comprometam o cumprimento da missão.

6.2 DESCRIÇÃO DO MÉTODO


6.2.1 O método de GR preconiza, de início, uma identificação dos riscos envol-
vidos em uma determinada atividade, seguida de uma avaliação pormenorizada
de probabilidades e de níveis de periculosidade, tudo com o objetivo de quantifi-
car e de permitir a ação preventiva de acordo com parâmetros preestabelecidos.
6-1
EB70-CI-11.423
A aplicação do método consta de seis passos principais:
6.2.2.1 Determinação do Risco
6.2.2.1.1 O primeiro passo na montagem do processo de GR consiste na deter-
minação do risco envolvido na atividade considerada.
6.2.2.1.2 Essa ação pode ser realizada pela experiência ou pelo estudo da pro-
babilidade de sua incidência, de forma a evidenciar todas as suas formas pos-
síveis. Em termos gerais, consiste em listar todos os riscos para cada ramo de
atividade analisado. Por exemplo: para a atividade de tiro de arma portátil em
estande de tiro, a falta de apoio médico de urgência e a existência de taludes
incompatíveis com o tipo de tiro e o calibre da arma, são riscos que devem ser
levantados antes da execução da seção de tiro.
6.2.2.1.3 Esta listagem pode ser dividida em subfatores. Por exemplo: os proble-
mas com taludes poderiam estar no subfator infraestrutura e o apoio médico no
subfator pessoal de apoio.
6.2.2.2 Qualificação dos Riscos
6.2.2.2.1 O segundo passo é a qualificação dos riscos levantados, mediante a
atribuição de pesos a cada risco levantado. Tais pesos são atribuídos, numa pri-
meira etapa, sem critérios rígidos, fortemente calcados na avaliação pessoal do
atribuidor. As revisões sucessivas e ajustes necessários, ao longo do tempo, irão
adequá-los mais propriamente, de modo a exprimir a realidade o mais fielmente
possível.
6.2.2.2.2 Os pesos variam do valor inteiro um até três, sendo o valor unitário o
de menor consequência. Por exemplo: os riscos levantados anteriormente para
o tiro em estande poderiam ter pesos dois para os taludes inadequados e três
para inexistência de apoio médico.
6.2.2.3 Cálculo da Probabilidade
6.2.2.3.1 O terceiro passo é o cálculo da probabilidade. A probabilidade é com-
posta da soma ponderada dos fatores de risco presentes em cada subfator.
6.2.2.3.2 Junto à coluna de atribuição dos pesos estão outras três, designadas
como coluna do “verdadeiro (V)”, coluna do “falso (F)” e coluna do “desconhecido
(Desc)”. Ao final de cada fator ou da planilha do cálculo da probabilidade, exis-
tem dois campos, um requerendo o Valor Mínimo da probabilidade (soma dos
“F”) e outro o valor máximo (soma do Valor Mínimo e dos “Desc”). O somatório
desses valores fornecerá a probabilidade de ocorrência dos riscos medidos.
6.2.2.4 Cálculo da Gravidade do Evento
6.2.2.4.1 O quarto passo do gerenciamento do risco refere-se ao cálculo da gra-
vidade do evento, através de dois critérios: generalidade e relevância.

6-2
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6.2.2.4.2 A generalidade sugere que o parâmetro, por sua natureza, pode di-
ficultar o gerenciamento de muitos (senão de todos) dos possíveis efeitos de-
correntes dos fatores da probabilidade. Como exemplo, na atividade de tiro já
explorada, a execução no período noturno irá aumentar a maioria dos efeitos
decorrentes.
6.2.2.4.3 A relevância, por sua vez, sugere um grau de dificuldade que pode ser
agregado devido a problemas inesperados que podem ocorrer. A execução de
tiro em alvo em movimento é um exemplo clássico.
6.2.2.5 Cálculo de Risco Propriamente Dito
- O quinto passo refere-se ao cálculo de risco propriamente dito. Nesta fase o
risco é quantificado e apresentado nos seus valores máximo e mínimo, através
de números absolutos, proveniente do cálculo da fórmula R = P.G (Risco = Pro-
babilidade x Gravidade).
6.2.2.6 Aplicação de Ações de Controle
6.2.2.6.1 O sexto e último passo é o de aplicação de ações de controle. Nesta
etapa será realizada a comparação do valor encontrado do risco máximo com as
faixas de risco. Estas faixas são apresentadas na forma de valores absolutos in-
feriores e superiores, subsequentes, correspondendo aos graus de risco Baixo,
Médio, Alto, Muito Alto e Inaceitável. Sua quantificação prescinde dos mesmos
critérios da atribuição dos pesos, isto é, inicialmente serão valores atribuídos
pela experiência do atribuidor.
6.2.2.6.2 O trabalho descrito anteriormente deve ser executado por um grupo ou
equipe, de modo a minimizar a influência de fatores pessoais e conjugar experi-
ências diversas, concluindo com a elaboração de uma planilha que efetivamente
represente a realidade para o Cmt envolvido.

6-3
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FORMULÁRIO DE GERENCIAMENTO DE RISCO

a. FATOR OPERACIONAL V F Desc PESO


Os campos de tiro e áreas de alvos estão delimitados, ba-
2
lizados e isolados.
Todo o armamento é inspecionado antes e após o tiro. 2
A IPT e do TIP foram realizadas com antecedência máxima
2
de duas semanas.
Existe um controle rigoroso do efetivo participante da ati-
2
vidade.
O tiro é conduzido e auxiliado por militares com experiên-
2
cia.
Todos os executantes receberam instruções relativas ao
1
armamento e ao tiro.
Os procedimentos de segurança são do conhecimento de
2
todos os envolvidos.
O tiro é realizado de acordo com as técnicas e normas em
2
vigor.
O tiro não é em movimento e tampouco realizado em algo
2
móvel.
Há margens de segurança para erros e atrasos. 2
Não há ambiente hostil real ou simulado. 2
O ambiente não motiva ao exibicionismo ou à competição. 2
A equipe de condução do tiro tem experiência na atividade. 2
Todos os executantes realizaram ensaio dos procedimen-
1
tos no estante.
Não há indícios de excesso de confiança por parte dos
3
executantes

Mínimo (soma dos pesos ‘‘F’’) = Máximo (Mínimo + soma


dos pesos dos ‘‘Desc’’) =

b. FATOR MATERIAL V F Desc PESO


Os armamentos e seus acessórios estão em per-
3
feitas condições para o tiro.
Os taludes e bermas são compatíveis com o tipo
3
de tiro e calibre da arma.
A manutenção do armamento está em dia e foi bem
2
executada.

6-4
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FORMULÁRIO DE GERENCIAMENTO DE RISCO (continuação)

Os lotes das munições são manipulados e trans-


3
portados adequadamente.
As munições são manipuladas e transportadas
1
adequadamente.
As munições são manuseadas em local aberto. 2
O local do tiro foi reconhecido e proporciona segu-
3
rança aos atiradores.

Mínimo (soma dos pesos dos ‘‘F’’) = Máximo (Míni-


mo + soma dos pesos ‘‘Desc’’) =

c. FATOR INFRAESTRUTURA V F Desc PESO


Há equipamentos de proteção individual e de se-
3
gurança para todos envolvidos
Existe uma equipe de saúde compatível com a
3
emergência esperada.
Todos os envolvidos estão utilizando proteção au-
1
ricular.
Os meios da equipe de saúde são suficientes para
2
os primeiros socorros e evacuação.
Há um plano de segurança para a atividade com
1
supervisão.
Existe uma equipe de segurança para delimitação
1
e interdição da área.
Existe uma equipe de combate a incêndio consti-
1
tuída para a atividade.
Os meios para interdição da área e para debelar
1
incêndio são adequados.
Existe comunicação entre o oficial de tiro e as
2
equipes de segurança.
A população da área foi informada das medidas
2
de segurança existentes.

Mínimo (soma dos pesos dos ‘‘F’’) = Máximo (Míni-


mo + soma dos pesos ‘‘Desc’’) =

6-5
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FORMULÁRIO DE GERENCIAMENTO DE RISCO (continuação)

2. CÁLCULO DA GRAVIDADE
Iniciar com o valor básico (1) e, conforme o caso, adicionar os demais valores.
Valor Básico Inicial. +1
Condições meteorológicas adversas +1
Executante inexperiente +2
Executante com estresse físico +2
Execução noturna +1
TOTAL

3. CÁLCULO DO RISCO
RISCO MÁXIMO = Multiplicar a somatória das probabilidades máximas pela gravidade.
RISCO MÍNIMO = Multiplicar a somatória das probabilidades mínimas pela gravidade.
PROBABILIDADE RISCO
MÁXIMA Vezes GRAVIDADE MÁXIMO
MÍNIMA MÍNIMO

4. APLICAÇÃO DE AÇÕES DE CONTROLE DO RISCO


Observar a faixa na qual se encontra os valores de risco máximo e mínimo obtidos.
Lembrar de dois fundamentos básicos:
1) toda atividade militar envolve riscos.
2) não se deve correr riscos desnecessários.
Envidar esforços para reduzir o grau de risco.

FAIXA DE RISCO GRAU DE RISCO


0-22 Baixo
22-90 Médio
90-120 Alto
120-180 Muito Alto
acima de 180 Inaceitável

6-6
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FORMULÁRIO DE GERENCIAMENTO DE RISCO (continuação)

5. AÇÕES ADOTADAS

ATIVIDADE:
LOCAL: DATA:
PREENCHIDO POR: FUNÇÃO:

- Como exemplo, será descrita uma situação hipotética e preenchido o Formulá-


rio de Gerenciamento dos Risco, apresentado anteriormente.
‘‘ O Cmt do Pel recebeu a missão de realizar o tiro noturno com sua fração. As
condições presentes são as seguintes’’:
1. mais da metade dos militares é pouco experiente, alguns dos quais realizarão
o tiro noturno pela primeira vez;
2. as condições meteorológicas no local estão indicando possibilidade de nevo-
eiro e chuva;
3. a IPT foi realizada há mais de três semanas;
4. o estande e seus equipamentos, bem como o armamento a ser utilizado, estão
em boas condições físicas e de manutenção; e
5. o apoio de saúde não contará com ambulância’’.
- De posse destas informações, o Cmt da fração deverá preencher o Formulário
de Gerenciamento de Risco, como apresentado a seguir:

6-7
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FORMULÁRIO DE GERENCIAMENTO DE RISCO (continuação)

1. CÁLCULO DA PROBABILIDADE

a. FATOR OPERACIONAL V F Desc PESO


Os campos de tiro e áreas de alvos estão delimitados, ba-
X 2
lizados e isolados.
Todo o armamento é inspecionado antes e após o tiro. X 2
A IPT e do TIP foram realizadas com antecedência máxima
X 2
de duas semanas.
Existe um controle rigoroso do efetivo participante da ati-
X 2
vidade.
O tiro é conduzido e auxiliado por militares com experiên-
X 2
cia nesta atividade.
Todos os executantes receberam instruções relativas ao
X 1
armamento e ao tiro.
Os procedimentos de segurança são do conhecimento de
X 2
todos os envolvidos.
O tiro é realizado de acordo com as técnicas e normas em
X 2
vigor.
O tiro não é em movimento e tampouco realizado em alvo
X 2
móvel.
Há margens de segurança para erros e atrasos. X 2

Não há ambiente hostil real ou simulado. X 2

Não há ambiente não motiva ao exibicionismo ou à com-


X 2
petição.
A equipe de condução do tiro tem experiência na atividade. X 2
Todos os executantes realizaram ensaio dos procedimen-
X 1
tos no estande.
Não há indícios de excesso de confiança por parte dos
X 3
executantes.

Mínimo (soma dos pesos dos ‘‘F’’) = 5 Máximo (Mínimo +


soma dos pesos dos pesos ‘‘Desc’’) = 5

b. FATOR MATERIAL V F Desc PESO


Os armamentos e seus acessórios estão em per-
X 3
feitas condições para o tiro.
Os taludes e bermas são compatíveis com o tipo
X 3
de tiro e calibre da arma.

6-8
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FORMULÁRIO DE GERENCIAMENTO DE RISCO (continuação)

A manutenção do armamento está em dia e foi bem


X 2
executada.
Os lotes das munições são manipulados e trans-
X 3
portados adequadamente.
As munições são manipuladas e transportadas
1
adequadamente.
As munições são manuseadas em local aberto. 2
O local do tiro foi reconhecido e proporciona segu-
3
rança aos atiradores.

Mínimo (soma dos pesos dos ‘‘F’’) = 0 Máximo (Mí-


nimo + soma dos pesos dos pesos ‘‘Desc’’) = 3

c. FATOR INFRAESTRUTURA V F Desc PESO


Há equipamentos de proteção individual e de se-
3
gurança para todos envolvidos
Existe uma equipe de saúde compatível com a
3
emergência esperada.
Todos os envolvidos estão utilizando proteção au-
1
ricular.
Os meios da equipe de saúde são suficientes para
2
os primeiros socorros e evacuação.
Há um plano de segurança para a atividade com
1
supervisão.
Existe uma equipe de segurança para delimitação
1
e interdição da área.
Existe uma equipe de combate a incêndio constitu-
1
ída para a atividade.
Os meios para interdição da área e para debelar
1
incêndio são adequados.
Existe comunicação entre o oficial de tiro e as equi-
2
pes de segurança.
A população da área foi informada das medidas de
2
segurança existentes.

Mínimo (soma dos pesos dos ‘‘F’’) = 0 Máximo (Mí-


nimo + soma dos pesos dos pesos ‘‘Desc’’) = 3

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FORMULÁRIO DE GERENCIAMENTO DE RISCO (continuação)

a. CÁLCULO DA PROBABILIDADE

2. CÁLCULO DA GRAVIDADE
Iniciar com o valor básico (1) e, conforme o caso, adicionar os demais valores.
Valor Básico Inicial. X +1
Condições meteorológicas adversas. X +1
Executante Inexperiente. X +2
Executante com estresse físico. +2
Execução noturna. X +1
TOTAL 1+1+2+1= 5

- Em seguida, deverá ser calculado o total dos mínimos e dos máximos de cada fator e
transportar para a seção seguinte. Nesta etapa, inicia-se o estudo do cálculo da gravidade
(4º passo) em que o Cmt da Fração preencherá a tabela abaixo.

3. CÁLCULO DO RISCO (P.G)


RISCO MÁXIMO = Multiplicar a somatória das probabilidades máximas pela gravidade
RISCO MÍNIMO = Multiplicar a somatória das probabilidades mínimas pela gravidade
R=PxG
PROBABILIDADE Vezes GRAVIDADE RISCO
MÁXIMO 11 MÁXIMO 55
MÍNIMO 8 MÍNIMO 40

- Com os valores das duas tabelas confeccionadas, inicia-se o Cálculo do Risco


Propriamente dito. No campo probabilidade, deve-se trazer somatório total, má-
ximo e mínimo, dos valores parciais de cada subfator da primeira tabela. O pro-
duto final é a quantificação numérica do risco envolvido na operação proposta.
- A faixa de risco calculada (40 a 55) será comparada com a tabela de aplicação
de Ações de Controle do Risco. Observa-se que a faixa de risco calculada cor-
responde ao grau Médio.
- O comandante da Fração tentará alterar algumas situações presentes, assina-
ladas como ‘‘F’’ ou ‘‘DESC’’ na tabela do cálculo da probabilidade ou levantadas
no cálculo da gravidade, de modo a minimizar o grau de risco. Nem sempre es-
tas alterações são possíveis de serem feitas no nível considerado. Por exemplo:
na falta de uma ambulância, a alternativa da preparação de uma viatura não
especializada para substituí-la, em princípio, não é da competência do Coman-
dante da Fração.
6-10
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- Sendo possível alguma alteração, os cálculos são refeitos, até se encontrar
valores de grau de risco compatíveis com a missão. Se por outro lado, mesmo
assim o risco não diminuir o suficiente, o Cmt de Fração deve levar o problema
a quem determinou a execução da missão, solicitando ações nos pontos críticos
para reduzir o grau de risco.

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6-12
RELATÓRIO QUALITATIVO DE ACIDENTES NA INSTRUÇÃO E NO SERVIÇO (MODELO)
SOMENTE UTILIZADO NOS CASOS DE ÓBITO, MÚLTIPLAS VÍTIMAS, PERDA SIGNIFICATIVA DE MATERIAL
OU SÉRIO IMPACTO PARA A IMAGEM DA FORÇA

C Mil A ______________

OM DATA TIPO ACIDENTE (1) DESCRIÇÃO DOS FATOS (2)

Um Sgt Aluno realizou um disparo de Fuzil 7,62 mm, dentro


Acidente com Armamen- do Corpo da Guarda, vindo a atingir um Soldado, no om-
100º BI Mtz 14 MAIO 19
to, Munição e Tiro bro. O militar atingido foi socorrido e passou por cirurgias.
Aguardando relatório médico.

Durante o deslocamento de um trecho para o Batalhão, a


ANEXO A

Vtr militar, conduzindo materiais, capotou, após o Sgt mo-


100º BEC 22 MAIO 19 Acidente com viatura
torista perder o controle em uma curva. Em consequência,
o motorista e mais um passageiro vieram a óbito.

Durante a atividade de PPM, um Cabo acidentou-se no


NA INSTRUÇÃO E NO SERVIÇO

obstáculo piano, vindo a bater com a cabeça em uma das


100º GAAAe 26 MAIO 19 TFM
alças. O militar sofreu traumatismo craniano. O militar en-
contra-se no Hospital aguardando cirurgia.

(1) Descrever o tipo de acidente: Armamento Munição e Tiro, Treinamento Físico Militar (TFM), Acidente com viatura (vtr
MODELO DO RELATÓRIO QUALITATIVO DE ACIDENTES

oficial), entre outros.


(2) Descrever sucintamente como ocorreu e quais as circunstâncias.
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A-1
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A-2
RELATÓRIO QUANTITATIVO DE ACIDENTES NA INSTRUÇÃO E NO SERVIÇO (MODELO)
Deverá ser enviado mensalmente ao COTER
C Mil A ___________
Mês/ano Jun/19

OM TIPO ACIDENTE (1) Quantidade Observação


Acidente com viatura sem vítima, mas com graves danos ao
100º RCG 2 -
material.
200º BIMtz Tiro acidental, sem vítima 6 -
8

(1) Descrever o tipo de acidente:


- Tiro acidental, sem vítima;
- Acidente na água sem vítima;
ANEXO B

- Acidente em Treinamento Físico Militar (TFM);


- Acidente com viatura sem vítima, mas com graves danos ao material; e
- Outros julgados necessários.
NA INSTRUÇÃO E NO SERVIÇO
MODELO DE RELATÓRIO QUANTITATIVO DE ACIDENTES
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B-1
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B-2
FICHA DE CONTROLE DE DADOS BIOMÉDICOS

Data: Hora Número

P1. Informações do Paciente


Posto/Graduação: AQS: Identidade:
Nome:
Fator
Idade: Gênero: ( ) M ( ) F Sangue: Tipo: Peso: Altura:
RH:
Queixa:

P2. Histórico Médico


ANEXO C

- Cirurgias - Pancreatite
- Fraturas - Hepatite
- Distúrbios hormonais - Angiopatias
- Diabetes - Cardiopatias
- Anemias - Doenças musculares
- Talassemia - Doenças Pulmonares
- Rabdomiólise - Doenças dos ossos
- Outras
MODELO DA FICHA DE CONTROLE DE DADOS BIOMÉDICOS
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C-1
P3. Quantas horas o senhor dormiu

C-2
8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,5 5,0 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0
nas últimas 24 horas?

P2. Quantos litros de água o senhor


8,0 7,5 7,0 6,5 6,0 5,5 5,0 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0
tomou nas últimas 24 horas?
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P4. Aponte o seu nível atual de: Nenhum Leve Médio Forte insuportável
- Fadiga física
- Fadiga mental
- Sonolência
- Fome
- Frio
- Sede
P6. Apresentou nas últimas 24 horas algum dos sintomas abaixo?
- Diarreia - Tontura
- Dor no Peito - Vômito
- Formigamento - Sangramento
- Dormência - Perda auditiva
- Febre - Perda visual
- Falta de ar - Câimbra - Onde?
P7. Está fazendo uso de algum medicamento ou substância?

Exames complementares (anexar):

Diagnóstico:

Tratamento:

Evolução:
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COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES


Brasília, DF, 14 de fevereiro de 2019
www.intranet.coter.eb.mil.br

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