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ORGANIZAÇÃO SETE DE SETEMBRO DE CULTURA E ENSINO LTDA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO SÃO FRANCISCO - UNIRIOS


CURSO BACHARELADO EM DIREITO

ATIVIDADE

Absolutismo ao iluminismo

Paulo Afonso – BA
mai./2022
Rômulo Inácio dos Reis
Kennedy Raphael Lacerda de Souza
Sérgio dos Santos
Leandro Oliveira
Luiz Fernando Leite
Cícero

ATIVIDADE

Absolutismo ao iluminismo

Texto analítico-discursivo apresentado ao


curso de Bacharelado em Direito do
Centro Universitário do Rio São Francisco
(UNIRIOS), na disciplina de História do
Direito, no 1º período, Turno noturno,
como requisito para a Atividade em sala.

Orientador: Prof. Salomão Vergne

Paulo Afonso – BA
mai./2022
Nesse capitulo observamos os quatro pontos importantes sobre o referido autor
iluminista, Cesare Beccaria. São elas: as leis e as penas em geral, penas
cruéis e a pena de morte, do processo, como prevenir os delitos. O mesmo
responsável por traduzir as ideias dos pensadores de sua época, pensavam
para o mundo jurídico.

Partindo do principio que o homem abria mão de sua liberdade para


não sucumbir a sua própria brutalidade, em seu pensamento é necessário as
leis para manter ordem para o convívio social, elas deveriam ser acordadas
entre homens livres, “e não apenas instrumentos das de uns poucos”(Cesare
Beccaria). Defende a proporcionalidade das penas, fazendo jus a balança do
direito onde é necessário manter o equilíbrio, somente as leis deveriam as
determina, além da separação dos poderes.

Dando continuidade as ideias do supracitado, as penas cruéis não


cumpriam com seu objetivo, além de não haver proporcionalidade o levou a
pensamentos opostos, apenas levaria a espetáculos públicos.

“Um dos maiores freios aos delitos não é a crueldade


das penas, mas sua infalibilidade e, em consequência, a
vigilância dos magistrados e a severidade de um juiz
inexorável, a qual para ser uma virtude útil, deve vir a
acompanhada de uma legislação suave. A certeza de um
castigo, mesmo moderado, causará sem a impressão mais
intensa que o temor de outro mais severo, aliado à esperança
de impunidade; pois os males, mesmo os menores, se são
inevitáveis, sempre espantam o espirito humano, enquanto a
esperança, dom celestial que frequentemente tudo supri em
nós, afasta a ideia de males piores, principalmente quando a
impunidade, concedida a miúde pela venalidade e pela
fraqueza, fortalece a esperança. “
(Cesare Beccaria, Dos delitos e das penas 1764)
A celeridade da aplicação das leis, dos juízes ou do colegiado justo, seria
causa de melhor cumprimento. Até mesmo penas brandas surtiriam efeitos, na
sociedade demostrando efetividade das normas vigentes, assim sendo leis
claras e objetivas do entendimento de todos seriam melhor observadas por
todos os cidadãos.

Ainda com base neste pensamento, se torna ainda mais clara a


percepção de que penas agressivas com objetivo de tirar a verdade através de
violência física e até mesmo a pena de morte, não era eficaz para os reparos
dos danos causados as vítimas, não sendo útil nem necessário. Salvo se
mesmo privado de liberdade representar alguma ameaça a segurança nacional
ou se buscar por revoluções contra o governo.

Com relação a parte do processo da época, os processos penais eram


muito mais punitivos e rígidos, chegando até ser estupido, pois se baseava
diretamente em torturas, causando derreamento de sangue, dor e injustiça aos
réus, sendo eles inocentes ou não. Nesta concepção, mesmo o indivíduo
sendo inocente, passaria por uma confissão sendo este o método para
obtenção da verdade, logo, esse inocente de certa forma responderia por parte
da pena, sendo ele torturado e, se ao fim da confissão ele permanecer com
vida e se der como inocente, ele estará livre, caso contrário, morreria durante a
confissão e seria dado como inocente. Mas como observado, ainda que
estivesse com vida após a confissão, ele já estaria lesionado por uma
acusação ou atribuição de um crime que não havia cometido, tornando esta
pratica injusta como meio de obtenção uma confissão, sendo tortura.

Para que o indivíduo tivesse uma condenação justa e que respeitasse o


princípio da presunção da inocência, era necessário a comprovação dos fatos
através de provas para que a justiça fosse feita.
“O uso de meios violentos para a
obtenção da confissão do réu é injusto,
também na visão de Beccaria, porque parte de
um pressuposto que fere de morte a um
princípio de justiça, humanidade e proteção
individual que se não utilizado, inverte de forma
imoral o papel da justiça e do processo. Este
princípio é aquele chamado de In Dubio Pro
Reo, que indica que o indivíduo somente pode
ser considerado culpado após ser provada a
sua culpa e após ser condenado.” (Flavia
Lages, História do Direito Geral e Brasil 2013)
Com o entendimento o último parágrafo, podemos notar que o iluminista
preza pela obediência das leis e esperava uma justiça adequada ao ser
humano. Logo prezaria mais por prevenção dos delitos que a punição, ele
também acreditava que criar muitas leis a fim de prevenção dos delitos não
funcionaria, pois o excesso de leis não seria eficaz, bastavam que fossem
simples e claras, para que fossem cumpridas pelas forças da nação.

Ainda sobre a prevenção do delito, o iluminista destacou que os magistrados e


todos aqueles que executavam as leis, devem cuida-las e observa-las, para
que não haja corrupção e usurpação. Assim, ele acreditava que quanto mais
membros no colegiado, mais seria difícil a implantação desses males.

Ele também acreditava que um dos pontos chave para a prevenção dos delitos
seria um investimento maior na educação, apesar de ser o meio mais seguro é
visto também como o meio mais difícil.

Por fim, vemos que mesmo vivendo em tempos onde o pensamento era
arcaico, ele consegue dar um passo que culminou em novas ideias, através da
razão motivo pelo qual o homem se move, com uma visão de pesquisador não
preso em uma bolha, mostra os desvios de finalidade da justiça, Estado,
sociedade. Esse método serve de base para o direito nos dias atuais,
revelando o seguinte, o Estado não pode extrapolar no seu poder coercitivo,
más observar o direito de cada indivíduo, respeitar o processo legal e aplicar a
lei de forma proporcional. Assim vemos uma visão humanista da justiça, que
respeita o direito da pessoa humana, onde a punição tem por finalidade reparar
o dano a sociedade, abstendo-se de uma vingança pessoal e brutal.

REFERÊNCIAS

Cesare Beccaria, Dos delitos e das penas 1764

Flavia Lages, História do Direito Geral e Brasil 2013

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