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Solon Ibanez
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(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Laudo Elétrico: “Gato” de Energia Elétrica, ed. 1ª, rev. 63 /
Solon Ibanez, Porto Alegre: Editora independente, dez. 2021,
(Curso de Laudo Elétrico)
Bibliografia.
ISBN 000-00-000-00000-0
00-00000 CDU-000.0
Índice para catálogo sistemático: Laudo Elétrico [CDU]
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CD Caixa de Distribuição;
NR Norma Regulamentadora;
QG Quadro Geral;
RN Resolução Normativa;
SEFAZ Secretaria da Fazenda;
UC Unidade Consumidora;
ÍNDICE
LAUDO ELÉTRICO – PERDA NÃO TÉCNICA (“GATO”)
1. INTRODUÇÃO
2. NOÇÕES GERAIS SOBRE DIREITO
3. DA REGULAMENTAÇÃO TÉCNICA
3.1 ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica
3.1.1 Dos procedimentos diante de irregularidades
3.1.2 Da responsabilidade do Consumidor
3.2 RIC – Regulamento de Instalações Consumidoras (padrão CEEE-D)
3.2.1 Terminologias elementares
3.2.2 Tipo de Medição
3.2.3 Tipo de Fornecimento
3.2.4 Elementos eletromecânicos da Entrada de Serviço
6. MODELOS
6.1 MODELO SIMPLIFICADO – CONSUMIDOR VS CONSUMIDOR
7. GLOSSÁRIO
8. REFERÊNCIAS
APRESENTAÇÃO
Qual o verdadeiro segredo do “Gato de Energia”?
Como se faz um Laudo Elétrico para a nova realidade energética?
Direito e a Engenharia Elétrica trabalhando juntos?
Assistente Técnico ganha mais que Perito?
Com que frequência o Perito é chamado?
O que acontece se o Laudo Técnico é mal feito?
Quem vai preso e quem paga o prejuízo?
Neste Curso de Laudo Elétrico você vai aprender sobre processo
judicial , provas em geral e prova pericial e a correta tipificação penal do
crime de “Gato de Energia Elétrica” e, além disso, sobre a regulamentação
técnica , terminologias, prumada elétrica, diagramas unifilares e
multifilares, tarifas e muito mais.
Nesse trilho, aprenderá passo-a-passo para montar um Laudo
Elétrico imbatível, desenvolvendo a metodologia , formalidades
importantíssimas para Vistoria Técnica e Relatório Técnico , respostas
aos quesitos e, também, elaborar um Parecer Técnico adequado para a
justiça.
Você Engenheiro Eletricista ou Técnico em Eletrotécnica , não
precisa começar como Perito da Justiça, pode iniciar como Assistente
Técnico da Parte no litígio (o que pode ser mais vantajoso) ou, ainda,
Auxiliar do Engenheiro permitindo vazão para maior número de serviços.
Você Advogado criminalista ou civil, aprenda a esfacelar os Laudos
Técnicos ordinários e outras formas de potencializar as suas provas
técnicas. Aumentando seus honorários e agregando mais serviços junto aos
Engenheiros Eletricistas, desenvolvendo uma equipe multidisciplinar de
alta performance.
Você empresário , síndico , locatário , cuidado para não cair numa
armadilha de responsabilidades criminais e civis.
O mercado de provas técnicas está borbulhando, principalmente
com a possibilidade de arbitragem técnica, mediação e conciliação, que
abriu a possibilidade das partes buscarem a solução de litígios sem
depender integralmente da morosidade judiciária.
Com a formação de um Laudo Técnico consistente e claro é possível
resolver um conflito mais rapidamente e com menos onerosidade e,
oportunamente, evitar uma contenta judicial nos casos mais simples.
Evitando inúmeras dores de cabeça desnecessárias.
1.
Delação
Ainda pode ocorrer a delação , instituto jurídico que ainda toma
solidez no ordenamento jurídico, que se trata do acusado confessar e
atribuir a (co)autoria à outra pessoa, quando interrogado na presença do
advogado, pelo juiz ou polícia.
Nestes casos, o relato no Laudo Técnico torna-se mais delicado
ainda, pois pode tomar contornos de um crime de calunia por parte do
profissional, principalmente para o assistente técnico que auxilia a parte e
não é auxiliar do juiz, por isso, solicitar a presença policial, incluir outras
provas e evidências que sustentam a(s) autoria(s) são tão prudentes quanto
edificar subsídios para o juiz utilizar em um eventual interrogatório.
Assim sendo, em um segundo momento, o juiz poderá obter a
confissão e delação posteriormente subsidiado pelo Laudo Técnico e
cumprindo as formalidades necessárias.
1.8 Testemunhas
[8]
A prova testemunhal pode ser necessária caso não haja provas
documentais completas, confissão ou divergência sobre a vontade das partes
(principalmente em contratos).
As testemunhas precisam prestar compromisso de dizer a verdade e,
isso, ocorre diante do juiz em audiência, com as exceções previstas no
artigo abaixo do CPC:
Art. 449. Salvo disposição especial em contrário, as
testemunhas devem ser ouvidas na sede do juízo .
Parágrafo único. Quando a parte ou a testemunha, por
enfermidade ou por outro motivo relevante , estiver
impossibilitada de comparecer , mas não de prestar
depoimento, o juiz designará, conforme as
circunstâncias, dia, hora e lugar para inquiri-la.
Aquele que pode testemunhar não pode ser incapaz, impedido ou
suspeito, conforme dispõe o artigo da Lei n.º 13.105/15 – Código de
Processo Civil (CPC), logo, abaixo:
Art. 447. Podem depor como testemunhas todas as
pessoas, exceto as incapazes , impedidas ou suspeitas .
Incapazes
Os incapazes estão arrolados no mesmo artigo, vejamos:
§ 1º São incapazes : [...]
III - o que tiver menos de 16 (dezesseis) anos; [...]
IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender
dos sentidos que lhes faltam.
Impedidos
Suspeitos
Os suspeitos na sequência:
§ 3º São suspeitos :
I - o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo;
II - o que tiver interesse no litígio.
§ 4º Sendo necessário, pode o juiz admitir o
depoimento das testemunhas menores, impedidas ou
suspeitas .
§ 5º Os depoimentos referidos no § 4º serão prestados
independentemente de compromisso , e o juiz lhes
atribuirá o valor que possam merecer.
Portanto, não existem testemunha durante uma perícia. O perito ou
assistente técnico podem indicar como entrevistado que auxiliou no
esclarecimento dos fatos e, posteriormente, respeitando as possibilidades
processuais, as partes podem indica-lo como testemunha ou o juiz pode
solicitar a sua presença para prestar depoimento e atribuir-lhe valor de
testemunha ou informante, conforme considerar.
1.9 Documentos
Na confecção do Laudo Técnico, pode-se anexar documentos que
também são provas e nutrem o Laudo Técnico com consistência.
O Relatório de Vistoria Técnica pode constituir um documento
valioso se realizado de forma sólida, indicando: referências, datas, horários,
locais, coletando assinaturas dos presentes e tudo mais que for indicado
para o caso concreto em análise e que o torne uma prova consistente e
valorosa nos autos do processo.
Outros documentos, como contratos, faturas, extratos, etc.
dificilmente irão contribuir com a materialidade e autoria dos fatos, no
entanto, em relação ao quantum envolvido na lide, podem ser importantes,
principalmente, para uma ação civil.
Salienta-se que, se tais documentos já existirem nos autos do
processo basta fazer referência a eles, para economia processual.
.2 DA PROVA PERICIAL
Nesse capítulo iremos estudar alguns aspectos elementares sobre a
prova pericial, assim como vistas na: Nomeação, Prazos, Itens do laudo e
sobre a Falsa Perícia.
A Perícia consiste em um meio de prova técnica baseada na análise,
vistoria e avaliação de um profissional habilitado quando a questão depende
de conhecimento científico ou técnico específico.
Essa pode ser dispensada, caso seja improvável verificar e formar
prova, como no caso de modificação da materialidade no decurso do tempo
ou perecimento do objeto de análise ou, ainda, dispensa-se caso já exista
elementos nos autos que já permitem a convicção e motivação jurisdicional.
Vejamos o que o Código de Processo Civil, no Capítulo XII – Das
Provas, nos revela:
Da Prova Pericial
Art. 464. A prova pericial consiste em exame , vistoria
ou avaliação .
§ 1º O juiz indeferirá a perícia quando:
I - a prova do fato não depender de conhecimento
especial de técnico;
II - for desnecessária em vista de outras provas
produzidas;
III - a verificação for impraticável.
Outrossim, a Perícia consubstancia-se por meio do Laudo Técnico
ou das manifestações do perito durante a audiência.
O Laudo Técnico , basicamente, obedece a uma metodologia de
análise técnica aceita no meio profissional relativo ao assunto abordado, um
desenvolvimento consistente e fundamentado e, também, um Parecer
Técnico conclusivo, no entanto, pode incluir outros meios de provas
pertinentes, v. g., a prova documental e entrevistas. Em capítulo posterior
desenvolveremos o tópico.
A Prova Técnica Simplificada é a simples inquirição, em audiência,
do profissional sobre questões de pouca complexidade.
Observe os passos do mesmo artigo mencionado acima:
§ 2º De ofício ou a requerimento das partes, o juiz
poderá, em substituição à perícia, determinar a produção
de prova técnica simplificada , quando o ponto
controvertido for de menor complexidade.
§ 3º A prova técnica simplificada consistirá apenas na
inquirição de especialista, pelo juiz, sobre ponto
controvertido da causa que demande especial
conhecimento científico ou técnico.
§ 4 o Durante a arguição, o especialista, que deverá ter
formação acadêmica específica na área objeto de seu
depoimento , poderá valer-se de qualquer recurso
tecnológico de transmissão de sons e imagens com o fim
de esclarecer os pontos controvertidos da causa.
Apesar do texto literal exigir formação acadêmica específica, em
muitos casos contemporâneos existem tecnologias que ainda são reservadas
a grandes empresas e não chegaram nas academias tradicionais e, além
disso, muitos jovens sem idade acadêmica tem mostrado maior expertise em
assuntos tecnológicos, apesar da informalidade ou ausência de diplomas, v.
g., áreas como informática e programação. Nesses casos, nada impede o
advogado perspicaz comparar os feitos e apresentar a obra do indivíduo de
notório saber , para comprovar a expertise no objeto de análise.
Quem elabora o Laudo Técnico?
2.1 Nomeação
Como vimos anteriormente, o Perito é o auxiliar do juiz, nomeado
pelo próprio magistrado e responde diretamente a ele, por isso, o
profissional tem o dever de ser imparcial entre as partes do litígio.
Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto
da perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega do
laudo.
§ 1º Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias
contados da intimação do despacho de nomeação do
perito:
I - arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for
o caso;
II - indicar assistente técnico ; [...]
§ 6º Quando tiver de realizar-se por carta , poder-se-á
proceder à nomeação de perito e à indicação de
assistentes técnicos no juízo ao qual se requisitar a
perícia.
No primeiro ponto, o perito é passível de impedimento ou suspeição
[11]
da mesma forma que o juiz. E, por esse motivo, pode escusar-se do
encargo.
Art. 467. O perito pode escusar -se ou ser recusado por
impedimento ou suspeição.
Parágrafo único. O juiz, ao aceitar a escusa ou ao julgar
procedente a impugnação, nomeará novo perito .
Vejamos os casos de impedimento e suspeição adiante.
Impedimento
Perícia Consensual
Somando-se as possibilidades de nomeação, uma opção interessante
é a escolha do perito pelas partes , ou seja, os litigantes podem indicar ao
juiz um perito em comum, possibilitando reduzir os custos da contratação
de um assistente técnico para cada.
Sublinha-se que, a maturidade dessa escolha, permite inclusive levar
o litígio a uma solução mais rápida e abrir portas para uma possível
conciliação ou mediação.
Observe o artigo da Lei n.º 13.105/15 – Código de Processo Civil
(CPC):
Art. 471. As partes podem , de comum acordo, escolher
o perito , indicando-o mediante requerimento, desde
que:
I - sejam plenamente capazes;
II - a causa possa ser resolvida por autocomposição .
§ 1º As partes, ao escolher o perito, já devem indicar os
respectivos assistentes técnicos para acompanhar a
realização da perícia , que se realizará em data e local
previamente anunciados.
§ 2º O perito e os assistentes técnicos devem entregar,
respectivamente, laudo e pareceres em prazo fixado pelo
juiz.
§ 3º A perícia consensual substitui, para todos os
efeitos, a que seria realizada por perito nomeado pelo
juiz.
Perceba que, aqui o perito, como no caso da escolha pelo juiz, deve
ser imparcial e ainda fica sob o jugo do crime de Falsa Pericia e outras
infrações Éticas do Código da Engenharia.
Substituição do perito
Vários peritos
Ainda, pode-se nomear mais de um perito no caso de perícias com
teor técnico mais amplo ou necessidade de equipes de perícia visto a
densidade do trabalho, vejamos:
Art. 475. Tratando-se de perícia complexa que abranja
mais de uma área de conhecimento especializado, o juiz
poderá nomear mais de um perito, e a parte, indicar mais
de um assistente técnico.
Indubitavelmente, um Laudo Técnico na área da eletricidade já é,
por sua natureza, complexo.
Suas particularidades, tanto tecnológicas quanto em relação aos:
elementos eletroeletrônicos, circuitos elétricos, testes, ensaios, medições de
potência, determinação de potência desviada no tempo, dentre outras que
per si já são um desafio de compatibilizar e simplificar nos autos
processuais.
Ainda, nesse contexto, sobrepõe a legislação e normativas
regulamentadoras que não são triviais e simples de compreender,
principalmente para situações de “Perdas Não Técnicas” (PNT) ou no
popular: “Gato de Energia Elétrica”.
Torna-se inteligente e evidente, incluir um profissional também
especialista em questões energéticas na elaboração do documento, para não
esterilizar o processo.
Nomeação do Assistente Técnico
2.2 Prazos
Os prazos em um processo judicial possuem algumas sutilezas, no
qual o Perito precisa estar atento para não causar embaraços no processo e o
Assistente Técnico precisa se antecipar, pois o prazo para seu trabalho
acaba sendo mais curto.
Prima facie e em breves linhas, em processos civis os prazos são
contatos a partir da publicação iniciando a contagem no próximo dia útil
contado o último dia (art. 219 c/c art. 224, ambos da Lei n.º 13.105/15 –
Código de Processo Civil), nos processos penais os prazos iniciam na
intimação, são contínuos não se interrompem por férias, domingo ou
feriados (art. 798 do Decreto-Lei n.º 3.689/41 - Código de Processo Penal
CPP). Em ambos, sobrepõe-se ao prazo legal aquele que for indicado pelo
magistrado.
Analisando a primeira etapa, após a nomeação do perito,
percebemos que as partes têm 15 dias para contrapor a escolha, indicar o
Assistente Técnico para acompanhar e as perguntas (quesitos) que devem
serem respondidas pelo Perito.
Com a lente na economia processual, convém as partes, se não for
sólido caso de impedimento ou suspeição, aguardar o perito se manifestar
até o 5º dia da sua intimação, seja quanto ao seu currículo e compatibilidade
com a questão em debate ou pelos valores de honorários.
Ao passo que, importa as partes se manifestarem sobre a proposta
do perito em 5 dias.
Portanto, considerando uma intimação simultânea entre todos, numa
audiência por exemplo, o melhor momento e mais completo para
manifestação das partes no processo estão entre o 5º e 10º dia.
Vejamos o texto da Lei n.º 13.105/15 – Código de Processo Civil
(CPC):
Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto
da perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega do
laudo.
§ 1º Incumbe às partes , dentro de 15 (quinze) dias
contados da intimação do despacho de nomeação do
perito:
I - arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for
o caso;
II - indicar assistente técnico;
III - apresentar quesitos.
§ 2º Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5
(cinco) dias :
I - proposta de honorários;
II - currículo, com comprovação de especialização;
III - contatos profissionais, em especial o endereço
eletrônico, para onde serão dirigidas as intimações
pessoais.
§ 3º As partes serão intimadas da proposta de honorários
para, querendo, manifestar-se no prazo comum de 5
(cinco) dias , após o que o juiz arbitrará o valor,
intimando-se as partes para os fins do art. 95 .
No gráfico Pert, a seguir, podemos visualizar melhor essa etapa:
Superada essa primeira etapa, o Perito já deve agir com zelo e
atenção comunicando, nos autos, sempre com antecedência mínima de 5
dias sobre intervenções no qual os Assistentes Técnicos, querendo, podem
acompanhar no local com dia e hora certa.
Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo
que lhe foi cometido, independentemente de termo de
compromisso. [...]
§ 2º O perito deve assegurar aos assistentes das partes o
acesso e o acompanhamento das diligências e dos
exames que realizar, com prévia comunicação ,
comprovada nos autos, com antecedência mínima de 5
(cinco) dias.
O comunicado deve conter data, hora e local, por certo:
Art. 474. As partes terão ciência da data e do local
designados pelo juiz ou indicados pelo perito para ter
início a produção da prova.
Vejamos graficamente:
Quesitos
3.4 Autoria
O primeiro aspecto que devemos indicar no Laudo Técnico é se a
consumação do crime ocorreu no período noturno (art. 155, §1°, do CP), ou
seja, o horário em que o criminoso realizou a ligação elétrica ou instalação
do componente elétrico. Isso pode ser determinado por meio de câmeras de
vigilância o que permitiria verificar a autoria, por exemplo.
O autor não é necessariamente o cliente da concessionária ou
proprietário do imóvel, pode existir a participação de um terceiro até
mesmo com intuito de incrimina-los. Portanto, esse item do Laudo Técnico
é bem sensível e pode mudar o rumo de todo processo.
Perceba que, para o furto qualificado (art. 155, §4°, inc. IV, do CP),
outro ponto majorante de pena é relativo à participação de duas ou mais
pessoas . No Laudo Técnico é importante indicar se o autor agiu sozinho ou
ele contou com auxílio de mais pessoas ou contratou um eletricista para
realizar as ligações e/ou fraude, porque as pessoas poderiam assumir papel
de autor, coautor, partícipe ou, até mesmo, vítima no crime, repercutindo
nas penas a serem impostas.
Ainda nesse trilho, destaca-se o vulnerável e o idoso, no sentido de
conhecimento técnico, que podem estar sujeitos a malícia ou imperícia de
um profissional eletricista no qual tenham contratado. Nesse ínterim,
ilustra-se com dois casos não muito difíceis de ocorrer em locais com
múltiplas unidades consumidoras.
Caso 3: Síndico do prédio contrata eletricista para colocar
iluminação na fachada frontal e sótão do prédio. Durante os trabalhos o
eletricista constata que o circuito elétrico de serviço do prédio não chega até
o sótão e fachada. Contudo, encontra um circuito elétrico, à vista, de uma
das salas comerciais do prédio. Faz uma emenda elétrica nos cabos e dá por
concluído o serviço.
Notório que a responsabilidade recai sobre o síndico por ter
contratado um profissional imperito ou desabilitado para profissão (art. 155,
caput , do CP), no entanto, caso ele tenha exigido do eletricista a Anotação
de Responsabilidade Técnica (ART) ou o Termo de Responsabilidade
Técnica (TRT) o eletricista quem responde penalmente por furto qualificado
mediante o abuso de confiança (art. 155, §4º, inc. II, do CP) podendo a pena
ser majorada diante da vulnerabilidade quanto ao conhecimento técnico do
síndico (§ 4º-C, inc. II). Ao condomínio, quem utilizou a energia elétrica,
recairá a ação civil para indenizar a vítima (proprietário ou locador da sala
comercial), caso não haja um acordo de ressarcimento dos valores.
Caso 4: Um condômino de um apartamento em um prédio
residencial contrata serviço de telecomunicações (Internet e TV a cabo). O
instalador instala um amplificador de sinal alimentado para rede elétrica do
condomínio. Esse condômino é o único no prédio que utiliza o serviço
daquela empresa de telecomunicações.
Apesar de similar ao caso 3, este caso, importa na responsabilidade
da empresa de telecomunicações que enviou seus funcionários. Todavia, o
quantum envolvido pode recair no princípio da insignificância, se
constatado no Laudo Técnico ou, até mesmo, o condomínio regularizar em
assembleia geral o uso de amplificadores de sinal para todos condôminos.
Situação que vale anexar ao laudo a ata da assembleia para fundamentar as
conclusões do Parecer Técnico.
Com as ilustrações de casos acima fica mais fácil, conforme os
casos que nos depararmos, referir-se adequadamente as pessoas envolvidas
ou, em breves palavras, quem participou (partícipe), autor (no caso de uma
só pessoa), coautores (mais de uma pessoa) ou vítima (no caso de alguém
que foi incriminada intencionalmente).
3.5 Materialidade
O tratamento das provas fotográficas, documentais, testemunhais ou
outras devem estar firmes e claras, de modo a não deixarem dúvidas sobre a
existência do crime e os elementos que modulam as penalidades e sua
distribuição entre as pessoas envolvidas.
Nesse contexto, para o furto qualificado (art. 155, §4°, inc. I, do
CP), um elemento majorante de pena está relacionado ao rompimento de
obstáculo que pode ser interpretado como a remoção dos lacres dos
componentes eletromecânicos. Logo, importa relatar e fotografar o
rompimento ou ausência dos lacres.
Também para o furto qualificado (art. 155, §4°, inc. II, do CP), outra
majorante é relativa à fraude , em que o criminoso utiliza com destreza o
conhecimento técnico para ocultar, alterar e/ou utilizar circuitos
eletroeletrônicos maliciosos. Por exemplo, a alteração dos valores do
Medidor Digital de energia elétrica utilizando equipamento eletrônico
capazes de alterar a programação do aparelho ou valores medidos ou,
noutro caso, inverter a ligação elétrica de Medidor Analógico de energia
elétrica, sem catraca interna, para retroagir os valores registrado. Nesses
casos, é necessário um olho clínico para encontrar a fraude, como vimos
nas decisões do STJ anteriormente.
Outro ponto de interpretação é quanto o § 4-B, no qual a vontade do
legislador nitidamente está relacionada a furtos cometidos por meio de
aparelhos de processamento computacional , vejamos trecho: “... fraude é
cometido por meio de dispositivo eletrônico ou informático, conectado ou
não à rede de computadores ...”, ocorre que, os Medidores Digitais, assim
como urnas eletrônicas, são sistemas computacionais dedicados e também
suscetíveis a fraudes por um programador astuto que conheça os protocolos
de comunicação e comandos necessários. Este, dependendo da programação
do código, o mais difícil de detectar, se não for realizada uma medição
paralela com outro aparelho para comparação dos fluxos de energia elétrica.
Por óbvio, a linha de interpretação, seja ela sistemática, literal,
teológica, histórica, comparativa, pela vontade da lei, ou outra, fica a
critério do magistrado, advogados ou partes envolvidas, ao assistente
técnico ou perito cabe apontar no laudo os elementos supra citados para que
se possa desenvolve-los diante do processo.
3.6 Quantum
O quantum está relacionado a quantidade subtraída de energia ou
obtida em formas de créditos energéticos, por exemplo. O quantum guarda
relação, também, com valores de taxas, impostos, tarifas específicas para o
tipo de contrato (tarifa branca, verde, azul, demanda, etc.) e, até mesmo,
relação com possíveis danos causados à rede elétrica da concessionária em
face de sobrecarga dos cabos e transformadores devido à falta de previsão
nos projetos de distribuição.
Por outro lado, o quantum pode indicar um pequeno valor,
normalmente comparado nos tribunais com o correspondente a valores de
até um salário mínimo, ensejando assim o princípio da insignificância ou
furto de bagatela não configurando crime ou lesão ao patrimônio alheio (art.
155, §2°, do CP).
Nesse sentido, chegar ao quantum envolve determinar o período em
que o crime permaneceu subtraindo energia elétrica, relacionado com o
custo tarifário da energia elétrica para aquela Unidade Consumidora (UC) e,
em determinados julgados, o custo dos impostos e taxas relativas.
Note que, determinar a data da consumação do crime pode ser uma
tarefa improvável, contudo, pode ser estimado analisando o histórico de
consumo, verificando um momento de brusca redução de consumo
registrada pela concessionária naquela UC. Quanto as tarifas aplicadas no
período é tarefa mais singela para uma planilha de cálculos e uma pesquisa
junto a concessionária envolvida.
Por fim, o Laudo Técnico deve detalhar os elementos de (a) autoria,
(b) materialidade e (c) quantum e caso for improvável, no sentido de não
haver provas firmes, pode ser oferecido indícios, evidências e estimativas
para concatenação com outras provas e avaliação ulterior.
.3 CAPÍTULO 2 – DO OBJETO
A delimitação do objeto de análise é muito importante para evitar
incompatibilidades entre os laudos e advertir silêncio sob determinadas
questões técnicas pertinentes ao caso. Por esse motivo, além da indicação
física das instalações elétricas, importa incluir o escopo dos circuitos que
serão analisados de forma precisa e sem margem de dúvidas.
3.1 Localização das instalações
Quanto a identificação do local da instalação da rede elétrica deve-
se destacar, inicialmente: (a) o endereço completo, (b) numeração do poste
no qual é realizado o ponto de derivação da rede da concessionária e do (c)
Centro de Medições.
Principalmente para os casos de múltiplas unidades consumidoras ,
recomenda-se incluir uma fotografia da numeração da propriedade,
numeração do poste e transformador mais próximo, centro de medições
com o número da caixa de proteção (CP) dos circuitos analisados e outras
fotografias que se julgar pertinente para não deixar dúvidas sobre o local
correto de estudo.
Quando for o caso de uma lide com a concessionária, antes do
processo judicial obrigatoriamente haverá um processo administrativo,
como condição da ação judicial. Nesse ponto a numeração do poste e
transformador do ramal de distribuição estará relacionado com os projetos
elétricos de distribuição da concessionária de energia para avaliar algum
dano na rede da concessionária.
.4 CAPÍTULO 3 – DA METODOLOGIA
A metodologia, conforme vimos, representa um dos pilares legais
que sustenta o Laudo Técnico e, por esse motivo, deve-se indicar que ela é
aceita pela maioria das autoridades na área (art. 473, III, do CPC).
A metodologia , em breves linhas, representa como foi conduzida a
análise, ou seja, a explicitação da linha desenvolvida no processo
investigativo do caso. Ao passo que, importa fornecer informações sobre:
O tipo de pesquisa realizada (exploratória/descritiva);
As etapas do processo e seus objetivos;
Indicar as técnicas utilizadas.
Ao ponto em que a análise consubstanciada no Laudo Elétrico possa
ser validada cientificamente por outros profissionais da área e possível de
comprovar e comparar com outros laudos.
Em geral, as metodologias mais aceitas são as recomendadas pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e da International
Electrotechnical Commission (IEC), mas podemos encontrar outras
orientações junto a Associação Brasileira de Empresas Distribuidoras de
Energia Elétrica (ABRADEE) e outros órgãos ligados à área de distribuição
de energia elétrica.
Inclusive a RN n.° 414/10 da ANEEL destaca bem os
procedimentos do caso de possível adulteração do medidor no artigo 129 e
seq., conforme vimos.
Métodos de ensaio, calibragem, medições de grandezas e exames
em laboratório são mais específicos para equipamentos eletroeletrônicos
(medidores de energia, por exemplo) e questões mecânicas na instalação
elétrica e, por isso, são mais detalhados nas normas técnicas da ABNT e
IEC. Portanto, a metodologia de ensaios e teste utilizados vai depender
muito do caso concreto.
Recomenda-se iniciar por uma linha metodológica básica, conforme
descreve-se adiante, e no seguir da análise verifica-se a real necessidade de
um detalhamento mais específico, para não incorrer numa impertinência ou
ruído na análise.
As metodologias mais utilizadas são a:
indutiva - evidências pontuais que podem ser generalizadas;
dedutiva - premissas gerais que podem ser usadas para testar
hipóteses em pontos específicos;
dialética - comparação de opostos para chegar a uma conclusão;
dialógico - debate interdisciplinar aberto capaz de construir um
conhecimento transitório e aplicável num determinado contexto.
Portanto, para o Laudo Elétrico, em destaque, recomenda-se utilizar
o método Dialógico.
O tipo de pesquisa pode se apresentar como:
exploratória - objetiva conhecer melhor o problema,
explicitando-o;
descritiva - descrever características e relações de determinado
objeto de análise.
Ao ponto que, insofismavelmente, o Laudo Elétrico deverá
apresentar, no mínimo, uma etapa da pesquisa exploratória realizada por
meio da Vistoria Técnica in loco conduzida para explicitar o caso de forma
firme e imparcial e, uma segunda etapa de pesquisa descritiva que irá
delinear as características técnicas esperadas, conforme as normas técnicas
aplicáveis e confrontadas com os dados coletados na primeira etapa da
pesquisa.
Com esta estrutura preliminar em mente é possível constituir
algumas etapas metodológicas elementares para um Laudo Técnico.
Vejamos:
5.1 Preparação
A preparação para Vistoria Técnica é muito importante, porque caso
você esqueça de abordar algum aspecto ou esqueça de algum equipamento
necessário, sua análise ficará incompleta e dificilmente você poderá fazer
uma nova vistoria para sanar as lacunas da lavra.
Nesse sentido, importa abordar cinco etapas balizares:
Estudo do processo
Caso se trate de um processo já em andamento, o perito ou
assistente técnico das partes podem solicitar uma cópia do processo para
analisa-lo e verificar documentos, como: faturas, qualificações e contatos,
fotografias e relatos que possam ser utilizados para confecção do laudo.
Isso permite economizar tempo com o levantamento de documentos
já existentes nos autos e, também, ter uma ideia dos tipos de equipamentos
e ferramentas que serão necessários no momento da vistoria, v. g.,
analisador de rede elétrica, escadas e chaves de acesso a locais restritos.
Checklist
Objetivo
O objetivo não se confunde com o objeto, assim, deve-se descrever
o que está se fazendo no local, v. g., uma Vistoria Técnica para perícia no
processo n.° XXX/X.XX.XXXXXXX-X ou, também, uma Vistoria Técnica
para verificação de compatibilidade das instalações com a normativa
técnica.
Primeira abordagem
Reúna todos envolvidos e explique o óbvio, começando por
esclarecer que não está ali para julgar e sim levantar todos os dados técnicos
para posteriormente ser debatido pelas partes e valorado no processo.
Na sequência, pode esclarecer que mesmo que seja comprovado a
existência da PNT, a vistoria pode contribuir para atenuação e minoração
das penalidades e multas ou vice versa, v. g., a confissão, demonstração de
erro, imperícia na instalação, arrependimento, ressarcimento dos valores
antecipadamente, colaboração, etc.
Já gravando, explique que você gostaria de utilizar o gravador de
voz para que ele não esquece de nenhum detalhe da Vistoria e peça
autorização para gravar o áudio para todos. Aquele que não autorizar,
registre no Relatório de Vistoria Técnica. Nesse trilho, procure registrar o
horário dos eventos no relatório, para ficar mais fácil consultar o áudio
posteriormente.
Encerrando a primeira abordagem, explique as etapas da Vistoria
Técnica em tópicos, conforme visto anteriormente, de forma que as pessoas
se sintam mais seguras e dispostas a colaborar.
Entrevista com querelante (autor da ação penal privada)
Entrada subterrânea rede particular aérea após a medição, capacidade igual a 300kVA em
220/127V.
Esses são alguns padrões que encontramos para subestações
transformadoras, conforme a RIC-MT para fornecimento em tensão
primária de distribuição em Média Tensão até 25kV.
A simbologia adotada, também, está na norma técnica da RIC-MT
no anexo E4. Vejamos:
O próximo exemplo, revela uma instalação residencial de energia
fotovoltaica, inclusive com detalhes dos elementos elétricos:
Diagrama Multifilar
5.9 CheckList
O checklist é essencial para não esquecer nada importante,
principalmente quando as coisas ficam tensas e agitadas.
Abaixo um modelo básico de verificação de itens para antes da
Vistoria :
( ) – Comunicado (5 ou 10 dias conforme o processo: judicial ou
administrativo);
( ) – Análise do processo: administrativo/judicial;
( ) – Ferramental e equipamentos, calibragens, programação e
pilhas;
( ) – Prancheta, folhas e canetas;
( ) – Máq. Fotográfica (memoria, bateria, power banck), Chaves,
escadas, etc;
Abaixo um modelo básico de verificação de itens para o final da
Vistoria :
( ) – Data, Hora e local;
( ) – Identificação de todos presentes (fotos dos documentos e
contatos);
( ) – Entrevistas pertinentes;
( ) – Coleta de documentos (Faturas, Contratos, Protocolos, etc.);
( ) – Condições e aspectos gerais das instalações;
( ) – Listagens das cargas;
( ) – Prumada Elétrica;
( ) – Diagrama Unifilar;
( ) – Diagrama Multifilar;
( ) – Numeração do Poste/Transformador da Concessionária;
( ) – Medidas de Tensão na Caixa de Medição;
( ) – Testes, ensaios e medidas;
( ) – Determinação da energia elétrica desviada na PNT;
( ) – Verificação dos lacres;
( ) – Indícios de sobrecarga;
( ) – Verificação dos eletrodutos do ramal de entrada e circuito
alimentador;
( ) – Registros do Medidor e do Analisador de Rede Elétrica (ARE);
( ) – Leitura em voz alta do Relatório;
( ) – Hora do encerramento e coleta de assinaturas dos presentes.
Elementos Penais
6.2 Materialidade
Expressar a materialidade dos fatos, sem ser muito técnico na
linguagem, é um desafio, porque exige conhecimentos profundos tanto de
engenharia elétrica quanto do ordenamento jurídico para encontrar um
balanceamento adequado na linguagem.
Nessa perspectiva, talvez a forma mais simples de compatibilidade
na linguagem seja estabelecer comparações entre o que deveria ser
normativamente e o que é in loco . Para isso, avançamos em etapas,
vejamos:
Etapa 1 – Prumada Elétrica e Dimensionamento da Entrada de
Energia
Obviamente, não se detenha em problemas de instalação
secundários, como a identificação do cabo de fase com fita isolante azul, na
fotografia, o que é vedado na RIC-BT e NBR 5410. Foque na questão da
comprovação da materialidade do crime.
No que se refere ao dimensionamento da entrada de energia, para
saber o que deveria estar instalado, coletamos a lista de cargas, montada na
Vistoria Técnica, para estimar a carga e usamos as tabelas da RIC-BT ou do
Manual Pirelli de Instalações Elétricas e pela carga e demanda calculada
(vide exemplo de cálculo na RIC-BT) podemos verificar no ANEXO J que
tipo de entrada é a correta para UC.
Para calcular a carga, se não houver indicativo de potência, podemos
utilizar as seguintes tabelas:
Tabela do Anexo C da RIC-BT.
Tabela de estimativa de consumo mensal do Manual Pirelli de Inst. Elétricas.
6.3 Quantum
Conforme vimos anteriormente, determinar o valor de prejuízo/dano
é essencial para execução civil e seus reflexos.
Preliminarmente precisamos organizar algumas informações como:
data provável ou estimada do início da PNT, faturas do período, data em
que cessou o PNT, quem pagou as faturas no período. Existe a possibilidade
que o imóvel tenha sido (sub)locado para outra pessoa que desconhecida o
PNT ou ainda a UC esteja registrada em nome diverso da realidade.
Com posse dos valores das tarifas nos períodos e demais custos,
agora precisamos verificar a quantidade de energia elétrica desviada na
PNT.
1 Quesitos Suplementares
Poderão ocorrer, ainda, os quesitos suplementares durante a Vistoria
Técnica em que o perito poderá responder na Vistoria Técnica (registrados
no Relatório de Vistoria Técnica), no Laudo Técnico ou na Audiência.
Art. 469. As partes poderão apresentar quesitos
suplementares durante a diligência , que poderão ser
respondidos pelo perito previamente ou na audiência de
instrução e julgamento.
Parágrafo único. O escrivão dará à parte contrária ciência
da juntada dos quesitos aos autos.
Ao final, não restando dúvidas, em sentido congênere, o Laudo
Técnico elucidativo elaborado pelo assistente técnico da parte pode causar a
dispensa de mais documentos é até mesmo a necessidade do custo da
contratação do perito no processo (art. 472, do CPC).
A Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), preenchida
corretamente e atenta a Lei n.° 6.994/82, além de atribuir a responsabilidade
e autoria do lavor ao engenheiro comprova a competência para atividade,
porque, se não, não conseguiria emitir pelo sistema de emissão.
5. REFLEXÕES FINAIS
Entoando o final da lavra, indubitavelmente, percebe-se que o
Laudo Elétrico em um processo judicial que trata de PNT tem uma força
herculana como prova técnica e, diante disso, a responsabilidade do
profissional que irá elaborar o documento é de mesmo peso.
Por isso, a remuneração deve (ou deveria) acompanhar essa
responsabilidade.
No entanto, a realidade é de que os valores das causas, na esfera
civil, na maioria das vezes são desproporcionais ao que deveria ser exigido
na elaboração do laudo ou seguem tabelas estabelecidas por critérios
indigestos. Consequentemente, a maioria dos profissionais se limitam a
estabelecer o simples quantum e desenvolver minimamente as investigações
de autoria e materialidade, cambaleando, assim, pela fronteira da ética
profissional.
Por outro lado, na esfera penal, quando se trata de prisão que
ultrapassa os 4 anos, desenvolver os tópicos de autoria e materialidade se
tornam decisivos, até mesmo para redução da pena e, também, permitir
acesso a mecanismos para o autor responder em liberdade.
Nesse sentido, quanto valeria um Laudo Elétrico comparando a um
Habeas Corpus?
Eis a reflexão deixada.
Em resumo, embarcamos no mundo do Direito pelos elementos de
prova, não só compreendendo a prova pericial, como desmitificando a
tipificação penal da PNT e compreendendo, minimamente, os processos
judiciais envolvidos. Na segunda parte da obra, trouxemos à baila a vasta
regulamentação técnica e sua linguagem terminológica para, então,
entender como elaborar com qualidade o Laudo Técnico de Energia
Elétrica, passando pelos seus capítulos essenciais, pela Vistoria Técnica e
pelo Parecer Técnico. Esse último, apresentando uma nova abordagem
dupla mais intensa e combativa diante do valor dos demais elementos de
prova em um processo judicial.
Ao fim e ao cabo, consolida-se conhecimentos complexos, unindo
duas áreas aparentemente distantes. Um desafio numa sociedade que cultua
divisões e outras limitações. Entretanto, se você chegou até aqui, você está
em outro nível de desenvolvimento intelectivo e demonstra capacidade de
entender o todo.
Parabéns! Desejo-lhe, de coração, um enorme sucesso!
SOLON https://linktr.ee/solon.ibanez
IBANEZ
6. MODELOS
A seguir um modelo simplificado de Laudo Elétrico, para um caso
de PNT entre um locatário de sala e o condomínio do prédio.
Note que, como não podemos extrapolar a competência técnica, fica
um pouco vago o laudo que não consegue “costurar” as questões técnicas
com as jurídicas e pense na força de poder fazer isso.
5.
DAS PARTES
QUERELADO : CONDOMÍNIO EDIFÍCIO ATENAS,
inscrito no CNPJ de n.º XX.XXX.XXX/0001-XX, sediando na
mercurio@email.com
DO OBJETO
Contabilidade
DA METODOLOGIA
(pesquisa exploratória).
indicando as irregularidades;
Advertir o comprometimento das instalações e
segurança.
quantum e qualificadores;
Registros Iniciais
Entrevista 1 - Querelante
férias na praia.
HERMES: Olha acho que a última vez... foi um cara que estava
Entrevista 2 - Querelado
Entrevista 3 - Porteiro
para arrumar.
elétrica?
ZÉ: Isso mesmo! Depois do cara do ar-condicionado, não ligava
mais nada. O eletricista arrumou e só agora as luzes começaram
dele.
ZÉ: Tenho sim! O drive das câmeras que não sei se gravam
mais de um ano...
atividades.
Fator de Potência: 1,00000
condutores
Tensão: 380/220V
cálculo de demanda)
Detalhes do circuito:
Prumada elétrica
Diagrama Unifilar
DA ANÁLISE TÉCNICA
Materialidade
Quantum
3. Houve a participação de mais pessoas?
registro;
continue em atividade;
regra:
1982.
PARECER TÉCNICO
Ao vigésimo dia do mês de setembro de dois mil e vinte e dois,
Segue o Parecer:
hoje.
Eng.º Eletricista
CREA-RS: XXX.XXX
DOS ANEXOS
Lista de anexos:
Manut. em Eletricidade;
7. GLOSSÁRIO
Alta Tensão (AT): tensão superior a 1000 volts em corrente alternada ou
1500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra.
Atmosfera Explosiva: mistura com o ar, sob condições atmosféricas, de
substâncias inflamáveis na forma de gás, vapor, névoa, poeira ou fibras, na
qual após a ignição a combustão se propaga.
Baixa Tensão (BT): tensão superior a 50 volts em corrente alternada ou
120 volts em corrente contínua e igual ou inferior a 1000 volts em corrente
alternada ou 1500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e
terra.
Barreira: dispositivo que impede qualquer contato com partes energizadas
das instalações elétricas.
Barra de Prote ç ão: Barra de cobre para a interliga ç ão do condutor de
prote ç ão das unidades consumidoras com o condutor de prote ç ão do
eletrodo de aterramento.
Caixa de distribui ç ão (CD): Caixa metálica destinada a interligar
circuitos, podendo conter as prote ç ões dos circuitos de interliga ç ão, o
barramento e os transformadores de corrente para medi ç ão.
Caixa de entrada e distribui ç ão (CED): Caixa metálica destinada a
receber o ramal de entrada e as prote ç ões, podendo ainda conter o
barramento e os transformadores de corrente para medi ç ão.
Caixa de passagem: Caixa destinada a possibilitar mudan ç as de dire ç
ão e facilitar a enfia ç ão dos condutores.
Caixa de prote ç ão (CP): Caixa metálica ou plástica anti-chama destinada
a garantir a inviolabilidade das liga ç ões aos terminais de cada medidor.
Caixa de medi ç ão: Caixa destinada à instala ç ão de um ou mais
medidores, seus acessórios e dispositivos de prote ç ão.
Carga instalada: Soma das pot ê ncias nominais dos equipamentos
elétricos instalados na unidade consumidora, em condi ç ões de entrar em
funcionamento, expressa em quilowatts (kW).
Cavidade de inspe ç ão: Caixa ou tubo destinado a possibilitar a inspe ç
ão da haste e conexões dos condutores de aterramento e prote ç ão.
Centro de medi ç ão: Local onde está situada a medi ç ão de duas ou mais
unidades consumidoras.
Circuito alimentador: Circuito que interliga a medi ç ão às instala ç ões
internas da unidade consumidora.
Circuito de distribui ç ão: Circuito que interliga a Caixa de Distribui ç ão
ou a Caixa de Entrada de Distribui ç ão com as Caixas de Prote ç ão ou
entre Caixas de Prote ç ão.
Circuito de interliga ç ão: Circuito que interliga a Caixa de Entrada e
Distribui ç ão (CED) com a Caixa de Distribui ç ão (CD) ou ainda entre
Caixas de Distribui ç ão (CD ́s).
Condutor de aterramento: Condutor que interliga o eletrodo de
aterramento à primeira conexão com o condutor neutro da medi ç ão ou
Centro de Medi ç ão.
Condutor de prote ç ão: Condutor que liga as massas e os elementos
condutores estranhos à instala ç ão ao eletrodo de aterramento ou a um
barramento de equipotencializa ç ão.
Consumidor: Pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado,
legalmente representada, que solicite o fornecimento, a contrata ç ão de
energia ou o uso do sistema elétrico à distribuidora, assumindo as obriga ç
ões decorrentes deste atendimento à(s) sua(s) unidade(s) consumidora(s),
segundo disposto nas normas e nos contratos.
Demanda: Soma das pot ê ncias elétricas instant â neas solicitadas ao
sistema elétrico, expressa em quilowatts (kW), quilovolt-ampère-reativo
(kVAr) ou quilovolt-ampère (kVA).
Disjuntor: Dispositivo de manobra (mec â nico) e prote ç ão, capaz de
estabelecer, conduzir e interromper correntes em condi ç ões normais do
circuito, assim como estabelecer, conduzir por tempo especificado e
interromper correntes, automaticamente, em condi ç ões anormais do
circuito.
Dispositivo de prote ç ão contra surtos (DPS): Dispositivo utilizado para
limitar as sobretensões transitórias e escoar os surtos de corrente originários
de descargas atmosféricas em redes de energia.
Dispositivo de prote ç ão a corrente diferencial-residual (DR):
Dispositivo de seccionamento mec â n ico ou associa ç ão de dispositivos
destinados a provocar a abertura de contatos quando a corrente diferencial
residual atingir um valor dimensionado.
Distribuidora : Agente titular de concessão ou permissão federal para
prestar o servi ç o público de distribui ç ão de energia elétrica.
Direito de Recusa: instrumento que assegura ao trabalhador a interrupção
de uma atividade de trabalho por considerar que ela envolve grave e
iminente risco para sua segurança e saúde ou de outras pessoas.
Edifica ç ão de múltiplas unidades consumidoras: Edifica ç ão que
possua mais de uma unidade consumidora, como salas, apartamentos, lojas,
e/ou depend ê ncias semelhantes, e que disponha de área de uso comum
com utiliza ç ão de energia elétrica.
Energia elétrica ativa: Energia elétrica que pode ser convertida em outra
forma de energia, expressa em quilowatt-hora (kWh).
Energia elétrica reativa: Energia elétrica que circula continuamente entre
os diversos campos elétricos e magnéticos de um sistema de corrente
alternada, sem produzir trabalho, expressa em quilovolt–ampère–reativo–
hora (kVArh).
Entrada de energia: Instala ç ão de responsabilidade do consumidor,
compreendendo ramal de entrada, poste particular ou pontalete, caixas,
dispositivos de prote ç ão, eletrodo de aterramento e ferragens, preparada
de forma a permitir a liga ç ão de uma ou mais unidades consumidoras à
rede da distribuidora.
Entrada de servi ç o: Condutores, equipamentos e acessórios,
compreendidos entre o ponto de deriva ç ão da rede da distribuidora e a
origem da instala ç ão.
Equipamento de Proteção Coletiva (EPC): dispositivo, sistema, ou meio,
fixo ou móvel de abrangência coletiva, destinado a preservar a integridade
física e a saúde dos trabalhadores, usuários e terceiros.
Equipamento Segregado: equipamento tornado inacessível por meio de
invólucro ou barreira.
Instalação Elétrica: conjunto das partes elétricas e não elétricas associadas e
com características coordenadas entre si, que são necessárias ao
funcionamento de uma parte determinada de um sistema elétrico.
Instalação Liberada para Serviços (BT/AT): aquela que garanta as
condições de segurança ao trabalhador por meio de procedimentos e
equipamentos adequados desde o início até o final dos trabalhos e liberação
para uso.
Isolamento Elétrico: processo destinado a impedir a passagem de corrente
elétrica, por interposição de materiais isolantes.
Medidor: Aparelho instalado pela distribuidora, com o objetivo de medir e
registrar grandezas elétricas.
Perigo: situação ou condição de risco com probabilidade de causar lesão
física ou dano à saúde das pessoas por ausência de medidas de controle.
Pessoa Advertida: pessoa informada ou com conhecimento suficiente para
evitar os perigos da eletricidade.
Ponto de entrega: Ponto de conexão do sistema elétrico da distribuidora
com as instala ç ões elétricas da unidade consumidora, até o qual a
distribuidora é responsável pelo fornecimento de energia elétrica,
participando dos investimentos necessários e responsabilizando-se pela
execu ç ão dos servi ç os, opera ç ão e manuten ç ão, caracterizando-se
como limite de responsabilidade de fornecimento.
Prontuário: sistema organizado de forma a conter uma memória dinâmica
de informações pertinentes às instalações e aos trabalhadores.
Ramal de entrada: Conjunto de condutores e acessórios instalados pelo
consumidor entre o ponto de entrega e a medi ç ão. No caso de centro(s) de
medi ç ão, até a prote ç ão geral do painel de medidores.
Ramal de liga ç ão: Conjunto de condutores e acessórios instalados entre o
ponto de deriva ç ão da rede da distribuidora e o ponto de entrega.
Sinalização: procedimento padronizado destinado a orientar, alertar, avisar
e advertir.
Sistema Elétrico: circuito ou circuitos elétricos inter-relacionados
destinados a atingir um determinado objetivo.
Unidade consumidora: Conjunto composto por instala ç ões, ramal de
entrada, equipamentos elétricos, condutores e acessórios, caracterizado pelo
recebimento de energia elétrica em apenas um ponto de entrega com medi
ç ão individualizada, correspondente a um único consumidor e localizado
em uma mesma propriedade ou em propriedades contíguas.
Zona de Risco: entorno de parte condutora energizada, não segregada,
acessível inclusive acidentalmente, de dimensões estabelecidas de acordo
com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais
autorizados e com a adoção de técnicas e instrumentos apropriados de
trabalho.
Zona Controlada: entorno de parte condutora energizada, não segregada,
acessível, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja
aproximação só é permitida a profissionais autorizados.
8. REFERÊNCIAS
ABNT. Fios de cobre nus, de seção circular, para fins elétricos , NBR
5111. Rio de Janeiro, 1997;
_____. Fios de cobre mole estanhados para fins elétricos , NBR 5368. Rio
de Janeiro, 1997;
_______. Teoria do Fato Jurídico: Plano da Validade. 15ª ed. São Paulo:
Saraiva Jur., 2019;
_______. Teoria do Fato Jurídico: Plano da Eficácia. 11ª ed. São Paulo:
Saraiva Jur., 2019;
______. Técnica processual e tutela dos direitos . 3ª. ed. rev. e atual. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2010;
______. GOMES, Fábio. Teoria geral do processo civil . 3ª. ed. rev. e atual.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002;
[1]
ALVARO DE OLIVEIRA, Carlos Alberto MITIDIERO, Daniel. Curso de processo
Civil, p. 45;
[2]
DINAMARCO, Cândido Rangel. Capítulos de Sentença. 5ª ed. São Paulo: Malheiros,
2013;
[3]
Trata-se da Teoria do Fruto da árvore envenenada, já consolidado no Direito pátrio em
relação as provas de um processo;
[4]
Vide art. 373, inc, I e II, do CPC; Vide também o art. 374 sobre fatos que não dependem
de provas;
[5]
Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que: I - haja
fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos
fatos na pendência da ação; II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a
autocomposição ou outro meio adequado de solução de conflito; III - o prévio
conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
[6]
Art. 365 do CPC, reza: “A audiência é una e contínua, podendo ser excepcional e
justificadamente cindida na ausência de perito ou de testemunha, desde que haja
concordância das partes.”
[7]
ARAUJO, Jorge Alberto. Interrogatório Eficaz: Tenha sucesso na prova testemunhal .
Curitiba: Íthala, 2017.
[8]
Art. 442 e et. seq. da Lei n.º 13.105/15 – Código de Processo Civil (CPC).
[9]
Vide https://www.tjrs.jus.br/novo/processos-e-servicos/servicos-processuais/pericias-e-
outras-especialidades/cadastro-de-peritos-tradutores-e-interpretes/
[10]
Art. 371 - O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito
que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.
[11]
No CPC Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição: I - ao
membro do Ministério Público; II - aos auxiliares da justiça; III - aos demais sujeitos
imparciais do processo. § 1º A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a
suspeição, em petição fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em
que lhe couber falar nos autos.
[12]
MELLO, Marcos Bernardes de. Cap. IV – Fenomenologia da juridicização In: Teoria
do Fato Jurídico . Mundo fático Suporte Normativo Mundo Jurídico.
[13]
Com o advento da energia solar o Medidor de Energia Elétrica utilizado é bidirecional
e contém códigos específicos quando aos valores registrados. É fácil encontrar leituristas
que não estão familiarizados com os códigos e serem induzidos ao erro de leitura.
[14]
https://www.aneel.gov.br/srd vide capítulo XVI sobre ressarcimento de danos elétricos;
[15]
Regulamento de Instalações Consumidoras em Baixa Tensão – Fornecimento em
Tensão secundária em rede de distribuição aérea, Março de 2017, versão 1.5;
[16]
Volts unidade de media de tensão elétrica, representado pela letra “V”; A tensão de
fornecimento está atrelada ao número de fases fornecidos e em determinadas localidades
podem existir fornecimentos específicos como 110V em contra partida dos 127V o que
pode impactar na qualidade da energia fornecida.
[17]
Carga elétrica, nesse caso, seria a soma das potências (Watts) de todos equipamentos
que a UC tem instalada ou utiliza.
[18]
O exercício ilegal da profissão pode ser denunciado no CREA ou CONFEA. Vide art.
6º e 15 da Lei n.° 5.194/66
[19]
https://www.ceee.com.br/a-ceee/distribuicao-arquivos/folder-grupo-a_2020 e
https://www.ceee.com.br/a-ceee/distribuicao-arquivos/folder-grupo-b_2020