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UNIBRAS FACULDADE- SANTA INÊS

CURCO: DIREITO PERIODO: 2°


DISCIPLINA: NEOCONSTITUCIONALISMO E NEOPROCESSUALISMO.
PROF: FERNANDA CARVALHO
ALUNA: ORLANDIRA RAMOS GOMES

ENREDO DO FILME A CONDENAÇÃO


Tudo começa com a prisão de Kenny Waters, acusado de ter matado uma jovem. Com vários
depoimentos contra si no tribunal, ele é condenado à prisão perpétua. Betty Anne não se
conforma com a condenação e, sem dinheiro para pagar um advogado de renome, resolve ela
mesma encampar a causa. Volta aos estudos em um projeto que leva anos até ser concluído. Já
formada, assume o caso e, contando com o desenvolvimento da ciência, busca um meio de
recorrer da sentença.

A Condenação encampa um dos temas prediletos de Hollywood: o tribunal. Não apenas o


julgamento em si, mas todo o trabalho dos advogados para buscar provas e os riscos decorrentes
do serviço, fora as dificuldades de lutar contra o sistema. Uma via crúcis que ganha apelo
emocional graças ao elo de ligação entre advogada e réu, irmãos fortemente unidos desde a
infância que sempre protegeram um ao outro. O grau de devoção de Betty Anne impressiona e
levanta questionamentos, de seus próprios filhos e também do espectador, se faria algo
semelhante se estivesse na mesma situação.

Com boas atuações de Hilary Swank e Sam Rockwell, demonstradas especialmente nos
momentos em que seus personagens se emocionam, A Condenação é um bom filme sobre até
que ponto alguém está disposto a se sacrificar em nome de outra pessoa, mesmo que não
reconheça tal ato como um sacrifício. Mais do que exaltar o grau de companheirismo dos irmãos,
é a devoção à causa que chama a atenção. Destaque também para a breve cutucada contra a
pena de morte, inserida no contexto da história.

O longa é ambientado em uma pequena cidade estadunidense e traz em seu enredo dois irmãos
extremamente ligados um ao outro. Betty Anne (Hilary Swank) e Kenny (Sam Rockwell)
cresceram sozinhos, zelando reciprocamente pela existência dos dois. Viveram uma infância
inquieta e com muitas doses de indisciplina e pequenos delitos. Já adulto, e por ter uma ficha
extensa na adolescência, Kenny passa a ser perseguido pelas autoridades policiais da pacata
cidade em que vive.

Sempre que ocorre um ato criminoso, Kenny é levado à delegacia, sem nenhuma prova ou indício
de sua participação ou autoria. Em uma determinada manhã, a Policial Nancy Taylor, prende-o
pelo assassinato de uma jovem. Dias ulteriores, Kenny está sentado no tribunal e assiste vários
depoimentos atestando ser ele portador de um comportamento criminoso contumaz. No fim,
Kenny é condenado à prisão perpétua.

Betty Anne acredita na inocência do irmão e nunca se conforma com o veredicto. Sem dinheiro
para pagar advogado, ela resolve voltar a estudar e tentar o vestibular para Direito. Depois de
formada faz o Exame de Ordem e assume o caso do irmão como sua advogada.

Algo interessante, ao assistirmos essa película cinematográfica, é a forma como o ensino jurídico
é conduzido nas universidades americanas. Passa bem distante do nosso modelo brasileiro.
Podemos perceber um rigor e um estilo bem mais responsável do que o nosso. O Brasil lidera o
ranking de cursos de Direito no mundo, sozinhos temos 1/3 dos cursos de Direito de todo o
planeta. Talvez por isso nosso método de ensino seja tão flexível como nossos discípulos. Em
determinada cena podemos contemplar a professora dizer a Betty que não receberá o seu
trabalho de curso pelo atraso de 1 minuto. Em plagas brasileiras se isso ocorresse ou o aluno
tentaria entregar vencendo o professor no cansaço ou, até mesmo, moveria um processo contra o
mestre. Em algumas instituições que possuem o curso de Direito aqui no Brasil, temos a nítida
sensação de que o aluno comanda e conduz a forma do curso e não a instituição e seus
docentes. Betty Anne mesmo com todas as dificuldades se forma e passa na Ordem dos
Advogados.

Como advogada ela tem apenas um objetivo: inocentar o irmão. Afinal foi só para isso que ela
voltou a estudar e se formou em Direito.

O brilhante ministro Nélson Hungria advertia: “condenar um possível delinquente é condenar um


possível inocente” e Roberto Lyra, o maior Promotor de Justiça brasileiro, bradava: “melhor
inocentar um culpado, do que culpar um inocente”. Gritos ululantes como estes devem ser
ouvidos e ressoados aos quatro ventos na hodiernidade.

Não são com injustiças que vamos educar a sociedade, afinal não podemos olvidar de vista que o
criminoso deve ter receio de praticar crimes por conta da sanção que sofrerá, e não porque será,
desde o início, apenado pela sociedade sem provas ou elementos fortes e cabais para a
condenação.

Nossa opinião também reside nestas sábias pérolas de juristas tão admiráveis. Não se paga o
preço do crime com o valor de uma injustiça.

Durante sua via crucis em prol da liberdade do irmão, Betty encontrou um folheto que falava da
descoberta do DNA e que tal avanço estaria auxiliando a inocentar pessoas acusadas de crimes
infamantes, como estupros e assassinatos. Foi graças ao DNA e a um escritório que trabalhava
para inocentar pessoas que Betty Anne conseguiu libertar seu irmão do cárcere perpétuo. O
exame de DNA comprovou que Kenny Waters era INOCENTE!

O enredo é real, ou seja, foi escrito baseado em fatos e pessoas reais. Betty Anne se formou em
Direito e lutou pela inocência do irmão, depois disso voltou para trás do balcão de um bar na
função de garçonete. Kenny depois de seis meses de liberdade tragicamente morre ao cair do
telhado de sua casa, mas, segundo Betty, “ele teria vivido os seis meses mais felizes de sua
vida.”

No Brasil tivemos casos semelhantes de injustiças graves. Citarei dois, para não me alongar, o
caso dos Irmãos Naves e o caso do mecânico

Assistir “A Condenação” consiste em querer se melhorar para enxergar a sociedade que devemos
restaurar e jamais esquecermos que a justiça aplicada pelo Estado, caros leitores, deve ter a
certeza da nova aurora e a convicção da natureza, a rigidez de um monarca e a humanidade de
um asceta, a fortaleza do tronco jucá e a flexibilidade do bambu, a velocidade do vento e a
perseverança das abelhas-operárias. Destarte, teremos o começo da construção de um novo
mundo.

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