CURSO DE DIREITO DISCIPLINA: HERMENÊUTICA JURÍDICA ALUNA: MARRIRA HANA MENDONÇA FEITOSA
Resenha sobre o filme “12 Homens e uma Sentença”.
O filme “12 Homens e uma Sentença” retrata inicialmente,12 jurados que
estão fechados em uma sala do júri de um Tribunal americano, para tomar uma decisão a respeito de um caso de assassinato de 1° grau, onde um rapaz de 18 anos teria matado o pai. Fazendo uma votação preliminar, onze deles votam pela condenação do réu, sob pena de morte, porém um deles acredita na inocência do jovem, já que em caso de dúvida quanto as provas, deveria prevalecer a inocência, e tenta convencer os outros a mudarem suas opiniões, e consequentemente, seus votos. Os jurados têm o papel de decidir o destino do acusado, em um processo muito delicado, alguns parecem se preocupar em agilizar a decisão, sem levantar mais considerações, já que a decisão do júri precisa ser unânime, e por esse motivo há necessidade de cautela na decisão. O filme mostra o descaso do jurado 7, que quer agilizar a resolução do caso por ter ingressos para um jogo, ao invés de se dedicar para esclarecer e analisar o caso com precisão. O jurado número 8 (líder da causa de inocência), apresenta o tipo de criação precária que o jovem teve, e o jurado afirma que não acha justo definir a condenação de uma vida em 5 minutos. Além disso, o jurado 8 conclui que o réu não obteve uma defesa de qualidade, por parte do advogado, que não teria tentado reunir provas e argumentos que sustentassem a defesa para convencer sobre a inocência do jovem. Foi proposto então que cada jurado apresentasse sua opinião sobre o caso, defendendo seu ponto de vista, se o jovem seria culpado ou inocente. Ademais, entre testemunhas e provas do caso que foram apresentadas durante o julgamento, há a abertura de margem para dúvida, sendo necessário esclarecer detalhes e fatos, analisando hermeneuticamente as possibilidades. Uma das evidências apresentadas pela promotoria foi contestada, a faca do crime teria sido a última da loja onde a vítima afirmava ter comprado com outro propósito, concluindo a culpabilidade do acusado. Logo esse argumento foi derrubado pelo jurado 8, que conseguiu comprar o mesmo modelo de faca na proximidade do ocorrido. Outrossim, de acordo com o testemunho do vizinho, o jurista 8 buscou reconstituir o tempo necessário para alegação do senhor manco de uma perna, que afirmava estar sentado na cama de seu quarto no momento exato do crime, imediatamente após o som do corpo da vítima ter caído no chão, descer as escadas e cruzar com o suposto assassino, na porta da sua casa. Assim, seria improvável que um velho manco teria chegado rápido a ponto de presenciar o jovem saindo pelas escadas. O senhor ainda testemunhou ter ouvido gritos, em uma briga entre o rapaz e o pai, mas o testemunho foi questionado, uma vez que o trem passava por perto e fazia um barulho estrondoso. Ademais, houve uma discussão entre os jurados sobre um possível lapso de memória do réu, que apesar de confirmar ter ido ao cinema no momento do crime, não conseguia se lembrar do título do filme ou dos seus atores. Porém, o jurado número 8 fez um questionamento que instigou a memória de um de seus adversários sobre uma situação similar, perguntando informações sobre a rotina, ida ao cinema, e o seguinte jurado tinha dúvidas a respeito dos acontecimentos de sua semana, mesmo sem estar sob pressão. Logo, diante da pressão que o réu se encontrava, seria compreensível o lapso de memória, ao não conseguir esclarecer detalhes sobre o filme, mas posteriormente o jovem lembrou dos fatos. Um dos testemunhos, foi a de uma senhora que conseguiu identificar o réu acusado pelo assassinato na noite no crime. A senhora afirma que visualizou assassinato, mesmo tendo um trem passando por entre a sua janela e a janela do crime. Ademais, o testemunho foi contestado pelos jurados, já que a senhora possuía marcas no nariz, referente ao uso constante de óculos. Ademais, durante a narrativa, a testemunha estaria deitada à cama, e supõe-se que não estaria usando óculos no momento. Sob essa perspectiva, seria difícil concluir se a senhora teria presenciado o assassino com clareza, devido aos obstáculos que a testemunha encarava no momento. Os jurados realizam outras votações durante toda a discussão, e em todas as vezes um dos indivíduos se convence de que o acusado é inocente, por meio da argumentação e persuasão. Ainda assim, alguns dos jurados temem que ao absolver um culpado, a sociedade sofra consequências diante da exposição ao perigo. Nota-se que o jurado número 3 e jurado 10 são relutantes na acusação, deixando com que questões pessoais interfiram. Já se passando um bom tempo do debate, é realizado mais uma votação aberta, por número dos jurados, o resultado fica empatado. Em uma votação posterior, encontra-se 9 adversários e 3 aliados a realização da justiça no julgamento. Na última vez, a situação fica 11 a 1, onde o jurado 3 fica desestabilizado e alega consistência nas evidências. No entanto, o filme utiliza da estratégia onde o espectador faz o papel de décimo terceiro jurado. Portanto, encerra-se a discussão, foi decretado a inocência do jovem, onde o último jurado relutante, ficou sem argumentos de acusação e se convenceu da inocência do jovem. Assim, o filme evidencia a necessidade de um julgamento ser livre de precipitações, devendo ser realizado por meio de recursos da hermenêutica jurídica.