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Álvaro José Pereira Neto, Anna Luísa Braz Rodrigues e Gabriel Pinheiro
Estudantes:
Cayres Pinto.
201520940 Data da Elaboração da Ficha de Leitura: 09/08/2020
Registros
Acadêmicos: 201520932
201520935
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
5.4 Os julgadores
Um sujeito que passou no concurso e possui um lugar de exceção na estrutura do Estado.
As informações sobre ele devem ser buscadas e, para tanto, é preciso saber quem ele é
singularmente, ou seja, suas preferências ideológicas, sociais, criminológicas, religiosas,
processuais, etc, bem assim o grau de autonomia e reputação, dentre outras.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS | DEPARTAMENTO DE DIREITO | FORMULÁRIO PARA FICHA DE LEITURA
Há fatos relevantes sobre o julgador acessíveis e que simplesmente não são verificados.
Para que se possa ter mais êxito nos jogos processuais a maior amplitude do diagnóstico e das
táticas a se utilizar melhoram a possibilidade de desempenho.
No jogo processual penal quanto mais informações sobre quem é ou pode ser o julgador melhor.
Embora se construa todo um semblante de racionalidade e naturalidade, o momento em que o
julgador se convence é muitas vezes um golpe de sorte.
Evitar os erros de julgamento e ter uma postura mais realista sobre as expectativas de
comportamento do julgador no processo penal é algo possível.
E o fator sorte faz parte do jogo processual.
A sorte está presente nos jogos processuais penais.
E a incerteza preside sempre.
O fator sorte precisa ser levado a sério.
Dada a importância de se saber quem é o julgador, entende-se, muitas vezes, a interposição de
recursos ou mesmo ações impugnativas autônomas sem qualquer perspectiva de sucesso.
Então o sujeito julgador, diferente do indivíduo, se congrega a possibilidade de enunciar, o
exerce pela decisão.
Devemos ser ensinados a desejar, a ensinar, a julgar, dado que nada é natural.
A questão é saber sobre que base se está decidindo, ou seja, qual o contexto em que sabemos
que decidimos.
O critério, pois, de uma decisão judicial é artificial, a saber, culturalmente condicionado. Não há
nada de natural nas decisões.
Uma decisão judicial é proferida em face de uma perspectiva e de um lugar, e aparentemente de
um espectador que pode, mas não interfere, dado que colocado na condição de Deus.
Nada escapa ao juiz ao dizer a Verdade, reparem que esta verdade não é qualquer uma, mas
Toda a Verdade.
Topar-se com um julgador que acredita em Verdade Real é diferente de um que já superou essa
fantasia. As táticas serão diversas.
O mecanismo mental sempre alerta é intuitivo e não exige reflexão para responder.
O mecanismo de decisão apresenta diversos atalhos capazes de nos fazer decidir muitas coisas
no dia-a-dia.
A partir do desvelamento desse instrumental, especialmente os vieses (erros) cognitivos,
poderemos compreender melhor como lidamos com pequenos e grandes problemas.
O jogo processual é sempre uma aventura.
Este livro procurou demonstrar que a ingenuidade da idealização pode ser um erro grave, bem
assim que se pode apenas prever as expectativas de comportamento, sem que nunca se possa
afirmar, antes de acontecer, o resultado de um processo penal.
Piergiorgio aponta que: os autores de literatura podem descrever a visão de mundo vigente em
sua época; é inútil tentar, compulsivamente, apelar para figurar anacrônicas na tentativa de
compreender o mundo atual.
A melhor opção para atores talvez seja o fingimento da sinceridade.
A decisão é baseada em diversos fatores para além do racional.
O livro guarda semelhança com realismo e pragmatismo ao apelar para metáfora do jogo e da
guerra.
O mundo é singular e complexo, de modo que tentamos simplificar e acabamos retirando o
direito do mundo da vida.
O livro busca não reconhecer o platonismo.
Apesar das várias lições, é preciso entender que o contexto alterará o momento do
acontecimento hermenêutico.
A decisão é um evento singular e incerto, mas sem preparação e treinamento se torna uma
verdadeira incógnita sem sentido.
É preciso atenção aos fundamentos das decisões.
O livro aposta em: devido processo legal substancial baseado numa perspectiva constitucional
no processo pena; singularidade do jogo processual, do caso fático, dos jogadores e do julgador.
O jogador deve: buscar o máximo de informações possíveis; se atualizar constantemente sobre
as informações; testar a credibilidade das informações; entender que existirão informações
desfavoráveis e refletir sobre estratégias acerca delas; evitar saídas ilusórias.
Mais que informações, é preciso conhecer os interesses envolvidos e os personagens do jogo.
O jogador sempre terá um gap de informações e precisa se preocupar com isso.
O treinamento e a preparação teórica contrapõem preguiça, facilidade e fatalidade.
Informações internas ao processo em específicos, como padrão tático dos jogadores, padrão de
decisão do julgador, etc.
Informações externas ao processo em específico, como a mídia, jurisprudência, etc.
O sujeito possui um pano de fundo emocional, ou seja, um inconsciente que precisa ser levado
em conta porque se apresenta no jogo processual penal.