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AO JUIZO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ______ ESTADO DE

____

Autos nº XXXXXXXXXXXXX

CAIO, anteriormente qualificado nos autos em epígrafe, por seu advogado ao


final firmado (procuração anexa), vem respeitosamente perante Vossa
Excelência apresentar

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

com fundamento nos artigos 396 e 396-A, do Código de Processo Penal,pelas


razões de fato e de direito a seguir expostos:

1. DOS FATOS

O denunciado foi acusado e está sendo processado pelo crime de


extorsão qualificada pelo uso de arma.

Consta da peça inicial acusatória que na data 24 de maio de 2019,


o denunciado mostrou para a vítima uma pistola, com a intenção de receber
uma dívida de R$ 20.000,00, que vencera no dia 15 de maio de 2019.

A denúncia foi recebida pelo juízo da ___ Vara Criminal e o


denunciado citado na data de 18 de janeiro de 2020.

Em que pese as ponderações lançadas pelo Parquet, é caso de


improcedência da ação penal que deverá ser julgada de plano, para absolver o
denunciado sumariamente, pelos motivos que se passa a expor:

2. DO DIREITO
2.1 O FATO É ATÍPICO
O denunciado foi acusado de ter praticado o delito de extorsão
qualificada pelo emprego de arma quando da cobrança de uma dívida,
instrumentalizada em nota promissória assinada pela vítima e dada em
garantida do pagamento de um empréstimo, com vencimento no dia 15 de
maio de 2019.

Ocorre que o crime de extorsão se caracteriza quando alguém,


mediante violência ou grave ameça, constrange para receber vantagem
indevida.

Com efeito, no presente caso resta claro que o denunciado cobrou


uma dívida devidamente constituída através de nota promissória assinada pela
vítima, portanto, a vantagem é devida, o que descaracteriza o crime de
extorsão do artigo 158, do Código Penal.

Em conclusão, ausente a elementar do tipo “vantagem indevida”, a


conduta do denunciado se torna atípica, devendo ser ele absolvido
sumariamente em relação ao crime de extorsão.

3. DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

No mesmo sentido das argumentações supra, não restou


caracterizado o crime de extorsão do artigo 158, do Código Penal, no máximo,
o que se admite apenas em respeito ao princípio da eventualidade, praticou o
denunciado o crime de exercício arbitrário das próprias razões descrito no
art.345, do Código Penal, uma vez que cobrou vantagem devida.

Importante salientar que não existe qualquer prova nos autos de que
o denunciado tenha usado de violência, logo, segundo oparágrafo únicodo
artigo 345, do Código Penal, a ação penal se procede mediante queixa, sendo
o Ministério Público parte ilegítimo para propôr a presente demanda.

Ademais, tendo em consideração que a vítima tem o prazo de seis


meses para oferecer a queixa-crime, nos termos do artigo 38 do Código de
Processo Penal e 103 do Código Penal, sendo certo que os fatos se deram na
data de 24 de maio de 2019, teria ela até a data de 23 de novembro de 2019
para exercer o seu direito, o que não ocorreu.
Portanto, passados mais de 06 meses da data dos fatos ocorreu à
decadência e o denunciado deve ter extinta sua punibilidade, nos termos do
artigo107,IV, do Código Penal.

4. DO PEDIDO

Por todo exposto, requer seja o denunciado absolvido sumariamente


do delito de extorsão qualificada, nos termos do artigo 397, III, do Código de
Processo Penal e/ou tenha extinguido sua punibilidade em decorrência da
decadência operada, nos termos do art.397, IV, do Código de Processo Penal.

a) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito


admitidas, especialmente pela oitiva das testemunhas abaixo arroladas,
que desde já se requer a intimação.

Termos em que,
pede deferimento.

Local, 18 de janeiro de 2020.


Advogado OAB

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