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EXMO.

JUÍZO DE DIREITO DA 5ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE X XXXX/ XXX

PROCESSO Nº XXXXX (AUTOS)

AMADO XXX, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob o


número xxx.xxx.xxx-xx, residente e domiciliado na rua xxxxxx, bairro xxxxxx,
cidade de xxxxxx (xx), CEP xxxxxxxxxx, (endereço eletrônico), vem,
respeitosamente, através do seu procurador signatário, com endereço
profissional na rua xxxxxx, bairro xxxxxx, cidade de Osasco (SP), (endereço
eletrônico do advogado) com procuração anexa, (doc. 01), à presença de
Vossa Excelência, apresentar RESPOSTA A ACUSAÇÃO, nos termos dos arts.
396 e 396 A do CPP, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

RESPOSTA A ACUSAÇÃO, COM FULCRO NOS ARTS. 396 E 396-A DO CPP.

I.DOS FATOS

1. MM. Digníssimo
2. O emprestou R$ 10.000,00(dez mil reais), para que o José das Couves abrisse um
barzinho e como garantia foi assinado uma nota promissória no aludido valor, com
vencimento para o dia 15 de maio de 2020.
3. Ocorre que na data mencionada, não houve o pagamento dos valores acertados,
diante disto o Amado telefona para o José das Couves de forma educada e cobrou
a dívida, mas obtém a resposta que o valor seria pago na próxima semana.
4. Diante da resposta Amado aguarda o segundo prazo acordo e novamente contata
José das Couves que, desta vez, afirma estar sem dinheiro, pois o barzinho não
apresentara o lucro esperado.
5. Indignado com a situação Amado comparece no dia 24 de maio de 2020 ao
barzinho e mostra uma pistola que trazida consigo, e a firma que a dívida deveria
ser saldada imediatamente, pois, do contrário, o Zé das Couves pagaria com o
própria vida. Amado, com medo, entra no barzinho e telefone para polícia, que,
entretanto, não encontra Amando quando chega ao local.
6. O Ministério Público denunciou Amado pela prática do crime de extorsão qualificada
pelo emprego de arma de fogo, previsto no art. 158, §1º, do Código Penal.
7. Em face do exposto

II.DOS DIREITOS

1. O acusado foi denunciado pelo delito de extorsão qualificada pelo uso de arma de
fogo, disposto no art. 158, §1º, do Código Penal. Excelência, o crime de extorsão se
configura quando o agente tem o intuito de obter para si vantagem econômica
indevida. No entanto, o que o acusado buscava obter era o pagamento de uma dívida
que a vítima tinha com ele. Em momento algum, o réu constrangeu a vítima a fim de
obter vantagem econômica indevida. Dessa forma, ausente elementar do crime de
extorsão, que é a obtenção de vantagem econômica indevida, a conduta do réu é
atípica.

2. Logo, requer a sua absolvição sumária, com base no art. 397, III, do Código de
Processo Penal, pois o fato narrado evidentemente não se constitui crime.

3. Como dito acima, o que o acusado buscava obter era o pagamento de uma dívida
que a vítima tinha com ele. Em momento algum, o réu constrangeu a vítima a fim
de obter vantagem econômica indevida.
4. O que Amado queria era fazer justiça com as próprias mãos, buscando a satisfação
de uma pretensão legítima. A sua conduta se amolda aos ditames do art. 345, do
Código Penal. Assim, ele cometera o delito de 'exercício arbitrário das próprias
razões'.

5. Logo, requer seja o delito de extorsão qualificada desclassificado para o crime de


exercício arbitrário das próprias razões.

6. O réu praticou o crime de 'exercício arbitrário das próprias razões'. Como não houve
violência, a ação deveria se proceder apenas mediante queixa, nos termos do
parágrafo único do art. 345, do Código Penal. Ou seja, é um delito de ação privada.

7. Sendo este delito de ação privada, caberia apenas ao ofendido intentá-la, nos termos
do art. 30, do Código de Processo Penal e do art. 100, §2º, do Código Penal. O
Ministério Público não é parte legítima para o ajuizamento desta ação.

8. Reza o art. 38 do Código de Processo Penal, que o direito de queixa decai se o


ofendido não o exercer dentro do prazo de 6 meses contado do dia em que vier saber
quem é o autor do crime. Desta forma, a partir da data do fato (24.05.2020)
transcorreu lapso temporal de mais de 06 meses, o que significa a decadência do
direito de queixa do ofendido, nos termos do art. 38 do Código de Processo Penal,
impondo-se, consequentemente, a extinção de punibilidade do réu.

9. Logo, requer seja o réu absolvido, com base no art. 397, IV, do Código de Processo
Penal, pois extinta a sua punibilidade.

III.DOS PEDIDOS

1. Por todo o exposto, requer a Vossa Excelência o quanto segue:


2. Reque o prosseguimento da presente ação penal, rogando-se, ainda, pela oitiva
das testemunhas abaixo elencadas, bom como pela produção de todas as provas
admitidas em Direito;
3. Absolvição Sumária, com base no art. 397, III do CPP;
4. Absolvição Sumária, com base no art. 397, IV do CPP;

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