Você está na página 1de 4

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO PRESIDENTE DO

TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE …..

Autos nº

Gaio, já qualificado na ação penal em referência que


lhe move a Justiça Pública (ou “B” se for ação privada), por sua advogada que esta
subscreve, não se conformando com a respeitável sentença condenatória de fls..., vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, interpor tempestivamente RECURSO DE
APELAÇÃO nos termos do artigo 593,III, a, CPP.

Recebido o presente recurso, requer-se o


encaminhamento das razões ao Egrégio Tribunal de Justiça do ……….…

Termos em que,
Pede deferimento.

Local e data

__________________________
Advogada – OAB/UF nº
RAZÕES DE APELAÇÃO
Apelante: Gaio
Apelado: Ministério Público
Autos nº
Vara de Origem

Colenda Câmara
Eméritos Julgadores
Ínclita Procuradoria de Justiça

Impõe-se a reforma da respeitável decisão


condenatória proferida contra o apelante, pelas razões abaixo aduzidas:

I – DOS FATOS

No caso em tela, Gaio foi denunciado como incurso nos


artigos 29 e 121, § 2º, II, do Código Penal, sendo condenado a cumprir a pena de 12 anos
de reclusão em regime fechado.

Em plenário, a defesa argumentou, dentre outras teses,


sobre a ausência de "animus necandi", ou seja, sobre a ausência da intenção de matar do
réu. Os Jurados, em sua maioria de votos, rejeitaram todas as teses da defesa, o que
resultou na ausência de quesitos, sobre a inexistência de dolo do acusado em sua ação.

II – DO DIREITO

Referida condenação não pode prevalecer, pois,


conforme exposto anteriormente, um dos quesitos da defesa não foi apresentado aos
Jurados, fato esse que prejudicou a defesa do acusado.
Com efeito, no caso exposto, não houve o
questionamento obrigatório sobre a desclassificação do crime doloso para culposo, tese
essa apresentada pela defesa, em Plenário, pela ausência de “animus necandi” do
apelante.
Nesse sentindo, cabe a apelação da decisão do
Tribunal do Júri, haja vista que a nulidade é posterior à denúncia, conforme disposto no
artigo 593, III, a, do CPP e a Súmula 156 do STF.

Artigo 593, III, a, do CPP:


"Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:
III – das decisões do Tribunal do Júri, quando:
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia”;

Súmula 156 do STF:


"É absoluta a nulidade do julgamento, pelo Júri, por
falta de quesito obrigatório".

Da redação dos dispositivos percebe-se que, devido


aos defeitos dos quesitos, a ausência de dolo, o julgamento é nulo e o apelante terá que
ser submetido a novo júri.

Desta feita, outro não pode ser o desfecho senão a


reforma da decisão de primeira instância.

III – DO PEDIDO

Diante do exposto, requer seja dado provimento ao


presente recurso a fim de reformar decisão recorrida, com fundamento no artigo 593, III,
a; do CPP e Súmula 156 do STF, objetivando a anulação do julgamento do Tribunal do
Júri, devido à deficiência dos quesitos, conforme exposto artigo 564, parágrafo único, do
CPP, submetendo o réu a novo júri, por ser medida de Justiça !!
Local e data

__________________________
Advogada – OAB/UF nº

Você também pode gostar