Você está na página 1de 2

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ

4ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS - PROJUDI


Rua Mauá, 920 - 14º Andar - Alto da Glória - Curitiba/PR - CEP: 80.030-200 - Fone: 3210-7003/7573 - E-mail: 4TR@tjpr.
jus.br

Apelação Criminal n° 0000105-63.2018.8.16.0118 Ap


Juizado Especial Criminal de Morretes
Apelante(s): CLAYTON DOS SANTOS
Apelado(s): MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ
Relator: Leo Henrique Furtado Araújo

APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME DE AMEAÇA. ARTIGO 147 DO CÓDIGO


PENAL. RECONHECIMENTO DE OFÍCIO DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
PELA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA EM CONCRETO. ARTIGO
107, INCISO IV, DO CÓDIGO PENAL. RECURSO PREJUDICADO.

Trata-se de Apelação Criminal interposta por CLAYTON DOS SANTOS em face de sentença que
julgou procedente a pretensão punitiva contida na denúncia, condenando-o como incurso nas sanções do
crime previsto no artigo 147 do Código Penal, à pena de 01 (um) mês de detenção, em regime aberto, a
qual foi substituída por uma pena restritiva de direitos, consistente em prestação pecuniária, no valor de
R$ 500,00 (quinhentos reais).

Inconformado, o apenado interpôs recurso de apelação, apresentando suas razões e pugnando, em síntese,
pela sua absolvição, por ausência do elemento subjetivo do tipo e por insuficiência de provas para a
condenação.

Contrarrazões apresentadas no evento 147.1. Parecer do Ministério Público com atribuição perante às
Turmas Recursais ao evento 35.1 opinando pela declaração da extinção da punibilidade, de ofício, ante o
reconhecimento da prescrição.

É o sucinto relatório.

Voto.

O recurso deve ser conhecido vez que presentes os pressupostos processuais de admissibilidade.

Preliminarmente, assiste razão ao Ministério Público.

O recorrente foi condenado pela prática do delito prevista no artigo 147, caput, do Código Penal, à pena
de 01 (um) mês de detenção, em regime aberto, a qual foi substituída por uma pena restritiva de direitos.

Sem embargo das considerações meritórias que o caso em apreço está a exigir, denota-se a ocorrência da
prescrição punitiva do Estado em sua modalidade superveniente ou intercorrente, pois, com efeito, a
partir do trânsito em julgado para o Ministério Público, a prescrição regula-se pela pena aplicada.

A teor do artigo 109, inciso VI, do Código Penal, a prescrição da pretensão punitiva do Estado ocorre em
3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a um ano.
Ainda, conforme o artigo 117, inciso IV, do Código Penal o curso da prescrição é interrompido pela
publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis.

Assim, considerando a data da publicação da r. sentença (06.01.2020) até a presente data, tem-se que
transcorreram mais de 03 (três) anos, sem que sobreviesse qualquer nova causa interruptiva da prescrição.

Desse modo, foi concretizada a prescrição da pretensão punitiva do Estado, devendo ser extinta a
punibilidade do apelante, nos termos dos arts. 107, inciso IV (1ª figura), 109, inciso VI, 110, § 1.º e 117,
inciso IV, todos do Código Penal.

Diante do exposto, o voto é pelo reconhecimento da prescrição, declarando-se, de ofício, a extinção da


punibilidade do recorrente, em decorrência do reconhecimento da prescrição punitiva, com fundamento
nos artigos 109, inciso VI, 110, e 107, inciso IV, todos do Código Penal.

Por fim, fixo os honorários advocatícios ao defensor dativo nomeado, no valor de R$ 400,00
(quatrocentos reais), nos termos da Tabela de Honorários da Advocacia Dativa do Estado do Paraná e
Resolução Conjunta nº 015/2019-PGE/SEFA.

[1] Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas e honorários de advogado,
ressalvados os casos de litigância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente, vencido, pagará as custas e
honorários de advogado, que serão fixados entre dez por cento e vinte por cento do valor de condenação
ou, não havendo condenação, do valor corrigido da causa.

Dispositivo
Ante o exposto, esta 4ª Turma Recursal dos Juizados Especiais resolve, por unanimidade dos
votos, em relação ao recurso de CLAYTON DOS SANTOS, julgar pelo(a) Sem Resolução de
Mérito - Prejudicado nos exatos termos do voto.
O julgamento foi presidido pelo (a) Juiz(a) Marco Vinícius Schiebel, com voto, e dele
participaram os Juízes Leo Henrique Furtado Araújo (relator) e Aldemar Sternadt.

Curitiba, 02 de fevereiro de 2024

Leo Henrique Furtado Araújo


Juiz Relator

Tci

Você também pode gostar