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Trata-se de Apelação Criminal interposta por CLAYTON DOS SANTOS em face de sentença que
julgou procedente a pretensão punitiva contida na denúncia, condenando-o como incurso nas sanções do
crime previsto no artigo 147 do Código Penal, à pena de 01 (um) mês de detenção, em regime aberto, a
qual foi substituída por uma pena restritiva de direitos, consistente em prestação pecuniária, no valor de
R$ 500,00 (quinhentos reais).
Inconformado, o apenado interpôs recurso de apelação, apresentando suas razões e pugnando, em síntese,
pela sua absolvição, por ausência do elemento subjetivo do tipo e por insuficiência de provas para a
condenação.
Contrarrazões apresentadas no evento 147.1. Parecer do Ministério Público com atribuição perante às
Turmas Recursais ao evento 35.1 opinando pela declaração da extinção da punibilidade, de ofício, ante o
reconhecimento da prescrição.
É o sucinto relatório.
Voto.
O recurso deve ser conhecido vez que presentes os pressupostos processuais de admissibilidade.
O recorrente foi condenado pela prática do delito prevista no artigo 147, caput, do Código Penal, à pena
de 01 (um) mês de detenção, em regime aberto, a qual foi substituída por uma pena restritiva de direitos.
Sem embargo das considerações meritórias que o caso em apreço está a exigir, denota-se a ocorrência da
prescrição punitiva do Estado em sua modalidade superveniente ou intercorrente, pois, com efeito, a
partir do trânsito em julgado para o Ministério Público, a prescrição regula-se pela pena aplicada.
A teor do artigo 109, inciso VI, do Código Penal, a prescrição da pretensão punitiva do Estado ocorre em
3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a um ano.
Ainda, conforme o artigo 117, inciso IV, do Código Penal o curso da prescrição é interrompido pela
publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis.
Assim, considerando a data da publicação da r. sentença (06.01.2020) até a presente data, tem-se que
transcorreram mais de 03 (três) anos, sem que sobreviesse qualquer nova causa interruptiva da prescrição.
Desse modo, foi concretizada a prescrição da pretensão punitiva do Estado, devendo ser extinta a
punibilidade do apelante, nos termos dos arts. 107, inciso IV (1ª figura), 109, inciso VI, 110, § 1.º e 117,
inciso IV, todos do Código Penal.
Por fim, fixo os honorários advocatícios ao defensor dativo nomeado, no valor de R$ 400,00
(quatrocentos reais), nos termos da Tabela de Honorários da Advocacia Dativa do Estado do Paraná e
Resolução Conjunta nº 015/2019-PGE/SEFA.
[1] Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas e honorários de advogado,
ressalvados os casos de litigância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente, vencido, pagará as custas e
honorários de advogado, que serão fixados entre dez por cento e vinte por cento do valor de condenação
ou, não havendo condenação, do valor corrigido da causa.
Dispositivo
Ante o exposto, esta 4ª Turma Recursal dos Juizados Especiais resolve, por unanimidade dos
votos, em relação ao recurso de CLAYTON DOS SANTOS, julgar pelo(a) Sem Resolução de
Mérito - Prejudicado nos exatos termos do voto.
O julgamento foi presidido pelo (a) Juiz(a) Marco Vinícius Schiebel, com voto, e dele
participaram os Juízes Leo Henrique Furtado Araújo (relator) e Aldemar Sternadt.
Tci