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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO PRESIDENTE DO

TRIBUNAL DO JURÍ __ DA COMARCA DE _________

Processo nº_____________________

FERNANDA, devidamente qualificada nos


autos da presente ação penal, por seu Advogado devidamente habilitado nos
referidos autos e que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de
Vossa Excelência, tempestivamente, interpor:

RECURSO DE APELAÇÃO

nos termos do artigo 593, inciso III – d, do Código de Processo Penal, pelos
relevantes motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
Requer seja o presente recurso
conhecido, e determinando-se a posterior remessa dos presentes autos ao E.
Tribunal de Justiça de __________.

Termos em que,
Pede deferimento.
Local e data
Advogado
OAB/SP
Razões de Recurso de Apelação do
Jurí
Processo nº ___________
Vara de Origem: 4ª vara
Apelante: Fernanda
Apelado: Ministério Público do Estado
Colenda Turma,
Ínclitos Julgadores.

1. DOS FATOS

Fernanda, teve um relacionamento longo


com Antonio que durou 3 anos, a apelante era apaixonada pelo namorado, mas
ele era uma pessoa dada à boemia e aos encantos da vida noturna, por este
motivo seu ex namorado Antonio terminou o relacionamento. Após romper o
relacionamento, Antonio conheceu Milena e começou a se relacionar com ela.
A apelante acreditava na possibilidade de
reatar o namoro com Antonio, mas no 10/01/2019, por volta de 16h30m,
voltando para sua casa, ao passar pelo bairro que residem viu Antonio
despedindo-se da atual namorada no portão, ocorre que o carro de Fernanda
atinge Milena, a mesma foi socorrida eficazmente pelos bombeiros, acionados
por moradores, a vítima sofreu múltiplas fraturas, tendo permanecido na UTI
por 28 dias.
Dado o ocorrido, Fernanda foi presa em
flagrante e no curso da ação penal, obteve liberdade provisória.
No curso da instrução foram ouvidas
várias testemunhas, a acusação arrolou além da vítima e de Antonio, Tereza
(irmã da vítima) e Beatriz, amiga e confidente. As testemunhas da apelante,
Nathalia, Lair e Giovan, ratificaram o comportamento social adequado de
Fernanda.
O Ministério Público destacou que a
Fernanda, diante de um comportamento absolutamente reprovável,
permaneceu em silêncio, evidenciando maior indiferença com relação ao que
cometera, e que se fosse de fato inocente ou o abalroamento fruto de um
acidente como sustenta sua defesa, jamais teria permanecido quieta.
Logo os jurados, acolhendo a tese
ministerial acabaram condenando Fernanda, que foi sentenciada a 8 anos de
reclusão, em regime inicial fechado. Como respondeu em liberdade, foi
garantido o direito de apelar nesta condição.

2. DO DIREITO

Em que pese à decisão do Tribunal do


Júri, a decisão merece ser ANULADA, tendo em vista que o Ministério Público
influenciou os jurados a respeito da apelante permanecer calada durante o
julgamento, tal comportamento comprometeu a decisão dos jurados.
Amparada pela Lei o Código de Processo
Penal em seu artigo 478, II, relata o seguinte:
Art. 478. Durante os debates as partes
não poderão, sob pena de nulidade, fazer
referências:
II – ao silêncio do acusado ou à ausência
de interrogatório por falta de
requerimento, em seu prejuízo.
Observamos que o artigo acima
mencionado descreve a atitude impropria do Ministério Público, logo que as
testemunhas ouvidas da apelante declarou que a Fernanda possui um
comportamento social adequado, consequentemente com a atitude do
Ministério Público os jurados foram influenciados em sua decisão e não
levaram em consideração o depoimento das testemunhas da acusa.
Por fim, vale ressaltar que a vitima não
veio a óbito, pois a própria acusação arrolou a mesma para ser ouvida, fato
este que deveria ter sido considerado.

3. DO PEDIDO
Diante do exposto, requer-se o
recebimento e provimento deste RECURSO DE APELAÇÃO, porquanto
tempestivo e pertinente à hipótese em vertente, a NULIDADE do julgamento
com fundamento nos artigos 593, inciso III, d, § 3º e 478, II do Código de
Processo Penal, para que a apelante tenha novo julgamento.

Termos em que,
Pede deferimento.
Local e Data
Advogado - OAB/SP

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