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1 Q11952 Processo Penal > Competência

Ano: 2023 Banca: Ceisc Instituição: OAB Dificuldade: Normal

Policiais estaduais da cidade de Santana do Livramento/RS, cidade na fronteira entre Brasil e Uruguai, investigam um chefe do tráfico local.
No decorrer das investigações, ao ser interceptada uma conversa entre traficantes, se descobriu o dia que seria feita uma entrega de uma
grande quantidade de drogas.

Com tais informações, os policiais efetuaram a prisão dos traficantes, no momento em que se descobriu integrantes da organização
criminosa responsáveis por trazer entorpecentes do Uruguai para revender no Brasil.

Diante do caso narrado, marque a alternativa correta.

A competência para julgamento dos crimes praticados será da Justiça Estadual, pois a prática do delito foi consumada em território brasileiro.

A prisão dos envolvidos foi irregular, tendo em vista que a investigação dos delitos foi feita pela Polícia Civil e, como se trata de crime de
competência Federal, todos os procedimentos investigatórios e eventuais prisões deveriam ser feitas pela Polícia Federal.

Em razão do critério da prevenção, como a apreensão dos ilícitos foi feita pela Polícia Civil estadual, a competência para julgamento dos
crimes será da Justiça Estadual.

Diante das informações obtidas no momento da prisão e apreensão dos entorpecentes, a competência para julgamento dos crimes será da
Justiça Federal.

2 Q11950 Processo Penal > Ação Penal


Ano: 2023 Banca: Ceisc Instituição: OAB Dificuldade: Facil

Carlos, insatisfeito com a colega de trabalho Patrícia, que fica por horas conversando pelo celular durante o expediente e então sobra mais
trabalho para ele, aproveita que Patrícia foi almoçar e vai até a mesa de trabalho dela, onde o celular está conectado à tomada carregando a
bateria. Com o ambiente vazio, Carlos bateu o aparelho na mesa, oportunidade em que trincou a tela do celular. Indignada, Patrícia
solicitou as imagens das câmeras de segurança do local, vindo a receber o vídeo 2 (dois) dias depois, no qual aparece com clareza toda a
ação de Carlos. Ela procura um advogado e questiona sobre a possibilidade de ser ajuizada alguma ação e em qual prazo. O advogado
deverá esclarecer que

por ser crime de ação penal privada, poderá ser ajuizada queixa-crime no prazo de 6 (seis) meses, a contar da data do fato.

por ser crime de ação penal pública condicionada à representação, poderá ser ofertada denúncia pelo Ministério Público, desde que
represente no prazo de 6 (seis) meses.

por ser crime de ação penal privada, poderá ser ajuizada queixa-crime no prazo de 6 (seis) meses, a contar da data da ciência da autoria do
fato.

por ser crime de ação penal pública, caso o Ministério Público fique inerte, abrirá possibilidade de ajuizar queixa-crime subsidiária da pública
pelo ofendido no prazo de 6 (seis) meses a contar do término do prazo da acusação.

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3 Q11948 Processo Penal > Provas
Ano: 2023 Banca: Ceisc Instituição: OAB Dificuldade: Normal

Diante de informação trazida ao delegado de polícia, há a determinação para instauração de inquérito policial para apuração de um delito
de homicídio. Segundo consta, Manoel, em 28.03.2022, teria praticado o delito de feminicídio (homicídio qualificado contra a mulher por
razões da condição de sexo feminino) em face de sua esposa Cristina. A partir daí, diversas diligências investigativas foram feitas,
especialmente para localizar o corpo de Cristina, que, segundo fora apurado, teria sido jogado em um rio próximo da cidade em que
residiam. Considerando o caso narrado, marque a alternativa correta.

Como se trata de um delito de homicídio, ou seja, que deixa vestígios, é indispensável o exame de corpo de delito, o qual deve ser direto.

Como se trata de um delito que envolve violência doméstica e familiar contra mulher, a realização do exame de corpo de delito terá prioridade
para ser realizado.

Uma vez realizada a perícia por perito oficial, o juiz ficará adstrito aos seus termos, não podendo rejeitá-lo.

Caso o corpo de Cristina não seja localizado e não seja possível fazer o exame de corpo de delito, tal poderá ser suprido pela confissão do
acusado.

4 Q11691 Processo Penal > Competência


Ano: 2023 Banca: FGV Instituição: OAB Exame: 37º Exame de Ordem Unificado Dificuldade: Normal

Gregório é defensor público no Estado do Rio de Janeiro, cuja Constituição lhe assegura foro por prerrogativa de função no Tribunal de
Justiça local. Durante o carnaval, na cidade de Salvador/BA, Gregório por acaso se encontra com seu irmão e inimigo capital Sandro em
uma rua erma, durante a dispersão de bloco carnavalesco. Gregório então se aproveita da oportunidade para matar Sandro com golpes de
espada. Assinale a opção que indica o foro competente para conhecer e julgar esse crime.

O Tribunal do Júri da Comarca de Salvador/BA.

O Tribunal de Justiça do Estado da Bahia.

O Tribunal do Júri da Comarca do Rio de Janeiro/RJ.

O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

5 Q11690 Processo Penal > Ação Penal


Ano: 2023 Banca: FGV Instituição: OAB Exame: 37º Exame de Ordem Unificado Dificuldade: Normal

Sérgio propôs uma ação penal privada contra Ana e Letícia por crime de dano (impossibilidade de qualquer medida penal consensual), isto
porque as quereladas, dolosamente, quebraram o para-brisa traseiro do seu carro. Finda a instrução criminal restaram comprovadas
autoria e materialidade, até mesmo porque, além da prova testemunhal confirmar a imputação contida na queixa-crime, as acusadas
confessaram o delito. Em alegações finais orais, Dr. Lúcio, advogado constituído por Sérgio, sem se referir à inicial acusatória, finalizou a
sua sustentação apenas pedindo que "fosse feita a melhor justiça." Você, como advogado(a) das quereladas, alegaria como prejudicial de
mérito a extinção da punibilidade

pelo perdão de Sérgio, pois não se manifestou em alegações finais juntamente com o seu patrono para pedir a condenação.

pela renúncia do querelante, haja vista que o seu advogado não ratificou em alegações finais os termos da acusação articulada na
queixa-crime.

pela perempção, porque o advogado constituído por Sérgio, somente pediu em alegações finais que ?fosse feita a melhor justiça?, deixando
de ratificar a pretensão de que as quereladas fossem condenadas, sequer tendo renovado o pedido de condenação apresentado na
queixa-crime.

pela retratação do querelante, pois não se manifestou em alegações finais juntamente com o seu patrono para pedir a condenação das
quereladas, ou mesmo ratificar o pedido de condenação apresentado na queixa-crime.

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6 Q11689 Processo Penal > Acordo de não persecução penal (ANPP)
Ano: 2023 Banca: FGV Instituição: OAB Exame: 37º Exame de Ordem Unificado Dificuldade: Normal

Leonardo praticou um crime que, objetivamente, admitia o acordo de não persecução penal (ANPP). Concluída a investigação criminal, e
estando presente a justa causa, o Promotor de Justiça se recusou a fazer a proposta de ANPP, por entender que estava demonstrado que a
conduta de Leonardo era habitual. Diante da recusa do Promotor de Justiça em propor o ANPP, o Juiz da Comarca de Cascais, acolhendo o
requerimento do advogado de Leonardo, remeteu o investigatório ao Ministério Público para se manifestar sobre o tema. O MP apresentou
ao Juiz da Vara Criminal da Comarca de Cascais uma proposta de ANPP para ser homologada. O juiz considerou insuficiente a condição de
Leonardo pagar como prestação pecuniária a quantia correspondente a 02 (dois) salários mínimos a uma entidade pública, a ser indicada
pelo juízo da execução, devolvendo os autos ao MP para reformular a proposta nesta parte. O MP manteve a proposta nos termos
acordados com Leonardo, razão pela qual o Juiz da Vara Criminal de Cascais recusou-se a homologá-la. Sobre a decisão de não
homologação da proposta de ANPP, assinale a opção que indica qual o recurso cabível e quem poderá interpô-lo.

Recurso de agravo previsto na Lei de Execução Penal, haja vista que a prestação pecuniária era destinada a uma entidade pública a ser
indicada pelo juízo da execução. O legitimado para interpor esse recurso é Leonardo, haja vista que contra o mesmo seria cobrada a
prestação pecuniária junto ao juízo da execução.

Recurso em sentido estrito, considerando se tratar de um ato judicial de natureza declaratória. Estavam legitimados a recorrer o Ministério
Público e Leonardo, por terem, ambos, interesse recursal.

Recurso de apelação (residual), por se tratar de uma decisão definitiva. Somente estava legitimado a recorrer o Ministério Público, por ser o
autor da proposta, ainda que a ela tenha aderido Leonardo.

Recurso de apelação (residual), por se tratar de uma decisão com força de definitiva, e dela poderia recorrer o Promotor de Justiça com
atribuição e Leonardo, por terem, ambos, interesse recursal.

7 Q11870 Processo Penal > Inquérito Policial


Ano: 2022 Banca: Ceisc Instituição: OAB Dificuldade: Normal

Rodrigo, em 25 de maio de 2022, foi vítima de lesão corporal leve (art. 129, caput, do Código Penal), delito que somente se procede
mediante representação. Cláudio, que foi o autor do referido delito, já procurou Rodrigo diversas vezes para se desculpar, porém, Rodrigo,
em nenhum momento, aceitou conversar com Cláudio, pois não tem nenhum interesse em aceitar o pedido de desculpas. No entanto, já
passados 5 meses da data do fato, Rodrigo não tomou nenhuma medida para que Cláudio fosse investigado ou processado. Cláudio,
preocupado com a situação, procura você, como advogado, para que seja orientado sobre o que pode acontecer referente ao delito.
Você, corretamente, responde para Cláudio que

como se trata de delito de ação penal pública, o inquérito policial pode ser iniciado mediante requisição do Ministério Público ou do
magistrado.

como se trata de delito que somente se procede mediante representação e que decorreu prazo superior a 3 meses, ocorreu a decadência e a
consequente extinção da punibilidade, motivo pelo qual não se mostra possível a instauração de inquérito policial.

a autoridade policial não poderá instaurar inquérito policial, uma vez que o fato de Cláudio ter manifestado a sua intenção de se desculpar
pelo ocorrido leva a extinção da punibilidade pela perempção.

a autoridade policial não poderá instaurar inquérito policial enquanto não houver a representação do ofendido, na medida em que tal é
necessária para que seja iniciado o inquérito policial.

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8 Q11869 Processo Penal > Competência
Ano: 2022 Banca: Ceisc Instituição: OAB Dificuldade: Dificil

Em 19 de setembro de 2021, Alan pratica o delito de furto qualificado pela destreza (pena: de 2 a 8 anos de reclusão e multa) em uma
residência localizada na Comarca de Canoas. Logo após a prática desse delito, já na cidade de Porto Alegre, ele pratica um delito de roubo
simples de um veículo (pena: de 4 a 10 anos de reclusão e multa), o qual é conexo com o anterior, pois praticado para garantir a
impunidade do delito de furto. Já na comarca de Esteio, em 21 de setembro de 2021, Alan vende o celular furtado antes mencionado para
João Carlos, residente em Sapucaia do Sul, o qual sabia que o bem era produto do crime, incidindo nas penas do crime de receptação
dolosa na modalidade simples (pena: de 1 a 4 anos de reclusão e multa), que possui conexão com o delito de furto do celular (conexão
probatória). No momento em que concretizada a venda, ocorre a prisão em flagrante de João Carlos, pelo citado delito de receptação.
Ambos os réus procuram você, como advogado, para que diga em qual comarca responderão pelos delitos. Você responde corretamente
para eles que o juízo competente será

o da comarca de Canoas para todos os delitos, pois há conexão entre os crimes e em Canoas foi praticado o primeiro delito.

o da comarca de Porto Alegre para todos os delitos, pois há conexão entre os crimes e em Porto Alegre foi praticado o delito mais grave.

o da comarca de Esteio para todos os delitos, pois há conexão entre todos os crimes e em Esteio ocorreu a prisão em flagrante.

o da Comarca de Esteio para o crime praticado João Carlos, já que em tal comarca ele praticou o delito de receptação; e o da comarca de
Canoas ou de Porto Alegre para os delitos praticados por Alan, a depender do juízo que se tornar prevento para o caso.

9 Q11016 Processo Penal > Provas


Ano: 2022 Banca: FGV Instituição: OAB Exame: 36º Exame de Ordem Unificado Dificuldade: Normal

No curso de inquérito que, no início da pandemia de Covid-19, apura a prática do crime contra as relações de consumo descrito no Art. 7º,
inciso VI, da Lei nº 8.137/90, a autoridade policial representa pela interceptação do ramal telefônico de João, comerciante
indiciado, sustentando a imprescindibilidade da medida para a investigação criminal. O crime em questão consiste na sonegação ou
retenção de insumos e bens, para fim de especulação, e é punido com pena de detenção de 2 a 5 anos ou multa. A interceptação é
autorizada pelo prazo de quinze dias, em decisão fundamentada, na qual o juízo considera demonstrada sua necessidade, bem como a
existência de indícios suficientes de autoria. No caso narrado, o(a) advogado(a) do comerciante poderia sustentar a ilegalidade da
interceptação das comunicações telefônicas, porque

o prazo fixado pelo juiz excede o legalmente permitido.

a interceptação não é admitida quando o fato objeto da investigação constitui infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.

a interceptação não é admitida quando o fato objeto da investigação constitui infração penal cuja pena máxima não seja superior a cinco
anos.

caberia apenas ao Ministério Público requerê-la.

10 Q11015 Processo Penal > Ação Penal


Ano: 2022 Banca: FGV Instituição: OAB Exame: 36º Exame de Ordem Unificado Dificuldade: Normal

Hamilton, vendedor em uma concessionária de automóveis, mantém Priscila em erro, valendo-se de fraude para obter vantagem econômica
ilícita, consistente em valor de comissão maior do que o devido na venda de um veículo automotor. A venda e a obtenção da vantagem
ocorrem no dia 20 de novembro de 2019. O fato chega ao conhecimento da autoridade policial por notícia feita pela concessionária, ainda
em novembro de 2019 e, em 2 de março de 2020, o Ministério Público oferece denúncia em face de Hamilton, imputando-lhe a prática do
crime de estelionato. Embora tenha sido ouvida em sede policial, Priscila não manifestou sua vontade de ver Hamilton processado pela
prática delitiva. A denúncia é recebida e a defesa impetra habeas corpus perante o Tribunal de Justiça. No caso, assinale a opção que
apresenta a melhor tese defensiva a ser sustentada.

A ausência de condição específica de procedibilidade, em razão da exigência de representação da ofendida.

A ausência de condição da ação, pois caberia à vítima o ajuizamento da ação penal privada no caso concreto.

A necessidade de remessa dos autos ao Procurador-geral de Justiça para que haja oferta de acordo de não persecução penal.

A atipicidade da conduta, em razão do consentimento da vítima, consistente na ausência de manifestação de ver o acusado processado.

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11 Q10410 Processo Penal > Ação Penal
Ano: 2022 Banca: FGV Instituição: OAB Exame: 35º Exame de Ordem Unificado Dificuldade: Normal

Magda é servidora pública federal, trabalhando como professora em instituição de Ensino Superior mantida pela União no Estado do Rio
de Janeiro. Magda vem a ser vítima de ofensa à sua honra subjetiva em sala de aula, sendo chamada de "piranha" e "vagabunda" por
Márcio, aluno que ficara revoltado com sua reprovação em disciplina ministrada por Magda. Nessa situação, assinale a afirmativa correta.

Magda só pode ajuizar queixa-crime contra Márcio, imputando-lhe crime de injúria.

Magda só pode oferecer representação contra Márcio, imputando-lhe crime de injúria.

Magda não pode ajuizar queixa-crime nem oferecer representação contra Márcio, imputando-lhe crime de injúria.

Magda pode optar entre ajuizar queixa-crime ou oferecer representação contra Márcio, imputando-lhe crime de injúria.

12 Q7936 Processo Penal > Provas


Ano: 2022 Banca: FGV Instituição: OAB Exame: 34° Exame de Ordem Unificado Dificuldade: Normal

Francisco foi preso em flagrante, logo após a prática de um crime de furto qualificado, pelo rompimento de obstáculo. Agentes públicos
compareceram ao local dos fatos e constataram, por meio de exame pericial, o arrombamento do fecho da janela que protegia a residência
de onde os bens foram subtraídos. No interior da Delegacia, em conversa informal com a autoridade policial, Francisco confessou a prática
delitiva, fato que foi registrado em gravação de áudio no aparelho celular pessoal do Delegado. Quando ouvido formalmente, preferiu
exercer o direito ao silêncio que lhe foi assegurado naquele momento. Francisco, reincidente, foi denunciado, sendo juntados pelo
Ministério Público, já no início da ação penal, o laudo de exame de local que constatou o arrombamento e o áudio da confissão informal
encaminhado pela autoridade policial. No momento das alegações finais, o advogado de Francisco, sob o ponto de vista técnico, deverá
destacar que:

a condenação não poderá se basear exclusivamente no laudo de exame de local, considerando que não foi produzido sob crivo do
contraditório, e o áudio acostado, apesar de não poder ser considerado prova ilícita, se valorado na sentença, deverá justificar o
reconhecimento da atenuante da pena da confissão.

tanto o áudio com a confissão informal quanto o laudo de exame de local são provas lícitas, podendo, inclusive, o magistrado fundamentar
eventual condenação com base exclusivamente no exame pericial produzido antes da instrução probatória.

a confissão informal foi obtida de maneira ilícita, devendo ser o áudio desentranhado do processo, mas poderá o laudo pericial ser
considerado em eventual sentença, apesar de produzido antes de ser instaurado o contraditório.

tanto o áudio com a confissão informal quanto o laudo de exame de local são provas ilícitas, devendo ser desentranhados do processo.

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13 Q7935 Processo Penal > Provas
Ano: 2022 Banca: FGV Instituição: OAB Exame: 34° Exame de Ordem Unificado Dificuldade: Normal

José, primário e de bons antecedentes, foi denunciado pela prática do crime de receptação simples (pena: 01 a 04 anos de reclusão e
multa). Após ser certificado que o denunciado estava em local incerto e não sabido, foi publicado edital com objetivo de citá-lo. Mesmo
após passado o prazo do edital, José não compareceu em juízo nem constituiu advogado. O magistrado, informado sobre o fato,
determinou a suspensão do processo e do curso do prazo prescricional. Na mesma decisão, decretou a prisão preventiva de José,
exatamente por ele não ter sido localizado para citação, além da produção de duas provas, antecipadamente: oitiva de Maria, senhora de 90
anos de idade, que se encontrava internada e com risco de falecer, e da vítima, Bruno, jovem de 22 anos, sob o fundamento de que o
decurso do tempo poderia prejudicar essa oitiva e gerar esquecimento. José, dez dias após a decisão, veio a tomar conhecimento dos
fatos e entrou em contato com seu advogado.
Considerando apenas as informações expostas, o advogado de José deverá buscar o reconhecimento de que:

a suspensão do processo após citação por edital foi legal, mas não a suspensão do prazo prescricional, já que o magistrado determinou a
produção antecipada de provas.

o magistrado poderia ter determinado a produção antecipada de provas em relação à Maria, mas não em relação à oitiva de Bruno, sendo,
ainda, inadequada a decretação da prisão preventiva.

a prisão foi decretada de maneira inadequada, mas a determinação da oitiva de Maria e de Bruno de maneira antecipada foi correta.

não poderiam ser produzidas quaisquer provas antecipadas, já que o processo encontrava-se suspenso, apesar de legal a decretação da
prisão preventiva.

14 Q7933 Processo Penal > Provas


Ano: 2022 Banca: FGV Instituição: OAB Exame: 34° Exame de Ordem Unificado Dificuldade: Normal

Lorena, em 01/01/2019, foi violentamente agredida por seu ex-companheiro Manuel, em razão de ciúmes do novo relacionamento, o que
teria deixado marcas em sua barriga. Policiais militares compareceram ao local dos fatos, após gritos da vítima, e encaminharam os
envolvidos à Delegacia, destacando os agentes da lei que não presenciaram a briga e nem verificaram se Lorena estava ou não lesionada.
Por sua vez, Lorena, que não precisou de atendimento médico, disse não ter interesse em ver o autor do fato processado, já que seria pai
de suas filhas, não esclarecendo o ocorrido. Manuel, arrependido, porém, confessou a agressão na Delegacia, dizendo que desferiu um
soco no estômago de Lorena, que lhe deixou marcas. A vítima foi para sua residência, sem realizar exame técnico, mas, com base na
confissão de Manuel, foi o autor do fato denunciado pelo crime de lesão corporal praticada no contexto de violência doméstica e familiar
contra a mulher (Art. 129, § 9º, do CP, na forma da Lei nº 11.340/06). Durante a instrução, foi juntada apenas a Folha de Antecedentes
Criminais de Manuel, sem outras anotações, não comparecendo a vítima à audiência de instrução e julgamento. Os policiais confirmaram
apenas que escutaram um grito de Lorena, não tendo presenciado os fatos. Manuel, em seu interrogatório, reitera a confissão realizada em
sede policial.
No momento das alegações finais, o novo advogado de Manuel, constituído após audiência, poderá pleitear:

a absolvição sumária de seu cliente, tendo em vista que não houve a indispensável representação por parte da vítima e a lesão causada
seria de natureza leve.

a nulidade da decisão que recebeu a denúncia, tendo em vista que não houve a indispensável representação por parte da vítima e a lesão
identificada foi de natureza leve.

a absolvição de seu cliente, diante da ausência de laudo indicando a existência de lesão, não podendo a confissão do acusado suprir tal
omissão.

a suspensão condicional da pena, já que não se admite a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos no crime, mas a
representação da vítima era dispensável, assim como o corpo de delito.

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15 Q3758 Processo Penal > Inquérito Policial
Ano: 2021 Banca: FGV Instituição: OAB Exame: 32° Exame de Ordem Unificado Dificuldade: Normal

Após concluído inquérito policial para apurar a prática do crime de homicídio em desfavor de Jonas, o Ministério Público requereu o seu
arquivamento por falta de justa causa, pois não conseguiu identificar o(s) autor(es) do delito, o que restou devidamente homologado pelo
juiz competente. Um mês após o arquivamento do inquérito policial, uma testemunha, que não havia sido anteriormente identificada,
compareceu à delegacia de polícia alegando possuir informações quanto ao autor do homicídio de Jonas. A família de Jonas, ao tomar
conhecimento dos fatos, procura você, como advogado(a) da família, para esclarecimentos. Diante da notícia de existência de novas
provas aptas a identificar o autor do crime, você deverá esclarecer aos familiares da vítima que o órgão ministerial

poderá promover o desarquivamento do inquérito, pois a decisão de arquivamento não faz coisa julgada material independentemente de seu
fundamento.

não poderá promover o desarquivamento do inquérito, pois a decisão de arquivamento é imutável na presente hipótese.

não poderá promover o desarquivamento do inquérito, pois se trata de mera notícia, inexistindo efetivamente qualquer prova nova quanto à
autoria do delito.

poderá promover o desarquivamento do inquérito, pois a decisão de arquivamento fez apenas coisa julgada formal no caso concreto.

16 Q5353 Processo Penal > Acordo de não persecução penal (ANPP)


Ano: 2020 Banca: FGV Instituição: OAB Exame: 33° Exame de Ordem Unificado Dificuldade: Normal

Carlos, em relatório final conclusivo de inquérito policial, foi indiciado pela prática do crime de receptação qualificada (Art. 180, §1º, CP
pena: 3 a 8 anos de reclusão e multa). Recebido o procedimento investigatório, o Promotor de Justiça verificou, na Folha de Antecedentes
Criminais, que Carlos possuía uma única anotação e era tecnicamente primário, mas que teria sido beneficiado, oito anos antes da suposta
nova prática delitiva, por proposta de suspensão condicional do processo em relação a crime de estelionato. Considerando as informações
expostas, você, como advogado(a) de Carlos, deverá esclarecer que, de acordo com o Código de Processo Penal,

poderá ser proposto acordo de não persecução penal, independentemente da confissão do indiciado, podendo, contudo, ser imposto
ressarcimento do dano e prestação de serviço à comunidade por tempo limitado em caso de aceitação.

não poderá ser proposto o acordo de não persecução penal, tendo em vista que o suposto autor já foi beneficiado com suspensão
condicional do processo anteriormente.

poderá ser proposto acordo de não persecução penal, considerando a pena e natureza do crime, mas Carlos necessariamente deverá
confessar a prática delitiva.

não poderá ser proposto o acordo de não persecução penal, em razão da pena máxima prevista para o delito ultrapassar quatro anos de
reclusão.

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17 Q5349 Processo Penal > Ação Penal
Ano: 2020 Banca: FGV Instituição: OAB Exame: 33° Exame de Ordem Unificado Dificuldade: Normal

Durante uma festa em uma casa noturna, Michele se desentende com sua amiga Flávia e lhe desfere um tapa no rosto, causando-lhe lesão
corporal de natureza leve. Flávia, então, se dirige à autoridade policial e registra o fato, manifestando expressamente seu interesse em
representar contra Michele, tendo em vista a natureza de ação penal pública condicionada à representação. Findo o procedimento policial,
os autos foram encaminhados ao Juizado Especial competente e o Ministério Público apresentou proposta de transação penal à Michele,
que não a aceitou. Após o oferecimento de denúncia pelo Parquet, Flávia se diz arrependida e manifesta ao seu advogado interesse em se
retratar da representação oferecida, destacando que ainda não foi recebida a inicial acusatória.
Considerando os fatos acima narrados, você, como advogado(a) de Flávia, deverá esclarecer que

a representação será irretratável na hipótese, por já ter sido oferecida a denúncia.

a retratação da representação poderá ser realizada até o momento da sentença, não dependendo de formalidades legais.

a retratação da representação será cabível até o recebimento da denúncia, em audiência perante o juiz, especialmente designada para tal
finalidade.

a representação será irretratável, independentemente do momento processual, por se tratar de ação penal de natureza pública, de modo que
o Ministério Público continua sendo o titular da ação.

18 Q5348 Processo Penal > Provas


Ano: 2020 Banca: FGV Instituição: OAB Exame: 33° Exame de Ordem Unificado Dificuldade: Normal

Vanessa foi presa em flagrante, logo após cometer um crime de furto em residência. A proprietária do imóvel, Jurema, 61 anos, informou
aos policiais que viu, pelas câmeras de segurança, Vanessa escalando o alto muro da residência e ingressando na casa, acreditando a
vítima que a mesma rompeu o cadeado da porta, já que este encontrava-se arrombado. Por determinação da autoridade policial, um perito
oficial compareceu à residência de Jurema e realizou laudo pericial para confirmar que o muro que Vanessa pulou era de grande altura e
demandava esforço no ato. Deixou, porém, de realizar a perícia no cadeado e na porta por onde Vanessa teria entrado na casa. Vanessa foi
denunciada pelo crime de furto qualificado, sendo imputado pelo Ministério Público a qualificadora da escalada e do rompimento de
obstáculo. No curso da instrução, assistida a ré pela Defensoria Pública, as partes tiveram acesso ao laudo pericial e, em seu
interrogatório, Vanessa confessou os fatos, inclusive o rompimento do cadeado para ingresso na residência, bem como informou que
sabia que a lesada era uma senhora de idade. A vítima Jurema não compareceu, alegando que não poderia deixar sua residência exposta,
já que o cadeado da casa ainda estava arrombado, argumentando ser idosa, acostando sua carteira de habilitação, e destacando que as
imagens da câmera de segurança, já juntadas ao processo, confirmavam a autoria delitiva. Você, como advogado(a), foi constituído(a) por
Vanessa para a apresentação de alegações finais.
Considerando as informações expostas, você deverá alegar que

a perícia realizada no muro não poderá ser considerada prova, mas tão só elemento informativo a ser confirmado por provas produzidas sob
o crivo do contraditório, tendo em vista que as partes não participaram da elaboração do laudo.

deve ser afastada a qualificadora com fundamento no rompimento de obstáculo, já que não foi produzida prova pericial, não sendo suficiente
a confissão da acusada.

a perícia realizada para demonstrar a escalada foi inválida, pois não foi realizada por dois peritos oficiais, nos termos da determinação do
Código de Processo Penal.

a idade da vítima não foi comprovada por documento idôneo, não podendo ser reconhecida agravante por tal fundamento.

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19 Q1708 Processo Penal > Princípios fundamentais do direito processual penal
Ano: 2020 Banca: FGV Instituição: OAB Exame: 31° Exame de Ordem Unificado Dificuldade: Normal

O Ministério Público ofereceu denúncia em face de Tiago e Talles, imputando-lhes a prática do crime de sequestro qualificado, arrolando
como testemunhas de acusação a vítima, pessoas que presenciaram o fato, os policiais responsáveis pela prisão em flagrante, além da
esposa do acusado Tiago, que teria conhecimento sobre o ocorrido. Na audiência de instrução e julgamento, por ter sido arrolada como
testemunha de acusação, Rosa, esposa de Tiago, compareceu, mas demonstrou que não tinha interesse em prestar declarações. O
Ministério Público insistiu na sua oitiva, mesmo com outras testemunhas tendo conhecimento sobre os fatos. Temendo pelas
consequências, já que foi prestado o compromisso de dizer a verdade perante o magistrado, Rosa disse o que tinha conhecimento, mesmo
contra sua vontade, o que veio a prejudicar seu marido. Por ocasião dos interrogatórios, Tiago, que seria interrogado por último, foi
retirado da sala de audiência enquanto o corréu prestava suas declarações, apesar de seu advogado ter participado do ato. Com base nas
previsões do Código de Processo Penal, considerando apenas as informações narradas, Tiago

não teria direito de anular a instrução probatória com fundamento na sua ausência durante o interrogatório de Talles e nem na oitiva de Rosa
na condição de testemunha, já que devidamente arrolada pelo Ministério Público.

teria direito de anular a instrução probatória com fundamento na ausência de Tiago no interrogatório de Talles e na oitiva de Rosa na
condição de testemunha.

não teria direito de anular a instrução probatória com base na sua ausência no interrogatório de Talles, mas deveria questionar a oitiva de
Rosa como testemunha, já que ela poderia se recusar a prestar declarações.

não teria direito de anular a instrução probatória com base na sua ausência no interrogatório de Talles, mas deveria questionar a oitiva de
Rosa como testemunha, pois, em que pese seja obrigada a prestar declarações, deveria ser ouvida na condição de informante, sem
compromisso legal de dizer a verdade.

20 Q1388 Processo Penal > Ação Penal


Ano: 2019 Banca: FGV Instituição: OAB Exame: 30° Exame de Ordem Unificado Dificuldade: Normal

Após uma partida de futebol amador, realizada em 03/05/2018, o atleta André se desentendeu com jogadores da equipe adversária. Ao final
do jogo, dirigiu-se ao estacionamento e encontrou, em seu carro, um bilhete anônimo, em que constavam diversas ofensas à sua honra.
Em 28/06/2018, André encontrou um dos jogadores da equipe adversária, Marcelo, que lhe confessou a autoria do bilhete, ressaltando que
Luiz e Rogério também estavam envolvidos na ofensa.
André, em 17/11/2018, procurou seu advogado, apresentando todas as provas do crime praticado, manifestando seu interesse em
apresentar queixa-crime contra os três autores do fato. Diante disso, o advogado do ofendido, após procuração com poderes especiais,
apresenta, em 14/12/2018, queixa-crime em face de Luiz, Rogério e Marcelo, imputando-lhes a prática dos crimes de calúnia e injúria. Após
o recebimento da queixa-crime pelo magistrado, André se arrependeu de ter buscado a responsabilização penal de Marcelo, tendo em vista
que somente descobriu a autoria do crime em decorrência da ajuda por ele fornecida. Diante disso, comparece à residência de Marcelo,
informa seu arrependimento, afirma não ter interesse em vê-lo responsabilizado criminalmente e o convida para a festa de aniversário de
sua filha, sendo a conversa toda registrada em mídia audiovisual.
Considerando as informações narradas, é correto afirmar que o(a) advogado(a) dos querelados poderá

questionar o recebimento da queixa-crime, com fundamento na ocorrência de decadência, já que oferecida a inicial mais de 06 meses após a
data dos fatos.

buscar a extinção da punibilidade dos três querelados, diante da renúncia ao exercício do direito de queixa realizado por André, que poderá
ser expresso ou tácito.

buscar a extinção da punibilidade de Marcelo, mas não de Luiz e Rogério, em razão da renúncia ao exercício do direito de queixa realizado
por André.

buscar a extinção da punibilidade dos três querelados, caso concordem, diante do perdão oferecido a Marcelo por parte de André, que
deverá ser estendido aos demais coautores.

9
Gabarito:

01: D 02: C 03: B 04: A 05: C 06: B 07: D 08: B 09: B 10: A

11: D 12: C 13: B 14: C 15: D 16: C 17: A 18: B 19: C 20: D

10

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