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Inquérito - Ação Penal - Processo

Penal
1.Lívia, insatisfeita com o fim do relacionamento amoroso com Pedro, vai
até a casa deste na companhia da amiga Carla e ambas começam a
quebrar todos os porta-retratos da residência nos quais estavam expostas
fotos da nova namorada de Pedro. Quando descobre os fatos, Pedro
procura um advogado, que esclarece a natureza privada da ação criminal
pela prática do crime de dano. Diante disso, Pedro opta por propor
queixa-crime em face de Carla pela prática do crime de dano (Art. 163,
caput, do Código Penal), já que nunca mantiveram boa relação e ele tinha
conhecimento de que ela era reincidente, mas, quanto a Lívia,  ele liga
para ela e diz que nada fará, pedindo, apenas, que o fato não se repita.
Apesar da decisão de Pedro, Lívia fica preocupada quanto à possibilidade
de ele mudar de opinião, razão pela qual contrata um advogado junto
com Carla para consultoria jurídica. Considerando apenas as informações
narradas, o advogado deverá esclarecer que ocorreu
(1 Ponto)
perempção em relação a Lívia, de modo que a queixa-crime deve ser recebida
apenas em relação a Carla.
renúncia em relação a Lívia, de modo que a queixa-crime deve ser recebida apenas
em relação a Carla.
perdão do ofendido em relação a Lívia, de modo que a queixa-crime deve ser
recebida apenas em relação a Carla.
renúncia em relação a Lívia, de modo que a queixa-crime não deve ser recebida em
relação a Carla.

2.Durante uma festa em uma casa noturna, Michele se desentende com


sua amiga Flávia e lhe desfere um tapa no rosto, causando-lhe lesão
corporal de natureza leve. Flávia, então, se dirige à autoridade policial e
registra o fato, manifestando expressamente seu interesse em representar
contra Michele, tendo em vista a natureza de ação penal pública
condicionada à representação. Findo o procedimento policial, os autos
foram encaminhados ao Juizado Especial competente e o Ministério
Público apresentou proposta de transação penal à Michele, que não a
aceitou. Após o oferecimento de denúncia pelo Parquet, Flávia se diz
arrependida e manifesta ao seu advogado interesse em se retratar da
representação oferecida, destacando que ainda não foi recebida a inicial
acusatória pelo magistrado. Considerando os fatos acima narrados, você,
como advogado(a) de Flávia, deverá esclarecer que
(3 Pontos)
A retratação é

A retratação é possível somente antes do OFERECIMENTO da denúncia,


conforme o CPP, art. 25. Desta forma a representação será irretratável em
função de ter sido oferecida a denúncia.

3.Flávio apresentou, por meio de advogado, queixa-crime em desfavor de


Gabriel, vulgo “Russinho”, imputando-lhe a prática do crime de calúnia,
pois Gabriel teria imputado falsamente a Flávio a prática de determinada
contravenção penal. Na inicial acusatória, assinada exclusivamente pelo
advogado, consta como querelado apenas o primeiro nome de Gabriel, o
apelido pelo qual é conhecido, suas características físicas e seu local de
trabalho, tendo em vista que Flávio e sua defesa técnica não identificaram
a completa qualificação do suposto autor do fato. A peça inaugural não
indicou rol de testemunhas, apenas acostando prova documental que
confirmaria a existência do crime. Ademais, foi acostada ao procedimento
a procuração de Flávio em favor de seu advogado, na qual consta apenas
o nome completo de Flávio e seus dados qualificativos, além de poderes
especiais para propor eventuais queixas-crime que se façam pertinentes.
Após citação de Gabriel em seu local de trabalho para manifestação,
considerando apenas as informações expostas, caberá à defesa técnica do
querelado pleitear, sob o ponto de vista técnico, a rejeição da queixa-
crime
(1 Ponto)
sob o fundamento de que não poderia ter sido apresentada sem a completa
qualificação do querelado, sendo insuficiente o fornecimento de características físicas
marcantes, apelido e local de trabalho que poderiam identificá-lo.
porque a classificação do crime não foi adequada de acordo com os fatos narrados,
e a tipificação realizada vincula a autoridade judicial.
tendo em vista que não consta, da inicial, o rol de testemunhas
porque, apesar de fornecidos imprescindíveis poderes especiais, a síntese do fato
criminoso não consta da procuração.
4.
Acerca do Inquérito Policial, é correto afirmar que:
(1 Ponto)
Concluído o inquérito, o Ministério Público só poderá devolvê-lo à autoridade
policial em caso de novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.
O inquérito pode ser iniciado mesmo sem a representação do ofendido, nos casos de
ação penal pública condicionada à representação.
O ofendido não poderá requerer diligências no inquérito.
Depois de arquivado o inquérito, a autoridade policial não poderá proceder a novas
pesquisas, mesmo se de outras provas tiver notícia.
A autoridade policial mandará arquivar os autos do inquérito assim que concluído.
5.Acerca da ação civil ex delicto, Impede a propositura da ação civil para a
reparação do dano causado pelo fato delituoso:
(1 Ponto)
a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estrito cumprimento de
dever legal.
a decisão que julgar extinta a punibilidade.
o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação.
a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime.
6.Após uma partida de futebol amador, realizada em 03/05/2018, o atleta
André se desentendeu com jogadores da equipe adversária. Ao final do
jogo, dirigiu-se ao estacionamento e encontrou, em seu carro, um bilhete
anônimo, em que constavam diversas ofensas à sua honra. Em
28/06/2018, André encontrou um dos jogadores da equipe adversária,
Marcelo, que lhe confessou a autoria do bilhete, ressaltando que Luiz e
Rogério também estavam envolvidos na ofensa.  André, em 17/11/2018,
procurou seu advogado, apresentando todas as provas do crime
praticado, manifestando seu interesse em apresentar queixa-crime contra
os três autores do fato. Diante disso, o advogado do ofendido, após
procuração com poderes especiais, apresenta, em 14/12/2018, queixa-
crime em face de Luiz, Rogério e Marcelo, imputando-lhes a prática dos
crimes de calúnia e injúria.  Após o recebimento da queixa-crime pelo
magistrado, André se arrependeu de ter buscado a responsabilização
penal de Marcelo, tendo em vista que somente descobriu a autoria do
crime em decorrência da ajuda por ele fornecida. Diante disso, comparece
à residência de Marcelo, informa seu arrependimento, afirma não ter
interesse em vê-lo responsabilizado criminalmente e o convida para a
festa de aniversário de sua filha, sendo a conversa toda registrada em
mídia audiovisual.

Considerando as informações narradas, é correto afirmar que o(a)


advogado(a) dos querelados poderá:
(3 Pontos)

O perdão do ofendido aceito é causa extintiva da punibilidade,


prevista no artigo 107, V, 2ª parte do CP, que apenas incidirá
após o oferecimento da ação penal privada e antes do trânsito
em julgado da sentença penal condenatória.
Na verdade, o perdão opera como uma desistência do
prosseguimento do feito ou o desinteresse que haja uma
condenação irrecorrível contra o querelado.

Contudo, o perdão em pauta é ato bilateral, ou seja, só terá


efeito de extinguir a punibilidade se for aceito pelo querelado.
Desta forma, não basta o querelante conceder o perdão ao
querelado, devendo este aceitá-lo para que produza seus
jurídicos efeitos.

Quanto mais não seja, havendo concurso de pessoas, o perdão


ofertado a um dos querelados, a todos se estenderá, ou dizendo
de outra maneira, se o querelante ofertou o perdão a um dos
agentes, mas não aos outros, todos terão oportunidade para
aceitar ou rejeitar o perdão, nos moldes do artigo 51 do CPP.
Porém a aceitação do perdão é ato personalíssimo e somente
produzirá seus efeitos àquele querelado que aceitou o perdão,
devendo o processo continuar, ou a sentença condenatória
transitar em julgado, se o feito estiver nesta fase, em relação
aquele (s) que rejeitaram o perdão.

Na verdade, há sentido em não aceitar o perdão. Imagine


aquele indivíduo que esta sofrendo uma ação penal privada,
mas que não cometeu o delito que lhe está sendo imputado na
queixa-crime. Certamente não aceitará o perdão, provará sua
inocência e ingressar com as medidas judiciais cabíveis contra
o autor da queixa.

Ademais, o perdão do ofendido poderá ser aceito pelo


querelado, por meio de procurador com poderes especiais
(artigo 55 do CPP).
O perdão do ofendido poderá ser expresso, tácito, processual e
extraprocessual.

O perdão do ofendido expresso, ocorre através de declaração


expressa nos autos, devendo o querelado ser intimado no prazo
de 3 (três) dias para manifestar-se sobre a proposta, de acordo
com o disposto na 1ª parte do artigo 58 do CPP.
Por sua vez, o perdão tácito, se dá quando notificado do perdão
concedido pelo ofendido, o querelado permanece em silêncio
dentro do prazo legal 3 (três) dias, nos termos da 2ª parte do
artigo 58 do CPP.
Por derradeiro, o perdão do ofendido processual é aquele que
ocorre dentro dos autos do processo e o extraprocessual, fora
dos respectivos autos, devendo constar de declaração assinada
pelo querelado, por seu representante legal ou procurador com
poderes especiais, com fundamento no artigo 59 do CPP.

Enviar-me um email de confirmação de minhas respostas


Enviar

Está previsto no art. 107, inciso V, CP, que o perdão do ofendido, quando aceito pelo
querelado, é causa de extinção de punibilidade. O intervalo de tempo para ofertar o perdão
compreende do oferecimento da ação penal privada até antes do trânsito em julgado.
Havendo concurso de pessoas a todos se estenderá, art. 51 do CPP, mas a aceitação do
perdão é ato personalíssimo e somente produzirá seus efeitos àquele querelado que aceitar
o perdão. O perdão do ofendido poderá ser aceito pelo querelado, por meio de procurador
com poderes especiais - art. 55 do CPP, e poderá ser expresso, tácito, processual e
extraprocessual.

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