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DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL PENAL

PROFESSOR: LÍVIA FERNANDES @prof.livia_fernandes

RESOLUÇÃO DE QUESTÕES

01 - Através do oferecimento de denúncia, o Ministério Público inicia um processo em que se imputa


a determinada pessoa um crime de ação penal pública.
Com base nas previsões do Código de Processo Penal, existem formalidades legais que devem ser
observadas pelo Promotor de Justiça no momento de apresentar a inicial acusatória.
A denúncia deverá conter:
A. a classificação do crime, a qual não vincula o magistrado, que poderá dar nova classificação
jurídica no momento da sentença com base em novos fatos descobertos durante a instrução, ainda
que sem qualquer alteração da inicial acusatória;
B. a qualificação do acusado, mas, caso sua identificação através do nome seja desconhecida,
poderão constar esclarecimentos pelos quais possa ser identificado, tornando certa a identidade
física;
C. a exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias, não podendo a agravante da
reincidência ser reconhecida se não imputada na inicial acusatória;
D. a classificação do crime, que vinculará o magistrado no momento da sentença, ainda que não
haja necessidade de alteração dos fatos narrados;
E. o rol de testemunhas, computando-se no limite máximo as testemunhas referidas.

02 - João ofereceu queixa-crime em face de José, imputando-lhe a prática do crime de calúnia


majorada. No curso da instrução, após recebimento da queixa-crime, João não compareceu para
dar prosseguimento ao feito, sendo certificado pelo oficial de justiça que não foi possível intimar
João pelo fato de a área de sua residência ser de risco. O Ministério Público, na qualidade de custos
legis, através de seus próprios servidores, auxiliou o Oficial de Justiça e foi realizada a intimação
do querelante para dar prosseguimento ao feito e informando sobre a data da audiência designada.
Passados 30 (trinta) dias, João manteve-se inerte e não compareceu à audiência de instrução e
julgamento.
Considerando apenas os fatos narrados, é correto afirmar que:
A. o reconhecimento da extinção da punibilidade em razão do perdão do ofendido ocorrido depende
de requerimento do Ministério Público, não podendo ser declarada de ofício pelo magistrado;
B. a perempção restou configurada, gerando a extinção da punibilidade do agente, aplicando-se o
princípio da disponibilidade das ações penais privadas;
C. a renúncia restou configurada, gerando a extinção da punibilidade do querelado, em respeito ao
princípio da oportunidade das ações penais privadas;
D. o perdão do ofendido restou configurado, gerando a extinção da punibilidade do querelado,
independentemente de sua concordância;
E. o procedimento deve prosseguir, cabendo ao Ministério Público assumir o polo ativo diante da
omissão do querelante.

03 - Hugo foi vítima de crime de dano simples, tendo ele identificado que a autora do fato seria sua
ex-namorada Joana. Acreditando que a ex-namorada adotou o comportamento em um momento de
raiva, demonstra seu desinteresse em vê-la processada criminalmente. Ocorre que os fatos
chegaram ao conhecimento da autoridade policial e do Ministério Público.
Considerando que o crime de dano simples é de ação penal privada, se aplica, ao caso, o princípio
da:
A. indivisibilidade, de modo que Hugo tem obrigação de apresentar queixa-crime em desfavor de
todos os autores do fato, a partir da identificação da autoria;
B. disponibilidade, podendo, porém, o Ministério Público oferecer denúncia em caso de omissão do
ofendido pelo prazo de 06 (seis) meses;
C. obrigatoriedade, devendo Hugo apresentar queixa-crime em desfavor de Joana, sob pena de
intervenção do Ministério Público;
D. disponibilidade, de modo que deve ser reconhecido que houve, na hipótese, perempção;
E. oportunidade, de modo que cabe a Hugo decidir por apresentar ou não queixa-crime em desfavor
de Joana.

04 - A ação penal pode ser iniciada através do oferecimento de denúncia, nas ações penais
públicas, ou queixa, nas ações penais privadas, cada uma das espécies de ação possuindo tratando
próprio previsto no Código de Processo Penal.
São aplicáveis às ações penais de iniciativa privada os princípios da:
A. oportunidade, disponibilidade e indivisibilidade;
B. obrigatoriedade, disponibilidade e indivisibilidade;
C. conveniência, disponibilidade e divisibilidade;
D. oportunidade, indisponibilidade e intranscendência;
E. conveniência, divisibilidade e intranscendência.
05 - O Código de Processo Penal prevê uma série de institutos aplicáveis às ações penais de
natureza privada.
Sobre tais institutos, é correto afirmar que:
A. a renúncia ao exercício do direito de queixa ocorre antes do oferecimento da inicial acusatória,
mas deverá ser expressa, seja através de declaração do ofendido seja por procurador com poderes
especiais;
B. o perdão do ofendido oferecido a um dos querelados poderá a todos aproveitar, podendo, porém,
ser recusado pelo beneficiário, ocasião em que não produzirá efeitos em relação a quem recusou;
C. a renúncia ao exercício do direito de queixa ocorre após o oferecimento da inicial acusatória,
gerando extinção da punibilidade em relação a todos os querelados;
D. a decadência ocorrerá se o ofendido não oferecer queixa no prazo de 06 meses a contar da data
dos fatos, sendo irrelevante a data da descoberta da autoria;
E. a perempção ocorre quando o querelante deixa de comparecer a atos processuais para os quais
foi intimado, ainda que de maneira justificada.

06 - Aberto inquérito para apurar a prática do crime de roubo majorado pela restrição da liberdade
da vítima, na forma do Art. 157, §2º, V, do Código Penal, praticado em 05/01/2021, a autoridade
policial, presentes fundados indícios de autoria, entendeu ser imprescindível às investigações a
decretação da prisão temporária do indiciado Henrique, ainda que esse possua residência fixa.
Diante da situação apresentada, a prisão temporária do agente:
A. poderá ser decretada pelo juiz, ainda que de ofício, pelo prazo inicial máximo de cinco dias;
B. poderá ser decretada pelo juiz, mediante representação, pelo prazo inicial de trinta dias;
C. não poderá ser decretada, por não se tratar de crime hediondo ou previsto no rol da legislação
aplicável;
D. não poderá ser decretada pelo juiz, pois o acusado possui residência fixa;
E. poderá ser decretada pelo juiz, por representação do delegado, dispensada a manifestação do
Ministério Público.

07 - Mendel foi preso em flagrante pela prática do crime de furto, punível com pena de reclusão de
1 a 4 anos e multa, constando de sua folha de antecedentes criminais diversos outros processos
pela prática de delitos da mesma natureza. Após Mendel ser apresentado à autoridade policial, o
delegado de polícia:
A. poderá conceder liberdade provisória com ou sem fiança;
B. poderá arbitrar fiança, cumulada com outras medidas cautelares alternativas;
C. poderá arbitrar fiança e deixar de lavrar o auto de prisão em flagrante, diante da pena máxima
em abstrato do delito;
D. poderá deixar de arbitrar fiança, caso presentes requisitos que autorizem a decretação da prisão
preventiva;
E. não poderá arbitrar fiança, em razão da pena máxima cominada ao delito

08 - Kevin foi preso pela prática do crime de lesão corporal grave (Art. 129, §1º, inciso I, do CP),
com pena de reclusão de 1 a 5 anos.
Considerando o crime praticado por Kevin, a fiança:
A. não poderá ser fixada pela autoridade policial, mas tão só pelo magistrado, pois relevante para
tal definição a pena máxima prevista em abstrato e não a mínima;
B. poderá ser fixada pela autoridade policial, em razão da pena mínima cominada ao delito
praticado;
C. não poderá ser concedida em nenhuma espécie, considerando a pena em abstrato do delito,
ainda que não tenha natureza de crime hediondo;
D. não poderá ser substituída, uma vez fixada, por liberdade provisória ou dispensada pelo
magistrado, ainda que se trate de acusado economicamente pobre;
E. não poderá ser concedida na delegacia nem em juízo, por tratar-se de crime equiparado a
hediondo.

09 - Durante investigação da prática de crime grave, antes do oferecimento da denúncia, ao receber


o inquérito policial ainda não relatado apenas com solicitação de novo prazo para diligências, o
Promotor de Justiça encaminha, ao Poder Judiciário, promoção com requerimento apenas de busca
e apreensão residencial em desfavor de João, indiciado. Considerando que João era reincidente na
prática de crimes, o juiz entendeu por deferir a busca e apreensão, mas também por decretar a
prisão preventiva do indiciado, sem manifestação do Ministério Público sobre o tema.
Com base apenas nas informações narradas, de acordo com as previsões do Código de Processo
Penal, é correto afirmar que a prisão preventiva é:
A. legal e desnecessária, tendo em vista que as diversas condenações anteriores não podem
fundamentar risco de reiteração delitiva, cabendo revogação da prisão;
B. legal e necessária, tendo em vista que a lei admite que a prisão preventiva seja decretada de
ofício pela autoridade judicial e o risco de reiteração pode ser constatado pelas condenações
anteriores
C. ilegal, pois não cabe prisão preventiva durante as investigações, mas tão só prisão temporária,
mesmo com requerimento do Ministério Público, cabendo revogação da prisão;
D. ilegal, tendo em vista que não poderia ter sido decretada de ofício na hipótese, cabendo
relaxamento da prisão;
E. ilegal, tendo em vista que não poderia ter sido decretada de ofício na hipótese, cabendo
revogação da prisão.
10 - A Lei nº 12.403/11 disciplinou, no Código de Processo Penal, o instituto da prisão domiciliar,
que será aplicada em substituição à prisão preventiva, diferente do que ocorre com a prisão
albergue domiciliar prevista na Lei de Execução Penal.
A prisão domiciliar prevista no art. 318 do Código de Processo Penal será admitida quando:
A. a ré tiver filho de até 12 anos de idade incompletos, ainda que não seja a única responsável pelo
sustento da criança;
B. a ré estiver grávida, desde que seja de risco a gravidez ou a gestação ultrapasse 07 meses;
C. o réu, ainda que não genitor, for imprescindível aos cuidados de criança de até 12 anos de idade;
D. a ré tiver filho de até 18 anos incompletos, desde que seja a única responsável pelo sustento da
criança/adolescente;
E. o réu for pai de filho de até 14 anos de idade incompletos, desde que seja o único responsável
pela criança/adolescente.

GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
B B E A B B D A D A
DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA
PROFESSOR: MARCELO RIBEIRO @Profmarceloribeiro07

RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
01. Assinale a opção em que a frase mostra erro de concordância nas expressões percentuais.

a) No Brasil, apenas 1% têm tudo.


b) Apenas 10% das prostitutas caem na vida.
c) Mais valem 10% de mil do que 100% de dez.
d) O Brasil é o único país do mundo com 110% de corrupção.
e) Havia 50% de bons ladrões no tempo de Cristo.

Leia o texto.

Ele era um garoto triste. Procurava estudar muito.


Na hora do recreio ficava afastado dos colegas, como se estivesse procurando alguma coisa.
Todos os outros meninos zombavam dele, por causa das suas meias vermelhas.
Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele só usava meias vermelhas. Ele falou, com
simplicidade: "No ano passado, quando fiz aniversário, minha mãe me levou ao circo. Colocou em
mim essas meias vermelhas. Eu reclamei. Comecei a chorar. Disse que todo mundo ia rir de mim,
por causa das meias vermelhas.
Mas ela disse que tinha um motivo muito forte para me colocar as meias vermelhas. Disse que se
eu me perdesse, bastaria ela olhar para o chão e quando visse um menino de meias vermelhas,
saberia que o filho era dela.
" "Ora", disseram os garotos, "mas você não está num circo. Por que não tira essas meias vermelhas
e as joga fora?"
O menino das meias vermelhas olhou para os próprios pés, talvez para disfarçar o olhar lacrimoso
e explicou:
"É que a minha mãe abandonou a nossa casa e foi embora. Por isso eu continuo usando essas
meias vermelhas. Quando ela passar por mim, em qualquer lugar em que eu esteja, ela vai me
encontrar e me levará com ela."

02. “Ele era um garoto triste. Procurava estudar muito”. Esse primeiro parágrafo do texto 1 é formado
por duas orações. A respeito da estrutura desse parágrafo, a afirmativa correta é:
a) a segunda oração é consequência da primeira;
b) a primeira oração é condição da segunda;
c) as duas orações são independentes semanticamente;
d) a segunda oração é explicação da primeira;
e) as duas orações são interdependentes.
03. Apesar de narrativo, o texto 1 tem seu primeiro parágrafo no formato descritivo. Nessa descrição,
o autor procura:
a) dar marcas físicas e psicológicas do personagem;
b) mostrar aspectos psicológicos do menino;
c) situar a narrativa num momento temporal passado;
d) caracterizar o espaço físico onde vão ocorrer os fatos;
e) indicar traços da personalidade do menino que irão alterar-se.

04. “Na hora do recreio ficava afastado dos colegas, como se estivesse procurando alguma coisa”.
A forma de reescrever esse segmento do texto 1 que altera o seu significado original é:
a) Na hora do recreio, como se estivesse procurando alguma coisa, ficava afastado dos colegas;
b) Ficava afastado dos colegas na hora do recreio, como se estivesse procurando alguma coisa;
c) Ficava afastado dos colegas, como se estivesse procurando alguma coisa, na hora do recreio;
d) Como se estivesse procurando alguma coisa, ficava afastado dos colegas na hora do recreio;
e) Como se estivesse procurando alguma coisa na hora do recreio, ficava afastado dos colegas.

05. “Todos os outros meninos zombavam dele, por causa das suas meias vermelhas”. A causa da
zombaria se explica pelo fato de:
a) as meias vermelhas não fazerem parte do uniforme escolar;
b) a cor vermelha ser predominantemente usada pelas meninas; c) a cor vermelha das meias não
ser de uso comum; d) o vermelho ser uma cor que expressa urgência e desespero;
e) a cor vermelha ser de uso exclusivo de militares.

06. “Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele só usava meias vermelhas”. Nesse segmento
do texto 1 há um erro gramatical, que é:
a) empregar-se “o cercaram” em lugar de “lhe cercaram”;
b) haver vírgula após a expressão “Um dia”;
c) usar-se “lhe perguntaram” em lugar de “o perguntaram”;
d) grafar-se “porque” em vez de “por que”;
e) escrever-se “só usava” em lugar de “usava só”.

07. “Disse que todo mundo ia rir de mim, por causa das meias vermelhas”. Esse segmento do texto
1 está em discurso indireto; a frase correspondente em discurso direto é:
a) todo mundo vai rir de mim, por causa das meias vermelhas;
b) todo mundo riu de mim, por causa das meias vermelhas;
c) todo mundo rirá de mim, por causa das meias vermelhas;
d) todo mundo irá rir de mim, por causa das meias vermelhas;
e) todo mundo ria de mim, por causa das meias vermelhas.

08. Há uma série de ligações lógicas entre várias passagens do texto 1; o valor semântico correto
de uma dessas ligações é:
a) “Disse que todo mundo ia rir de mim, por causa das meias vermelhas” / consequência;
b) “Mas ela disse que tinha um motivo muito forte para me colocar as meias vermelhas” / causa;
c) “Na hora do recreio ficava afastado dos colegas, como se estivesse procurando alguma coisa” /
conformidade;
d) “Quando ela passar por mim, em qualquer lugar em que eu esteja, ela vai me encontrar e me
levará com ela." / companhia;
e) “Quando ela passar por mim, em qualquer lugar em que eu esteja, ela vai me encontrar e me
levará com ela." / lugar.

09. Ele falou, com simplicidade: "No ano passado, quando fiz aniversário, minha mãe me levou ao
circo. Colocou em mim essas meias vermelhas. Eu reclamei. Comecei a chorar. Disse que todo
mundo ia rir de mim, por causa das meias vermelhas. Mas ela disse que tinha um motivo muito forte
para me colocar as meias vermelhas. Disse que se eu me perdesse, bastaria ela olhar para o chão
e quando visse um menino de meias vermelhas, saberia que o filho era dela." Sobre os sinais de
pontuação e sinais gráficos empregados nesse segmento do texto, é correto afirmar que:
a) as aspas são empregadas para destacar um segmento importante da narrativa;
b) o emprego de vírgula após “Ele falou” é obrigatório;
c) o emprego de dois pontos após “colocar as meias vermelhas” seria também adequado;
d) o emprego de ponto entre “Eu reclamei” e “Comecei a chorar” é incorreto, já que se deveria
empregar a conjunção “e”;
e) o emprego de uma vírgula antes de “quando visse um menino de meias vermelhas” é optativo.

10. Sobre a estrutura narrativa do texto 1, é correto afirmar que:


a) o narrador é personagem da narrativa;
b) a narrativa é realizada em primeira pessoa;
c) o tempo da história narrada é identificado;
d) o espaço da história narrada é claramente definido;
e) o protagonista da narrativa dá título ao texto.

11. O texto 2 é parte de um poema moderno de Thiago de Mello. A expressão “Fica decretado”
insere poeticamente o texto 2 entre os textos:
a) instrucionais;
b) preditivos;
c) publicitários;
d) argumentativos;
e) normativos.

12. Entre as duas partes do texto 2 (versos 1-3 e 4-5) há um problema de construção, que é:
a) a falta de paralelismo;
b) a presença de ambiguidade;
c) a troca indevida entre parônimos;
d) a independência semântica das duas partes;
e) o emprego de diferentes tempos verbais.

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.
GABARITO A C B E C D ANULADA D C E
11. 12.
E A

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