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DIREITO DO

CONSUMIDOR
AULA 2
• 4 A PROTEÇÃO ATUAL DO CONSUMIDOR BRASILEIRO - A LEI Nº. 8078 DE 1990.
• 4.1 Introdução
• 4.2 A Lei 8.078/90 como microssistema jurídico
• 4.3 A Natureza Jurídica do Código de Defesa do Consumidor
• 4.3.1 Vulnerabilidade do Consumidor
• 4.3.2 Conceito e objeto
• 4.4 Princípios constitucionais do Código de Defesa do Consumidor
• 4.4.1 Princípio da Legalidade
• 4.4.2 Princípio da Isonomia
• 4.4.3 Princípio do acesso ao judiciário
• 4.4.4 Livre concorrência
• 4.4.5 Princípio da defesa do consumidor
• 4.4.6 Princípio da defesa do meio ambiente
4 A PROTEÇÃO ATUAL DO CONSUMIDOR
BRASILEIRO. A LEI Nº. 8078 DE 1990.

• Com o advento da Constituição Federal de 1988, a


Constituição Cidadã, consagrou-se a proteção do
consumidor como direito fundamental e princípio
da ordem econômica (arts. 5º, XXXII, e 170, V),
cabendo ao Estado a promoção da defesa do
consumidor, na forma da lei.
• A orientação trazida pela Constituição de 1988 para a promulgação de
um código específico de proteção dos consumidores foi cumprida com
a colaboração inestimável de vários juristas do mais alto preparo, e
resultou no anteprojeto do Código de Defesa do Consumidor (CDC)
com 119 artigos, aprovado pelo Congresso Nacional, cujo início de
vigência se deu em 11 de março de 1991.

• O conteúdo da Lei nº 8.078/90 (CDC) trouxe regras e princípios que a


tornaram uma das leis mais avançadas de defesa dos consumidores em
todo o mundo.

• O CDC foi organizado na forma de um Código (conjunto estruturado de


leis) e está dividido basicamente em uma parte geral na qual constam
disposições de regras e princípios gerais (do artigo 1º ao 7º) e regras
específicas sobre os mais variados instrumentos e institutos de
proteção ao consumidor, reunindo a disciplina de assuntos rela-vos ao
Direito Civil, ao Direito Penal, ao Direito Administrativo, ao Direito
Processual Civil e Processual Penal.
4.2 A Lei 8.078/90 como microssistema
jurídico
• A verdade é que o Código de Defesa do
Consumidor, tal como elaborado, é uma verdadeira
Lei especial.

• Não em relação ao seu conteúdo, mas sim pela


pessoa que ele busca tutelar por imposição
constitucional, o consumidor, seja ele pessoa física,
jurídica, ou uma coletividade, determinada ou não
de consumidores.
• Trata−se, portanto, de um microssistema de proteção e defesa
do consumidor, com regras e princípios próprios. Um
microssistema próprio que será aplicado sempre que se estiver
diante de uma relação jurídica de consumo, não importando o
seu conteúdo, qualquer que seja o ramo do direito, sendo
desimportante a data em que foi celebra- do, bastando que seus
efeitos se deem já na vigência da Lei 8.078/90.

• Dessa forma, percebe−se que o Código de Defesa do Consumidor


possui uma posição de destaque dentro do ordenamento
jurídico, sendo, portanto, uma norma supralegal, com uma
malha principiológica própria, certo que, em eventual conflito
aparente de normas, deve- rá ser aplicada aquela que melhor
proteger e tutelar o vulnerável, tal como preconiza a teoria do
diálogo das fontes, positivada no art. 7º do CDC, verbis:
• “Art. 7° Os direitos previstos neste código não
excluem outros de- correntes de tratados ou
convenções internacionais de que o Brasil seja
signatário, da legislação interna ordinária, de
regulamentos expedidos pelas autoridades
administrativas competentes, bem como dos que
derivem dos princípios gerais do direito, analogia,
costumes e equidade”.
• Ademais, importante deixar registrado que na
forma do art.24, §§ 1º, 3º e 4º da CRFB, os Estados
também estão autorizados a legislar sobre matéria
de consumo.

• Entretanto, as normas Estaduais somente terão


aplicação quando da ausência de regramento
próprio no CDC ou quando a Lei 8.078/90 for
omissa e a Legislação Estadual não colidir com seus
princípios.
• Antes de se adentrar no estudo das regras previstas
no CDC, imprescindível se faz o conhecimento dos
princípios que lhe são inerentes, que funcionam
como vetores de interpretação de todo o micros-
sistema, sendo, portanto, toda a base e alicerce
desse sistema especial, destinado a tutelar e
proteger esse sujeito especial e mais fraco, o
consumidor.
4.3 A Natureza Jurídica do Código de
Defesa do Consumidor
• O CDC é uma norma de ordem pública e interesse social
que se originou de modo especial e diferente de outras
leis vigentes no País. Isto porque o CDC foi elaborado em
decorrência de um
comando contido no Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias (ADCT), parte da Constituição Federal de
1988 que, em seu artigo 48, assim determinou:

• “O Congresso Nacional, dentro de cento e


vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará
Código de Defesa do Consumidor”.
• Em 11 de setembro de 1990, por meio da Lei nº
8.078/90, surgiu o Código de Defesa do
Consumidor - CDC, que assegura o reconhecimento
da vulnerabilidade do consumidor e estabelece o
princípio da boa-fé como basilar das relações de
consumo.
4.3.1 Vulnerabilidade do
Consumidor
• O reconhecimento da vulnerabilidade do
consumidor pode ser presumida ante o fato de ser
este destinatário final dos produtos e serviços
disponibilizados pelo fornecedor no mercado de
consumo. Trata-se de um princípio do direito
consumerista previsto no artigo 4º, inciso I, do CDC:

• “Art. 4º. I - reconhecimento da vulnerabilidade do


consumidor no mercado de consumo;”
• O reconhecimento da vulnerabilidade decorre do
princípio constitucional da isonomia que confere
tratamento desigual aos desiguais.

• A ideia é exatamente tratar de maneira desigual


duas pessoas que no momento da contratação
estão em situações diferentes, com o intuito de
equipará-las, equilibrando a relação jurídica.
• Três são os tipos de vulnerabilidade:

• a) Técnica – quanto a conhecimentos acerca das


características e utilidade do produto ou serviço adquirido;

• b) Jurídica – decorrente da inexperiência do consumidor


quanto ao mercado e da ausência de assessoria jurídica e
contábil quanto aos termos da contratação;

• c) Fática – decorrente das circunstâncias de fato que levam o


fornecedor a ser superior financeira, social e culturalmente;
Vulnerabilidade agravada do consumidor
criança
- Art. 227, CF protege a criança.
- Pesquisas recentes: importância de crianças na definição dos
hábitos de consumo dos adultos, tanto em relação a produtos
de interesse do menor, quanto da própria família (2013).
- Marketing são sedutores aos consumidores em geral. Com
maior intensidade a crianças e adolescentes.
- Por não ter uma formação intelectual completa deixam-se
influenciar mais facilmente.
- Publicidade: art. 37, parágrafo 2º, CDC.
- Cláusula abusiva: 39, IV, CDC
- Órgãos públicos devem realizar maior fiscalização neste setor.  
Obs: CONANDA aprovou resolução que proíbe a
publicidade direcionada a crianças (Conselho
Nacional dos direitos da criança e do adolescente).

O texto declara como abusiva, portanto ilegal, toda


forma de direcionamento de publicidade e
comunicação mercadológica à criança com a
intenção de persuadi-la para o consumo de qualquer
produto ou serviço.
- 41%: dificuldade dos pais em impor limites aos filhos,
alegando que muitas vezes necessitam dos produtos para
serem aceitos nos grupos sociais;

- 78% dos pais são contrários à publicidade de marcas nas


escolas;

- 65% afirmam que a televisão deveria reduzir as


mensagens comerciais; e

- 64% acreditam que provedores de internet fazem pouco


para proteger as crianças.
(SCHOR, 2009, p.115)
- Moraes (2009) (Pesquisas realizadas na França)

16% Crianças que raramente assistem televisão


pediram brinquedos exibidos pela publicidade.

40% entre as que assistem habitualmente televisão,


fizeram o pedido de compra aos pais.
Vulnerabilidade agravada do consumidor
idoso:
- Idade igual ou superior a 60 anos (art. 1º, Lei 10.741 de 2003).
- Art. 230, CF
- Melhores condições de vida e avanços tecnológicos –
envelhecimento da população.
- Duas categorias trazem tal vulnerabilidade:
- diminuição ou perda de determinadas aptidões físicas ou
intelectuais que o torna mais suscetível e débil em relação à
atuação negocial dos fornecedores (art. 39, IV, CDC – prática
abusiva).
- a necessidade e catividade em relação a determinados
produtos ou serviços no mercado de consumo, que o coloca numa
relação de dependência em relação aos seus fornecedores.
• EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE
CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ALMOFADA DIGITAL.
PROPAGANDA ENGANOSA. VULNERABILIDADE.
IDOSOS. DESCONTO EM BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO. DANO MORAL CARACTERIZADO.
QUANTUM INDENIZATÓRIO MANTIDO. REPETIÇÃO
DE INDÉBITO. (Apelação Cível Nº 70057805434,
Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Jorge Luiz Lopes do Canto, Julgado em
25/03/2014)
• APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. AÇÃO DE RESCISÃO
CONTRATUAL. COMPRA E VENDA DE "TRAVESSEIRO MASSAGEADOR". PROMESSA
DE CURA DOS PROBLEMAS DE POSTURA E DORES MUSCULARES. CONSUMIDORA
LUDIBRIADA. PRÁTICA COMERCIAL ABUSIVA. Caso em que a autora, em situação
de completa vulnerabilidade (idosa e de pouca instrução educacional), adquiriu
"travesseiro massageador" fisioterápico, cujo pagamento se daria por meio de
descontos em sua folha de pagamento de benefícios previdenciários, e que,
segundo prometido por representante da ré, traria inúmeros benefícios à sua
saúde, o que não ocorreu. Agir ilícito da demandada em iludir a consumidora com
promessas de que seria curada de todos os problemas de postura e dores
musculares, em total ofensa à boa-fé, que deve nortear todas as relações de
consumo. Prática comercial abusiva que impõe seja rescindida a relação comercial
travada entre as partes, com a devolução do valor investido pela demandante.
Sentença integralmente mantida. Precedentes desta Corte. APELAÇÃO
DESPROVIDA. (Apelação Cível Nº 70049611213, Décima Segunda Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ana Lúcia Carvalho Pinto Vieira Rebout, Julgado
em 15/08/2013).
A vulnerabilidade técnica ou também
técnico-profissional
Se baseia na falta de conhecimentos específicos sobre o objeto que
o consumidor está adquirindo. Ele não tem os conhecimentos
técnicos necessários para saber como foram elaborados os
produtos ou como são prestados os serviços no mercado.

Cavalieri Filho (Programa de Direito do Consumidor, p. 49/50).


- Publicidade da indústria do leite incentiva as mães a deixarem de
dar leite materno para darem mamadeira

“o que resultou em dramático problema de saúde pública e


desnutrição, lesando toda uma geração”
• Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO.
SERVIÇO DE TELEFONIA. RELAÇÃO DE CONSUMO
INTERMEDIÁRIA. VULNERABILIDADE TÉCNICA. APLICABILIDADE DO
CDC . - Mesmo quando a contratação do serviço de telefonia ocorre
para o incremento de atividade produtiva, caracterizando consumo
intermediário, a demonstração de vulnerabilidade técnica do
contratante em face do fornecedor impõe a aplicação das regras
protetivas do Código de Defesa do Consumidor . - Provada a
cobrança indevida e não sendo ela decorrente de engano
justificável, posto que, abusiva e eivada de má-fé, a repetição do
indébito deve ocorrer por valor igual ao dobro daquele que foi pago
(artigo 42 , parágrafo único , do Código de Defesa do Consumidor ).
(TJ-MG - Apelação Cível AC 10035100133772001 MG (TJ-MG), Data
de publicação: 01/03/2013).
Obs:

- Presumida para o consumidor não-profissional


- Pode atingir o profissional?

Marques (1998, p. 147-148), “A vulnerabilidade


técnica, no sistema do CDC, é presumida para o
consumidor não profissional, mas também pode
atingir o profissional, destinatário final fático do bem.”
A vulnerabilidade jurídica
- Início: corte alemã – proteção do consumidor de
financiamentos e empréstimos bancários.

- Se manifesta na formação dos contratos, com o


aparecimento e consolidação dos contratos de massa
(contratos de adesão).

- antes, durante e após a relação de consumo.


Vulnerabilidade e
hipossuficiência
O conceito de consumidor está intimamente
vinculado ao princípio da vulnerabilidade. É
importante que não se faça confusão ou se tenha
como sinônimos vulnerabilidade e hipossuficiência.
- Hipossuficiência – art.6º, VIII, CDC
A noção de hipossuficiência parece como critério de
avaliação judicial para a decisão sobre a possibilidade
ou não de inversão do ônus da prova em razão do
consumidor.
Vulnerabilidade como privilégio?
A vulnerabilidade como princípio proposto pelo
Código de Defesa do Consumidor não é privilégio ou
um favorecimento ao consumidor, mas apenas um
princípio colocado para tratar os desiguais de forma
desigual e com isso alcançar a igualdade.

Os princípios e as regras que integram o CDC não


surgiram para favorecer o consumidor, mas somente
para proporcionar o mesmo tratamento.
Princípio da Hipossuficiência
• Diferenciando os institutos da vulnerabilidade e da
hipossuficiência, Leandro Lages afirma que (2014, pg. 58):

• A vulnerabilidade independe da condição social, cultural ou


econômica do consumidor, caracteriza-se pelo fato de o
consumidor desconhecer as técnicas de produção.

• O consumidor hipossuficiente, além de desconhecer as


técnicas de produção, tem a sua situação agravada em virtude
de fatores econômicos, sociais e culturais, justificando a
concessão de direitos e garantias extras, como a inversão do
ônus da prova.
• Trata-se, pois, de princípio previsto no artigo 6º, inciso VIII, do CDC e que
estabelece como instrumento facilitador da defesa do consumidor em
juízo a inversão do ônus da prova:

• Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do
ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz,
for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as
regras ordinárias de experiências;

• Assim, a vulnerabilidade é instituto de direito material, tendo presunção


absoluta. Enquanto isso, a hipossuficiência paira na parte processual,
tendo presunção relativa. 

• “Todo consumidor é vulnerável, mas nem todo


consumidor é hipossuficiente.” (Tartuce, 2016, pg. 37).
Princípio da Boa-fé objetiva
• Já o princípio da boa-fé objetiva está previsto no inciso
III, do artigo 4º, do CDC, segundo o qual:

• Art. 4º. III - harmonização dos interesses dos


participantes das relações de consumo e
compatibilização da proteção do consumidor com a
necessidade de desenvolvimento econômico e
tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais
se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição
Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas
relações entre consumidores e fornecedores;
• A boa-fé está presente nos contratos atuais, que afasta a
concorrência desleal, o abuso do poder econômico, a
formulação dos contratos com expressões que não se entendem
e que tornam o contrato prejudicial para o consumidor.

• Para Flávio Tartuce (2016, pg. 42): A boa-fé objetiva traz a ideia
de equilíbrio negocial, que, na ótica do Direito do Consumidor,
deve ser mantido em todos os momentos pelos quais passa o
negócio jurídico.

• boa fé ainda pode ser: - subjetiva: não é princípio jurídico, é


um estado psicológico: diz respeito à ausência de conhecimento
sobre determinado fato, ou simplesmente a falta de intenção
em prejudicar outrem.
Princípio da Transparência ou
Confiança
Dentre os princípios do direito do consumidor está o da tutela da
informação, que possui no mundo jurídico duas faces: o dever de
informar e o dever de ser informado.

De acordo com o caput do artigo 4º, do CDC, é diretriz do direito do


consumidor a transparência e harmonia nas relações de consumo:

Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo


o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua
dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses
econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a
transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os
seguintes princípios.
• Por outro lado, o artigo 6º, inciso III, estabelece que
a informação clara e adequada sobre os produtos e
serviços é direito básico do consumidor:

• Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

• III - a informação adequada e clara sobre os


diferentes produtos e serviços, com especificação
correta de quantidade, características, composição,
qualidade, tributos incidentes e preço, bem como
sobre os riscos que apresentem;
• Percebam que tal princípio é tão forte que necessário que o
produto informe inclusive a quantidade, característica,
composição, tributos incidentes e preço,
bem como os eventuais riscos que apresentem.

• Além disso, o parágrafo único do artigo 6º, do CDC, estabelece


que a informação deve ser acessível à pessoa com deficiência,
observadas as regras dispostas em regulamento:

• Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput


deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência,
observado o disposto em regulamento.
Princípio da Função Social do Contrato
• Tradicionalmente, o direito civil prega a ideia da força
obrigatória dos contratos (pacta sunt servanda).
Contudo, no direito do consumidor, há que se analisar a
função social do contrato, não podendo se aceitar cláusulas
draconianas e prejudiciais aos consumidores, naturalmente
vulneráveis ante os fornecedores.

• Assim, em oposição a esta força obrigatória dos contratos,


tem-se a Teoria da Imprevisão, consubstanciada na cláusula
rebus sic standibus, segundo a qual é possível se relativizar a
força obrigatória dos contratos na esfera do Direito do
Consumidor.
• Trata-se, inclusive de direito básico previsto no artigo 6º, inciso
V, do CDC:

• Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

• V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam


prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;

• Para Flávio Tartuce (2016, pg. 52): O objetivo principal da


função social dos contratos é tentar equilibrar uma situação
que sempre foi díspar, em que o consumidor sempre foi vítima
das abusividades da outra parte da relação de consumo.
Princípio da Equivalência
Negocial
• De acordo com este princípio, deve ser garantido ao
consumidor a igualdade de condições no momento da
contratação com o fornecedor. Trata-se de princípio
previsto como direito básico do consumidor no inciso II,
do artigo 6º, do CDC:

• Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

• II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado


dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de
escolha e a igualdade nas contratações;
Princípio da Reparação Integral do Dano
• Há ainda o princípio da reparação integral do dano,
previsto no artigo 6º, inciso VI, como direito básico
do consumidor:

• Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

• VI - a efetiva prevenção e reparação de danos


patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos;
• Segundo Flávio Tartuce (2016, pg. 63):
• Tal regramento assegura aos consumidores as efetivas
prevenção e reparação de todos os danos suportados, sejam
eles materiais ou morais, individuais, coletivos
ou difusos.

• Ressalte-se que não apenas a pessoa física pode sofrer dano


moral, mas também a pessoa jurídica, nos termos da Súmula
227 do Stj:

• Súmula 227 – STJ - A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.

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