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PRINCÍPIOS DO DIREITO

DO CONSUMIDOR
Art. 6º CDC
Introdução
• CAPÍTULO II - Da Política Nacional de Relações de
Consumo
• Art. 4º - A Política Nacional das Relações de
Consumo tem por objetivo o atendimento das
necessidades dos consumidores, o respeito à sua
dignidade, saúde e segurança, a proteção de
seus interesses econômicos, a melhoria da sua
qualidade de vida, bem como a transparência e
harmonia das relações de consumo, atendidos os
seguintes princípios:
Princípio da Transparência
• Art. 4º, caput do CDC: Importante função na fase pré-
contratual.
• Geralmente se vincula com o princípio da informação.
• Exs. Plano de saúde que não informa seus usuários do
descredenciamento de médicos e hospitais. Falta de
transparência (e de informação também);
• Apólice de contrato de seguro que coloca em destaque e
de forma expressa as condições do seguro. Não há
violação do princípio da transparência (e de informação);
• Descontar taxa de administração em contrato de
consórcio sem estar expressa no contrato. Há violação ao
princípio da transparência.
Princípio da vulnerabilidade
• Art. 4º, inc. I do CDC: reconhecimento da vulnerabilidade do
consumidor no mercado de consumo.

• O CDC se aplica para relações jurídicas entre desiguais, ou seja,


ele reconhece que o consumidor é vulnerável.
• Não está na mesma posição do fornecedor.
• A vulnerabilidade do consumidor é a principal razão da
existência dos direitos previstos no 
Código de Defesa do Consumidor, que tem caráter protecionista.
• Se o consumidor é a parte vulnerável (mais fraca), faz-se mister
equacionar sua relação perante o fornecedor (isonomia) e,
portanto, deve-se protegê-lo.
• Para haver equilíbrio na relação jurídica.
Princípio da vulnerabilidade
• Todo e qualquer consumidor (pessoa física ou pessoa
jurídica) encontra-se em uma situação de desequilíbrio,
de vulnerabilidade perante os fornecedores.
• O CDC trabalha com a premissa dessa desigualdade
latente em qualquer relação de consumo, buscando,
assim, equilibrar essa relação a partir de normas de
proteção de seus interesses.
• Disso se difere do Código Civil, cujo princípio básico é o
tratamento igualitário das partes na relação, seja pessoas
físicas ou jurídicas ou empresários. Ex.  pacta sunt
servanda nos contratos.
Princípio da vulnerabilidade
• A vulnerabilidade pode ser:

• a) técnica = falta de conhecimentos específicos. Geralmente é


pessoa física, mas pode ser, em alguns casos, pessoa jurídica
também.
• Presume-se para o consumidor não profissional
• b) jurídica = falta de conhecimentos jurídicos, econômicos e
contábeis.
• Presume-se para consumidor pessoa física e consumidor não
profissional.
• Quanto aos profissionais e às pessoas jurídicas presume-se
que devem possuir conhecimento jurídico ou que possam
consultar advogados e profissionais especializados.
• c) fática ou socioeconômica = fornecedor de grande poder
econômico ou posição de monopólio.
Princípio da vulnerabilidade
• Vulnerabilidade versus Hipossuficiência
• A vulnerabilidade é um princípio do Direito do Consumidor
e diz respeito à fragilidade inata do consumidor. O ponto de
vista é objetivo: ser consumidor é ser vulnerável.
• A vulnerabilidade é inerente ao consumidor, mas pode ser
comprovada por uma Pessoa Jurídica.
• Hipossuficiência é um critério para inversão do ônus da
prova.
• Direito Processual. Aqui a presunção é relativa, já que nem
todo consumidor é hipossuficiente. Diferente da
vulnerabilidade, a hipossuficiência parte de um ponto de
vista subjetivo, há análise da baixa condição do sujeito.
• Presunção absoluta (iures et de iure)
Princípio da proteção efetiva
dos consumidores
• Art. 4º, inc. II do CDC: ação governamental no sentido de
proteger efetivamente o consumidor:
• a) por iniciativa direta;
• b) por incentivos à criação e desenvolvimento de
associações representativas;
• c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
• d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões
adequados de qualidade, segurança, durabilidade e
desempenho.
Princípio da boa-fé objetiva
• Art. 4º., inc. III do CDC: harmonização dos interesses dos
participantes das relações de consumo e
compatibilização da proteção do consumidor com a
necessidade de desenvolvimento econômico e
tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais
se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição
Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas
relações entre consumidores e fornecedores.

• Conceito: técnica legislativa = padrão de


comportamento.
Princípio da boa-fé objetiva
• Funções: a) interpretativa; b) supletiva; e c) integrativa.

• Deveres anexos ou laterais ou secundários: exemplo = dever


de informação, dever de lealdade, dever de honestidade,
dever de cooperação e etc.
Princípio da igualdade real
• Art. 5º, caput da CF/88;

• Interpretação conforme à Constituição;

• Igualdade real: impõe um dirigismo estatal para proteger o


mais fraco e reequilibrar as partes (consumidor e fornecedor).
Princípio da melhoria do
mercado de consumo
• Art. 4º, inciso IV do CDC: “IV - educação e informação de
fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e
deveres, com vistas à melhoria do mercado de
consumo;”

• Consumidores conscientes e críticos;

• Instrumentalização: assegurar educação e informação.


Princípio da segurança
• Art. 4º, inciso V do CDC: “V - incentivo à criação pelos
fornecedores de meios eficientes de controle de
qualidade e segurança de produtos e serviços, assim
como de mecanismos alternativos de solução de
conflitos de consumo;”

• Instrumentalização deste princípio: teoria da qualidade


(arts. 18 a 25 do CDC).

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