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consumidor
módulo 3 –
Princípios
Professora: Keila Cristina de Lima Alencar
Ribeiro
Princípio do protecionismo do
consumidor
É um modelo jurídico de atuação composto por valores éticos que estão à base da sociedade
organizada e desempenham a função de sistematizar a ordem jurídica.
A boa-fé não foi inovação advinda do CDC, pois já existia em nosso ordenamento jurídico
desde o Código Comercial de 1850 e inúmeros dispositivos do Código Civil de 1916, porém
era uma boa-fé subjetiva, ou seja, que levava em consideração a análise de aspectos internos
psicológicos dos sujeitos envolvidos na relação.
O CDC traz uma boa-fé objetiva, ou seja, que leva em consideração aspectos externo, tendo
por paradigma o homem honrado, leal e honesto.
Funções do princípio da boa-fé
Exceptio non adimpleti contractus –veda que aquele que não cumpriu sua par te no
contrato exige a prestação da outra par te;
D u t y t o m i t i g a t e t h e l o s s ( O d e ve r d e m i t i g a r a s p r ó p r i a s p e r d as ) – p r o i b ição d o cr e d o r s e
com p or ta r d e m a ne ira e xce s s i va n o e xe r cí cio d e se us d i r e itos, d e ve nd o, a ssi m , e v i tar o
a g rava men to d a s i tu a çã o d o d e ve d or.
A n t e c i p a t o r y b r e a c h ( Q u e b ra a n t e c i p a d a d o c o n t ra t o ) – a s p a r t e s a ve n ç a m o m o m e nt o p a ra o
i n a di mpl e me nto, m a s , e m i n s t a nte s a n t e ri o r a o t e r m o p a c t u a do, u m d o s c o n t ra t a nt e s j á d e m o n s tra
i n e q uí vo c a i n t e nç ã o d e n ã o c u m p r i r a p r e s t a ç ã o.
Princípio da transparência
Daí a razão do princípio da transparência, sendo este um derivado do princípio da boa -fé.
Há quem sustente se tratar de um subprinc ípio da boa -fé objetiva.
Signif ica clareza, nitidez, precisão e sinceridade. Daí porque as informações devem ser
claras, corretas e precisas sobre o produto ou ser viço fornecido.
O dever de informação não tem apenas um viés negativo, mas, também , positivo, no
sentido de o fornecedor adotar todos os procedim ento para informar o consum idor sobre
os produtos e ser viços fornecidos.
Já o direito à informação tem por objetivo promover o completo esclarecim ent o quanto à
escolha plenamente consciente do consum idor, de maneira a equilibrar a relação de
vulnerabilidade, colocando -o em posição de segurança na negociação de consum o acerca
de dados relevantes na compra de um produto ou ser viços fornecido no mercado.
Princípio da confiança
É uma irradiação da boa -fé, sendo sua face subjetiva, e está intimam ente ligado ao
princípio da transparência.
Seria conf iança a credibilidade que o consumidor depositada no produto ou ser viço
como instrumento adequado para alcançar os f ins que razoavelmente deles se
espera.
Prestigia a legítim a expectativa do consum idor acerca do produto ou ser viço adquirido.
Assim , viola o princípio da conf iança toda a conduta que fruste as legitimas expectativas
do consum idor.
Daí porque, em seu ar tigo 30, o CDC prevê que a ofer ta precisa vincula o contrato.
Princípio da vulnerabilidade
Princípio basilar e estruturante das relações de consum o, consagrando -se o consum idor
como a par te mais frágil da relação de consumo.
No que tange a consum idor pessoa jurídica ou prof issional, não vigora tal presunção,
necessitando, assim, de prova in concreto desse desequilíbrio na relação de consum o.
Princípio da vulnerabilidade
Espécies de vulnerabilidade:
Jurídica ou científ ica – falta de conhecim ent o sobre a matéria jurídica ou a respeito de
outros ramos científ icos como economia e contabilidade. Assim , não tem informação sobre
os seus direitos, não tem assistênc ia jurídica, tem dif iculdade de acesso à justiça, etc.
Todo aquele que fornece produtos e ser viços no mercado de consumo tem o dever de
responder pelos eventuais defeitos , independentem ente de culpa.
Assim , considere -se defeituoso o produto ou ser viços quando não oferece a segurança que
dele legitim am ente se espera.
Princípio da função social do contrato
Os contratos não podem mais ser pensados pelo modelo da autonom ia de vontades e força
obrigatória - pacta sunt ser vanda.
Em prol da relativização do pacta sunt ser vanda , o CDC traz o princípio da função social,
cujo objetivo principal é equilibrar uma situação dispare, devendo -se interpretar o
contrato de acordo com o contexto da sociedade.
Princípio da intervenção estatal
O Estado precisa inter vir no mercado de consum o com o objetivo de proteger a par te mais
vulnerável da relação jurídica.
Estado -Adm inis trador –ações governamentais no sentido de proteger efetivam ente o
consum idor, através de i niciat iva direta, incentivo à criação e desenvolvim ent o de
associações representat iva; presença no mercado de consum o; estudo constante da
modif icações do mercado; garantia de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho
de produtos e ser viços.
Princípio da harmonia ou harminização
dos interesses dos participantes
O CDC, apesar de estabelecer uma sistem ática voltada para proteção do consumidor, não
impôs, de forma autoritária um privilégio exclusivo do vulnerável, preconizando que, a s
relações de consumo deve -se buscar associar os seguintes objetivos:
1 . Compatibilizar os interesses dos par ticipant es das relações – as normas não se limitam
a buscar a igualdade entre as par tes, mas conferir direitos aos mais frágeis da relação
e impor deveres aos fornecedores a f im de buscar uma isonom ia material;
O a r t . 4 º, i n c i s o V, d o C D C d i s c i pl i na q u e é p r i n c í p i o b a l i z a do r d a s r e l a ç õ e s d e c o n s u m o o i n c e nti vo à
c r i a ç ã o p e l o s f o r n e c e d o r e s d e m e i o s e f i c i e nte s d e c o n t r o l e d e q u a l i d a de e s e g u ra nç a d e p r o d u t o s e
s e r v i ç o s , a s s i m c o m o d e m e c a ni s mo s a l t e r na ti vo s d e s o l u ç ã o d e c o n f l i t o d e c o n s u m o.
D e s s e m o d o, a L e i n . 1 3 . 4 8 6 / 1 7 p r e c o n i z a q u e “ O f o r n e c e d o r d e ve rá h i g i e ni z a r o s e q u i p a me nt o s e
u t e n s í li o s u t i l i z a do s n o f o r n e c i me n to d e p r o d u t o s o u s é r v i o s , o u c o l o c a d o s à d i s p o s i ç ã o d o
c o n s u m i d o r, e i n f o r m a r, d e m a n e i ra o s t e n s i va e a d e q ua d a , q u a n d o f o r o c a s o, s o b r e o d i s c o d e
c o n t a m i na ç ã o.”
Q u a n do o p r o d u t o a p r e s e nta r a l t o g ra u d e p e r i cul o s i d a de o u n o c i v i da de , n ã o p o d e r á s e r c o l o c a d o n o
m e r c a do d e c o n s u m o. E , d e s c o b e r ta p o s t e r i o r me n te e s s e a l t o g ra u d e n o c i v i d a de o u p e r i c ul o s i da de , o
f a t o d e ve s e r c o m u n i c a do à a u t o r i d a de e a o s c o n s u m i do r e s , e s t e s m e d i a nte a n ú n ci o s p u b l i c i tá ri o s .
Princípio da solidariedade e divisão dos
riscos