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INTRODUÇÃO
O Presente trabalho, nesta unidade, visa traçar um panorama nacional de entidades de cunho
público e privado responsáveis por realizar a defesa dos interesses dos consumidores, e
também indicar as suas principais atribuições.
De acordo com a lei 8078/ 1990 não só estipula direitos em favor do consumidor,vai além,
instituindo um sistema nacional de defesa do consumidor que visa possibilitar a articulação de
órgãos, públicos e privados, que possuem atribuição e dever de tutelar o consumidor.
2. MINISTÉRIO PÚBLICO
O CDC, dispõe em seu artigo quinto, que o poder público, contará com a instituição de
promotorias de justiça de defesa do consumidor no âmbito do Ministério Público .
No caso da sugestão do Ministério público não ser aceita, a ajuização da ação coletiva para
definir o litígio no âmbito do poder judiciário. Se, ao final, os pedidos contidos na ação forem
julgados procedentes o fornecedor deverá obrigatoriamente modificar o comportamento
questionado.
3. DEFENSORIA PÚBLICA
A Defensoria atende aos consumidores lesados, que não possuem recursos suficientes na
contratação de advogado particular, incumbindo- lhe a ajuizar ação de apara a defesa dos seus
interesses individuais.
Em suma, a Defensoria pública é a instituição que, independentemente de integrar
formalmente o sistema nacional de defesa do consumidor exerce diretamente a defesa do
consumidor tanto no plano individual como coletivo.
4. DELEGACIA DO CONSUMIDOR
Esta é órgão da polícia civil que tem por escopo a atribuição de apurar, por meio de inquérito
policial ou termos circunstanciado, infrações praticadas contra relações de consumo.
O CDC contém dispositivo que visa a estimulação dos estados na criação de delegacias de
polícia, especializadas no atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de
consumo. Em razão do princípio da reserva legal cumpre destacar que apenas as condutas que
configuram, em tese, infração penal, devem ser levadas ao conhecimento da delegacia de
polícia.
Sendo assim, muitos ilícitos civis e administrativos são praticados pelos fornecedores por conta
da ausência de uma específica tipificação criminal, absolutamente indiferentes ao direito
penal.
5. PROCON
No que tange as sanções, seu objetivo é preventivo e repressivo. Não busca a indenização do
consumidor e sim que o fornecedor não volte a praticar a mesma espécie de lesão.
O atendimento da pretensão do consumidor no Procon além de servir como uma circunstância
atenuante na imposição da pena, possui outra relevante repercussão, sendo ela a divulgação
anual, da relação de estabelecimentos comerciais que não respeitam os direitos do
consumidor.
A instituição de um Procon no município, bem como a sua modernização, dependem da
vontade política do prefeito e da Câmara de vereadores.
Finalmente embora não seja comum o Procon ou qualquer órgão da administração pública
direta ou indireta está por força do disposto no artigo 82,III, do CDC, autorizado a ajuizar ação
coletiva para tutela dos direitos difusos coletivos e individuais do consumidor.
6. SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
As sanções no código de defesa do consumidor estão arroladas no artigo 56. A aplicação delas
decorre do poder de polícia do Procon que possui caráter punitivo e pedagógico. Uma única
ofensa a direito do consumidor é suficiente para ensejar a incidência das penalidades previstas
no CDC.
De modo geral as sanções são aplicadas por intermédio de procedimento administrativo que
deve assegurar ampla defesa e possibilidade de contraditório. Porém, a lei prevê a
possibilidade de aplicação de medidas cautelares, independentemente de prévia manifestação
da empresa.
Estabelece o CDC que a sanção pecuniária deve ser graduada de acordo com a gravidade da
infração, a vantagem auferida e a condição econômica do fornecedor, sendo aplicada mediante
procedimento administrativo, revertendo para o fundo de que trata a Lei 7.347/ 1985, os
valores a união, ou para os fundos estaduais ou municipais de proteção ao consumidor. Os
valores mínimos e máximos estão previstos no parágrafo único do artigo 57.
Já no artigo 58, este estabelece as hipóteses de incidência das sanções.
No que tange às possibilidades de aplicação das ações se procura limitá-las bem como as
situações que coloquem em risco a saúde e segurança do consumidor.
As penas de cassação de alvará, de interdição e de suspensão temporária da atividade,
também, a intervenção administrativa, incidem, quando o fornecedor reincidir na prática das
infrações de maior gravidade previstas neste código e também na legislação de consumo.
7. CADASTRO DE RECLAMAÇÕES
A lei estabelece um piso mínimo para o nível de informações que são divulgadas. Sendo muito
útil a veiculação de outras informações, entre elas, a lista de fornecedores que receberam
sanções administrativas do órgão tendo esclarecimento adicional se há pendência recurso
administrativo.
A utilidade da lista de fornecedores do artigo 44, se dá por conta de a sociedade de consumo
ser massificada e anônima. Salvo estabelecimentos tradicionais, novas e desconhecidas
empresas que surgem a cada dia. O mesmo cuidado que o fornecedor levanta em relação a
informações sobre o comprador é o cuidado que deve ser seguido pelo consumidor para evitar
lesões aos seus direitos.
Portanto, conclui-se, que além da publicação periódica deste cadastro deve o documento estar
sempre a disposição do consumidor. Sendo assim, determinado pelo parágrafo primeiro do
artigo 44.
Em ambos os cenários serão fornecidas informações das 2 entidades civis que embora atuem
em Campos divergentes se sobressaem no cenário nacional.
9. INSTITUTO DE POLÍTICA E DIREITO DO CONSUMIDOR – BRASILCON
O Brasilcon foi fundado em 1992, pelos autores do anteprojeto de lei que originou o código de
defesa do consumidor e possui pela seriedade reconhecimento nacional e Internacional. O
instituto com sede no Distrito Federal, da ênfase a estudos científicos do direito do
consumidor. Com ou escopo, de alcançar seus propósitos, são promovidos diversos congressos
jurídicos em todo o Brasil em questão debatidas as mais diversas questões. O instituto em
parceria com a editora revista dos tribunais é responsável por elaborar a revista de direito do
consumidor que já possui mais de 140 volumes de artigos doutrinários leis e decisões relativos
a este tema. Resultado desta mesma parceria, são atualmente 42 livros jurídicos, que abordam
com profundidade os mais diversos temas do direito do consumidor.
O Brasilcon tem realizado convênios com estabelecimento de ensino superior para virgula
instituir centros de estudo de direito do consumidor, com o objetivo de estimular os alunos a
aprofundarem os seus estudos investigações e pesquisa na área.
Este instituto é uma importante associação de consumidores que não mantém qualquer
vínculo ou subordinação à outras entidades. O Idec foi fundado em 1987 e conta com o apoio
de milhares de associados . Além de relevante trabalho de orientação este instituto se destaca
pelo ajuizamento das ações coletivas, que resultam em benefícios concretos para milhões de
consumidores. Também se notabilizou pela realização e divulgação de testes rigorosos que
aferem a qualidade e realizam uma análise entre os mais diversos produtos e serviços que
estão disponíveis em mercado.
O acesso dessas informações assegura aos consumidores e também aos fornecedores das
transparências do dia a dia das relações de consumo.
Cabe destacar que são registros formulados perante os Procons conectados ao sistema que
podem constituir em consultas pedidos de orientação ou reclamação.
É discutido pela doutrina se esses órgãos integram ou não o sistema nacional de defesa do
consumidor. Aqui vale os mesmos argumentos que foram apresentados no que tange ao
Ministério público e a Defensoria pública. Essa discussão tem maior repercussão na prática,
integrando ou não o sistema, todos têm o dever de agir de forma articulada e harmônica com
órgãos públicos que têm como principal função a proteção do consumidor pela cumprindo a
diretriz constitucional de defesa do consumidor pelo estado, e o princípio da eficiência da
administração pública.
O conflito vertical decorre da situação onde 2 órgãos públicos, atuam diretamente na defesa
do consumidor, entendem ter atribuições para aplicar sanção em relação a determinada
conduta de algum fornecedor. Como não há hierarquia entre órgãos federais, estaduais e
municipais no que tange à aplicação das sanções administrativas, há críticas doutrinárias a
solução prevista no artigo quinto, parágrafo único, do decreto 2.181/997.
Já o conflito horizontal decorre da situação onde os órgãos que exercem poder de fiscalizar,
mais que indiretamente afetam os direitos do consumidor, pretendem ou se negam a atuar em
determinada infração praticada no mercado, violando normas específicas de produção ao
consumidor e de regulamentação deste setor. Essa classificação decorre de proposta,
formulada, por Vitor Morais de Andrade.
Esses conflitos trazem vários problemas, sendo eles: a falta de racionalização e menor e
inadequada eficácia da defesa do consumidor; a possibilidade de apenar duplamente o
fornecedor pelo mesmo fato; a ausência de punição por ofensa à norma de defesa do
consumidor.
O STJ possui preocupação no que tange a dupla penalidade do fornecedor pelo mesmo fato.
Em razão desse cenário é necessário a existência de plena Harmonia e articulação entre o
Procon do estado e o do município. Cabendo ao Procon estadual, a realização do trabalho de
coordenação e integração dos Procon municipais, de modo a evitar posições contraditórias ou
até mesmo duplicidade de ações diante de uma mesma violação.
Como a atuação entre órgãos é concorrente caso não seja possível, mediante convênio, definir
em situações concretas, eventual exclusividade, é necessário, em homenagem ao princípio da
proporcionalidade que haja uma gradação da pena se considerem todas as sanções que
eventualmente incidirem ou que venham a incidir no mesmo fato. O ideal é que apenas um
Procon aplique a sanção administrativa.