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UNIDADE III – FICHAMENTO DE DIREITO DO CONSUMIDOR

ALUNA:LARA MEDEIROS COSTA SIMVA


CÓDIGO:826738
SALA:21B

INTRODUÇÃO

O Presente trabalho, nesta unidade, visa traçar um panorama nacional de entidades de cunho
público e privado responsáveis por realizar a defesa dos interesses dos consumidores, e
também indicar as suas principais atribuições.

De acordo com a lei 8078/ 1990 não só estipula direitos em favor do consumidor,vai além,
instituindo um sistema nacional de defesa do consumidor que visa possibilitar a articulação de
órgãos, públicos e privados, que possuem atribuição e dever de tutelar o consumidor.

A configuração deste sistema e a sua respectiva proposta de articulação entre as entidades e


órgãos que compõem é justificada pela dimensão do nosso país e também pela pluralidade de
atores nesse setor. Trata-se de um instrumento que viabiliza a política nacional das relações de
consumo de acordo com o artigo quarto, caput, do CDC. Assim o artigo 105, da lei 8078/1990,
incumbe a Secretaria Nacional do Consumidor a realização e coordenação desse sistema.

A doutrina debate a respeito de a possibilidade de qualquer espécie de subordinação de


órgãos que sejam, estaduais ,municipais, e do Distrito Federal a coordenação superior de órgão
que está vinculado à União.
Para que haja a compreensão dos órgãos públicos e das entidades que integram ou colaboram
com esse sistema, não é necessário apenas a análise do título IV do CDC, necessitando também
de outros diplomas legais.

2. MINISTÉRIO PÚBLICO

O Ministério público é a instituição na qual pertencem os promotores e procuradores de justiça


no âmbito federal, e está integrada por subprocuradores e procuradores da República. Como já
sabido, as atribuições deste órgão são várias, porém há alguns anos, a figura do promotor de
justiça estava sempre associada a do promotor criminal, tendo hoje em dia outro cenário.
Nas últimas 3 décadas, várias leis ampliaram as hipóteses de atuação do Ministério público.
Hoje essa instituição é reconhecida como um órgão importante na defesa dos direitos coletivos
relacionados a ordem urbanística, aos portadores de deficiência ao patrimônio público, meio
ambiente, consumidores, crianças e adolescentes.

Como o Ministério público tem autonomia absoluta financeira administrativa e funcional a


doutrina entende que a instituição ou,mesmo as promotorias de defesa do consumidor, não
integram o sistema nacional de defesa do consumidor de forma formal. O fato é que o
Ministério Público, integrando ou não esse sistema, deve agir de forma articulada com outros
Ministérios Públicos, defensorias públicas entidades civis com todos que direta ou
indiretamente promovem a proteção de interesses dos consumidores.

O CDC, dispõe em seu artigo quinto, que o poder público, contará com a instituição de
promotorias de justiça de defesa do consumidor no âmbito do Ministério Público .

A criação de promotoria de defesa do consumidor depende da organização interna da


instituição de determinado Ministério público.
Em regra, nas capitais dos estados existem um ou mais promotores com atribuição exclusiva de
defesa dos direitos dos consumidores.

A promotoria de justiça de defesa do consumidor integra o Ministério público e atua, na tutela


dos interesses e direitos coletivos dos consumidores.
A promotoria visa pode instaurar inquérito civil ou procedimento de investigação preliminar, e
realizar várias diligências investigatórias, tais como, notificar testemunhas e determinar, se for
o caso, sua condução coercitiva.

Ademais, é possível o ajuizamento de ação coletiva em litisconsórcio ativo entre ministérios


públicos, a atuação do ministério público federal na área de defesa dos direitos coletivos dos
consumidores, ocorre basicamente quando a competência para julgamento for da justiça
federal. Além disso, importante ressaltar, que a qualificação do fornecedor all órgão fiscalizador
é importante para eventual definição da competência da justiça federal.

Após terminadas as investigações e havendo o Ministério Público ,concluído realmente que


houve ofensa à direito coletivo do consumidor, existem basicamente 2 caminhos para serem
seguidos. Sendo o primeiro, a convocação da empresa e sugerir a assinatura de um termo de
ajustamento de conduta virgula com previsão de multa em caso de descumprimento.
Atualmente, lá muitos fornecedores acatamento imediatamente tal proposta buscando firmar
o termo, que possibilita uma mudança imediata da conduta que é questionada, é relevante
instrumento de tutela coletiva dos interesses dos consumidores.

No caso da sugestão do Ministério público não ser aceita, a ajuização da ação coletiva para
definir o litígio no âmbito do poder judiciário. Se, ao final, os pedidos contidos na ação forem
julgados procedentes o fornecedor deverá obrigatoriamente modificar o comportamento
questionado.

Se o promotor de defesa do consumidor, antes ou depois realizar diligências de investigação,


constatar que a reclamação constitui apenas ofensa de interesse pessoal, o consumidor será
orientado a procurar o Procon, não tendo prejuízo de ajuizamento de ação individual.

3. DEFENSORIA PÚBLICA

A Defensoria, de acordo com o artigo 134 da Constituição federal, é instituição essencial a


função jurisdicional do estado. Cabendo-lhe a orientação jurídica e a defesa em todos os graus,
dos necessitados, das pessoas que não têm recursos para a contratação de advogado
particular.

Importante ressaltar, que a própria Constituição federal estabelece a obrigação do estado


oferecer assistência jurídica aos menos favorecidos entre os direitos fundamentais no rol do
artigo quinto

A Defensoria atende aos consumidores lesados, que não possuem recursos suficientes na
contratação de advogado particular, incumbindo- lhe a ajuizar ação de apara a defesa dos seus
interesses individuais.
Em suma, a Defensoria pública é a instituição que, independentemente de integrar
formalmente o sistema nacional de defesa do consumidor exerce diretamente a defesa do
consumidor tanto no plano individual como coletivo.

4. DELEGACIA DO CONSUMIDOR
Esta é órgão da polícia civil que tem por escopo a atribuição de apurar, por meio de inquérito
policial ou termos circunstanciado, infrações praticadas contra relações de consumo.

O CDC contém dispositivo que visa a estimulação dos estados na criação de delegacias de
polícia, especializadas no atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de
consumo. Em razão do princípio da reserva legal cumpre destacar que apenas as condutas que
configuram, em tese, infração penal, devem ser levadas ao conhecimento da delegacia de
polícia.

Sendo assim, muitos ilícitos civis e administrativos são praticados pelos fornecedores por conta
da ausência de uma específica tipificação criminal, absolutamente indiferentes ao direito
penal.

A delegacia do consumidor tenho dever de investigar o fato, apurando mediante inquérito


policial ou termo circunstanciado todas as circunstâncias e também a autoria. Concluída a
investigação o inquérito policial ou termo é encaminhado ao promotor de justiça com a
atribuição penal, que decide pelo arquivamento ou instauração do processo criminal.

As atribuições criminais do Ministério público podem ou não ser do promotor de justiça de


defesa do consumidor dependendo da organização interna da instituição final, porém, de
qualquer forma, o promotor que possui atribuições penais além de oferecer a denúncia deve
acompanhar as investigações realizadas podendo, se for o caso, determinar a realização de
diligências investigatórias diversas tais como depoimento de testemunha ou até mesmo
realização de perícia.

5. PROCON

Este é a designação simplifica cada um dos órgãos estaduais e municipais de defesa ao


consumidor. Sua atribuição principal é de aplicar, diretamente as sanções administrativas aos
fornecedores que violam as normas de proteção ao consumidor, tudo em conformidade com
os artigos 55 a 60 da lei 8078 /1990 e Decreto 2.181/1997.
Qualquer ofensa a norma de defesa do consumidor, em seja nas aplicações das sanções
administrativas Indicadas no artigo 56, não é só a violação do direito do consumidor que fazem
incidir a sanção administrativa, e sim a ofensa a qualquer norma que objetiva a tutela dos
interesses materiais e Morais do consumidor.
Na verdade, a delimitação dos deveres do fornecedor decorre da análise conjunta de diversas
normas. os direitos dos consumidores que se relacionam com tais deveres vão resultar na
necessidade de análise do ordenamento jurídico, que traz consigo a ideia de análise ampla
sistemática e congruente da constituição federal e das normas infraconstitucionais aplicáveis
nesse setor.
Poderão ser aplicadas, entre outras, as seguintes sanções administrativas aos fornecedores
que violam normas de defesa do consumidor sendo elas, multa, apreensão do produto
inutilização do produto cassação do registro do produto proibição de fabricação do produto
entre outros.

O mais importante na validação do procedimento administrativo é oportunizar ao fornecedor


que tenha o conhecimento total da representação que lhe é dirigida, sendo facultado a
apresentação de argumentos e provas que demonstrem a eventual improcedência da
reclamação tudo em homenagem ao princípio constitucional do contraditório e da ampla
defesa. Portanto a ausência de norma, nunca foi impedimento jurídico para a incidência das
sanções administrativas.
O Procon na análise de eventual violação a direito do consumidor realiza interpretação da
norma jurídica e define, no caso concreto e para fins de de aplicação da sanção administrativa
viva se teve ofensa à direito do consumidor. Neste trabalho, na esfera de proteção contratual
do consumidor e também para definir se determinada cláusula é ou não abusiva, também se é
legítimo e necessário a realização de interpretação da disposição contratual.
No que tange a aplicação de sanções administrativas, o Procon exerce um trabalho importante
de informação dos direitos do consumidor e de conciliação entre as partes.

O consumidor lesado, antes de ajuizar a ação, tem a alternativa de ir ao Procon e formular


uma reclamação perante a este órgão por violação a norma de defesa do consumidor.

No que tange as sanções, seu objetivo é preventivo e repressivo. Não busca a indenização do
consumidor e sim que o fornecedor não volte a praticar a mesma espécie de lesão.
O atendimento da pretensão do consumidor no Procon além de servir como uma circunstância
atenuante na imposição da pena, possui outra relevante repercussão, sendo ela a divulgação
anual, da relação de estabelecimentos comerciais que não respeitam os direitos do
consumidor.
A instituição de um Procon no município, bem como a sua modernização, dependem da
vontade política do prefeito e da Câmara de vereadores.

Finalmente embora não seja comum o Procon ou qualquer órgão da administração pública
direta ou indireta está por força do disposto no artigo 82,III, do CDC, autorizado a ajuizar ação
coletiva para tutela dos direitos difusos coletivos e individuais do consumidor.

6. SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

As sanções no código de defesa do consumidor estão arroladas no artigo 56. A aplicação delas
decorre do poder de polícia do Procon que possui caráter punitivo e pedagógico. Uma única
ofensa a direito do consumidor é suficiente para ensejar a incidência das penalidades previstas
no CDC.

De modo geral as sanções são aplicadas por intermédio de procedimento administrativo que
deve assegurar ampla defesa e possibilidade de contraditório. Porém, a lei prevê a
possibilidade de aplicação de medidas cautelares, independentemente de prévia manifestação
da empresa.

A penalidade administrativa mais aplicada pelo Procon é a de multa.

Estabelece o CDC que a sanção pecuniária deve ser graduada de acordo com a gravidade da
infração, a vantagem auferida e a condição econômica do fornecedor, sendo aplicada mediante
procedimento administrativo, revertendo para o fundo de que trata a Lei 7.347/ 1985, os
valores a união, ou para os fundos estaduais ou municipais de proteção ao consumidor. Os
valores mínimos e máximos estão previstos no parágrafo único do artigo 57.
Já no artigo 58, este estabelece as hipóteses de incidência das sanções.
No que tange às possibilidades de aplicação das ações se procura limitá-las bem como as
situações que coloquem em risco a saúde e segurança do consumidor.
As penas de cassação de alvará, de interdição e de suspensão temporária da atividade,
também, a intervenção administrativa, incidem, quando o fornecedor reincidir na prática das
infrações de maior gravidade previstas neste código e também na legislação de consumo.

Essas sanções administrativas se traduzem na vedação temporária ou permanente de


funcionamento de determinado estabelecimento. Experiência essa que demonstra as
penalidades mais eficazes nos casos dos fornecedores que têm o hábito de desrespeitar os
direitos do consumidor. Tem alto valor de prevenção, na forma que impedem novas lesões a
um número de pessoas em determinado. Todavia, essas sanções de cassação de alvará, de
interdição não devem ser aplicadas com exclusividade pelos Procons, tendo em vista que o
município ou distrito concede o alvará e licença local. O Procon portanto deverá agir em
conjunto ou de forma delegada.

7. CADASTRO DE RECLAMAÇÕES

Além da aplicação das sanções administrativas, do trabalho educativo e de conciliação, os


Procons, bem como todos os órgãos públicos de defesa do consumidor tem o dever de
organizar e divulgar relação de fornecedores que não respeitam esses direitos . sendo assim
estabelecido pelo artigo 44.
Esse dispositivo estabelece um patamar de tempo quanto a publicação da lista. A divulgação
do cadastro tem que ser no mínimo, anual, sendo uma garantia mínima do consumidor.

A lei estabelece um piso mínimo para o nível de informações que são divulgadas. Sendo muito
útil a veiculação de outras informações, entre elas, a lista de fornecedores que receberam
sanções administrativas do órgão tendo esclarecimento adicional se há pendência recurso
administrativo.
A utilidade da lista de fornecedores do artigo 44, se dá por conta de a sociedade de consumo
ser massificada e anônima. Salvo estabelecimentos tradicionais, novas e desconhecidas
empresas que surgem a cada dia. O mesmo cuidado que o fornecedor levanta em relação a
informações sobre o comprador é o cuidado que deve ser seguido pelo consumidor para evitar
lesões aos seus direitos.

Portanto, conclui-se, que além da publicação periódica deste cadastro deve o documento estar
sempre a disposição do consumidor. Sendo assim, determinado pelo parágrafo primeiro do
artigo 44.

8. ASSOCIAÇÕES CIVIS DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Ao lado de órgãos estatais de defesa do consumidor estão as entidades civis ou as


organizações não governamentais de defesa do consumidor. São associações privadas, sem fins
lucrativos, instituídas pela iniciativa de um grupo de pessoas para a defesa individual ou
coletiva dos direitos e interesses do consumidor, para educar o consumidor, realizando
atividades que difundem a pesquisa científica deste ramo, a fim de promover uma eficácia
maior do direito do consumidor no brasil.

O CDC, indica expressamente, em 2 momentos, o dever de o poder público participar da


incentiva são da criação e do desenvolvimento de associações representativas de interesses do
consumidor.
Essas associações, vinculadas ao direito do consumidor, constituem meio de organização da
sociedade civil para defender seus interesses. As primeiras associações constituíram se em
meio a década de 70, antes da edição da lei 8078 de 1990, o código de defesa do consumidor.
Elas em geral, realizam o trabalho de conscientizar os direitos, por meio de campanhas,
cartilhas, revistas e etc. Sendo autorizadas, legalmente, a ajuizar ações coletivas que têm o
poder de beneficiar tanto os associados como os demais consumidores.

Em ambos os cenários serão fornecidas informações das 2 entidades civis que embora atuem
em Campos divergentes se sobressaem no cenário nacional.
9. INSTITUTO DE POLÍTICA E DIREITO DO CONSUMIDOR – BRASILCON

Este instituto é destacado como ator da história de afirmação do direito do consumidor no


Brasil.
Não trata apenas de entidade constituída para defender o consumidor, mais sim, da
associação civil em âmbito nacional de caráter científico técnico e pedagógico e sem fim
lucrativo ou filiação partidária, possuindo os seguintes objetivos: promoção de implementação
dos direitos do consumidor ; promover a implementação da Harmonia de proteção do
consumidor com o desenvolvimento econômico social sempre dando vista a realização de um
mercado transparente e justo; a realização de atividades de pesquisa, estudo, elaboração,
coleta e difusão de dados sobre a proteção do consumidor; prestar assessoria técnico científica
a outras associações de consumidores, a órgãos públicos e entidades privadas que estejam
envolvidas com a questão de valorização do consumidor.

O Brasilcon foi fundado em 1992, pelos autores do anteprojeto de lei que originou o código de
defesa do consumidor e possui pela seriedade reconhecimento nacional e Internacional. O
instituto com sede no Distrito Federal, da ênfase a estudos científicos do direito do
consumidor. Com ou escopo, de alcançar seus propósitos, são promovidos diversos congressos
jurídicos em todo o Brasil em questão debatidas as mais diversas questões. O instituto em
parceria com a editora revista dos tribunais é responsável por elaborar a revista de direito do
consumidor que já possui mais de 140 volumes de artigos doutrinários leis e decisões relativos
a este tema. Resultado desta mesma parceria, são atualmente 42 livros jurídicos, que abordam
com profundidade os mais diversos temas do direito do consumidor.

O Brasilcon tem realizado convênios com estabelecimento de ensino superior para virgula
instituir centros de estudo de direito do consumidor, com o objetivo de estimular os alunos a
aprofundarem os seus estudos investigações e pesquisa na área.

10. INSTITUTO BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Este instituto é uma importante associação de consumidores que não mantém qualquer
vínculo ou subordinação à outras entidades. O Idec foi fundado em 1987 e conta com o apoio
de milhares de associados . Além de relevante trabalho de orientação este instituto se destaca
pelo ajuizamento das ações coletivas, que resultam em benefícios concretos para milhões de
consumidores. Também se notabilizou pela realização e divulgação de testes rigorosos que
aferem a qualidade e realizam uma análise entre os mais diversos produtos e serviços que
estão disponíveis em mercado.

11. SECRETARIA NACIONAL DO CONSUMIDOR – SENACON

A várias entidades de defesa do consumidor ou de forma mais ampla de implementação do


direito do consumidor. Promovendo a integração e Harmonia entre esses diversos órgãos, foi
criado pelo decreto 2181 1997, o departamento de proteção e defesa do consumidor, no
âmbito da secretaria de direito econômico do ministério da justiça.

A legislação permite que a Senacon aplique as sanções administrativas previstas em face de


ofensa à norma de defesa do consumidor. É fundamental, para racionalizar suas atividades e
evitar fiscalizações paralelas sobre o mesmo fato visto e também, outros órgãos federais que
exerça a tutela indireta do consumidor.
O CDC institui um dever real de educar com relação aos órgãos públicos que atuam na área da
defesa do consumidor, destacando-se a Senacon. A ausência de conhecimento sobre os seus
direitos, conduz a lesões que com educação poderiam ser evitada.

Entre diversas ações da Senacon , cabe destacar a implementação do sistema nacional de


informações de defesa do consumidor que é em síntese um banco de dados alimentado por
inúmeros Procons, contendo informações importantes sobre fornecedores.
Além de ser uma interessante alternativa de solução de conflitos entre fornecedores e
consumidor, a plataforma do estado fornece informações essenciais à elaboração e
implementação de políticas públicas de defesa do consumidor incentivando a competitividade
de mercado pela melhoria da qualidade e do atendimento ao consumidor. Ela é um relevante
instrumento de fornecimento de dados e indicadores, a fim de sugerir políticas públicas de
proteção do consumidor, em atenção ao mandamento constitucional que estabelece ser dever
do estado.

O acesso dessas informações assegura aos consumidores e também aos fornecedores das
transparências do dia a dia das relações de consumo.

Cabe destacar que são registros formulados perante os Procons conectados ao sistema que
podem constituir em consultas pedidos de orientação ou reclamação.

13. OUTROS ÓRGÃOS DE DEFESA SO CONSUMIDOR


Ao lado de entidades públicas e privadas que têm o escopo de defender o consumidor existem
várias outras que indiretamente exercem este papel. são órgãos estatais criados para fiscalizar
algumas atividades econômicas que afetam os interesses dos consumidores.

É discutido pela doutrina se esses órgãos integram ou não o sistema nacional de defesa do
consumidor. Aqui vale os mesmos argumentos que foram apresentados no que tange ao
Ministério público e a Defensoria pública. Essa discussão tem maior repercussão na prática,
integrando ou não o sistema, todos têm o dever de agir de forma articulada e harmônica com
órgãos públicos que têm como principal função a proteção do consumidor pela cumprindo a
diretriz constitucional de defesa do consumidor pelo estado, e o princípio da eficiência da
administração pública.

14. CONFLITO DE ATRIBUIÇÕES


Um dos temas mais comenta 12 na área das sanções administrativas, diz a respeito do possível
conflito de atribuições entre os diversos órgãos públicos que legalmente são autorizados para
aplicar as penalidades por ofensa ao direito do consumidor. De forma didática se fala em
conflitos verticais e horizontais.

O conflito vertical decorre da situação onde 2 órgãos públicos, atuam diretamente na defesa
do consumidor, entendem ter atribuições para aplicar sanção em relação a determinada
conduta de algum fornecedor. Como não há hierarquia entre órgãos federais, estaduais e
municipais no que tange à aplicação das sanções administrativas, há críticas doutrinárias a
solução prevista no artigo quinto, parágrafo único, do decreto 2.181/997.

Já o conflito horizontal decorre da situação onde os órgãos que exercem poder de fiscalizar,
mais que indiretamente afetam os direitos do consumidor, pretendem ou se negam a atuar em
determinada infração praticada no mercado, violando normas específicas de produção ao
consumidor e de regulamentação deste setor. Essa classificação decorre de proposta,
formulada, por Vitor Morais de Andrade.
Esses conflitos trazem vários problemas, sendo eles: a falta de racionalização e menor e
inadequada eficácia da defesa do consumidor; a possibilidade de apenar duplamente o
fornecedor pelo mesmo fato; a ausência de punição por ofensa à norma de defesa do
consumidor.

O STJ possui preocupação no que tange a dupla penalidade do fornecedor pelo mesmo fato.
Em razão desse cenário é necessário a existência de plena Harmonia e articulação entre o
Procon do estado e o do município. Cabendo ao Procon estadual, a realização do trabalho de
coordenação e integração dos Procon municipais, de modo a evitar posições contraditórias ou
até mesmo duplicidade de ações diante de uma mesma violação.

Como a atuação entre órgãos é concorrente caso não seja possível, mediante convênio, definir
em situações concretas, eventual exclusividade, é necessário, em homenagem ao princípio da
proporcionalidade que haja uma gradação da pena se considerem todas as sanções que
eventualmente incidirem ou que venham a incidir no mesmo fato. O ideal é que apenas um
Procon aplique a sanção administrativa.

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