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20.07.2018 – sexta-feira.

 Bibliografia: Sérgio Cavalieri Filho, programa de direito do


consumidor. 3. Ed. – São Paulo: Atlas, 2011. Procurar uma versão
atualizada.
 Fabricio Bolzan, direito do consumidor esquematizado. 3. ed. São
Paulo; saraiva, 2015.

Material didático: Slide na página, 2018. + material de apoio, pegar as


apostilas de cada aula.

Presença:

 de 0 a 2 faltas tem 1.0 ponto na média.

 até 4 faltas têm 0.5 na média.

 se tiver 5 ou 6 faltas passa a ter 0.4 na média e por ai vai.

Outras formas de pontuação:

 Pesquisas, atividades para p1 e p2 valendo 1.0 ponto nas provas (vai ser
uma provinha duas semanas antes das provas).

Provas:

 p1: 14.09

 p2: 23.11

 ex: 14.12

AULA 1:

Como surge o direito do consumidor?

Por conta da evolução social o direito civil não estava dando conta de
atender a todas as necessidades.

- Fatos sociais de grande magnitude fazem com que leis sejam criadas.

Casos emblemáticos:

1958 e 1962 – sedativo utilizado causava alterações nos fetos.


1960 e 1962 – remédio para o colesterol, as pessoas começaram a ficar
cegas.

Califórnia – a vacina da poliomielite tinha o vírus vivo, as pessoas contraiam


a doença.

Esses casos ocorriam por conta de não existir o direito do consumidor.

Evolução histórica:

Discurso de John Kennedy: disse que os consumidores são todos que


compõem a sociedade, sendo o maior grupo econômico na economia,
afetando e sendo afetado por quase todas as decisões.

Ele instituiu quatro direitos básicos: direito a saúde e segurança; direito a


informação (rótulos, bulas, propagandas); direito a escolha; direito a ser
ouvido.

Desses direitos surgiram outros.

15.03.1962 – dia do consumidor.

Porem no Brasil só houve uma evolução na década de 70 com o primeiro


conselho sendo criado, depois as associações, e somente nos anos 90 o
CDC foi criado.

INTRODUÇÃO AO DIREITO DO CONSUMIDOR:

Constitucional: está no artigo 5° o direito ao consumidor.

Favor Debilis: vulnerabilidade, o direito do consumidor surge pela


vulnerabilidade do consumidor.

Sociedade de consumo de massas: todos os produtos são produzidos em


massa para todos e se houver algum problema a pessoa deve ir reclamar.

Dialogo das Fontes: antinomia jurídica (conflitos entre as normas, usando


normas de caráter hierárquico, se não houver usa uma norma especial, se
não resolver usa o critério temporal, olhando a norma mais nova).

Algumas vezes usa-se o código civil ou o penal no direito do consumidor.

Art.170 CF- principio da ordem econômica.


Art.5°, XXXII, CF.

CDC:

Art.1° - são as características do CDC (norma de ordem publica e interesse


social – que determina, para todo mundo, erga omnes);

Principiológica – tem vários princípios constitucionais, legais do CDC,


complementares e gerais. Ex: art.4°, CDC.

Microssistema – abrange varias matérias, como o direito civil, penal,


administrativo, constitucional, coletivo, etc.

PESQUISA: QUAL O RAMO DO DIREITO PERTENCE O DIREITO DO


CONSUMIDOR? QUAL A DIFERENÇA DE DIREITO COLETIVO PARA DIREITO
INDIVIDUAL HOMOGENIO E DIREITO DIFUSO? ok

Fazer manuscrito ou digitado.

27.07.2018 – sexta-feira

FUNDAMENTO LEGAL – LEI 8078/90 CDC

Qual ramo do direito pertence o direito do consumidor?

R: existem 3 correntes, podendo então ser do direito público, privado ou


misto.

O direito privado é entendido como corrente majoritária, porem no


artigo 1° do CDC diz que tem caráter de ordem pública, pois o estado
intervém, não deixando com que seja um direito privado puro.
A corrente de que seja um direito misto, de interesse social vem
crescendo, pois necessita da ordem publica com atuação do PROCON,
do MP nas relações e interesses sociais.

Qual a diferença do direito difuso, coletivo para direito individual


homogêneo e direito difuso?

ART.81, CDC PESSOAS ORIGEM


Direito difuso, I indeterminadas Situação comum
Dt homogêneo, III Determináveis Fato comum, origem
comum.
Dt coletivo em sentido Determináveis Relação jurídica básica
estrito, II

Exemplo de direito difuso: publicidade enganosa, abusiva, não é


possível determinar quem viu ou recebeu.
Exemplo de direito coletivo: alunos de determinada escola, e na
mesma determinados professores são contratados para o período
matutino e outros para o noturno, sendo que os da manhã são mais
bem qualificados dos que o da noite. Assim, o preço pago é o mesmo
e se vê uma disparidade entre isso, pois a qualidade de ensino é
diferente.

PRINCIPIOS DO CDC: art.4° CDC:

Art.4°- Atendimento das necessidades, respeito à dignidade dos


consumidores.

Principio da dignidade da pessoa humana


Principio da transparência: busca trazer clareza as relações de
consumo, por exemplo, ao se fazer um contrato de seguro o
estabelecimento deve entregar uma cópia do mesmo ou disponibilizar
de algum modo para que seja possível haver transparência na relação
jurídica. O fornecedor tem que ser transparente com o consumidor
em todos os aspectos.
Principio do direito a informação: o fornecedor deve informar e o
consumidor tem o direito a receber essa informação.
Principio da vulnerabilidade: em regra a vulnerabilidade do
consumidor é presumida, sendo muito difícil de ser derrubada por
parte do fornecedor. Tem espécies de vulnerabilidade, não havendo
necessidade de cumulação:

 Presume-se vulnerável o consumidor;

 Vulnerabilidade técnica: presumida a todos os consumidores, diz


respeito ao conhecimento da produção ou criação daquele produto. Ex:
eu como consumidora não sei como foi produzido o meu celular.

 vulnerabilidade jurídica: ou cientifica. É aquela que está atrelada a


ciência do conhecimento, podendo dizer respeito ao conhecimento
jurídico, econômico ou contábeis. Os operadores dessa área não podem
alegar essa espécie de vulnerabilidade. Não é presumida para empresa,
pois o administrador da mesma deve ter esses conhecimentos.

Pode ser PRÉ PROCESSUAL e PRÉ CONTRATUAL, pode ser DURANTE O


PROCESSO/CONTRATO, podendo ser também PÓS PROCESSUAL.

 vulnerabilidade fática ou socioeconômica: é a vulnerabilidade


propriamente dita em relação ao consumidor. Compara-se a situação do
consumidor com a do fornecedor sempre havendo uma discrepância.

 vulnerabilidade informacional: quando o consumidor não tem


conhecimento das informações ou a uma grande dificuldade de
conhecimento das informações.

Ex: compra um produto e as instruções vem em inglês e o consumidor não


tem conhecimento da língua.

 Hipervulnerabilidade: é quando se tem um consumidor extremamente


vulnerável, pois a mesma é agravada por sua situação. Ex: idoso, crianças,
deficientes físicos, visual, mental, etc.

Exemplo: vaga de deficiente ou idoso em um local distante; fila preferencial


no segundo andar do estabelecimento sem elevador.

A pessoa esta sujeita a ser facilmente enganada ou está em uma situação


de desigualdade com as outras pessoas/consumidores.

 vulnerabilidade é o mesmo que hipossuficiência?

Vulnerabilidade é característica de direito material.

Hipossuficiência é característica de direito processual.

Assim, nem toda pessoa vulnerável pode ser hipossuficiente.

Todo consumidor hipossuficiente é vulnerável, porém não pode dizer que


todo consumidor vulnerável é hipossuficiente.

 Princípio da intervenção estatal: art.4°, II, CDC: o estado tem que


intervir para proteger o consumidor.
 harmonia nas relações de consumo: art.4°, III. Boa-fé e equilíbrio nas
relações. Ex: SAC das empresas.

O fornecedor deve buscar a melhor forma possível de resolver o problema


do consumidor.

 Boa-fé do CDC é objetiva, é a ética na relação de consumo das duas


partes, devendo partir principalmente do fornecedor, o mesmo deve
disponibilizar um bom atendimento e qualidade do produto.

 equilíbrio na relação de consumo: É como uma balança, o fornecedor


tem um poder que o consumidor não tem, portanto o CDC vem para regular
determinadas situações.

03.08.2018 – sexta-feira

A relação de consumo sem CDC não tem equilíbrio, em uma ponta se tem o
consumidor sem poder algum e na outra o fornecedor com um poder
econômico muito superior.

Já com o CDC, se tem um equilíbrio nessa relação, procurando igualar


ambas as partes.

 educação e informação: quanto aos direitos e deveres dos consumidores


e fornecedores. É preciso educar as pessoas quanto a isso para que melhore
o mercado de consumo.

Com mais informação se tem uma compra consciente.

 controle de qualidade: Esse princípio busca meios eficientes de controle


de qualidade: assim os próprios fornecedores devem buscar um produto
com segurança e qualidade, buscando atender melhor às necessidades dos
consumidores.

 adequação e acesso à justiça: o juizado de pequenas causas surgiu para


solucionar os conflitos entre consumidor e fornecedor. O PROCON busca
também resolver de outras os casos de problemas consumeristas, como
audiências administrativas.
 coibição e repressão: de todos os abusos praticados no mercado de
consumo como concorrência desleal e utilização indevida das marcas e
nomes comerciais.

 racionalização e melhoria dos serviços públicos: porem com falta de


fiscalização e aplicação das leis não são eficientes para melhorar a
qualidade da prestação de serviços.

 estudo constante das modificações do mercado de consumo: algumas


relações que existiam no consumo deixaram de existir ou foram atualizadas.

Tem um projeto de lei para acabar com a moeda física, para só ter moeda
digital.

Surgem sempre algumas modificações, facilitações e dificuldades através


dos tempos.

 reparação integral: art.6°, VI se o consumidor for lesado ele deverá ser


ressarcido integralmente/totalmente.

Já na reparação objetiva não existe a necessidade de comprovar o


dolo/dano.

 da solidariedade: art.7°, § ú. Todos aqueles que participam da escala


produtiva do mercado de consumo tem responsabilidade do prejuízo
causado ao consumidor.

 da interpretação mais favorável ao consumidor: art.47 quando houver


uma clausula dúbia de duplo entendimento se interpreta de forma mais
favorável ao consumidor.

 da conservação do contrato: art.51, §2° não é por ter uma clausula


abusiva que o contrato de consumo deixa de existir.

 reparação objetiva: não precisa comprovar a culpa ou dolo. É a


responsabilidade civil do fornecedor.

A RELAÇÃO JURIDICA DE CONSUMO E SEUS ELEMENTOS:

Relação social vs. Relação jurídica:

O que é relação jurídica? É a base do direito. Será toda aquela relação


social que tem reflexo na seara jurídica, que tem valor jurídico.
RC= F+C/P ou S  relação de consumo= fornecedor + consumidor/
produto ou serviço

 Conceito de relação jurídica de consumo: toda vez que se adquire ou usa


um produto ou serviço como consumidor desde que o consumidor seja o
destinatário final.

Elemento subjetivo: são as pessoas, sendo o consumidor e fornecedor.

Elemento objetivo: serviços, produtos.

Elemento finalístico ou teleológico: produtos adquiridos pelo consumidor na


qualidade de destinatário final.

Art.2°- o que é destinatário final?

R: duas teorias:

1. retirar o bem do mercado (ato objetivo)

2. adquirir o bem para utiliza-lo em sua profissão (elemento subjetivo).

 Primeira teoria: maximalista: o destinatário final é fático, somente


aquele que retira o produto do mercado de consumo ou permite que o
produto sofra uma alteração substancial. Para essa teoria não importa se é
para fins individuais ou de profissão.

Ela entende que só não será considerada uma relação jurídica de consumo
se o consumidor comprar o produto para revender.

Pode visar lucro, incrementar, mas não pode revender, pois aí não cabe o
CDC.

Ex: dono do mercado de bairro que compra os produtos e revende, aqui não
tem uma relação de consumo entre ele e o local em que comprou as
mercadorias que estão sendo revendidas. Só tem relação de consumo entre
ele e os clientes de seu estabelecimento.

Ex: uma confeiteira faz com que o produto sofra uma mutação substancial,
assim tem uma relação de consumo entre ela e o local em que ela comprou
o açúcar, farinha e cacau que utiliza para produzir seus doces.
 Segunda teoria: finalista: é o mínimo possível, aqui o destinatário final é
aquele que tira o produto do mercado de consumo e vai dar uma destinação
final para ele.

O consumidor não irá visar lucro com o produto, o destinatário é fático e


econômico.

O consumidor não vai revender ou transformar aquele produto, somente vai


utiliza-lo ou dar para alguém.

Tem que ter uma necessidade de satisfação pessoal do adquirente; em


virtude de lei (EPI’s, luva para produção de alimentos. São coisas que não
incrementam a atividade profissional); o adquirente não ligação direta com
a atividade empresarial; não pode servir para criação ou formulação de
outros produtos ou serviços.

 terceira teoria: teoria mista: finalista moderada/finalismo aprofundado:


adotado pelo STJ. Considera PJ como consumidores SE:

Ficar comprovada sua vulnerabilidade fica caracterizada a relação jurídica


de consumo; produto adquirido que não tenha relação direta com sua
atividade empresarial.

Ex1: compra de uma televisão. Um bar compra 5 televisões para atrair mais
clientes, assim não é uma relação de consumo, pois ele está visando lucro.

 a pessoa jurídica como consumidora: pode ser considerada ou


equiparada a ele, desde que aquela relação de consumo não interfira nos
fins sociais da empresa, que não seja para a empresa visar lucro.

10.08.2018 – sexta-feira

 Consumidor por equiparação: art.2°, § ú, art.17 e art.29, CDC.

Ex: você ganha um celular da sua mãe e o mesmo vem com defeito, assim,
segundo os art.2°, §ú; art.17 e art.29 todas as pessoas determinadas
(destinatário final e quem comprou o produto) ou indeterminadas, que
foram expostas as práticas abusivas ou são vítimas de um acidente de
consumo, podem ser consideradas consumidores por equiparação.
Obs: o acidente de consumo, pode ser algo que acontece dentro de um
estabelecimento comercial, mesmo que a pessoa não compre ou consuma
algo. Ex: desabar o local, se machucar dentro do mesmo.

 fornecedor: art.3, CDC – é toda pessoa física ou jurídica, publica ou


privada. Desde a empresa que fornece/vende o produto até a
transportadora podem ser responsabilizadas.

Os entes despersonalizados são os camelos, aplicando-se a regra do


art.3°.

 pessoa física vendendo para pessoa física: quem vende não é fornecedor,
pois não se tem vulnerabilidade na relação e não tem habitualidade. E quem
compra não é consumidor. Isso é somente uma relação civil. Ex: vendo meu
celular para minha amiga.

 o que é serviço? Art.3°, §2° - qualquer atividade fornecida em um


mercado de consumo, mediante remuneração.

O serviço DEVE ter natureza remunerada, tem que tomar cuidado com a
falsa remuneração. Ex: local que oferece estacionamento gratuito. O
consumidor deve verificar se tem segurança no mesmo para seja deixado o
carro.

Quando a pessoa jurídica faz um empréstimo junto a instituição financeira


para capital de giro, não caracteriza relação de consumo.

Responder as perguntas do PENULTIMO SLIDE (slide 3) e trazer na próxima


aula.

DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR:

A maior parte deles são os princípios anteriormente apresentados (art.4°


em diante).

Os direitos estão no art.6°, CDC do Capitulo III:

 Tem alguns produtos que são perigosos por si só, portanto o


fornecedor deve informar na embalagem do mesmo quais os riscos e o
consumidor deve tomar cuidado ao manusear o mesmo. Porem alguns são
inerentes do próprio produto (art.10, CDC).
 Direitos básicos:

 a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos


serviços/produtos: tem a formal (o estado tem que dar) e a informal (são
as informações que os fornecedores dão em determinadas épocas e que se
tem da própria família).

 direito a informação: deve ser clara, correta/verídica e suficientemente


precisa, deve ser uma informação eficiente para saber do que se trata o
produto. É a vulnerabilidade informacional.

Assim, com uma informação adequada dá direito ao consumidor fazer uma


escolha eficiente.

 art.6°, VIII, CDC – facilitação da defesa de seus direitos. Esse artigo traz
a inversão do ônus da prova “Ope Judicis”.

Ope judicis- fica a critério do juiz, verificando o mesmo se o consumidor


for hipossuficiente ou for verossímil a alegação. Trazendo uma facilitação ao
consumidor.

Alegação verossímil: é a aparência de que a situação é verdadeira. Aqui o


juiz PODE inverter o ônus da prova.

Ex1: um aparelho eletrônico queimou por conta de corte de energia e a


empresa não quer ressarcir, assim, o consumidor pode juntar uma matéria
ou algo que demonstre que naquele dia a empresa cortou a luz.

Ex2: compra um produto e o mesmo não chega, junta-se os comprovantes,


o site da empresa.

Assim, demonstra que parece verdadeira a situação.

Hipossuficiência: o juiz PODE inverter. Aqui é mais fácil e menos custoso


para o fornecedor dar as provas.

Arts.8° a 10°, CDC- SEGURANÇA, SAÚDE dos consumidores.

RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO NO AMBITO DO


CDC:

 O que é necessário para comprovar a resp. no CC? Deve comprovar a


culpa, nexo causal, dano e o ato danoso.
 No CDC? O dano, o que causou esse dano e o nexo de causalidade. É
RESP. OBJETIVA, não precisa EM REGRA comprovar culpa.

Deve comprovar:

- A atividade de risco; o nexo de causalidade e o dano.

 O dano é tudo aquilo que efetivamente se perdeu.


 O prejuízo é tudo aquilo que se deixou de ganhar.

 Teoria do risco da atividade: no momento em que o fornecedor abre o


mercado ele já cria um risco e está se responsabilizando de tudo que sai
dali, é responsável por sua atividade. A partir do momento em que o
fornecedor disponibiliza no mercado de consumo o produto/serviço se cria
um risco.

Comprovando esse dano se cria um direito de indenizar por parte do


fornecedor.

Teoria do risco da atividade:


Fornecedor fornece produto ou serviço  cria o risco do dano ou
prejuízo.
Quando for concretizado em dano  passa a ter um dever de
reparação objetiva, uma responsabilidade objetiva e integral.

Princípio da reparação integral está atrelado a reparação objetiva  o


fornecedor do produto irá arrumar todo o dano causado pelo defeito
(acidente) do produto.

Culpa anônima  não sei de quem é a culpa. Ex1: 1999 um senhor colocou
30.000 reais em sua poupança, quando ele quis comprar uma casa foi ao
banco e o dinheiro havia sumido. A culpa é de quem? Poderia ser culpa do
banco, pois evolui para a resp. objetiva, pois o mesmo não forneceu algo
que poderia impedir do Hacker roubar o dinheiro.

Ex2: 1998, uma senhora depois de vir do supermercado e ao abrir um


refrigerante a garrafa explode e ela fica cega. De quem é a culpa? É a Coca-
Cola que tem responsabilidade objetiva, pois o mercado só está revendendo
e não se observa, através da resp. objetiva, a culpa/dolo.
17.08.2018 – sexta-feira

Sociedade sem fins lucrativos pode ser fornecedora?

R: é possível, desde que se enquadre no art.3° do CDC.

Aplica o CDC nas seguintes relações?

1. entidades de previdência privada: sumula STJ 563 – o CDC incide as


entidades abertas de previdência, porém não incide nas entidades fechadas.

Entidade aberta: quando alguém vai lá e contrata um serviço. Ex: vou no


Santander, Caixa Econômica ou BB e contrato a previdência privada deles.

Entidade fechada: uma empresa como a UCDB faz uma previdência privada
para seus funcionários, não sendo aberto ao restante da sociedade.

Sumula STJ 608 – aplica-se o CDC aos contratos de plano de saúde, salvo
os administrados por entidades de autogestão. Ex: empresa que cria um
plano de saúde para os seus funcionários.

2. profissionais liberais e seus clientes: ao advogado não se aplica o CDC, já


para os demais como engenheiros, médicos se aplica.

TEORIA DO RISCO DA ATIVIDADE:

dano causado se
tem a
forcer produtos e
risco de dano responsabilidade
serviços
objetiva, dever de
reparar.

Regra geral: Resp. objetiva. Art.12 CDC

Exceção: profissional liberal – Resp. Subjetiva.


FACILITAÇÃO A DEFESA DO CONSUMIDOR: art.6°, VIII, CDC:

Inversão do Ônus da prova:


Ope Legis: art.12 e 14, CDC.
É legal
É automática, pois o juiz DEVE inverter o ônus da prova
Ope Judicis: art.6, VIII, CDC.
Subjetiva
Verossimilhança ou hipossuficiência.
O juiz PODE inverter o ônus da prova.
Judicial

Defeito e vicio – diferença:

Duas correntes:

o vicio de qualidade por inadequação ou por insegurança

vicio/defeito de qualidade ou vicio/defeito de segurança.

Mas são diferentes!

 Vicio: é um pequeno defeito, que vai afetar o produto, tornando o mesmo


inadequado. Causando a responsabilidade pelo vício. Ex: notebook com
defeito no teclado.

 defeito: o fato do produto pode ocasionar um acidente de consumo.

Aqui se fala em responsabilidade pelo fato do produto.

O defeito é tão grave que não causa uma inadequação do produto, é algo
que compromete a segurança do produto. Ex: notebook explode.

Responsabilidade pelo fato:


Pode afetar minha integridade física ou de quem está ao meu redor.
Defeito no produto/serviço
Acidente de consumo.
Responsabilidade pelo vício:
É quando o produto está inadequado, algo não muito importante não está
funcionando, por ex.: problema no sistema de som do carro.
Vicio no produto/serviço
Inadequação aos fins pretendidos, não consegue usar o produto.

MODALIDADES DE RESP. DO FORNECEDOR NO CDC:

 É pelo fato do produto ou pelo vício.

Responsabilidade pelo fato do produto: art.12 e art.14, CDC

 Art.12 – responsabilidade objetiva. Independente de culpa,


responsabilidade pelos danos causados ao consumidor. As informações do
produto não podem ser insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e
riscos.

Defeito é responsabilidade pelo fato e acidente de consumo.

Ex.: aquisição de celular que vem a explodir no rosto do consumidor.

Os produtos têm vida útil, não querendo dizer que vai deixar de funcionar
depois desse período. Porem a SEGURANÇA deve ser vitalícia, portanto
deve continuar.

 §1°, art.12 – quando o produto não oferecer a segurança que se espera


dele. Muitas vezes a falha está na informação do produto. Deve-se levar em
consideração as circunstancias relevantes: como sua apresentação, o uso e
os riscos que se esperam e a época em que foi colocado em circulação.

Ex.: comprar um shampoo e o mesmo queimar os olhos da pessoa.

 §2°, art.12 – inovação tecnológica, quando o produto não é considerado


defeituoso pelo fato de outro melhor ter sido colocado no mercado.

 §3°, art.12 – aqui é a inversão OPE LEGIS. Excludente da


responsabilidade pelo fato do produto. A lei está mandando o fabricante, o
construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando
provar: 1. Que não colocou o produto no mercado; 2. Que mesmo que
tenha colocado o defeito é inexistente; 3. A culpa exclusiva do consumidor
ou de terceiro.
O terceiro aqui pode ser uma outra pessoa que não esteja no rol do
fornecimento do produto e que não seja o próprio consumidor.

31.08.2018 – sexta-feira

3. a culpa de terceiro: não pode ser o comerciante, pois ele está na escala
produtiva sendo então o fornecedor imediato.

Art.13, CDC: comerciante é responsável quando: 1. Fabricante, produtor,


construtor ou importador não puder ser identificado; 2. O produto for
fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou
importador; 3. Não conservar de forma adequada os produtos perecíveis.

 aqui não se sabe de quem é a culpa, portanto, o comerciante que vendeu


o produto será responsabilizado por não ser possível achar/saber quem é o
fabricante.

 se o comerciante não conservou adequadamente o produto (alimentos


perecíveis) a responsabilidade é solidaria, podendo então o comerciante e o
produtor serem responsabilizados.

§ ú, art.13 – direito de regresso: aquele que realizar o pagamento ao


prejudicado terá direito de restituição com os demais se não for culpado.

Caso fortuito:

Interno: relaciona-se com a atividade; risco do empreendimento; não exclui


a responsabilidade. Ex.: refrigerante com pelos de rato. Ex.2: larva em
bombom.

Externo: não tem relação com a atividade; fato estranho à relação; exclui a
responsabilidade (em regra do fornecedor MEDIATO (produtor); já em
relação ao fornecedor IMEDIATO (comerciante/fornecedor) pode ser que
ainda exista responsabilidade). Ex.: lanche com cabelo ou unhas (não tem
haver com o produtor do pão e sim com quem preparou o lanche).

Art.14, CDC – responsabilidade pelo fato do serviço – o FORNECEDOR DE


SERVIÇOS responde, INDEPENDENTE DE EXISTENCIA DE CULPA, pela
reparação dos DANOS CAUSADOS AOS CONSUMIDORES por defeitos
ligados a PRESTAÇÃO, FALTA DE INFORMAÇÕES INSUFICIENTES OU
INADEQUADAS SOBRE O SERVIÇO E SEUS RISCOS.
Ex.: o motorista de ônibus deve te entregar onde você quer chegar da
forma que ele te pegou, se ocorrer um acidente é uma responsabilidade
pelo fato do serviço.

§§1° e 2°, art.14 – o serviço é defeituoso quando não fornece segurança.

§3°, art.14 – o fornecedor não será responsabilizado quando: 1. Quando


provar que o defeito inexiste; 2. Quando provar que a culpa foi exclusiva do
consumidor ou de terceiro.

Culpa concorrente exclui a responsabilidade? Não, ela atenua a resp.


do fornecedor. Ex.: motorista que foi imprudente ao passar por um trilho de
trem, onde não havia avisos e o trem não fez nenhum sinal. Nesse caso a
empresa estava prestando um serviço e, portanto, tem responsabilidade por
ter causado um acidente.

Fortuito interno: não exclui a responsabilidade. Ex.: atos praticados dentro


do banco que tem o dever de segurança. Sumula 479 STJ – as instituições
financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito
interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no ambiento de
operações bancarias.

Fortuito externo: exclui a responsabilidade. Ex.: assalto dentro do ônibus,


aqui não se tem responsabilidade patrimonial e sim física, pois protege
somente a integridade física dos seus passageiros.

Estacionamentos pagos: sumula 130 STJ: a empresa responde perante


o cliente, pela reparação de dano ou furto do veiculo ocorridos em seu
estacionamento. Ex.: assalto no estacionamento do shopping.

Quando não houver pagamento: o STJ entendeu que em casos em que


não tem cancela, segurança, se não é pago não existe responsabilidade do
estabelecimento. Ex.: assalto no estacionamento grátis do supermercado.

Recall e excludente de responsabilidade: a empresa ao fornecer o produto


ou serviço verifica que o mesmo tem um defeito de segurança e chama o
consumidor, se o consumidor não atender ou não levar o produto a
empresa continuará a ter responsabilidade, pois pode ser que o consumidor
não sabia que deveria levar ou não teve tempo de fazer. Art.10, §1°, CDC.
Profissional liberal: art.14, §4°, CDC- é responsabilidade pessoal do
profissional (resp. subjetiva).

 é o médico, dentista, engenheiro, arquiteto.

 o profissional liberal em atividade meio tem responsabilidade subjetiva.


Ex.: médico que atende uma pessoa tendo ataque cardíaco e o paciente
morre.

 profissional liberal em atividade fim: mera presunção de culpa, aqui


inverte-se o ônus da prova, então o profissional terá que comprovar que
não cometeu nenhum erro.

Recurso especial n° 1.145.728 MG/2009 do STJ


Falha na estrutura do hospital  resp. objetiva
Falha de profissional sem vínculo com o hospital  ausência de
resp.
Falha do profissional liberal com vínculo com o hospital  medico
(resp. subjetiva); mera presunção de culpa (atividade fim);
responsabilidade solidaria; hospital: resp. objetiva (arts.932 e 933 CC).

 aqui comprovada a culpa do médico o hospital tem responsabilidade


objetiva.

RESPONSABILIDADE PELO VICIO DO PRODUTO OU SERVIÇO:

Art.18, CDC – quem FORNECE o produto durável ou não RESPONDE


SOLIDARIAMENTE pelos VICIOS de QUALIDADE ou QUANTIDADE que os
TORNEM IMPROPRIOS ou INADEQUADOS AO CONSUMO, devendo
RESPEITAR AS VARIAÇÕES DECORRENTES DE SUA NATUREZA.

Ex.: televisão que não funciona.

§1°, art.18 – não sendo o vicio sanado em 30 dias o fornecedor pode


exigir a sua escolha:

1. substituição do produto por um da mesma espécie, em perfeitas


condições.
2. restituição IMEDIATA da quantia paga, sem prejuízo de eventuais perdas
e danos. Mesmo que seja pago no crédito.

3. abatimento proporcional do preço.

§3°, art.18 – o consumidor pode fazer uso imediato das alternativas do


§1° sempre que em razão do vicio a substituição das partes possa
comprometer a qualidade ou característica do produto.

§2°, art.18 – podem as partes acordar a redução ou ampliação do prazo


de 30 dias, não podendo ser inferior a 7 dias ou superior a 180 dias.

§5°, art.18 -fornecimento de produto in natura, será responsável perante o


consumidor o fornecedor imediato, exceto quando identificado claramente
quem produziu.

Art.19, CDC: vicio de quantidade. O produto é perfeito e veio menos e


paguei por mais.

Diferenças:
Qualidade: o produto é improprio.
Quantidade: vem menos do que eu queria.

Art.20, CDC – resp. pelo vicio do serviço.

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