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A TUTELA CONSTITUCIONAL
DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR
A dignidade da pessoa humana passa a ser o núcleo axiológico da tutela jurídica, não
se restringindo ao vínculo entre governantes e governados, mas se estendendo para
toda e qualquer relação, mesmo entre dois sujeitos privados, em que, pela
manifestação do poder, uma destas pessoas tivesse seus direitos violados ou
ameaçados de lesão (CAMBI, 2008)
II) Sob o aspecto filosófico, o neoconstitucionalismo marca a superação do dogma da lei
como expressão da vontade do povo. “Esta tendência é denominada de pós-positivismo,
na medida em que os princípios jurídicos deixam de ter aplicação meramente
secundária, como forma de colmatar lacunas, para ter relevância jurídica na
conformação judicial dos direitos.” (CAMBI, 2008)
I) Segurança normativa;
II) Substituição do paradigma civilista pela proteção do consumidor como sujeito vulnerável;
III) e, por fim, sistematizar esta proteção especial através de uma codificação
(art. 48 do ADCT).
A CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DA BAHIA
Art. 4º Além dos direitos e garantias previstos na Constituição Federal ou decorrentes do regime e dos princípios que ela adota, é
assegurado, pelas leis e pelos atos dos agentes públicos, o seguinte:
V - a proteção e defesa do consumidor serão promovidas pelo Estado através da implantação de sistema específico, na forma da lei;
VI - comprovada a absoluta incapacidade de pagamento, definida em lei, ninguém poderá ser privado dos serviços públicos de água,
esgoto e energia elétrica
Art. 12. Incumbe ainda ao Estado, concorrentemente com a União, legislar sobre:
V - produção e consumo;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico;
Art. 164. O Estado, em conformidade com os princípios da Constituição Federal, atuará no sentido da promoção do desenvolvimento
econômico, que assegure a elevação do nível de vida e bem-estar da população, conciliando a liberdade de iniciativa com os ditames da
justiça social, cabendo-lhe:
II - exercer, como agente normativo e regulador da atividade econômica, as funções de planejamento, de fiscalização e controle de incentivo,
sendo livre a iniciativa privada;
Art. 243. Toda informação ou publicidade veiculada por qualquer forma ou meio, com relação a bens e serviços que provoquem risco à saúde
ou induzam os consumidores a atividades nocivas à saúde, deverá incluir observação explícita de tais riscos, sem prejuízo da
responsabilidade civil ou penal dos promotores ou fabricantes pela reparação de eventuais danos, na forma da lei.
ADCT. Art. 55. A Assembleia Legislativa, dentro do prazo de cento e oitenta dias da promulgação desta Constituição, elaborará Código de
Defesa do Consumidor, de acordo com a Constituição Federal.
O MÍNIMO EXISTÊNCIAL DE CONSUMO
Admitindo-se, portanto, que, nos dias atuais, a prática de consumir (sejam bensbásicos ou
supérfluos, reforça-se) reflete um ato elementar à existência humana (sendo não apenas tolerado
pela sociedade em geral, como fortemente estimulado, sobretudo pela mídia)83-84 e que,
nestas inevitáveis relações, o sujeito, como regra, submete-se aos desequilíbrios e às (não raras)
abusividades do mercado, revela-se plenamente admissível a defesa de umaproteção do consumidor
(ainda que em dimensões mínimas) como sendo um requisito indispensável à concretização de uma
existência digna.
O mínimo existencial (do consumo), nestes termos, não se presta (nem se justifica),
reprisa-se, apenas a garantir o alcance (de qualidade aos bens tidos como essenciais,
como também a garantir o acesso justo, equilibrado e protegidoao próprio mercado de
consumo como um todo. (DAHINTEN, 2016.
REFERÊNICIAS BIBLIOGRÁFICAS
DAHINTEN, Augusto Farnke e DAHINTEN, Bernardo Franke. A proteção do consumidor enquanto direito
fundamental e direito humano: consolidação da noção de mínimo existencial de consumo. Revista do
Direito do Consumidor. 2016.
SILVA, Altino Coneição. A proteção constitucional do consumidor e sua densificação normativa. Disponível em:
https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/43677/a-protecao-constitucional-do-consumidor-e-sua-densificacao-
normativa