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Prof.

Magda Hofstaetter

TRIBUNAL DO JÚRI:
ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA
1. CONCEITO

A absolvição sumária é uma verdadeira sentença absolutória, pois


nela há uma efetiva análise do mérito. A decisão faz coisa julgada
formal e material, o que implica dizer que o sujeito não pode ser
processado de novo pela mesma imputação, ainda que sujam
provas novas. Para que ocorra a absolvição sumária há
necessidade de um juízo de certeza.
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o
acusado, quando:
I – provada a inexistência do fato;
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato;
III – o fato não constituir infração penal;
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do
crime.

Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV


do caput deste artigo ao caso de inimputabilidade prevista
no caput do art. 26 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de
1940 – Código Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva
ATENÇÃO! Para a redação do parágrafo único. Não cabe absolvição
sumária se a inimputabilidade do artigo 26, caput, CP NÃO for a
única tese defensiva.

Isso porque, segundo Norberto Avena, havendo outra tese


defensiva, deve-se submeter o acusado a júri popular, já que nessa
sede sempre haverá a possibilidade de ser ele absolvido sem
imposição de medida de segurança.
2. MOMENTO DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA NO JÚRI

Ocorre ao final da primeira fase do rito do Júri. Ou seja, após a


audiência de instrução e julgamento.

CUIDADO! Que é diferente do momento que ocorre no rito comum


(artigo 397, CPP). No rito comum, a absolvição sumária ocorre logo
após a apresentação da resposta à acusação, antes, porém, da
audiência de instrução e julgamento.
3. CRIMES CONEXOS

Havendo a absolvição sumária de um crime de competência do Júri


(ex: legítima defesa), eventual crime conexo não será abrangido
pela absolvição sumária. Após o julgamento de eventual apelação
interposta contra a absolvição sumária, o crime conexo deve ser
remetido ao juízo competente.

Não pode o juiz, nesse momento, também absolver sumariamente


o acusado pelo crime conexo.
4. RECURSO

Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição


sumária caberá apelação.

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