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CONTRATO DE DISTRIBUIÇÃO – CONTRATO DE

DIREITO AGÊNCIA
COMERCIAL I
ÍNDICE

¶ Os Contratos de Distribuição em Geral

¶ Noção e Natureza Jurídica do Contrato de Agência

¶ O Regime Jurídico do Contrato de Agência

¶ O Contrato de Agência como “Modelo-Reitor” dos Contratos de Distribuição

¶ O Problema da Indemnização de Clientela


OS CONTRATOS DE DISTRIBUIÇÃO EM GERAL

Por contrato de distribuição entende-se o contrato, contemplado ou não em legislação geral ou especial, que disciplina as relações jurídicas entre produtores e distribuidores, com vista à
comercialização de bens e serviços dos primeiros.

Maioritariamente, o que resulta da experiência do quotidiano diz-nos que os distribuidores aparecem, aos olhos do público, como se fossem eles próprios os produtores de determinado bem ou
serviço. O público em geral confia que quem está a vender certo produto tem, de facto, poderes para o fazer.

A distribuição comercial pode assumir diferentes modalidades:

1) Distribuição directa: Levada a cabo pelo próprio fabricante. É o produtor que se encarrega da colocação dos seus próprios produtos ou serviços no mercado (usualmente recorrendo
para tal a divisões orgânicas ou a pessoal dependente: filiais, sucursais, gerentes de comércio, auxiliares de comércio).

2) Distribuição indirecta: O produtor concentra-se no fabrico e produção dos bens ou serviços, mas encarrega terceiras entidades especializadas para de forma autónoma, realizarem essa
distribuição (i.e., transportadores, armazenistas, comissários, mediadores, agentes, concessionários, franquiados, etc.). Há uma multiplicidade de contratos que o produtor terá que
celebrar para assegurar que o seu produto chega ao consumidor final. A distribuição indirecta pode ser ainda:

2. a) Simples: O produtor deixa total autonomia ao distribuidor na forma como vai colocar os seus produtos junto do consumidor. É caracterizada pela ausência de coordenação entre a
produção e a distribuição.

2. b) Integrada: O produtor procura coordenar os distribuidores para que os produtos cheguem aos consumidores finais como se fosse o próprio produtor a fazê-lo. O distribuidor
sujeita-se, em maior ou menor grau, às orientações e fiscalização genéricas do produtor. O homem médio, pela sua experiência comum, não consegue distinguir se a pessoa que procede à
distribuição é o próprio produtor ou uma entidade autónoma. É neste campo que surgem os contratos de agência, de franquia e de concessão. E é aqui que se levantam os maiores problemas na
formulação e execução destes contratos, nomeadamente quando se extinguem.

Por ora, é necessário também a identificação dos vários modelos de contratos relevantes da distribuição comercial indirecta: (1) contrato de agência (2) contrato de concessão comercial (3)
contrato de franquia (franchising) (4) contrato de mediação e (5) contrato de comissão.
NOÇÃO E NATUREZA JURÍDICA DO CONTRATO DE AGÊNCIA

O Contrato de Agência é um tipo de contrato, inserido nos contratos de distribuição, cuja Doutrina encaixa como um contrato
comercial especial (extravagante ao Código Comercial). O Contrato de Agência tem a sua definição no art. 1.º/1 do DL 178/86
(doravante, RJCA), onde o Prof. P INTO MONTEIRO retira os seguintes elementos essenciais:
• Obrigação do agente promover contratos em nome do principal: Nesta obrigação, encontramos vários deveres, como angariação de clientela, difusão
dos serviços/produtos oferecidos pelo principal, preparação/celebração de contratos (dependendo se o agente tem poderes de representação), tratando-se
de um prestação de atos jurídicos complexos e interligados

• Por conta da outra parte: Pressupõe que todos os atos do agente sejam em prôl e beneficio do principal, segundo os termos do contrato.

• De forma autónoma: O agente não é subordinado ao principal (como acontece, p.e., no contrato de trabalho), este apenas tem de cumprir com o
contrato, gozando de autonomia na forma como cumpre o contrato, desde que não o quebre, e que atue segundo as regras da boa-fé  Prof. JANUÀRIO
DA COSTA GOMES

• De forma estável: O agente, agora em semelhança ao trabalhador, exerce as suas funções durante um período temporal estável, previsto contratualmente,
não se tratando de simples prestações de serviços. No mínimo, o contrato de agência prevê um certo escopo/objetivo, que também traz estabilidade.

• Com renumeração: Embora seja um contrato comercial especial, percebemos que ele é especial em relação ao mandato comercial (231.º CCom.), em
que este se presume oneroso (art. 232.º CCom.). Alias, o próprio art. 1.º RJCA estabelece isso mesmo.
O REGIME JURÍDICO DO CONTRATO DE
AGÊNCIA
Como já referido, o regime legal para o contrato de agência encontra-se previsto no Decreto-Lei N.º 178/86. Este regime legal,
contudo, não serve só para o contrato de agência, mas também para todos os outros contratos de distribuição: contrato de
concessão comercial; contrato de franquia (franchising); contrato de mediação e contrato de comissão.

Embora se tenha que aplicar analogicamente o RJCA aos demais, ainda temos outras regras a obedecer, como tal:
I. Releva a autonomia das próprias partes contratantes e a escolha racional dos seus direitos e obrigações, porque individual e contratualmente
acordados entre estas.

II. Releva a figura do contrato de agência e o disposto no Decreto-Lei N.º 178/86, de 3 de Julho, que permite a aplicação analógica aos casos
omissos da solução concreta prevista nas suas normas, apenas quando justificável devido à ratio da lei e à natureza das lacunas em causa.

III. Em última linha, terá de se ter em conta um conjunto de outras fontes legais, de carácter geral, v.g., normas comuns sobre negócios jur ídicos
(arts. 271.º e ss CC), sobre contratos de adesão (Lei das Cláusulas Contratuais Gerais), a propósito de regras de defesa da concorrência (arts.
4.º e ss, Regulamento CE/2790/1999, de 22 de Dezembro), no domínio da propriedade industrial (arts. 31.º e 32.º, do CPI), ou de direito
comercial internacional (arts. 41.º e 42.º, Convenção de Roma de 1980)
A INDEMNIZAÇÃO DE CLIENTELA

A “indemnização de clientela” devida na sequência da cessação do contrato de agência, pressupõe a verificação cumulativa de cinco requisitos:

I. Que o agente tenha angariado novos clientes ou aumentado substancialmente o volume de negócios com a clientela já existente;

II. Que a outra parte venha a beneficiar consideravelmente, após a cessação do contrato, da actividade anteriormente desenvolvida pelo agente;

III. Que o agente deixe de receber qualquer retribuição por contratos negociados ou concluídos, após a cessação do contrato, com os clientes por
si angariados;

IV. Que o contrato de agência não tenha cessado por razões imputáveis ao agente, por acordo com a outra parte, ou por cedência a terceiro da
sua posição contratual;

V. Que o agente ou seus herdeiros tenham comunicado à outra parte, no prazo de um ano a contar da cessação do contrato, a vontade de
receber a indemnização; vi) que a acção judicial seja proposta dentro do ano subsequente a tal comunicação. 
• Contratos de Distribuição - Visam criar braços de atuação, e clientela do principal na atividade comercial.
Contato de Agência acaba por ser o fiel aos demais, portanto vemos o regime jurídico dos outros contratos, no contrato de agência.
A intermediação do agente funciona em moldes paralelos, mas não iguais, do prestador de serviços, reconduz os contratos para o principal (ou celebra-los
imediatamente se tiver os poderes de representação para tal). O comissionista tem mais autonomia.
ndemnização da clientela é importante, é evidente:
- JCG - A obrigação de indemnizar só se reporta à al. a) do art. Art. 30.º, i.e., so não ha direito de indemnização de clientela se o agente violar gravemente os deveres
- Diferença entre o prazo devido e o prazo necessário, o prof. Jpg, que por haver contratos de tanto tempo ou com tanto aproveitamento para o principal, que deve
merecer mais do que 90 dias
Devolução dos Stocks
JCG - Pelo principio da boa fé, onde tem de haver uma analise do caso, de saber se pela boa fe, obriga-se o comissário a devolver os Stocks ao principal.
⁃ Grande parte da doutrina - Tem de haver sempre devolução do Stock
As áreas onde as áreas dos contratos de distribuição têm de ser estudadas, diferenciando-se por coisas como a autonomia
- Não é uma verdadeira indemnização
Ver os pressupostos, em que casos se aplica e em que casos não se pode aplicar.
ENGRACIA ANTUNES: Os contratos de trabalho não são trasmissíveis pelo trabalho, assim como qualquer outro contrato de relação de prestação de serviços.
MENEZES CORDEIRO E JCG - As dividas só se transmitem, do ponto de vista externo, perante terceiros, se forem cumpridas as formalidade do Direito Civil, de
transmissão, nomeadamente a notificação ao credor (art. 583.º/1 CC). Se não forem cumpridas estas formalidades, o credor pode então pedir a solvência da divida a
qualquer um deles, não podendo o antigo proprietário arguir o trespasse com argumento oponível.
Firma com nome singular - O RJPC impõe que, no caso em que uma marca que tenha um nome singular da pessoa que tinha a empresa, que essa marca seja alterada.
Contudo, há quem entenda que, a marca já se separou do nome da pessoa, deva também ser passado com o trespasse. Temos de ver se o nome se autonomizou de tal
maneira, que não só representa autonomamente a marca, como se o uso do nome causa prejuízos à pessoa singular, por uso indevido do seu nome.

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