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CONTRATUAL:
Cláusula Abusiva e Contrato de Adesão
• A A cláusula que limita o valor da indenização pelo furto ou roubo do bem empenhado é abusiva e nula, ainda que redigida com
redação clara e compreensível por José e em destaque no texto, pois o que a vicia não é a compreensão redacional e sim o
direito material indevidamente limitado.
• B A cláusula que limita os direitos de José em caso de furto ou roubo é lícita, uma vez que redigida em destaque e com termos
compreensíveis pelo consumidor, impondo-se a responsabilidade subjetiva da instituição financeira em caso de roubo ou furto
por se tratar de ato praticado por terceiro, revelando fortuito externo.
• C O negócio realizado não configura relação consumerista devendo ser afastada a incidência do Código de Defesa do
Consumidor e aplicado o Código Civil em matéria de contratos de mútuo e de depósito, uma vez que inquestionável o dever de
guarda e restituição do bem mediante pagamento do valor acordado no empréstimo.
• D A cláusula que limita o valor da indenização pelo furto ou roubo do bem empenhado é lícita, desde que redigida com redação
clara e compreensível e, em caso de furto ou roubo do colar, isso será considerado inadimplemento contratual e não falha na
prestação do serviço, incidindo o prazo prescricional de 2 (dois) anos, caso seja necessário ajuizar eventual pleito indenizatório.
Resposta
• FGV - 2022 - OAB - Exame da Ordem Unificado XXXVI - Primeira Fase
• José procurou a instituição financeira Banco Bom com o objetivo de firmar contrato de penhor. Para tanto, depositou
um colar de pérolas raras, adquirido por seus ascendentes e que passara por gerações até tornar-se sua pertença
através de herança. O negócio deu-se na modalidade contrato de adesão, contendo cláusulas claras a respeito das
obrigações pactuadas, inclusive com redação em destaque quanto à limitação do valor da indenização em caso de
furto ou roubo, o que foi compreendido por José.
• Posteriormente, José procurou você, como advogado(a), apresentando dúvidas a respeito de diferentes pontos.
• Sobre os temas indagados, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, assinale a afirmativa correta.
• Alternativas
• A A cláusula que limita o valor da indenização pelo furto ou roubo do bem empenhado é abusiva e nula, ainda que
redigida com redação clara e compreensível por José e em destaque no texto, pois o que a vicia não é a compreensão
redacional e sim o direito material indevidamente limitado.
• B A cláusula que limita os direitos de José em caso de furto ou roubo é lícita, uma vez que redigida em destaque e
com termos compreensíveis pelo consumidor, impondo-se a responsabilidade subjetiva da instituição financeira em
caso de roubo ou furto por se tratar de ato praticado por terceiro, revelando fortuito externo.
• C O negócio realizado não configura relação consumerista devendo ser afastada a incidência do Código de Defesa do
Consumidor e aplicado o Código Civil em matéria de contratos de mútuo e de depósito, uma vez que inquestionável o
dever de guarda e restituição do bem mediante pagamento do valor acordado no empréstimo.
• D A cláusula que limita o valor da indenização pelo furto ou roubo do bem empenhado é lícita, desde que redigida com
redação clara e compreensível e, em caso de furto ou roubo do colar, isso será considerado inadimplemento contratual
e não falha na prestação do serviço, incidindo o prazo prescricional de 2 (dois) anos, caso seja necessário ajuizar
eventual pleito indenizatório.
• FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase
• O médico de João indicou a necessidade de realizar a cirurgia de gastroplastia (bariátrica)
como tratamento de obesidade mórbida, com a finalidade de reduzir peso. Posteriormente,
o profissional de saúde explicou a necessidade de realizar a cirurgia plástica pós-
gastroplastia, visando à remoção de excesso epitelial que comumente acomete os
pacientes nessas condições, impactando a qualidade de vida daquele que deixou de ser
obeso mórbido.
• A As cláusulas que limitam os direitos da consumidora são nulas de pleno direito, sendo qualquer período
de carência imposto por contrato de adesão reversível pela via judiciária, por caracterizar-se como
cláusula abusiva.
• B As cláusulas que limitam os direitos da consumidora, como a que fixou a carência do plano de saúde
em relação ao uso de medicamentos e exame de imagem, são lícitas, e devem ser observadas no caso
de Elisa, em respeito ao equilíbrio da relação contratual.
• C As cláusulas que preveem o período de carência estão previstas em norma especial que contradiz o
disposto no CDC, uma vez que não podem excetuar a proteção integral e presunção de vulnerabilidade
existente na relação jurídica de consumo.
• D O plano de saúde deve cobrir integralmente o atendimento de Elisa, por se tratar de situação de
emergência e por, pelo tempo de contratação do plano, não poder haver carência para esse tipo de
atendimento, ainda que lícitas as cláusulas que limitem o direito da consumidora.
• Dias atrás, Elisa, portadora de doença grave e sob risco imediato de morte, foi levada para atendimento
na emergência do hospital X, onde necessitou realizar exame de imagem e fazer uso de medicamentos.
Ocorre que o seu plano de saúde, contratado dois meses antes, negou a cobertura de alguns desses
fármacos e do exame de imagem, pelo fato de o plano de Elisa ainda estar no período de carência,
obrigando a consumidora a custear parcela dos medicamentos e o valor integral do exame de imagem
• Nesse caso, à luz do Código de Defesa do Consumidor (CDC) e da Lei nº 9.656/98, que dispõe sobre os
planos e seguros privados de assistência à saúde, assinale a afirmativa correta.
• A As cláusulas que limitam os direitos da consumidora são nulas de pleno direito, sendo qualquer período
de carência imposto por contrato de adesão reversível pela via judiciária, por caracterizar-se como
cláusula abusiva.
• B As cláusulas que limitam os direitos da consumidora, como a que fixou a carência do plano de saúde
em relação ao uso de medicamentos e exame de imagem, são lícitas, e devem ser observadas no caso
de Elisa, em respeito ao equilíbrio da relação contratual.
• C As cláusulas que preveem o período de carência estão previstas em norma especial que contradiz o
disposto no CDC, uma vez que não podem excetuar a proteção integral e presunção de vulnerabilidade
existente na relação jurídica de consumo.
• D O plano de saúde deve cobrir integralmente o atendimento de Elisa, por se tratar de situação de
emergência e por, pelo tempo de contratação do plano, não poder haver carência para esse tipo de
atendimento, ainda que lícitas as cláusulas que limitem o direito da consumidora.
Artigo 52 da Cláusula Abusiva
• Apresenta obrigação do fornecedor ao consumidor, sobre o
fornecimento de produtos ou serviços que envolve outorga de crédito
ou concessão de financiamento.
• preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;
• II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;
• III - acréscimos legalmente previstos;
• IV - número e periodicidade das prestações;
• V - soma total a pagar, com e sem financiamento.
• § 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de
obrigações no seu termo não poderão ser superiores a dois por cento
do valor da prestação.
• § 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do
débito, total ou parcialmente, mediante redução proporcional dos
juros e demais acréscimos.
•
Artigo 53 do CDC
• Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou
imóveis mediante pagamento em prestações, bem como nas
alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de
pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das
prestações pagas em benefício do credor que, em razão do
inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada
do produto alienado.
• § 2º Nos contratos do sistema de consórcio de
produtos duráveis, a compensação ou a restituição das
parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá descontada,
além da vantagem econômica auferida com a fruição, os
prejuízos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo.
• § 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão
expressos em moeda corrente nacional.
Exemplos Do Artigo 53
• Súmula 543 do STJ: Na hipótese de resolução de
contrato de promessa de compra e venda de imóvel
submetido ao Código de Defesa do Consumidor, deve
ocorrer a imediata restituição das parcelas pagas pelo
promitente comprador - integralmente, em caso de culpa
exclusiva do promitente vendedor/construtor, ou
parcialmente, caso tenha sido o comprador quem deu
causa ao desfazimento.
• RECURSO ESPECIAL. COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. PARQUE
RESIDENCIAL UMBU. REVISÃO DE CONTRATOS FINDOS. POSSIBILIDADE. DISTRATO À LUZ DO
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. RESOLUÇÃO EXTRAJUDICIAL DO NEGÓCIO COM
ESTIPULAÇÃO DE CLÁUSULA DE DECAIMENTO. IMPOSSIBILIDADE. NULIDADE DAS
CLÁUSULAS ABUSIVAS.
• 1. A transação é espécie de negócio jurídico que objetiva por fim a uma celeuma obrigacional,
alcançada por meio de concessões mútuas (CC, art. 840), cujo objetivo primordial é evitar o litígio ou
colocar-lhe fim. A extinção se exterioriza na forma de renúncia a direito patrimonial de caráter privado,
disponível, portanto, conforme previsto na lei.
• 2. É firme o entendimento do STJ quanto à possibilidade de revisão dos contratos findos, ainda que em
decorrência de quitação, para o afastamento de eventuais ilegalidades. Precedentes. Súm 286 do STJ.
• 3. As normas previstas no Código de Defesa do Consumidor são de ordem pública e interesse social,
cogentes e inderrogáveis pela vontade das partes.
• 4. É cabível a revisão de distrato de contrato de compra e venda de imóvel, ainda que consensual, em
que, apesar de ter havido a quitação ampla, geral e irrevogável, se tenha constatado a existência de
cláusula de decaimento (abusiva), prevendo a perda total ou substancial das prestações pagas pelo
consumidor, em nítida afronta aos ditames do CDC e aos princípios da boa-fé objetiva e do equilíbrio
contratual.
• 5. Na hipótese, verifica-se que a Construtora recebeu dupla vantagem advinda da referida cláusula,
pois, além de retomar a propriedade do imóvel, dando-o em pagamento de dívidas ao Município,
acabou por se apoderar do dinheiro pago pelo consumidor no financiamento do bem, configurando
vantagem abusiva em seu favor.
• 6. Recurso especial não provido.
Contrato de Adesão
• Definido pelo artigo 54 do CDC como aquele cujas
cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade
competente, estabelecidas unilateralmente pelo
fornecedor de produtos ou serviços, sem que o
consumidor possa discutir ou modificar seu conteúdo.
• Isso implica, que ao comprar produtos e serviços, o
consumidor só pode examinar as condições previamente
estabelecidas pelo fornecedor e pagar o preço exigido,
nas formas de pagamento também prefixadas.
• Alguns exemplos são: cartões de crédito, planos de
saúde, assinatura de streaming, TV a cabo.
Artigo 54 CDC
• Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido
aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente
pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa
discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo.
• § 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de
adesão do contrato.
• § 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde
que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o
disposto no § 2° do artigo anterior.
• § 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos
claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não
será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo
consumidor. (Redação dada pela nº 11.785, de 2008)
• § 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor
deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil
compreensão.
• § 5° (Vetado)
Características do Contrato de Adesão
• Unilateralidade e uniformidade na sua elaboração;
• B O STJ já se manifestou sobre o tema, sendo que a cláusula é válida pois quem fez o pedido do
empréstimo mediante penhor sabe dos riscos que corre.
• C A cláusula é inválida, pois o risco do negócio não pode ser transferido ao consumidor, sendo, porém, que
o STJ não se manifestou sobre esse tema de forma expressa.
• D No caso em tela, havendo furto/roubo da joia empenhada, Antônia deverá prosseguir pagando de
eventuais parcelas do empréstimo, pois concorreu para o evento ao depositar o bem na instituição
financeira.
• E O STJ já sumulou a questão determinando que cláusulas com esse conteúdo são abusivas e, portanto,
mesmo em contrato de adesão, não terão valor para compelir o consumidor a suportar prejuízos.
• Responder
• VUNESP - 2021 - Prefeitura de Bertioga - SP - Procurador Municipal
• Antônia estava endividada, recorrendo a uma instituição financeira para empenhar uma joia de sua
família e, assim, conseguir um crédito. Feito isso, assinou um contrato de adesão, prevendo que, em
caso de furto/roubo, a instituição financeira não se responsabilizaria pela perda do objeto, por se tratar de
caso fortuito. Diante dessa situação, nos ditames atuais da jurisprudência do STJ, é certo afirmar que:
• Alternativas
• A A cláusula é válida, pois eventual furto/roubo se enquadra no conceito de fortuito externo, o que exime
a responsabilidade do fornecedor.
• B O STJ já se manifestou sobre o tema, sendo que a cláusula é válida pois quem fez o pedido do
empréstimo mediante penhor sabe dos riscos que corre.
• C A cláusula é inválida, pois o risco do negócio não pode ser transferido ao consumidor, sendo, porém,
que o STJ não se manifestou sobre esse tema de forma expressa.
• D No caso em tela, havendo furto/roubo da joia empenhada, Antônia deverá prosseguir pagando de
eventuais parcelas do empréstimo, pois concorreu para o evento ao depositar o bem na instituição
financeira.
• E O STJ já sumulou a questão determinando que cláusulas com esse conteúdo são abusivas e, portanto,
mesmo em contrato de adesão, não terão valor para compelir o consumidor a suportar prejuízos.
• Responder
Bibliografia
• CDC
• ireitocom.com/codigo-de-defesa-do-consumidor-
comentado/titulo-i-dos-direitos-do-consumidor/capitulo-vi-
da-protecao-contratual.
• Jusbrasil.com.br/jurisprudencia/stj/