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Disc.: DIR.CONSUMIDOR 2021.

2 (G) / EX

ANS ¿ 2007-Antônio realizou compra no valor de R$ 150,00 correspondente aos


gêneros alimentícios que sua família necessitava, dividindo tal valor em três
parcelas mensais e consecutivas, sendo expedido carnê de pagamento. Antônio
1. pagou pontualmente as três parcelas, mas, decorridos trinta dias do último
pagamento, foi surpreendido com a cobrança de mais R$ 100,00 que seriam
referentes a encargos moratórios. Com temor de que seus dados pessoais fossem
averbados nos órgãos de proteção ao crédito, Antônio efetuou o pagamento dessa
quantia indevida. Segundo a Lei nº 8.078/90, Antônio terá direito à repetição do
indébito por valor igual

a) ao que pagou em excesso, acrescido de juros legais e de multa de 2% e atualização


monetária, inclusive na hipótese de engano justificável.
d) ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo
hipótese de engano justificável.
b) ao triplo do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo
hipótese de engano justificável.
c) ao quádruplo do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais,
salvo hipótese de engano justificável.
e) ao que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e de juros legais, inclusive na
hipótese de engano justificável

Explicação:

Em respeito ao que preceitua o art. 42, parágrafo único do CDC.

2. Assinale a opção que não está de acordo com o Código de Defesa do Consumidor.

É direito do consumidor a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços,


o que inclui a especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e
preço e a explicitação dos riscos relacionados a produtos e serviços.
O consumidor tem direito à modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações
desproporcionais, mas não à revisão delas em razão de fatos supervenientes que as tornem
excessivamente onerosas.
O consumidor tem direito à efetiva reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos e difusos.

NRA

É direito do consumidor a facilitação da defesa de seus direitos, incluindo-se a inversão do ônus


da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou
quando ele for hipossuficiente.

Explicação:

Item : B - O consumidor tem direito à modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações
desproporcionais, mas não à revisão delas em razão de fatos supervenientes que as tornem
excessivamente onerosas.

O CDC, em seu inciso V, do art. 6° permite tanto a modificação das cláusulas contratuais que
estabeleçam prestações desproporcionais quanto revisão em razão de fatos supervenientes que as
tornem excessivamente onerosas. Isto visa a preservação do contrato de consumo. O mero fato da
desproporção original das prestações permite modificação, objetivando o equilíbrio do contrato. E no
caso da revisão basta a ocorrência do fato superveniente, caso venha a se tornar excessivamente
oneroso ao consumidor.

3. É correto dizer que no CDC a revisão de cláusula contratual terá lugar se ocorrer:

fato superveniente imprevisível;

fato superveniente e álea normal;

fato superveniente e álea extraordinária;

a álea normal ou ordinária;

fato superveniente de alcance particular do devedor.

4. Elisabeth e Marcos, desejando passar a lua-de-mel em Paris, adquiriram junto à


Operadora de Viagens e Turismo ¿X¿ um pacote de viagem, composto de
passagens aéreas de ida e volta, hospedagem por sete noites, e seguro saúde e
acidentes pessoais, este último prestado pela seguradora ¿Y¿. Após chegar à
cidade, Elisabeth sofreu os efeitos de uma gastrite severa e Marcos entrou em
contato com a operadora de viagens a fim de que o seguro fosse acionado, sendo
informado que não havia médico credenciado naquela localidade. O casal
procurou um hospital, que manteve Elisabeth internada por 24 horas, e retornou
ao Brasil no terceiro dia de estada em Paris, tudo às suas expensas. Partindo da
hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.

O casal terá que acionar judicialmente a operadora de turismo e a seguradora simultaneamente


por se tratar da hipótese de litisconsórcio necessário e unitário, sob pena de insurgir em
carência da ação.

NENHUMA DAS RESPOSTAS ACIMA

O casal não poderá acionar judicialmente a operadora de turismo já que havia liberdade de
contratar o seguro saúde viagem com outra seguradora e, portanto, não se tratando de venda
casada, não há responsabilidade solidária na hipótese
O casal poderá acionar judicialmente a operadora de turismo, mesmo que a falha do serviço
tenha sido da seguradora, em razão da responsabilidade solidária aplicável ao caso.
O casal somente poderá acionar judicialmente a seguradora Y, já que a operadora de turismo
responderia por falhas na organização da viagem, e não pelo seguro porque esse foi realizado
por outra empresa.

Explicação:

A assertiva A está correta, pois conforme art. 7º, parágrafo único, art. 18 e art. 25, § 1º do CDC, havendo
mais de um responsável pela causação do dano, todos serão solidariamente responsáveis pela reparação
ao consumidor, cabendo a este optar em face de quem demandará pela eventual reparação dos danos.
5. Tommy adquiriu determinado veículo junto a um revendedor de automóveis
usados. Para tanto, fez o pagamento de 60% do valor do bem e financiou os 40%
restantes com garantia de alienação fiduciária, junto ao banco com o qual
mantém vínculo de conta-corrente. A negociação transcorreu normalmente e o
veículo foi entregue. Ocorre que Tommy, alguns meses depois, achou que a
obrigação assumida estava lhe sendo excessivamente onerosa. Procurou então
você como advogado(a) a fim de saber se ainda assim seria possível questionar o
negócio jurídico realizado e pedir revisão do contrato que Tommy sequer possuía.
A esse respeito, assinale a afirmativa correta.

A questão comporta aplicação do CDC e a ação revisional pode ser proposta independentemente
de medida cautelar preparatória de exibição de documentos, já que o pleito de exibição do
contrato poderá ser formulado incidentalmente e nos próprios autos.

NENHUMA DAS RESPOSTAS ACIMA

A questão versa sobre alienação fiduciária em garantia que transfere ao credor o domínio
resolúvel e a posse indireta do bem alienado, não havendo aplicabilidade do Código de Defesa
do Consumidor e, portanto, nem o pedido de revisão na hipótese, haja vista que a questão
jurídica está submetida unicamente à leitura da norma geral civil, sem a inversão do ônus da
prova.
A questão comporta aplicação do CDC, mas para propor ação revisional, a parte deve ingressar
com medida cautelar preparatória de exibição de documentos, sob pena de extinção da medida
cognitiva revisional por falta de interesse de agir.
A questão versa sobre alienação fiduciária em garantia, que transfere para o devedor a posse
direta do bem, tornando-o depositário, motivo pelo qual a questão jurídica rege-se
exclusivamente pelas regras impostas pelo Decreto-lei nº 911, de 1969, que estabelece normas
de processo sobre alienação fiduciária.

Explicação:

Item C - A questão comporta aplicação do CDC e a ação revisional pode ser proposta independentemente
de medida cautelar preparatória de exibição de documentos, já que o pleito de exibição do contrato
poderá ser formulado incidentalmente e nos próprios autos.

Explicação -

Como não poderia deixar de existir, o CDC trouxe importante inovação na tutela dos contratos de
consumo. Cuida-se da revisão contratual por onerosidade excessiva, prevista no art. 6º, inciso V, do
Código de Defesa do Consumidor.

O artigo supracitado possui a seguinte redação, in verbis:

¿Art. 6o São direitos básicos do consumidor:

(...)

V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou


sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas. (grifos nossos)¿

A revisão contratual prevista no CDC é um direito básico do consumidor, e apenas deste. No dispositivo,
vislumbramos a possibilidade de modificação das cláusulas que estabeleçam, no momento mesmo da
formação do contrato, prestações desproporcionais, o que caracteriza, devido à vulnerabilidade do
consumidor frente ao fornecedor, o instituto da lesão. Na segunda parte, deparamos com o direito à
revisão contratual em razão de fatos supervenientes que tornem as prestações demasiadamente
onerosas.

O consumidor, como parte vulnerável no microssistema jurídico do Código de Defesa do Consumidor,


contrata por necessidade, pois não pode abrir mão de bens e serviços básicos do dia-a-dia e da vida
moderna, muitas vezes consumindo para a sua própria subsistência, além do seu lazer ou divertimento.

Devido a essa necessidade, muitas vezes o consumidor é lesado, no momento mesmo da formação do
vínculo contratual, tendo freqüentemente que aceitar condições manifestamente desproporcionais para
ter acesso aos bens e serviços de que não pode abrir mão. Esta situação configura a lesão, que autoriza
a modificação das cláusulas contratuais consideradas desproporcionais, as quais geram obrigações
iníquas. Cuida-se de direito previsto na primeira parte do art. 6º, inciso V: a modificação das cláusulas
contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais.

6. (OAB/CESPE ¿ 2006.2) Acerca do direito de proteção ao consumidor, assinale a


opção correta.

D Segundo o princípio da vinculação da oferta, toda informação ou publicidade sobre preços e


condições de produtos ou serviços, como a marca do produto e as condições de pagamento,
veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação, obriga o fornecedor que a fizer veicular
ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
A Na execução dos contratos de consumo, o juiz pode adotar toda e qualquer medida para que
seja obtido o efeito concreto pretendido pelas partes em caso de não-cumprimento da oferta ou
do contrato pelo fornecedor, salvo quando expressamente constar do contrato cláusula que
disponha de maneira diversa.

E Nenhuma das alternativas anteriores.

B Nos contratos regidos pelo Código de Defesa do Consumidor, as cláusulas contratuais


desproporcionais, abusivas ou ilegais podem ser objeto de revisão, desde que o contrato seja de
adesão e cause lesão a direitos individuais ou coletivos.
C Em todo contrato de consumo consta, implicitamente, a cláusula de arrependimento, segundo
a qual o consumidor pode arrepender-se do negócio e, dentro do prazo de reflexão,
independentemente de qualquer justificativa, rescindir unilateralmente o acordo celebrado.

Explicação:

Item D.

Explicação - D Segundo o princípio da vinculação da oferta, toda informação ou publicidade sobre preços
e condições de produtos ou serviços, como a marca do produto e as condições de pagamento, veiculada
por qualquer forma ou meio de comunicação, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e
integra o contrato que vier a ser celebrado. O Principio da Vinculação da oferta deve ser aplicado em
casos onde claramente observamos que o fornecedor induz o consumidor ao erro, ou se utiliza de
artifícios de marketing com o intuito de depois se eximir de obrigações que são totalmente exigíveis

7. A inversão do ônus da prova de que trata o Código de Defesa do Consumidor:

Não é automática, depende da iniciativa da parte.

O prazo para a reclamação, pelo consumidor, quanto ao vício de produtos duráveis é de 90


dias.

É admitida, em juízo, sob critérios do juiz, adotados livremente.

Poderá ser determinada tanto a requerimento da parte, como ex officio.

É automática se ao consumidor, quando parte de um processo judicial, interessa somente a


prova de certos fatos constitutivos do seu alegado direito.
Explicação:

Item: A.

Explicação: Art. 6º - São direitos básicos do consumidor: [...] VIII- a facilitação da defesa de seus
direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do
Juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiência

O detentor do poder econômico ou do conhecimento técnico, para provar contrariamente as alegações do


autor, utilizando essa inversão como medida de efetivação dos direitos dos consumidores, a fim de
equilibrar as forças na relação processual, aplicando-se, também, assim o princípio da isonomia e da
razoabilidade. Também, não se pode esquecer a vulnerabilidade do consumidor, que no CDC, art. 4º,
inciso I, reconhece: o consumidor é vulnerável. Tal reconhecimento é garantido constitucionalmente,
respeitando assim o princípio da isonomia

8. (Analista/Advogado 2015 - DPE/MT - FGV) Em relação à cobertura de tratamento


experimental por operadora de plano de saúde, assinale a afirmativa correta:

É abusiva a cláusula de contrato de plano de saúde que vede a cobertura de tratamento


experimental em qualquer caso.
A operadora de plano de saúde deve custear tratamento experimental se houver indicação
médica.
A obrigação da operadora de plano de saúde de custear o tratamento experimental está
expressamente prevista no CDC.
A operadora de plano de saúde será compelida a custear o tratamento experimental apenas
quando houver cláusula expressa no contrato.
O consumidor poderá optar pelo tratamento experimental às expensas da operadora de plano
de saúde, ainda que o tratamento convencional se mostre eficaz.

Explicação:

Conforme entendimento dos tribunais brasileiros, o plano de saúde deverá cobrir o tratamento, ainda que
experimental, se houver cobertura da doença e prescrição médica para o caso.

Sob a ótica da boa-fé, a recusa ao tratamento representa quebra da relação


de confiança existente entre as partes.

Ademais, considerando a determinação do CDC, para que as cláusulas


contratuais sejam interpretadas de forma mais benéfica ao consumidor,
temos que não havendo expressa exclusão contratual, deverá o plano
autorizar e custear o tratamento.

Ainda sob a luz da legislação consumerista, as cláusulas contratuais que


limitam os tratamentos, exigem do consumidor vantagem excessiva, sendo
nulas de pleno direito.

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