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1-O Mercado A comercializa o produto desinfetante W, fabricado por “W.Industrial”.

O
proprietário do Mercado B, que adquiriu tal produto para uso na higienização das partes
comuns das suas instalações, verifica que o volume contido no frasco está em desacordo
com as informações do rótulo do produto. Em razão disso, o Mercado B propõe ação judicial
em face do Mercado A, invocando a Lei n. 8.078/90 (CDC), arguindo vícios decorrentes de tal
disparidade. O Mercado A, em defesa, apontou que se tratava de responsabilidade do
fabricante e requereu a extinção do processo. A respeito do caso sugerido, assinale a
alternativa correta.

a) O processo merece ser extinto por ilegitimidade passiva.

Não há que se falar em ilegitimidade, pois tanto o fornecedor e o Mercado A respondem


solidariamente, nos moldes do Art. 18, CDC.

b) O caso versa sobre fato do produto, logo a responsabilidade do réu é subsidiária.

A responsabilidade do réu é solidária

c) O processo deve ser extinto, pois o autor não se enquadra na condição de


consumidor.

Consumidor é qualquer pessoa física ou jurídica que adquire ou utilize produto ou serviço
como destinatário final, de acordo com dicção do art. 2º CDC

d) Trata-se de vício do produto, logo o réu e o fabricante são solidariamente


responsáveis.

Correto, nos moldes do art. 18 CDC.

2-Carla ajuizou ação de indenização por danos materiais, morais e estéticos em face do
dentista Pedro, lastreada em prova pericial que constatou falha, durante um tratamento de
canal, na prestação do serviço odontológico. O referido laudo comprovou a inadequação da
terapia dentária adotada, o que resultou na necessidade de extração de três dentes da
paciente, sendo que na execução da extração ocorreu fratura da mandíbula de Carla, o que
gerou redução óssea e sequelas permanentes, que incluíram assimetria facial. Com base no
caso concreto, à luz do Código de Defesa do Consumidor, assinale a afirmativa correta.

a) O dentista Pedro responderá objetivamente pelos danos causados à paciente Carla,


em razão do comprovado fato do serviço, no prazo prescricional de cinco anos.

b) Haverá responsabilidade de Pedro, independentemente de dolo ou culpa, diante da


constatação do vício do serviço, no prazo decadencial de noventa dias.

c) A obrigação de indenizar por parte de Pedro é subjetiva e fica condicionada à


comprovação de dolo ou culpa.

d) Inexiste relação de consumo no caso em questão, pois é uma relação privada, que
encerra obrigação de meio pelo profissional liberal, aplicando-se o Código Civil.
3-Roberto, atraído pela propaganda de veículos zero quilômetro, compareceu até uma
concessionária a fim de conhecer as condições de financiamento. Verificando que o valor das
prestações cabia no seu orçamento mensal e que as taxas e os custos lhe pareciam justos,
Roberto iniciou junto ao vendedor os procedimentos para a compra do veículo. Para sua
surpresa, entretanto, a financeira negou-lhe o crédito, ao argumento de que havia
negativação do nome de Roberto nos cadastros de proteção ao crédito. Indignado e
buscando esclarecimentos, Roberto procurou o Banco de Dados e Cadastro que havia
informado à concessionária acerca da suposta existência de negativação, sendo informado
por um dos empregados que as informações que Roberto buscava somente poderiam ser
dadas mediante ordem judicial. Sobre o procedimento do empregado do Banco, assinale a
afirmativa correta.

a) O empregado do Banco de Dados e Cadastros agiu no legítimo exercício de direito ao


negar a prestação das informações, já que o solicitado pelo consumidor somente deve ser
dado pelo fornecedor que solicitou a negativação, cabendo a Roberto buscar uma ordem
judicial mandamental, autorizando a divulgação dos dados para ele diretamente.

b) O procedimento do empregado, ao negar as informações que constam no Banco de


Dados e Cadastros sobre o consumidor, configura infração penal punível com pena de
detenção ou multa, nos termos tipificados no Código de Defesa do Consumidor.

Nos moldes do art. 72, CDC.

c) A negativa no fornecimento das informações foi indevida, mas configura mera


infração administrativa punível com advertência e, em caso de reincidência, pena de multa a
ser aplicada ao órgão, não ao empregado que negou a prestação de informações.

d) Cuida-se de infração administrativa e, somente se cometido em operações que


envolvessem alimentos, medicamentos ou serviços essenciais, configuraria infração penal,
para fins de incidência da norma consumerista em seu aspecto penal.

4-Inês, pretendendo fazer pequenos reparos e manutenção em sua residência, contrai


empréstimo com essa finalidade. Ocorre que, desconfiando dos valores pagos nas prestações,
procura orientação jurídica e ingressa com ação revisional de cédula de crédito bancário,
questionando a incidência de juros remuneratórios, ao argumento de serem mais altos que a
média praticada no mercado. Requereu a inversão do ônus da prova e, ao final, a procedência
do pedido para determinar a declaração de nulidade da cláusula. A respeito desta situação, é
correto afirmar que o Código de Defesa do Consumidor

a) não é aplicável na relação jurídica entre Inês e a instituição financeira, motivo pelo
qual o questionamento deve seguir a ótica dos direitos obrigacionais previstos no Código Civil,
o que inviabiliza a inversão do ônus da prova.

b) é aplicável na relação jurídica entre Inês e a instituição financeira, cabível a inversão do


ônus da prova, se preenchidos os requisitos legais e, em caso de nulidade da cláusula, todo
contrato será declarado nulo, tendo em vista que prática abusiva é questão de ordem pública.
c) é aplicável na relação jurídica entre Inês e a instituição financeira, cabível a inversão do
ônus da prova caso a consumidora comprove preenchimento dos requisitos legais, sendo certo
que a declaração de nulidade da cláusula não invalida o contrato, salvo se importar em ônus
excessivo para o consumidor, apesar dos esforços de integração.

Art. 51 CDC e Súm 297 STJ

d) não é aplicável na relação jurídica entre Inês e a instituição financeira, motivo pelo
qual o questionamento orienta-se pela norma especial de direito bancário, em prejuízo da
inversão do ônus da prova pleiteado, ainda que formalmente estivessem cumpridos os
requisitos legais.

5-Florinda, assistindo a um canal de TV fechada, interessou-se por um produto para


exercícios físicos. Acompanhando a exposição de imagens, sentiu-se atraída pela forma de
“pagamento sem juros, podendo ser parcelado em até doze vezes”. Ao telefonar para a loja
virtual, foi informada de que o parcelamento sem juros limitava-se a duas prestações. Além
disso, a ligação tarifada foi a única forma de Florinda obter as informações a respeito do
valor do produto, já que o site da fornecedora limitava-se a indicar o que já estava no
anúncio de TV. Sentindo-se enganada por ter sido obrigada a telefonar pagando a tarifa,
bem como por ter sido induzida a acreditar que o pagamento poderia ser parcelado em doze
vezes sem juros, Florinda procurou um advogado. Assinale a opção que apresenta a
orientação dada pelo advogado.

a) Há publicidade enganosa somente em razão da obscuridade quanto ao parcelamento


sem juros, não havendo abusividade quanto à necessidade de ligação tarifada para obtenção
de informação a respeito de valor e formas de pagamento.

b) Não há publicidade enganosa na situação narrada, na medida em que essa deve se


dar por conduta ativa do fornecedor, não havendo previsão para a modalidade omissiva.

c) Inexiste publicidade enganosa, na medida em que as informações sobre o produto


foram claras. Quanto ao preço e à forma de pagamento, essas somente devem ser passadas
àqueles que se interessam pelo produto.

d) Há publicidade enganosa por omissão quanto ao preço e à forma de pagamento, que


não foram fornecidos de forma clara para o consumidor, bem como caracterizou-se abuso a
imposição do ônus da ligação tarifada à consumidora que buscava obter tais informações.

Art. 33 c/c Art. 37, caput e §1º, todos do CDC

6-Adriano, por meio de um site especializado, efetuou reserva de hotel para estada com sua
família em praia caribenha. A reserva foi imediatamente confirmada pelo site, um mês antes
das suas férias, quando fariam a viagem. Ocorre que, dez dias antes do embarque, o site
especializado comunicou a Adriano que o hotel havia informado o cancelamento da
contratação por erro no parcelamento com o cartão de crédito. Adriano, então, buscou nova
compra do serviço, mas os valores estavam cerca de 30% mais caros do que na contratação
inicial, com o qual anuiu por não ser mais possível alterar a data de suas férias. Ao retornar de
viagem, Adriano procurou você, como advogado(a), a fim de saber se seria possível a
restituição dessa diferença de valores. Neste caso, é correto afirmar que o ressarcimento da
diferença arcada pelo consumidor

a) poderá ser buscado em face exclusivamente do hotel, fornecedor que cancelou a


contratação.

b) poderá ser buscado em face do site de viagens e do hotel, que respondem solidariamente,
por comporem a cadeia de fornecimento do serviço.

Art. 34 CDC

c) não poderá ser revisto, porque o consumidor tinha o dever de confirmar a compra em sua
fatura de cartão de crédito.

d) poderá ser revisto, sendo a responsabilidade exclusiva do site de viagens, com base na
teoria da aparência, respondendo o hotel apenas subsidiariamente.

7-O médico de João indicou a necessidade de realizar a cirurgia de gastroplastia (bariátrica)


como tratamento de obesidade mórbida, com a finalidade de reduzir peso. Posteriormente,
o profissional de saúde explicou a necessidade de realizar a cirurgia plástica pós-
gastroplastia, visando à remoção de excesso epitelial que comumente acomete os pacientes
nessas condições, impactando a qualidade de vida daquele que deixou de ser obeso
mórbido. Nesse caso, nos termos do Código de Defesa do Consumidor e do entendimento do
STJ, o plano de saúde de João

a) terá que custear ambas as cirurgias, porque configuram tratamentos, sendo a cirurgia
plástica medida reparadora; portanto, terapêutica.

Art. 35-F lei 9656/98

b) terá que custear apenas a cirurgia de gastroplastia, e não a plástica, considerada estética e
excluída da cobertura dos planos de saúde.

c) não terá que custear as cirurgias, exceto mediante previsão contratual expressa para esses
tipos de procedimentos.

d) não terá que custear qualquer das cirurgias até que passem a integrar o rol de
procedimentos da ANS, competente para a regulação das coberturas contratuais.

8-Os arquitetos Everton e Joana adquiriram pacote de viagens para passar a lua de mel na
Europa, primeira viagem internacional do casal. Ocorre que o trajeto do voo previa conexão
em um país que exigia visto de trânsito, tendo havido impedimento do embarque dos noivos,
ainda no Brasil, por não terem o visto exigido. O casal questionou a agência de turismo por não
ter dado qualquer explicação prévia nesse sentido, e a fornecedora informou que não se
responsabilizava pela informação de necessidade de visto para a realização da viagem. Diante
do caso apresentado, assinale a afirmativa correta.

a) Cabe ação de reparação por danos extrapatrimoniais, em razão da insuficiência de


informação clara e precisa, que deveria ter sido prestada pela agência de turismo, no tocante à
b) Não houve danos materiais a serem ressarcidos, já que os consumidores sequer
embarcaram, situação muito diferente de terem de retornar, às próprias expensas,
diretamente do país de conexão, interrompendo a viagem durante o percurso.

c) Não ocorreram danos extrapatrimoniais por se tratar de pessoas que tinham capacidade de
leitura e compreensão do contrato, sendo culpa exclusiva das próprias vítimas a interrupção
da viagem por desconhecerem a necessidade de visto de trânsito para realizarem a conexão
internacional.

d) Houve culpa exclusiva da empresa aérea que emitiu os bilhetes de viagem, não podendo a
agência de viagem ser culpabilizada, por ser o comerciante responsável subsidiariamente e
não responder diretamente pelo fato do serviço.

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