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ATIVIDADE REPOSIÇÃO DE NOTA

EMA (Segunda-feira, vespertino)


Acadêmica: Sabrina Camille Carmen Fabbro

Atividade 2

1) Ao tentar ingressar no banco, um homem teve a bolsa revistada sucessivamente pelo segurança
e pela gerente. Ficou cerca de 20 minutos na porta, mas, apesar de ter retirado todos seus
pertences da bolsa, não foi autorizado a entrar no estabelecimento. Uma preposta do banco se
ofereceu para pagar-lhe a conta.
PERGUNTAS:
a) Houve relação de consumo. Fundamente com dispositivo(s) legal(ais): De acordo com a Súmula
297 do Supremo Tribunal Federal, o Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições
financeiras, equiparando estas a fornecedores, conforme Art. 3°, §2° do CDC. Portanto, há relação de
consumo sob forma da lei.
b) Qual a responsabilidade do Banco? Fundamente com dispositivo(s) legal(ais): O banco possui
responsabilidade civil objetiva pelo fato ocorrido. Levando em conta o Art. 14 do CDC, “o fornecedor de
serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou
inadequadas sobre sua fruição e riscos”. Considerando o fato relatado, pode se chegar à conclusão que os
funcionários da instituição se excederam na garantia de segurança, ainda mais sendo negada a entrada do
homem, mesmo após a constatação de que de fato não oferecia riscos para a segurança dos funcionários e
público presente. Considera-se então um abuso de direito.
c) Houve defeito ou vicio do produto e/ou serviço? Fundamente com dispositivo(s) legal(ais): Houve
vício do serviço. Segundo o Art. 3°, §2° do Código de Defesa do Consumidor, “serviço é qualquer atividade
fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive de natureza bancária, financeira, de
crédito, securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista”. Além disso, a legislação
também coloca em seu Art. 14 que “o fornecedor de serviços responde, independentemente da existência
de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos
serviços (...)”. Ratificando o abuso de direito praticado pelos funcionários da instituição, conclui-se que
houve dano moral ao cliente que procurou um serviço e foi negado diversas vezes, sem justificativa.

2) Mulher tenta ingressar na agência bancária, mas a porta giratória travou por várias vezes,
culminando com a determinação do segurança para que levantasse a blusa. Negou-se a fazê-lo e
somente conseguiu entrar no banco, acompanhada de dois policiais militares. Salienta-se que por
causa do seu nervosismo, após entrar no Banco reparou que tinha um corte no braço devido o
esbarrão com a porta.
PERGUNTAS:
a) Houve relação de consumo. Fundamente com dispositivo(s) legal(ais): De acordo com a Súmula
297 do Supremo Tribunal Federal, o Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições
financeiras, equiparando estas a fornecedores, conforme Art. 3°, §2° do CDC. Portanto, há relação de
consumo sob forma da lei.
b) Qual a responsabilidade do Banco? Fundamente com dispositivo(s) legal(ais): Possui
responsabilidade civil pelo fato e pelo vício. O banco possui responsabilidade civil objetiva, pois,
similarmente ao caso acima, identifica-se novamente que os funcionários do estabelecimento, no caso,
agentes de segurança, extrapolaram os limites das suas atuações.
c) Houve defeito ou vicio do produto e/ou serviço? Fundamente com dispositivo(s) legal(ais): Houve
vício do serviço. Neste caso, foi requerido à cliente que levantasse a blusa, instigando a mulher a se expor
de forma pública e sem justificativa cabível. Aplicaria então o Art. 187 do Código Civil, em que “(...) comete
ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”.
3) Um cliente bancário precisou de cinco tentativas para, enfim, conseguir retirar todos os pertences
de sua pasta que não trancassem na porta giratória.
PERGUNTAS:
a) Houve relação de consumo. Fundamente com dispositivo(s) legal(ais): Por entendimento da
Súmula 297 do STF, e do Art. 3°, §2° do Código de Defesa do Consumidor, instituições financeiras
adentram relações de consumo tipificadas pelo CDC.
b) Qual a responsabilidade do Banco? Fundamente com dispositivo(s) legal(ais) Não possui
responsabilidade civil. Apesar de existir relação de consumo, no caso apresentado não há
responsabilidade por parte do banco. Considerando apenas os fatos, a necessidade de retirar os
pertences da pasta e o travamento da porta giratória não configuram fatos capazes de gerar dano
passível de reparação, seja moral ou material.
c) Houve defeito ou vicio do produto e/ou serviço? Fundamente com dispositivo(s) legal(ais): Não
houve defeito no serviço. De certo é conhecimento geral que estabelecimentos bancários possuem
mecanismos de segurança como portas giratórias, detectores de metais e inspeções pessoais. Como
na situação acima não foi demonstrado nenhuma forma de excesso praticado pelos funcionários, não
há prova de abusividade por parte do estabelecimento. Portanto, não há dano.

4) Realizando exames pré-natais, uma gestante realizou o exame de AIDS que deu positivo. Seu
marido, indignado pensando que a mulher o traíra, sai de casa durante a gestação. A mulher, por
sua vez, pensa que o marido é o portador da doença. Descobriu-se que o resultado não estava
correto, mas que o funcionário do laboratório errou na interpretação dos números. Analise o caso
em relação a ambos os cônjuges:
PERGUNTAS:
a) Houve relação de consumo. Fundamente com dispositivo(s) legal(ais): O contrato firmado entre
instituição médica e paciente pressupõe, por parte do estabelecimento, a obrigação de organizar o fornecer
seus serviços de forma eficiente e sem defeitos. Sendo assim, o laboratório existe na condição de
fornecedor de serviços, de acordo com o Art. 2° do CDC, sendo fomentada a relação de consumo com o
paciente.
b) Qual a responsabilidade da Empresa? Fundamente com dispositivo(s) legal(ais): O laboratório, na
condição de fornecedor de serviços, responde então objetivamente pelos danos aos consumidores. No
caso acima, foram realizados os exames pré-natais de uma gestante, e o resultado errôneo trouxe enormes
consequências à vida pessoal da cliente. Como fora constatado, o erro adveio do funcionário do laboratório,
e a teor do Art. 14 do CDC, o laboratório, ora fornecedor, deve responder pelos danos causados, “por
defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas…”.
c) Houve defeito ou vicio do produto e/ou serviço? Fundamente com dispositivo(s) legal(ais). Pela
situação apresentada, fica claro que houve defeito no serviço, considerando que o resultado do exame fora
apresentado de forma imprecisa, por erro admitido de um dos funcionários do laboratório. O abalo
emocional à gestante e impacto no relacionamento do casal leva então a uma situação que demanda
reparação por danos morais.

5) Mulher manda revelar fotos em que aparece nua. Por engano, a loja de revelação entrega suas
fotos para outra pessoa. Em relação à cliente, a loja:
PERGUNTAS:
a) Houve relação de consumo. Fundamente com dispositivo(s) legal(ais) Havendo um fornecedor, um
consumidor e um serviço prestado por esse fornecedor, fica classificada então relação de consumo, regida
pelo Código de Defesa do Consumidor.
b) Qual a responsabilidade da Empresa? Fundamente com dispositivo(s) legal(ais): No caso, a loja de
revelação possui responsabilidade civil objetiva para com a cliente e o serviço prestado. Em seus artigos
12, 13, 14, 18, 19 e 20, o CDC expõe claramente essa responsabilidade objetiva, inclusive solidária, entre
os fornecedores de produto e os prestadores de serviço.
c) Houve defeito ou vicio do produto e/ou serviço? Fundamente com dispositivo(s) legal(ais). Sim,
houve defeito no serviço. Do erro cometido pela loja, fotos nuas foram compartilhadas a público
desconhecido, comprometendo então a integridade física e moral da cliente. Comprovado o dano, aplica-se
a demanda de indenização por danos morais.

6) Saulo e Bianca são casados há quinze anos e, há dez, decidiram ingressar no ramo das festas de
casamento, produzindo os chamados “bem-casados", deliciosos doces recheados oferecidos aos
convidados ao final da festa. Saulo e Bianca não possuem registro da atividade empresarial
desenvolvida, sendo essa a fonte única de renda da família. No mês passado, os noivos Carla e Jair
encomendaram ao casal uma centena de “bem-casados" no sabor doce de leite. A encomenda foi
entregue conforme contratado, no dia do casamento. Contudo, diversos convidados que ingeriram
os quitutes sofreram infecção gastrointestinal, já que o produto estava estragado. A impropriedade
do produto para o consumo foi comprovada por perícia técnica. Analise o caso em relação dos
convidados a Saulo e Bianca.
PERGUNTAS:
a) Houve relação de consumo. Fundamente com dispositivo(s) legal(ais) De acordo com o Art. 3°,
caput, do Código de Defesa do Consumidor, “Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de
produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços”. Uma sociedade não devidamente constituída
enquadra-se como ente despersonalizado, e, sendo assim, Saulo e Bianca são de fato fornecedores, na
letra da lei. Fica então caracterizada uma relação de consumo com os noivos, consumidores do produto
ofertado. Além disso, o Art. 17 do CDC também coloca que, “para os efeitos desta Seção, equiparam-se
aos consumidores todas as vítimas do evento”, incluindo então os convidados como consumidores.
b) Qual a responsabilidade de Saulo e Bianca? Fundamente com dispositivo(s) legal(ais) Levando em
consideração as circunstâncias, Saulo e Bianca possuem responsabilidade de fato pelo produto que
acarretou riscos à saúde dos consumidores. Portanto, segundo o Art. 12 do CDC, “o fabricante, o produtor,
o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de
culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto,
fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus
produtos (...)”. Além disso, o Art. 18 da mesma legislação estabelece que ”os fornecedores de produtos de
consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que
os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam (...)”.
c) Houve defeito ou vicio do produto e/ou serviço? Fundamente com dispositivo(s) legal(ais) Houve
defeito do produto. Ainda de acordo com o CDC, “o produto é defeituoso quando não oferece a segurança
que dele legitimamente se espera”. O Art. 18 da legislação em questão também trata dos “vícios de
qualidade” que tornam os produtos “impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes
diminuam o valor”. Portanto, os bem-casados, como estavam estragados e causaram infecção
gastrointestinal aos consumidores, representaram risco à integridade e saúde dos mesmos. Considera-se
então o produto como defeituoso.
d) Qual a responsabilidade de Carla e Jair? Fundamente com dispositivo(s) legal(ais) De acordo com
o Art. 2° do CDC, “consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço
como destinatário final”. Sendo assim, Carla e Jair se equiparam apenas como consumidores, e como o
defeito do produto foi diretamente associado à Saulo e Bianca, os noivos não possuem então nenhuma
responsabilidade.
e) Em possível ação, o que poderá ser pleiteado? Na qualidade de consumidores por equiparação, os
convidados do casamento de Carla e Jair poderão entrar diretamente com ação de indenização contra
Saulo e Bianca.
f) Como diferenciar um profissional liberal de um autônomo? Profissional autônomo é aquele que não
possui vínculo empregatício com alguma empresa. Pode ser pessoa física ou jurídica, tendo total
autonomia financeira e profissional, ao contrário do funcionário efetivo. É o profissional que desenvolve sua
própria atividade, estabelecendo lugar, modo, tempo e forma de execução. Diferentemente de um
trabalhador autônomo, um profissional liberal pode ter um vínculo de emprego com uma ou mais empresas,
além de claro, atuar por conta própria. É aquele que possui formação técnica ou acadêmica em
determinada área, exercendo suas atividades, regulamentadas pela lei. Por fim, em alguns casos, devido à
formação, o liberal só pode atuar se estiver devidamente registrado no conselho profissional.
7) Walter, vendeu para Eduardo uma geladeira usada, mas em boas condições, pelo preço de R$
600,00 que deveriam ser pagos em 3 parcelas de R$ 200,00, sendo a primeira 30 dias após a venda,
e as demais sucessivamente. Walter entregou a geladeira, mas Eduardo não pagou nenhuma
prestação do preço. Walter o procura. Quais as soluções? Explique e Fundamente.
Sobre o caso apresentado, deve ser levado em consideração a produção de provas por parte de
Walter. Caso a venda tenha sido realizada através de algum título executivo extrajudicial, como documento
particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas (Art. 784, inciso III do CPC), seria então
comprovada a obrigação entre as partes. Nesse caso, Walter poderia formalizar uma ação monitória no
Juizado Especial Cível, de forma a cobrar Eduardo do débito pendente. Todavia, caso Walter não possua
título executivo extrajudicial, recomendaria que junte o máximo de provas possíveis, iniciando então uma
ação de cobrança, também pelo Juizado Especial Cível. Da segunda opção, orientaria que é um processo
mais lento, que abre espaço para que o acusado conteste a origem da dívida, as condições e o valor
cobrado.

8) José Ildefonso vendeu para Jorge uma máquina de cortar grama, usada, mas em boas condições,
pelo preço de R$ 300,00. Jorge pagou o preço e levou a máquina. Passados 10 dias a máquina
apresentou defeito oculto e o conserto foi orçado em R$ 180,00. Jorge o procura. Quais as
soluções? Explique e Fundamente.
Como o vendedor é uma pessoa física que está se desfazendo de algum produto que não lhe tem
mais utilidade, não se caracteriza como uma relação de consumo regida pelo Código de Defesa do
Consumidor. Trata-se apenas de uma relação de compra e venda regida pelo Código Civil. Segundo o Art.
492 do Código Civil, “até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do
preço por conta do comprador”. Como já foi realizada a entrega e o pagamento do produto, a obrigação se
dá por feita. Sobre o defeito na máquina, impera no Código Civil a presunção da boa-fé. Nesse sentido, até
que se prove o contrário, tanto a pessoa que vende, quanto o sujeito que adquire o produto usado, estão
agindo de boa-fé. Caso Jorge não possua provas concretas que José estava ciente do defeito oculto, não
há solução legal e terá então que arcar com o custo do reparo.

10) Vanessa comprou de Fernanda toda a sua produção de morangos, assumindo o risco sobre a
quantidade da colheita. Fernanda agiu com toda a diligência na plantação que foi atingida por uma
praga não resultando absolutamente nada! Vanessa, inconformada o procura. Quais as soluções?
Explique e Fundamente.
A entrega de coisa incerta tem por objeto algo indeterminado. Entretanto, a coisa incerta será
indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade (Art. 243 do CC). Da situação apresentada, foi
acordado entre Vanessa e Fernanda que esta última entregue toda a sua produção de morangos, sem
definição exata de quantidade. Portanto, a obrigação entre as partes era de entrega de algo incerto, mas
sem indicação da quantidade. Por esta razão, seguindo entendimento do STF, informaria Vanessa que
poderá optar pela conversão da execução por entrega de coisa para quantia certa, de forma a receber em
dinheiro o valor equivalente a uma típica produção de morangos. “Contudo, para que essa conversão seja
possível, é necessária a prévia apuração do quantum debeatur, por estimativa do credor ou por
arbitramento judicial”. (REsp 1159744/MG, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado
em 11/06/2013, DJe 24/06/2013).

11) João doou para Artur um veículo palio, usado, mas em boas condições. Em uma festa, Artur
visivelmente embriagado, discute com a esposa de João, proferindo inúmeros insultos e agressões
verbais que foram presenciadas por várias pessoas. Inconformado João o procura, informando,
porém, que Artur veio a falecer. Quais as soluções? Explique e Fundamente.
Na situação acima, não haverá solução em favor de João, considerando que, de acordo com o Art.
560 do Código Civil, não é possível revogação judicial da doação após o falecimento do donatário, pois “o
direito de revogar a doação não se transmite aos herdeiros do doador, nem prejudica os do donatário. Mas
aqueles podem prosseguir na ação iniciada pelo doador, continuando-a contra os herdeiros do donatário,
se este falecer depois de ajuizada a lide”.
Entretanto, seria válida a ação caso tivesse sido postulada antes do falecimento de Artur. No caso,
os inúmeros insultos proferidos por Artur contra a esposa de João é ação que pode se enquadrar como
grave injúria, sob égide do Art. 557, inciso III do Código Civil. Apesar das agressões verbais não terem sido
direcionadas diretamente contra João, o Art. 558 da mesma legislação coloca que “pode ocorrer também a
revogação quando o ofendido, nos casos do artigo anterior, for o cônjuge, ascendente, descendente, ainda
que adotivo, ou irmão do doador”.

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