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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DO xxxº JUIZADO ESPECIAL


CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL – RJ.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx,
xxxxxxxxx, xxxxxxxxxx, xxxxxxxxxxxxxx, portadora da cédula de
identidade nº xxxxxxxxxxxxxxDIC/RJ., inscrita no CPF sob o nº
xxxxxxxxxxxxxx, residente e domiciliada na Rua xxxxxxxxxxxxxx nº
xxxx CEP xxxxxxxxxxx, xxxxxxxxxxxx, Rio de Janeiro/RJ., neste ato
representada por seus advogados infra-assinados, com escritório na
Rua xxxxxxxxxxxx nº xx Sala xxx, CEP xxxxxxxxx, xxxxxx, Rio de
Janeiro/RJ., endereço eletrônico: xxxxxxxxxxxxxxx, vem perante
V.Exa., mui respeitosamente, propor a presente:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE DESCONSTITUIÇÃO DE DÉBITO


C/C RESSARCIMENTO COM REPETIÇÃO DO INDÉBITO
C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA

Em face de BANCO BMG S/A., pessoa jurídica


de direito privado inscrita no CNPJ sob nº 61.186.680/0001-74, com
sede na Rua Almirante Barroso nº 52, 6º Andar Grupo 601, CEP
20.031-000, Centro Rio de Janeiro/RJ. endereço eletrônico:
xxxxxxxxxxxxxxx, pelo fatos e fundamentos a seguir expostos:

DOS FATOS

Na qualidade de pensionista junto ao Fundo


Único de Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro – Rio
Previdência – a Autora buscou, junto a Ré, obter um empréstimo
daqueles que se fazem consignados em folha de pagamento. Consultada
a margem a consignar o Réu liberou um empréstimo no valor de R$
536,17 (quinhentos e trinta e seis reais) a ser pago em 32 (trinta e duas)
parcelas de R$ 26,35 (vinte e seis reais e trinta e cinco centavos).
Assim, portanto, a Autora viu, a partir do mês
de agosto de 2008, mês a mês, o desconto de ora do valor de R$ 26,35
(vinte e seis reais e trinta e cinco centavos), ora no valor de R$ 28,93
(vinte e oito reais e noventa e três centavos) e ora no valor de R$ 29,00
(vinte e nove reais). Fato é que decorridos 32 (trinta e dois) meses a
Autora esperava que os descontos cessassem, o que não ocorreu,
permanecendo até a presente data sendo descontado indevidamente,
desde Maio de 2011, o valor de R$ 29,00 (vinte e nove reais).
Impõe-se ressaltar que um ou dois meses
depois que se iniciaram os descontos em sua folha de pagamento a
Autora recebeu em sua residência um Cartão de Crédito da Bandeira
Master Card emitido pelo Réu, cartão este de número xxxxxxxxxxxxxx.
Cônscia de sua limitação financeira, a Autora jamais utilizou o referido
cartão, nem sequer desbloqueou o mesmo. E somente após o decurso
do prazo de 32 (trinta e dois meses) é que a Autora tomou conhecimento
de que o seu empréstimo foi lançado como um saque no cartão de
crédito, que o valor do empréstimo entrou no malfadado crédito rotativo
e que o valor descontado em seu contracheque representava na verdade
o pagamento mínimo da fatura, sendo mês a mês lançados encargos
financeiros sobre o saldo devedor que fizeram com que aquele ingênuo
empréstimo de quinhentos e poucos reais se transformassem numa
verdadeira bola de neve de dívida alcançando o patamar, para a Autora,
que recebe a quantia líquida mensal de R$ 649,00 (seiscentos e
quarenta e nove reais), impagável de R$ 3.101,58 (três mil cento e um
reais e cinquenta e oito centavos), conforme fatura mensal que segue
em anexo, que somente passou a receber em sua residência de uns três
meses para cá.
A AUTORA NUNCA PRETENDEU TER CARTÃO
DE CRÉDITO, MAS APENAS UM EMPRÉSTIMO CONSIGNADO EM SUA
FOLHA DE PAGAMENTO!
Após algumas tentativas de resolução do
imbróglio diretamente com o banco Réu que limita-se a impor mais e
mais encargos financeiros em detrimento da Autora, somente lhe resta
socorrer-se do poder judiciário a fim de obter a tutela jurisdicional que
o caso reclama.

DO DIREITO

Indiscutível tratar-se da presente relação


contratual um relação de consumo nos moldes dos arts. 2º e 3º da lei nº
8.078/90.
Assim sendo impõe-se a aplicação das normas
que buscam restabelecer o equilíbrio contratual, ora corrompido pela
Ré, conforme preceituam os Art. 1ª, 4º, I e 6º da lei nº 8.078/90.
Importante ressaltar que a responsabilidade da
Ré pela falha na prestação de serviço é objetiva nos termos do art. 12,
caput da lei nº 8.078/90.
Outro aspecto de relevante importância é a
inversão do ônus da prova, que confere a parte Ré o ônus de afastar sua
responsabilidade, conforma art. 6º, VIII da lei nº 8.078/90.
O Banco Réu, impõe a Autora um saldo devedor
referente ao cartão de crédito nº 5313 0406 3455 8024 que nesta data
perfaz o montante de R$ 3.101,58 (três mil centos e um reais e
cinquenta e oito centavos), conforme fatura mensal que instrui a
presente, onde se verifica o lançamento de pagamento mínimo através
de desconto em folha no valor de R$ 29,00 (vinte e nove reais).
Nesta compasso, cria-se o nexo entre o valor
debitado em folha de pagamento e o empréstimo obtido em meados de
2008, com início dos descontos em agosto de 2008. Some-se a isto o
fato da Autora nunca, nem sequer, ter desbloqueado o cartão de
crédito.
Assim, têm-se que o empréstimo foi
integralmente satisfeito em Abril de 2011 quando completos os 32
meses desde agosto de 2008, quantidade de parcelas inicialmente
pactuadas.
Assim sendo, a Autora faz jus que seja
declarado por sentença a inexistência de qualquer débito junto ao
Banco Réu, desde Abril de 2011 quando completos o pagamento com
desconto em folha de 32 parcelas referente ao empréstimo de R$ 536,17
(quinhentos e trinta e seis reais e dezessete centavos), assim como seja
determinado o cancelamento do referido cartão de crédito.
A Autora ainda faz jus ao ressarcimento dos
valores descontados em folha de pagamento desde Maio de 2011 no
valor mensal de R$ 29,00 (vinte e nove reais) na forma do parágrafo
único do art. 42 da lei nº 8.078/90, que conforme planilha em anexo
perfaz nesta data o montante de R$ 1.392,00 (mil trezentos e noventa e
dois reais), sem prejuízo da aplicação de correção monetária e juros de
mora desde a data de cada desembolso.
Indubitável que a conduta da Ré, nos termos da
exposição fática, caracteriza-se como um ato ilícito que numa relação de
consumo, como a no caso vertente, é suficientemente capaz de ensejar
reparação por danos morais, posto que violou direitos básicos da
consumidora autora nos termos do art. 6º da lei nº 8.07/90.
Assim além de tudo quanto faz jus, a Autora
ainda faz jus a uma justa indenização por danos morais, ante o ilícito
praticada pelo Banco Réu em seu detrimento.

DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA

Insta-se antecipar-se os efeitos da tutela de


obrigação de fazer com fundamento no art. 294 e ss do NCPC.
Havendo divergência acerca da cobrança de um
débito, nada mais prudente e diligente do que suspender sua cobrança
até decisão final de mérito, medida que não trará prejuízo algum à parte
contrária que uma vez julgado improcedente a pretensão autoral poderá
cobrar o valor da dívida com a incidência de juros moratórior e demais
encargos financeiros.
Neste escopo, com vistas a preservar o
Consumidor que segundo sua concepção vem sofrendo descontos
indevidos em seu contra cheque desde maio de 2011 no valor mensal de
R$ 29,00 (vinte e nove reais), requer que V.Exa. se digne a deferir na
forma de antecipação de tutela medida necessária e eficaz com vistas a
determinar que o Banco Réu se abstenha de efetuar desconto em folha
de pagamento da Autora, sob pena de multa correspondente ao triplo
do valor indevidamente descontado, assim como se abstenha de incluir
seu nome e CPF em listas depreciativas de crédito, sob pena de multa
diária de R$ 100,00 (cem reais).

DOS PEDIDOS

01-Diante do exposto, requer que V.Exa. se


digne a determinar a citação da Ré, para que, querendo, compareça a
audiência a ser designada por este MM. Juízo, fazendo-se representar
por preposto devidamente credenciado, com poderes para transigir ou
portando a defesa que tiver, visto que poderá ser convolada em
Instrução e Julgamento, sob pena de revelia.
02-Seja Deferida a Antecipação dos Efeitos da
Tutela de obrigação de fazer a entrega do produto, nos moldes do
requerimento acima.
03-Que ao final seja a presente ação julgada
procedente, declarando-se por sentença a inexistência de qualquer
débito junto ao Banco Réu, desde Abril de 2011 quando completos o
pagamento com desconto em folha de 32 parcelas referente ao
empréstimo de R$ 536,17 (quinhentos e trinta e seis reais e dezessete
centavos), assim como seja determinado o cancelamento do cartão de
crédito nº xxxxxxxxxxxxxxx.
04-Que o Banco Réu ainda seja condenado ao
ressarcimento dos valores descontados em folha de pagamento desde
Maio de 2011 no valor mensal de R$ 29,00 (vinte e nove reais) na forma
do parágrafo único do art. 42 da lei nº 8.078/90, que conforme planilha
em anexo perfaz nesta data o montante de R$ 1.392,00 (mil trezentos e
noventa e dois reais), sem prejuízo da aplicação de correção monetária e
juros de mora desde a data de cada desembolso.
05-E ainda seja condenado a pagar indenização
por danos morais em quantia não inferior a 20 (vinte) salários mínimos,
para que não implique em enriquecimento sem causa e ao mesmo
tempo assuma o caráter pedagógico e punitivo da indenização por
danos morais, atendendo aos requisitos de razoabilidade e
proporcionalidade.
06-Seja invertido o ônus da prova, em
conformidade com o artigo 6º, inciso VIII do Código de Defesa do
Consumidor;
Protesta pela produção de todos os meios de
prova em direito admitidos, notadamente a documental inclusa, bem
como outras que se fizerem necessárias.
Dá-se à causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte
mil reais).

Termos em que,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 29 de abril de 20XX.
Xxxxxxxxxxxxxxxx
Advogado

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