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DISCIPLINA:
CONTEXTUALIZANDO
Apesar dos avanços em relação à legislação sobre os direitos dos povos
indígenas, e de existirem as declarações universais dos direitos humanos, existem
muitos fatores que precisam ser compreendidos nas diferenças culturais no que
se refere ao que são, de fato, os direitos humanos. Esses estão muito além das
leis e das regras, geralmente são estabelecidos e formalizados a partir de uma
concepção universal. Porém, para entender os diferentes significados do que são
os direitos humanos, precisamos compreender o funcionamento das
singularidades de cada etnia. Nós, da sociedade envolvente, e eles, povos
indígenas, precisamos aprender um novo “idioma científico” se quisermos
valorizar as diferenças, e fazer com que elas contribuam com nosso dia a dia. A
vida dos povos indígenas não está baseada no acúmulo de bens, de modo que
seus anseios e perspectivas são diferentes dos nossos. É o que percebemos
quando tentamos comparar nossa perspectiva sobre o que é arte e o que não é.
O relativismo cultural tenta, de certa forma, promover uma forma respeitosa
ao dialogarmos com culturas diferentes. E o diálogo é um dos caminhos mais
importantes para a solução de conflitos e a compreensão das diferenças.
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Porém, existe uma grande contradição quando avaliamos as ideias propostas por
esses movimentos e as relações éticas que existem dentro de cada população.
Uma pergunta frequente nessa discussão é a possibilidade dos valores morais de
um determinado povo substituir as propostas de leis e as validades do que se
considera direitos humanos. Cada população tem seus próprios valores morais,
que muitas vezes não estão de acordo com as regras criadas fora dessas
comunidades.
Se observarmos a Convenção 169 da Organização Internacional do
Trabalho (OIT) sobre os povos tribais e indígenas em países independentes, que
foi ratificada no Brasil em 2002, podemos notar que, embora seja prevista a
aceitação dos costumes das sociedades indígenas, esses costumes não podem
contradizer os direitos definidos pelo sistema jurídico nacional nem os direitos
humanos reconhecidos internacionalmente. Dessa forma, existe um certo grau de
indefinição, ao se embarcar no pluralismo que a própria convenção define. Faz-
se, assim, a necessidade de negociação quando as características das regras,
leis e dos direitos humanos consideram algumas práticas indígenas intoleráveis.
Segundo Segato (2006) apesar das recomendações específicas e do
pluralismo no reconhecimento das formas tradicionais de resolução de conflitos,
a Convenção não percebe como equivalentes, ou do mesmo nível, as normas
tradicionais baseadas em práticas e valores culturais dos povos indígenas e as
leis de âmbito estatal. Ressalte-se que o tema do pluralismo jurídico é muito
complexo e inclui polêmicas fundamentais para o uso regular da Constituição.
Para Segato (2006), apesar do interesse pela regulamentação de
procedimentos jurídicos que considera a pluralidade de concepções dos diversos
povos que habitam nosso país, devemos salientar que o direito moderno se
encontra em conflitos com alguns costumes dos povos originários, sociedades
simples, e também na própria cultura ocidental. Realmente, a lei entra em colisão
com a moral estabelecida em sociedades que consideramos “modernas”. É o caso
da consideração de uma sociedade patriarcal em detrimento da mulher, ou em
relação à discriminação de povos negros, ou pessoas com deficiência física.
Diversas leis e regras foram criadas para diminuir as discriminações. Essas leis
entram em conflito com os valores da sociedade que costuma, por exemplo,
discriminar as pessoas por sua orientação sexual. Nesse sentido, segundo Segato
(2006), a Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação
contra a Mulher das Nações Unidas, adotada pela Assembleia Geral da ONU em
1979, é clara ao determinar, no art. 5º, que
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[...] os Estados-Parte tomarão todas as medidas apropriadas para [...]
modificar os padrões socioculturais de conduta de homens e mulheres,
com vistas a alcançar a eliminação dos preconceitos e práticas
consuetudinárias e de qualquer outra índole que estejam baseados na
ideia de inferioridade ou superioridade de qualquer dos sexos ou em
funções estereotipadas de homens e mulheres. (ONU, 1979)
De acordo com Segato (2006), querendo ou não, esse artigo expressa
normas e regras que são contraditórias com os valores morais da sociedade
ocidental, que sempre teve como objetivo inferiorizar a mulher quanto a seu papel
na sociedade. Dessa forma caímos em um dilema. As regras morais estabelecidas
por sociedades originárias também devem ser alteradas pela perspectiva
universal de igualdade? Nesse caso, percebe-se que é difícil alterar os direitos de
um dos gêneros, ou das sociedades originárias, sem consequências para a
sobrevivência e a continuidade de todo o grupo como unidade política e
econômica (Segato, 2006).
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romântica, que caracteriza as sociedades indígenas como formas de uma pureza
natural não contaminadas pela civilização.
No final do século XIX e início do século XX ocorreu o surgimento das
ciências sociais. Com isso, essa enorme diversidade sociocultural passou a
receber documentação etnográfica em estudos realizados por antropólogos,
missionários e exploradores. Esses estudos estavam relacionados à ideia de
resgate cultural, a fim de registrar mitos, línguas e práticas das sociedades
indígenas antes de seu total desaparecimento.
Porém, um aspecto pouco analisado nos primeiros contatos entre europeus
e povos indígenas foi sua capacidade de interação com o meio ambiente, isso não
está contido na questão da interculturalidade, mas da intercientificidade. Da
mesma forma que a cultura indígena era rejeitada pelos povos europeus, sua
ciência também foi tratada como inferior, porém o intercâmbio científico entre
esses povos também teve suas características próprias. Apesar de o europeu
considerar sua ciência única e inquestionável, em determinado momento o
intercâmbio científico teve duas vias. Afinal, para se adaptar e sobreviver os
europeus precisaram recorrer ao conhecimento expressado pelos povos
indígenas, pois sua sobrevivência e continuidade de exploração do território
brasileiro dependia desses conhecimentos.
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pesquisas correlatas, como: a etnoecologia, a etnoastronomia, a etnomedicina e
a etnozoologia.
Little (2002) ainda destaca que o diálogo como princípio de interação entre
a sociedade brasileira dominante e as sociedades indígenas gera questões éticas
que ainda não foram confrontadas. Em alguns casos, isso é explicável pela
conjuntura, particularmente no que se refere ao campo da biotecnologia, que criou
novos “direitos” vinculados às novas tecnologias de etnodesenvolvimento e
políticas públicas. Em outros casos, a ação indigenista no Brasil foi desenvolvida
em torno dos interesses e necessidades da sociedade envolvente, que procurava
resolver seus problemas com os indígenas. Entretanto, quando a ação indigenista
tem como início as aspirações das mesmas sociedades indígenas, fazendo do
problema uma oportunidade, as questões éticas voltam para o primeiro plano. Na
tentativa de construir um diálogo, as questões éticas se transformam em um tipo
de limiar: se uma atividade indigenista viola normas éticas básicas, não deve ser
concebida (Little, 2002).
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Ainda, segundo a autora, de maneira geral, podemos ver que o contato
entre povos, entre etnias diferentes, aumenta as divergências e, não raro, o
conflito violento. O contato entre etnias, como os portugueses e os povos
indígenas, provocou a destruição de boa parte da população e da sociedade
indígena, sem contar a matança feita pelos colonizadores, seja pelas armas de
fogo, seja pelas doenças por eles disseminadas (Pinezi, 2010).
Como se não fosse suficiente tudo o que ocorreu no passado, a situação
do índio no Brasil é bastante precária. O indígena tem sido excluído da condição
básica de cidadania e do acesso às formas mais básicas de sobrevivência, como
direito a terra, educação e saúde.
Apesar de o encontro cultural entre colonizadores e povos indígenas ter
marcado um período de dominação, houve, sem dúvida, uma relação de troca de
elementos culturais, em que etnias em contato assimilaram determinados
costumes e valores umas das outras, em um processo de dinâmica cultural
(Pinezi, 2010). O que pretendemos demonstrar diante disso é que apesar de o
índio ter se submetido aos colonizadores, eles não apenas receberam a cultura
do europeu, como também influenciaram a cultura dos colonizadores. Os padrões
culturais foram alterados, tanto dos colonizadores, quanto dos povos indígenas.
Pinezi (2010) ainda afirma que a mudança cultural faz parte da cultura viva.
A mudança pode ocorrer intrínseca à própria cultura, se adaptando a novos
valores morais, necessidades naturais, novas leis e regras, ou por meio de
influência externa, como o contato com outras culturas.
As trocas culturais entre sociedades diferentes é algo bastante comum e
importante, pois permite que os membros de uma determinada sociedade pensem
sobre como organizam sua vida social, sobre seus preconceitos e revejam seus
modus vivendi. A dinâmica cultural significa um dado fundamental para toda e
qualquer sociedade e é um sinal de que a cultura está viva, em plena saúde. Ao
se falar em relação interétnica, há uma questão que se relaciona diretamente com
ela que é o relativismo cultural (Pinezzi, 2010).
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Os problemas surgem quando o relativismo cultural é tratado de forma
radical ou absoluta, e assim seus princípios são retirados do processo
metodológico. Pinezi (2010) explica que essa forma radical e extremada de
encarar o contato intercultural prevê que o mesmo não deve ocorrer, pois
considera que o contato intercultural sempre é maléfico para uma das duas partes
devido à imposição cultural. Dessa forma, não é raro posições contrárias às
relações entre sociedade envolvente e etnias indígenas. Essas relações, passam
a ser sempre vistas como destrutivas para o elo mais fraco da relação, no caso,
as etnias indígenas. Isso acarreta que: uma relação dialógica pode ser obstruída
se tiver como base a suposta preservação de uma pureza cultural (Pinezi, 2010).
No entanto, isso nos leva a uma pergunta: Como devemos tratar as etnias que
ainda não foram sondadas e não sofrem pressões da sociedade envolvente?
Devemos dialogar com elas? Ou preservar sua pureza? Dessa forma, a
radicalização do relativismo cultural deve prevalecer?
Sobre diferentes olhares possíveis em relação ao relativismo cultural,
podemos alegar que eles seriam uma medida ética no processo de pesquisa, pois
prioriza a neutralidade entre as culturas que se relacionam. Em relação a esse
ponto de vista, Cuche (2002, p. 240) diz que:
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particularidades de nação, ou etnia, o relativismo cultural dá ênfase à
particularidade das culturas e seus valores (como a prática do infanticídio). Esse
confronto tem defensores nos dois lados. Uma das formas de se resolver essa
polarização de ideia é através do relativismo cultural, ou seja, o diálogo entre as
partes, que torna possível a superação de conflitos e o comum acordo entre
diferentes culturas.
Quando duas culturas diferentes dialogam pressupõe-se que existe um
contato entre elas, esse contato origina uma troca de informações e alteração
cultural, ao contrário do que postula o relativismo cultural. Por isso, não se pode
caracterizar o relativismo cultural como princípio absoluto, mas como uma forma
que possibilita o encontro cultural de forma respeitável. Ou seja, no contato entre
duas culturas ocorre, muitas vezes, a transformação cultural, porém, se o direito
a essa transformação cultural não for respeitado, entendemos que o direito à
diferença se torna um dever. Segundo Pinezi (2010):
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As ideias de que os costumes, conhecimentos e hábitos da cultura dos não
índios são superiores, e que, portanto, o modo integracionista seria o caminho
correto, não foi abandonado. Muitos políticos, intelectuais e boa parte da
sociedade sustentam a predominância de nossos costumes sobre os costumes
indígenas, numa postura preconceituosa e arrogante.
Pessoas do meio rural, os sertanistas e os caboclos, sempre sinalizaram
que temos muito a aprender com os povos indígenas. Desde sua relação com a
ecologia, as curas por meio das plantas, a falta de angústia e de pressa entre
tantos outros conhecimentos. Basta sermos mais humildes para recepcioná-los.
Todas essas características, além de serem ignoradas pela sociedade,
muitas vezes são ignoradas pelos próprios profissionais da Justiça. Essa inércia
é muito maior no Ministério Público Estadual, que em geral não enxerga as
comunidades indígenas, e quando enxerga atribui as ações ao Ministério Público
Federal. É preciso demonstrar a importância da atuação do Ministério Público
Estadual nas causas indigenistas.
Além de abordar a questão da competência, cabendo à Justiça Federal as
hipóteses elencadas no art. 231 da Constituição Federal (sendo que os demais
cabem à Justiça Estadual), surgem, diante disso, inúmeras situações em que o
poder Estadual pode contribuir para que os direitos das comunidades indígenas
sejam implementados e as várias dificuldades, ainda hoje tão presentes, como
carência alimentar, alcoolismo e saúde abandonada, deem lugar a um sistema de
autossustentabilidade, tanto na saúde como na educação, sem retirar o direito
desses povos aos saberes tradicionais.
Enfim, é importante garantir que as populações indígenas tenham acesso
aos mesmos benefícios que os não indígenas já usufruem. No entanto, é
importante isso não represente o que as políticas integracionistas representavam,
impondo nossos valores sobre os indígenas para que passem a fazer parte de
nossa forma de produção econômica e de poder. Precisamos oferecer
oportunidades dentro de uma concepção interacionista, na qual uma sociedade
não se julga superior à outra.
O indígena não deve ser compreendido como um ser humano parcialmente
capaz. Especialmente após a Constituição de 1988, ele deve ser visto como
totalmente capaz. Nem por isso a Funai deixa de ser importante para os indígenas;
porém, a instituição precisa ser pensada de outra forma, não como uma tutora que
substitui a vontade deles, mas sim como um órgão de assessoramento.
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Ao longo da história, as comunidades indígenas do Brasil foram, na maioria
das vezes, desconsideradas pelos governantes e também pela sociedade
envolvente. Quando o indígena era lembrado, o objetivo era lhe tomar as terras,
escravizá-lo, civilizá-lo sob a visão etnocentrista, o fazendo sofrer grandes
perversidades.
As mazelas dos povos indígenas contêm diversos episódios que ocorreram
no período colonial, imperial e republicano. Basta lembrarmos que para alguns
estudiosos o índio representava um obstáculo para a exploração, e que deveria
ser exterminado. Também lembramos que entre 1920 e 1930, na região de Itajaí,
Santa Catarina, existiam os “bugreiros”, que eram indivíduos contratados pelo
poder público, verdadeiros matadores de índios, e que esses banhos de sangue
eram celebrados por autoridades oficiais.
No ano de 1963, em Mato Grosso, uma aldeia foi bombardeada por
dinamites lançadas a partir de um avião. Esse episódio matou diversos indígenas
da etnia Cintas-Largas.
A justiça brasileira, ao longo desses cinco séculos, pouco ou quase nada
fez em relação às comunidades indígenas. Advogados, membros do Ministério
Público Magistrados, ao saberem desses massacres, costumeiramente fechavam
os olhos, como se esses seres não fossem humanos, tal qual se fazia na época
da colonização portuguesa, quando se dizia que os indígenas não tinham alma.
Felizmente, essa letargia da nossa justiça soreu uma modificação,
podendo-se constatar uma postura mais proativa em relação a casos envolvendo
os indígenas. Desde a Constituição Federal de 1988, os indígenas passaram a ter
direitos na qualidade de indígenas e também como cidadãos brasileiros.
Não resta dúvida de que, com o advento da Constituição Federal de 1988,
os indígenas saíram da invisibilidade, passando a ter direitos na qualidade de
indígenas e também de cidadãos brasileiros.
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ou linguagens gráficas produzidas por eles. Além disso, é importante lembrar que
as palavras arte e artesanato por vezes nem existem nos vocabulários de algumas
etnias. Também é valido destacar que nós (de cultura ocidental) fazemos uma
diferenciação entre arte e artefato, enquanto os indígenas não distinguem
nomenclatura entre objetos que podem ser utilizados e objetos que servem
apenas para serem contemplados.
Segundo Cremoneze (2016):
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perceber isso ao constatar que a linguagem artística encontrada em objetos do
cotidiano está relacionada com os mitos criacionistas (Cremoneze, 2016).
Em relação à reprodução e continuidade da cultura, também existe a
preocupação com o ensino de técnicas e conceitos aos mais jovens. Nesse
sentido, os mais velhos são responsáveis não somente por ensinar as técnicas de
produção, mas também devem orientar em relação à matéria-prima utilizada para
cada tipo de artefato, ou pintura.
Na cultura Guarani, a casa de reza é um elemento muito importante, pois
dentro dela são realizados os rituais, os cânticos e as danças. A casa de reza
também é um local muito importante para a formação da pessoa. A própria
construção da casa é um processo de produção de um artefato que segue os
conceitos da cosmovisão guarani. Em seu interior, diversos elementos são
indispensáveis, como os instrumentos musicais para realização de rituais.
Quando falamos de arte indígena não podemos ignorar a arte rupestre
(pinturas e gravuras). Além de conterem relatos sobre as experiências vividas,
lições do dia a dia e representações simbólicas, elas também são de grande
importância no resgate arqueológico e foram fundamentais na tentativa de
compreender como as Américas foram povoadas.
FINALIZANDO
Nessa aula abordamos alguns aspectos que nos levam a entender a
relação entre culturas diferentes. Esses aspectos nos levam a diversas questões,
como: Os direitos humanos universais podem ignorar a singularidade de cada
etnia? Nesse confronto existem opiniões divergentes sobre os verdadeiros valores
dos direitos humanos, pois, ao determinar direitos humanos universais, estamos
agindo de forma etnocentrista, e não respeitamos as minorias culturais, que
continuam caladas diante da manifestação desses direitos.
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REFERÊNCIAS
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