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ESTADO DE GOIÁS

COORDENAÇÃO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DO NOVO GAMA


CEPMG OCIDENTAL

DISCIPLINA: História

PROFESSOR( A) : Luciana de Oliveira

ALUNO: SÉRIE/TURM: 2º

CONTEÚDO :

Entradas e bandeiras
Entradas e bandeiras foram expedições realizadas no século XVIII que
propiciaram a descoberta de metais preciosos no interior do Brasil,
transformando a realidade colonial.+

AAs expedições denominadas entradas e bandeiras tiveram como objetivo


a captura de índios para o trabalho escravo e a procura por metais
preciosos, como ouro, prata e diamante. Logo após a crise do açúcar, iniciada
em meados do século XVI, tanto a Coroa portuguesa como particulares
organizaram expedições para explorar outros tipos de riqueza no interior da
colônia.

A descoberta de metais preciosos nas regiões de Minas Gerais, Goiás e


Mato Grosso iniciou o povoamento delas e as disputas pelas minas,
provocando conflitos armados e a imediata intervenção portuguesa para
organizar o fluxo de pessoas no local, mas também obter lucros com a
mineração.

O que foram as entradas e bandeiras?


Entradas e bandeiras foram expedições realizadas no século XVIII, em
direção ao interior do Brasil, com o objetivo de encontrar metais preciosos e
aprisionar índios para serem mão de obra escrava. As diferenças entre as duas
expedições são:

 as entradas foram financiadas pela Coroa portuguesa e tiveram como


ponto de partida o litoral;
 as bandeiras foram expedições particulares saídas de São Paulo.

A importâ ncia das entradas e bandeiras para o Brasil


Até o século XVII, a maioria dos colonos que moravam no Brasil esteve
concentrada no litoral por causa do comércio açucareiro. Com a crise dessa
atividade comercial, foi preciso encontrar outras fontes de riqueza. As
entradas e bandeiras foram expedições que iniciaram a ocupação do interior
do Brasil. Quando as primeiras minas de ouro foram descobertas, a notícia
espalhou-se rapidamente. Milhares de forasteiros vindos de outras regiões do
Brasil e de Portugal chegaram a Minas Gerais para enriquecerem-se
rapidamente com os metais preciosos.

O êxito na mineração provocou mudanças na administração da colônia. A


capital foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro, que estava
próximo da região de Minas, o que facilitava a fiscalização por parte da Coroa
bem como o escoamento da produção aurífera para o porto da nova capital em
direção a Portugal. O sertão brasileiro começou a ser povoado e, próximo das
minas, surgiram as primeiras cidades, como Mariana, Ouro Preto, Pirenópolis,
Cidade de Goiás.

O somatório entre o grande número de pessoas explorando os metais


preciosos e a forte fiscalização do rei para que o imposto fosse pago em dia
despertaram os primeiros movimentos contra a presença portuguesa no
Brasil.

As notícias vindas da Europa a respeito do movimento iluminista, que pregou


o liberalismo político e econômico, a independência dos Estados Unidos, em
1776, e a Revolução Francesa, em 1789, foram motivos de discussões sobre a
urgência em romper-se os laços com Portugal e os próprios brasileiros
explorarem o seu território. O deslocamento do eixo econômico do Nordeste
para a região Centro–Sul do Brasil trouxe mudanças que refletiriam
na independência, em 1822.

Contexto histó rico das entradas e bandeiras


A União Ibérica, junção das coroas portuguesa e espanhola, no século
XVII, trouxe mudanças para o Brasil. A anulação do Tratado de Tordesilhas,
linha imaginária que dividia o continente americano entre as coroas ibéricas,
motivou as primeiras inserções no sertão brasileiro. Se o tratado era visto
como uma proibição, a sua anulação significou uma possibilidade de conhecer
e explorar o interior da colônia.

A invasão holandesa no Nordeste brasileiro, entre 1630 e 1650, modificou a


produção açucareira no Brasil. A expulsão dos invasores levou à crise do
açúcar. Os holandeses expulsos foram para as Antilhas e iniciaram a
plantação da cana-de-açúcar, tornando-se fortes concorrentes de Portugal.
Como não tinha meios para responder à ação holandesa no comércio europeu,
o açúcar brasileiro desvalorizou-se consideravelmente, desencadeando uma
crise socioeconômica no Nordeste.

O litoral brasileiro, que havia sido a principal fonte de riqueza para Portugal
por dois séculos, agora era apenas prejuízos. A Coroa portuguesa precisou
agir rápido para reverter a situação e manter a exploração de sua colônia.
Desde a sua chegada, em 1500, que os portugueses esperavam encontrar
metais preciosos no Brasil. Como a Espanha encontrou várias minas de ouro
na região de Potosi e lucrou com a mineração, Portugal esperava o mesmo
destino quando Pedro Álvares Cabral aqui desembarcou, em 22 de abril de
1500.

No entanto, as minas não estavam no litoral, mas sim no interior. Enquanto


elas não foram descobertas, os portugueses perceberam que o litoral
nordestino era a região ideal para a plantação de cana-de-açúcar. O comércio
açucareiro estava em ascensão no comércio europeu, e o litoral brasileiro foi,
então, reservado para a plantação da cana.

A economia colonial brasileira não foi baseada apenas no açúcar. Não


havia uma homogeneidade entre as capitanias. São Paulo seguia o sentido
oposto do Nordeste. A produção paulista era de subsistência, ou seja, restrita à
região e consumida pelos próprios paulistas. Não havia necessidade de
fornecer matéria-prima para a Europa. Por isso, a mão de obra indígena era
tão cara aos paulistas.

Enquanto o Nordeste assistia à chegada dos primeiros escravos negros para


trabalharem na plantação de cana-de-açúcar, para os paulistas, a mão de obra
mais viável era a do índio. Por isso, os bandeirantes, quando iniciaram suas
expedições para o sertão, interessaram-se pela captura desses últimos. Foi por
essa razão que as bandeiras saíram de São Paulo e foram financiadas por
particulares. O interesse paulista diferenciava-se do interesse da Coroa.

Entradas
→ Principais características
Desde o desembarque português no Brasil, em 1500, que a Coroa organizou
entradas para explorar o sertão brasileiro. No entanto, as expedições não
iam tão longe do litoral por causa do desconhecimento da região e do temor de
ataques de tribos indígenas. No século XVII, as entradas entraram em
declínio e as bandeiras que saíam de São Paulo ganharam força.
→ Participantes das entradas
Américo Vespúcio, em 1504, foi o primeiro a organizar a entrada em direção
ao sertão brasileiro saindo de Cabo Frio. Martim Afonso de Sousa organizou
duas entradas, uma saindo da Guanabara, e outra, de São Vicente. A
instalação do Governo Geral no Brasil aumentou o número de expedições
que saíram do litoral em direção ao interior, alcançando o interior da Bahia e
de Minas Gerais.

→ Exemplos de entradas
Os exemplos de entradas são:

 Em 1554, portugueses, índios aliados e padres jesuítas organizaram


uma expedição que resultou na formação da vila São Paulo de
Piratininga.

 Em 1518, o capitão Belchior Dias Moreira chefiou a entrada que seguiu


para o Sergipe em busca de metais preciosos, porém sem sucesso.

Bandeiras

A Cidade de Goiás, antiga Vila Boa, foi fundada por Bartolomeu Bueno da
Silva, durante a exploração do ouro na região. [1]

→ Principais características das bandeiras


As bandeiras foram expedições que saíram da capitania de São Paulo em
direção ao sertão brasileiro. Foram os bandeirantes os primeiros a
encontrarem ouro às margens dos rios em Minas Gerais. Essas expedições
tiveram como objetivo, além da procura pelo ouro, a captura de índios para
trabalharem nas lavouras paulistas.

→ Participantes das bandeiras


Ao contrário das entradas, que foram organizadas e financiadas pela Coroa
portuguesa, as bandeiras foram expedições particulares. Alguns participantes
destacaram-se nessas expedições:
 Bartolomeu Bueno da Silva: conhecido como Anhanguera (em tupi-
guarani significa Diabo Velho) foi o bandeirante que liderou a
expedição em direção à região de Goiás. Com a descoberta do ouro,
Bartolomeu fundou a Vila Boa de Goiás. É famosa a história do seu
encontro com os índios que habitavam a região. Pegando uma bacia e
enchendo-a de cachaça, Bartolomeu ateou fogo nela, ameaçando os
índios de que, se não mostrassem onde estava o ouro, ele colocaria fogo
nas águas dos rios da região.

 Borba Gato: participou das expedições em direção à região das minas.


Ele participou da Guerra dos Emboabas, conflito armado envolvendo
bandeirantes e forasteiros pelo domínio das minas.

Estátua de Borba Gato em São Paulo.[2]

→ Tipos de bandeiras
 Bandeiras de apresamento: adentraram no sertão para aprisionarem
índios e levarem-nos para São Paulo para trabalharem como escravos.

 Bandeiras de prospecção: buscaram encontrar e explorar metais


preciosos.

 Bandeiras de contrato: perseguiram aos escravos fugidos e destruíram


seus quilombos.
→ Exemplos de bandeiras
As bandeiras organizadas por Bartolomeu Bueno da Silva tornaram-se
famosas porque descobriam ouro em regiões mais distantes das de Minas,
em Goiás e Mato Grosso. Essas expedições foram responsáveis também pela
descoberta de rios até então desconhecidos pelos colonos, como o rio
Araguaia, que, tempos depois, destacou-se pelo transporte de mercadorias e de
pessoas.

Resumo sobre entradas e bandeiras


 As entradas e bandeiras foram expedições que colaboraram na
ocupação e exploração do interior do Brasil.

 As expedições bandeirantes foram responsáveis pela descoberta de


metais preciosos na região de Minas.

 Três tipos de bandeiras: de prospecção, de aprisionamento e de


contrato.

Exercícios
Questão 1 – As entradas e bandeiras foram expedições que adentraram no
sertão brasileiro em busca de:

A) metais preciosos e índios para mão de obra escrava.

B) vingança contra a invasão holandesa.

C) fundar cidades no interior do Brasil, atraindo pessoas para essas regiões.

D) catequizar os índios após a expulsão dos jesuítas.

Questão 2 – Sobre as bandeiras de contrato, pode-se afirmar que:

A) eram expedições em direção ao Norte do Brasil, para explorar as drogas do


sertão.

B) perseguiram os escravos que fugiram das fazendas e destruíram os


quilombos.

C) reforçaram, no litoral brasileiro, a segurança contra as invasões


estrangeiras.

D) aumentaram o contingente do Exército na luta contra o Paraguai.

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