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interesse do governo, dentro da mentalidade autoridades pensaram que era mais fácil ocultar o ouro
mercantilista de especialização para a que os escravos, e determinaram que em vez de pagar-
exportação, concentrar todo esforço na produção se pelo ouro extraído, se pagaria o imposto pelo
do ouro; com essa finalidade proibia ou número de escravos.
dificultava outros ramos de produção. Este sistema de cobrança do quinto esteve em
Poderíamos citar como exemplo a proibição de vigor 16 anos, de 1736-51; depois foi abolido, pois os
engenhos de açúcar em Goiás”. mineiros reclamavam que era injusto que todos
pagassem o mesmo: o dono de uma lavra muito rica,
Durante os cinquenta primeiros anos; todos os em que o rendimento do escravo era alto, e o que
esforços de capital em de mão-de-obra deveriam trabalhava uma data pobre ou meio esgotada, que mal
concentrar-se na mineração. Tal sistema não se devia dava para pagar o custo do escravo.
exclusivamente aos desejos e à política dos dirigentes Voltou-se, então, ao pagamento direto do quinto.
era também decorrente da mentalidade do colono, dos O ouro em pó retirado das minas, corria como moeda
reinois e dos portugueses do Brasil. na Capitania. Tudo se comprava ou vendia não com
Aqui, em Goiás, traduziu na supervalorização do moeda cunhada, mas com ouro em pó pesado em
“mineiro” e na pouca estima das outras profissões, pequenas balanças.
especialmente do “roceiro”. Mineiro naquele tempo
significava, não como hoje, aquele que trabalha na mina, IV. A produção do ouro em Goiás
mas o proprietário de lavras e escravos que as Quanto ouro produziu as minas de Goiás? Não é
trabalhassem, assim como roceiro não significava o que possível dizê-lo com certeza, pois não se conservam
trabalhava na roça, mas o proprietário de terras e registros das lavras nem de sua produção. Tampouco são
escravos dedicados à lavoura, algo assim como o completos os registros do quinto; entre 1726 e 1751
fazendeiro de hoje. faltam muitos dados. Mas suprindo os anos que faltam
Ser mineiro, era a profissão mais honrosa, pelos dados conhecidos, podemos afirmar que o quinto,
significava status elevado. Isto explica que fora da nos cem anos que vão até a independência, subiu
mineração não se desenvolvessem outras formas aproximadamente a 20.000 Kg. Sendo, portanto, a
importantes de economia durante o século XVIII, e que produção declarada de 100.000 Kg.
só fossem ocupadas as áreas auríferas. Mais grave era a decadência da produtividade,
isto é, da produção de ouro por homem dedicado à
II. A mineração em Goiás mineração; a diminuição da produtividade iniciou-se
Dois tipos de jazidas auríferas foram explorados no já nos primeiros anos, mas começou a tornar-se um
Brasil: problema grave depois de 1750; nos dez primeiros
anos, um escravo podia produzir até perto de 400
1. As jazidas sedimentares davam lugar ao que se gramas de ouro por ano; nos 15 anos seguintes (1736-
chamava (1) “mineração de cascalho ou ouro de 1750) já produzia menos de 300; a partir de 1750 não
aluvião, e (2) as formações rochosas com veios chegava a 200, e mais tarde, em plena decadência, a
auríferos na pedra. produção era próxima de 100 gramas.
1.1 As jazidas sedimentares davam lugar ao que se Esta curva da produtividade nos explica que a
chamava “mineração de cascalho”. O trabalho do mineração foi um negócio próspero até 1750, um
mineiro consiste em arrancar o cascalho e empreendimento arriscado, mas ainda rendoso entre
peneirá-lo, para que o ouro, mais pesado que a 1750 e 1770, um negócio ruinoso depois desta data.
areia, fique depositado no fundo. Para retirar o
cascalho aurífero, às vezes recoberto por outras V. A riqueza do ouro em Goiás
camadas sedimentares, costumava-se cercar e Não podemos comparar a produção das épocas
secar uma parte do rio, ou desviar a corrente, ou, antigas com a de hoje, pois a técnica tem multiplicado
em formas mais elementares, retirar o cascalho do muitas vezes a produção e a produtividade.
fundo da água. Goiás foi o segundo produtor de ouro do Brasil,
2. A “mineração de morro”, como era chamada a bastante inferior a Minas. Aproximadamente 1/6, e um
mineração na rocha primitiva, era muito mais pouco superior a Mato Grosso, talvez 10/7. A
cara, e tecnicamente mais difícil. Praticava-se de produção e a renda “per capita” não foram muito
duas formas: ou por meio de túneis e galerias, elevadas durante o período da mineração.
“mineração de mina”, ou cortando a montanha O ouro parecia uma grande riqueza que enganou
perpendicularmente, chamado de “talho aberto”. aos contemporâneos, mas tendo em conta a população
e os capitais empregados, os rendimentos não eram
III. O Quinto em Goiás grandes. Pouco deste ouro ficou no Brasil, nada ficou
De duas formas foi cobrado o imposto do ouro em em Goiás, em virtude da lógica mercantilista.
Goiás”: a “capitação” e o Quinto. Em Goiás, em 1800, além dos antigos índios,
A capitação foi uma forma de cobrar o quinto havia mais de 50.000 hab., havia cidades construídas,
instituído precisamente por temor ao contrabando. As estradas e caminhos, fazendas em produção. O capital
que pagou tudo isto foi o couro, e isto é o que ficou 5º Tentou-se desenvolver a navegação dos rios do
para Goiás da época do ouro. sul de Goiás como Paranaíba e alguns de seus
afluentes, a fim de se comunicar com o litoral,
SOCIEDADE MINERADORA-PASTORIL com mais facilidade.
6º Revogou-se o alvará de 5 de janeiro de 1785
À sombra do ouro, outras atividades produtivas que proibia e extinguia fábricas e manufaturas
foram montadas em Goiás, mas ao se evidenciar a em toda a Colônia.
decadência do ouro, várias medidas administrativas
foram tomadas por parte do governo, sem alcançar, no II. Os escravos
entanto, resultados satisfatórios. A escravidão foi o sustentáculo da economia
Não há, afirmam pesquisadores atualmente, brasileira desde o tempo do descobrimento até meados
transição da economia mineira para a economia do século XIX. Durante as primeiras décadas do mesmo
agropastoril. Durante a exploração aurífera houve a escravidão atravessava em Goiás um momento muito
exploração agrícola e criação de rebanhos. Quando o particular. Encontrava-se um grande número de escravos
ouro declinou, outras atividades assumiram maior livres na Província, isso porque não valia a pena mantê-
importância. los numa sociedade que se ruralizava com o surgimento
A economia do ouro, sinônimo de lucro fácil, não de uma incipiente economia baseada na agricultura de
encontrou, de imediato, um produto que a substituísse subsistência, em que o resultado extraído do trabalho
em nível de vantagem econômica. escravo não compensava financeiramente a manutenção
A decadência do ouro afetou a sociedade goiana, do cativo. Era mais vantajoso torná-la livre, uma vez que
sobretudo na forma de ruralização e regressão a uma o trabalho do cativo não era autossustentável, ou seja,
economia de subsistência. não pagava seu próprio custo.
A proporção de escravos em relação ao total de
I. Tentativas governamentais para o progresso habitantes da Província de Goiás, no período que vai de
de Goiás 1804 a 1872, foi caindo gradativamente.
Com a decadência ou desaparecimento do ouro, o
governo português, que antes procurava canalizar toda a III. A Sociedade em Goiás
mão-de-obra da Capitânia para as minas, passou através A Sociedade goiana, com a decadência da economia
das suas autoridades a incentivar e promover a aurífera, passa por dificuldades. Mas as transformações
agricultura em Goiás. na economia trazem, também, benefícios a longo prazo,
isto é, a consolidação de outras práticas de vida, de
Vários foram, porém, os obstáculos que impediram sociedade, de cultura.
seu desenvolvimento: Entre as dificuldades encontradas, temos o desprezo
1º legislação fiscal dos dízimos, temidos pelos pelo trabalho agrícola. Isso em função da mentalidade,
agricultores, tanto na forma de avaliação, como que não priorizava a agricultura, e da própria legislação.
na forma de pagamento; A economia mineradora era supervalorizada, não só pelo
2º desprezo dos mineiros pelo trabalho agrícola, mineiro como também por parte das autoridades. Na
pouco rentável; época da mineração em Goiás se proibiu até o cultivo de
3º ausência de mercado consumidor; qualquer produto agrícola, se proibiu a adoção de
4º dificuldade de exportação, pelo alto custo do qualquer outra atividade econômica, para não desviar
transporte e ausência de sistema viário. mão-de-obra da produção do ouro. O interesse metalista
Com a decadência, a população não só diminuiu ditava mais alto, era mais forte.
como se dispersou pelos sertões. Havia ainda a questão da pesada tributação que era
Neste sentido, várias resoluções foram tomadas, imposta à qualquer atividade econômica. Na produção
embora, muitas delas permanecessem letra morta: agrícola cobrava-se o imposto do dizimo pelo que era
1º Foi concedida isenção dos dízimos por espaço plantado e não pelo que era colhido. Aquele antigo
de tempo dez anos aos lavradores que nas mineiro preferia não plantar, do que plantar, não colher,
margens dos rios Tocantins, Araguaia e e ter que pagar imposto.
Maranhão fundassem estabelecimentos
agrícolas; IV. A ruralização da população
2º Deu-se especial ênfase à catequese e civilização
do gentio com interesse em aproveitar a mão- “Atualmente, com exceção de um pequeno número
de-obra dos índios na agricultura; de artesãos e mercadores, todos os habitantes de
3º Criação de presídios à margem dos rios com os Santa Luzia dedicam-se ao cultivo da terra e só
seguintes objetivos: proteger o comércio, vão ao arraial aos domingos e nos dias de festa.
auxiliar a navegação e aproveitamento do Em consequência, durante a semana não se vê
nativo para o cultivo da terra; ninguém nas casas e nas ruas” (SAINT-HILAIRE,
4º Incrementou-se a navegação do Araguaia e 1975, p. 26). Saint-Hilaire foi um naturalista,
Tocantins. botânico, viajante e curioso que percorreu o Brasil
Alves de Oliveira, João José do Couto Guimarães e depor todos os portugueses que ocupavam cargos
Raimundo Nonato Hyacinto, Pe. Luiz Gonzaga de públicos em Goiás.
Camargo Fleury e Inácio Soares de Bulhões. A consequência deste movimento de rebeldia foi a
Processada a Independência do Brasil em 1822, esta nomeação de três goianos para a presidência de Goiás,
não trouxe transformações, quer sociais, quer embora a Regência de início oficialmente o
econômicas para Goiás. Operou-se teoricamente a desaprovasse.
descolonização. No dia 16 de dezembro, fez-se Foram estes os seguintes presidentes Goianos, José
juramento solene à aclamação do Imperador Rodrigues Jardim, (1831-1837), pe Luiz Gonzaga de
Constitucional do Brasil D. Pedro I Camargo Fleury (1837-1839) e José de Assis
O primeiro Presidente de Goiás, nomeado por D. Mascarenhas (1839-1845).
Pedro, foi Dr. Caetano Maria Lopes Gama, que assumiu
o cargo a 14 de setembro de 1824. VI. Correntes Migratórias: XIX- XX
IV. Movimento Separatista do Norte de Goiás A maioria dos mineiros que aqui permaneceu, após
O movimento separatista do Norte representou uma o desaparecimento do ouro como empresa pré-
continuação do movimento revolucionário da capitania capitalista, vai dedicar-se a uma agricultura de
de Goiás sob a liderança do mesmo Padre Luís subsistência e criação de gado.
Bartolomeu Márquez, cognominado O Apóstolo da A pecuária trouxe como consequência o
Liberdade. Os grandes proprietários afirmavam que desenvolvimento da população. Correntes migratórias
apesar de pagar os impostos, os benefícios do governo lá chegavam a Goiás oriundas do Pará, do Maranhão, da
não chegavam. O povo vivia em completa miséria. Bahia, de Minas, povoando os inóspitos sertões.
No sudoeste novos centros urbanos surgiram, sob o
V. Um movimento nacionalista impulso da pecuária: Rio Verde, Jataí, Mineiros,
Após a independência política do Brasil, processou- Caiapônia, Quirinópolis.
se uma luta surda entre brasileiros e portugueses pelo No Norte a pecuária trouxe intensa mestiçagem com
poder político e econômico do Brasil; D. Pedro I, como o índio, que foi aproveitado como mão-de-obra na
era português de nascimento, começou a ser favorável criação de gado. Em menor escala, também ocorreu a
aos portugueses, inclusive colocando-os nos melhores mestiçagem com o negro. Os habitantes desta região
cargos públicos e postos de confiança de seu governo. dedicaram-se não só a criação de gado, mas também a
Em Goiás como vimos, não houve mudanças exploração do babaçu, de pequenos roçados, do
marcantes de Colônia para o Império. No aspecto comércio do sal (muito rendoso) e a faiscação.
econômico continuou o mesmo marasmo já registrado Nasceram novas cidades e outras já existentes tomaram
com a decadência da mineração, somente mais tarde vai novos impulsos sob o fluxo da pecuária: Imperatriz,
a pecuária oferecer ligeiras modificações. No aspecto Palmas, São José do Duro, São Domingos, Carolina,
político, as transformações foram pequenas. Os goianos Arraias.
os identificavam com os detestáveis Capitães Generais
de um passado próximo, que não se apagara. VII. Cronologia do
O segundo presidente de Goiás, foi o português povoamento
Miguel Lino de Moraes (1827-1831), homem inteligente
e que provocou fazer uma boa administração. Pelo exposto, viu se que a economia minerada deu
início ao processo de colonização de Goiás. Coube à
“Impulsionou o ensino, lutou pelo renascimento da pecuária desenvolver e aumentar sua população.
mineração, criou uma empresa de exploração de A partir dos anos 30 do século XIX foi a população
minérios (Companhia dos Seis Amigos) na cidade aumentando, sob os auspícios da pecuária:
de Goiás, fundou, também na mesma cidade uma
fábrica de tecelagem (1828), incentivou a 1849 – 79.000 habitantes;
agricultura e a pecuária. De seu governo datam 1856 – 122.000 habitantes;
“as primeiras grandes exportações de rebanhos, 1861 – 133.000 habitantes;
sobretudo de gado vacum e cavalar”. 1872 – 149.000 habitantes;
1890 – 227.000 habitantes;
Com a abdicação de D. Pedro I, rebentou em Goiás 1900 – 255.000 habitantes.
um movimento de caráter nitidamente nacionalista, que
alcançou vitória pelas condições da política geral do VIII. A Imigração
Brasil. Os líderes deste movimento foram o Bispo cego, Não podemos deixar de mostrar a problemática da
D. Fernando Ferreira, pe Luís Bartolomeu Márquez e imigração europeia.
Coronel Felipe Antônio Cardoso. Após a liberação do negro, grupos locais,
Recebendo adesão e apoio das tropas, o movimento identificados com interesse agrário, lutaram pela vinda
de 13 de agosto de 1831 alcançou seu objetivo, que era do imigrante europeu. O governo Montandom (1886)
adquiriu do Vice-Presidente da Província, José Antônio
Caiado, uma fazenda destinada a iniciar este tipo de Nas últimas décadas do século XIX, grupos locais
colonização. Mas as terras eram muito ruins, e os manifestaram-se contra a administração e
imigrantes italianos não chegaram nem a vir para o responsabilizaram os Presidentes “Estrangeiros” pelo
território goiano. grande atraso de Goiás e passaram a lutar pelo
Em 1896, o governo republicano de Goiás tentou nascimento de uma consciência política. Sob pretexto de
mais uma vez impulsionar a imigração. Também sem afastar o “Oficialismo Político” e assim enfeixar nas
êxito. mãos o poder, fundaram os partidos políticos Liberal
Somente nas primeiras décadas do século XX se (1878) e Conservador (1882). Os jornais Tribuna Livre,
iniciou a imigração europeia em Goiás, em moldes Publicador Goiano, Comércio, Goyaz, foram
muito modestos. propulsores destas ideias e interesses.
Após esta tomada de consciência, verificou-se
“Em 1920, três núcleos coloniais mais importantes relativa mudança no panorama político de Goiás.
desenvolveram-se em Goiás: um de italianos em Representantes próprios foram enviados à Câmara Alta:
Inhumas; outro também de italianos no município André Augusto de Pádua Fleury, José Leopoldo de
de Anápolis (Nova Veneza); o terceiro, de Bulhões Jardim, Cônego Inácio Xavier da Silva.
portugueses, na fazenda Capim Puba no atual A consequência de tais movimentos foi a
município de Goiânia” fortificação de grupos políticos locais, lançando as bases
das futuras oligarquias goianas. A vida política de Goiás
“Em 1924, organizou-se a colônia de Uvá. 300 na última década do Império foi muito agitada, em
famílias, num total de 299 pessoas, instalaram-se decorrência das crises nacionais e dos choques de
no referido núcleo, as demais dispersaram-se.” interesses dos grupos locais.
se unirem, fundando a Confederação Abolicionista Felix do predomínio da vida rural sobre a vida urbana,
de Bulhões. Seus frutos foram positivos, libertou muitos quer dizer, Goiás continua sendo um Estado com
escravos. uma população eminentemente rural, constituída
A Lei Áurea libertou em toda província Goiana pelos grandes proprietários de terras, e por uma
aproximadamente 4.000 escravos. Número insignificante grande massa de trabalhadores livres, os camaradas,
para uma população que já alcançava cifra superior a os agregados, os parceiros, existindo também o
200.000 homens. sistema de produção familiar. A autoridade das
famílias está apoiada nos saberes dos bacharéis e nas
“O movimento republicano em Goiás” redes diplomáticas tecidas pelos casamentos.
Essa estrutura, social, econômica e política,
O Movimento republicano no Brasil somente tomou caracterizada pelas oligarquias, sofre uma alteração
alma e corpo a partir de 1870, justamente na década em bastante grande com o processo revolucionário de 1930.
que processavam transformações de ordem
socioeconômica: surto cafeeiro, desenvolvimento do Bibliografia básica sobre Goiás:
crédito bancário, impulsos a industrialização, decadência
da mão-de-obra escrava, incremento à imigração ASSIS, Wilson Rocha. Estudos de História de
europeia, urbanização, desenvolvimento do mercado Goiás. Goiânia: Editora Vieira.
interno. FREITAS, Lázara Alzira de. História de Goiás:
Em Goiás, graças à sua estrutura socioeconômica e do povoamento aos trilhos do progresso. Goiânia: Kelps,
cultural, as manifestações republicanas foram tardias e 2010.
inexpressivas. KANDUKA, Oliveira. Geo-História e
atualidades de Goiás. Brasília: Fortium, 2008.
Guimarães Natal- um republicano histórico. MELLO, Márcia Metran de. Goiânia: cidade de
Em 1882, em decorrência do partido Liberal pedras e de palavras. Goiânia: Editora da UFG, 2006.
Goiano, Manuel Alves de Castro Sobrinho, fundou o MORAES, Sandro de Brito. Redescobrindo a
jornal O Bocayuva que embora tenha circulado apenas história de Goiás. Goiânia: Kesps, 2011.
sete vezes, trabalhou pelo ideal republicano. No ano POLONIAL, Juscelino. Terra do Anhanguera:
seguinte, um jovem, que se formara na escola de História de Goiás. Goiânia: kelps,
Direito de São Paulo, trouxe para a província goiana a PALACÍN, Luís. O século do ouro em Goiás.
efervescência desta chama revolucionária. Goiânia: Editora UCG, 2001.
Era de Joaquim Xavier Guimarães Natal. Fez PALACÍN, Luís; MORAES, Maria Augusta de
renascer o Bocayuva e batalhou pela divulgação de Sant’Anna. História de Goiás. Goiânia: Editora UCG,
seus ideais, na época denominados subversivos. Tendo 2001.
como principal objetivo o desenvolvimento de Goiás, SOUZA, Cibeli e CARNEIRO, Maria Esperança
lutou pela federação, abolição, liberdade de ensino, F. Retrospectiva Histórica de Goiás: da colônia à
liberdade de religião, eleições transparentes. atualidade. Goiânia: Cultura Goiana.
Nas eleições, seus candidatos não ganhavam
votos. O Brasil Federal (1887), foi outro jornal
republicano fundado e dirigido pelo mesmo líder -
Guimarães Natal.
De Bulhões a Caiado
No final do século XIX estava se consolidando em
Goiás a oligarquia bulhônica que participou do
movimento de abolição da escravidão no Estado bem
como do processo de Proclamação da República. Essa
oligarquia permanece no poder até 1912, quando então
cede lugar à chamada oligarquia caiadista, que perdura
até a Revolução de 1930.
O poder das oligarquias estava fundado no
sistema de grandes propriedades e era regulado pelo
pacto oligárquico-coronelístico. A terra tinha um
valor nominal relativamente pequeno, mas a posse da
mesma conferia um prestígio político muito grande
aos seus proprietários, os coronéis. No período da
Primeira República (1889-1930) em termos de
relações de produção, há em Goiás a propriedade dos
meios de produção, a concentração da propriedade da
terra, nas mãos de poucas pessoas. Há a continuidade