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A DESCOBERTA DO OURO

É impossível afirmar com exatidão o local e a data das primeiras


descobertas de ouro em Minas Gerais. Mas certamente a descoberta dos
veios auríferos se deveu às expedições dos paulistas. Confirmada a
existência das lavras, a novidade correu rapidamente pela colônia e em
Portugal.
Milhares de pessoas foram para as Minas Gerais na esperança de
enriquecer com a exploração do ouro. Até então, as pessoas viviam nas
fazendas e nas poucas "cidades" do litoral, em áreas próximas à
produção de açúcar e de tabaco.
Com a mineração, formaram-se várias vilas, próximas umas das outras,
nas áreas onde havia ouro. Além disso, com essa atividade, houve o
deslocamento do centro econômico colonial: a atividade mais rendosa
agora estava no Centro-Sul e no interior do território.
A atividade mineradora, diferentemente da açucareira, não requeria
grandes investimentos e capital. Assim, pessoas vindas de diferentes
regiões da colônia e de Portugal, com poucos escravos ou sem nenhum,
se lançaram nessa empreitada. O aumento populacional na região das
minas foi enorme.
Na região das minas predominou o chamado ouro de aluvião, resultante
de um longo processo natural de desgaste das rochas. Levado pela água
ou pelos ventos, o ouro se espalhou por uma área extensa.

ouro de aluvião

Misturado com cascalho, areia e argila, era mais facilmente encontrado


nos leitos e nas margens dos rios, em geral na forma de pedriscos. A
exploração do ouro aluvional exigia menos recursos que a extração
aurífera em minas subterrâneas. Por essa razão, a exploração de ouro de
subsolo foi pequena no período colonial.
A GUERRA DOS EMBOABAS
Nos primeiros anos do século XVIII, a população de Minas Gerais
estava dividida entre os forasteiros vindos de diversos pontos da colônia
e de Portugal e os paulistas. Foi grande o fluxo de pessoas para as
minas: portugueses, estrangeiros e gente das cidades, vilas e sertões do
Brasil.
Os paulistas julgavam-se donos das lavras de ouro descobertas. Eles
chamavam pejorativamente os portugueses e pessoas vindas de outras
da colônia de emboabas e não eram benquistos pelos demais moradores
dessas áreas.

Em 1707-1709, a disputa pelo controle da área mineradora levou a um


conflito armado entre paulistas e emboabas. A guerra terminou com a
vitória dos emboabas e a saída dos paulistas, que foram procurar metais
preciosos em outras áreas, como Goiás e Mato Grosso. Outros dirigiram-
se para o sul da colônia, onde foram criar gado.
As autoridades portuguesas viam com apreensão as disputas em Minas
Gerais e temiam perder o controle da região. Para firmar a autoridade real
e manter a segurança na área mineradora, foram fundadas vilas
administradas por funcionários ligados à Coroa. As primeiras delas foram
Vila Rica (futura Ouro Preto), Ribeirão do Carmo (futura Mariana) e Nossa
Senhora da Conceição do Sabará.

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